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sexta-feira, 17 de novembro de 2023

O Poder da Recapitulação




“O poder da recapitulação,” disse don Juan, “é que ela agita todo o lixo de nossas vidas e o faz emergir.”

"Sem que soubessem, o mar escuro da consciência tomava a consciência em forma de suas experiências de vida, mas não tocava em sua força vital no caso daqueles feiticeiros que recapitularam suas vidas do modo mais completo possível. Os feiticeiros descobriram uma verdade gigantesca com relação às forças do universo: o mar escuro da consciência quer apenas a nossa experiência de vida, não a nossa força vital."

“Os feiticeiros acreditam,” continuou don Juan, “que ao recapitular nossas vidas, tudo o que foi decantado para o fundo, como disse para você, vem à superfície. Nós percebemos nossas contradições, nossas repetições, mas algo em nós aciona uma tremenda resistência em recapitular. Os feiticeiros dizem que a estrada fica livre apenas depois de esforços tremendos, depois de uma gigantesca convulsão, depois do aparecimento na tela de nossa memória de um evento que faz tremer nossas bases com terrível claridade de detalhes. É o evento que nos arrasta ao momento real em que nós o vivemos. Os feiticeiros chamam esse evento de o condutor, porque a partir daí cada evento que tocamos será revivido, não meramente relembrado.

Carlos Castaneda, O Lado Ativo do Infinito.


Este tema da recapitulação vale a pena ser comentado, é um dos pilares do processo apontado pelo Xamanismo Guerreiro e por outros caminhos também.

É fato que todos recapitulamos ao morrer.

O mar escuro de consciência, a fonte que nos doou a consciência ao final da existência toma de volta para si tal consciência, que se dilui no vasto mar, nele diluindo o teor de nossas experiências, metabolizadas pelo processo de estarmos vivos e percebermos.

Ao final da existência o ponto de aglutinação, a percepção, tudo que somos, pois o resto é emprestado, passa por todas as experiências de vida que tivemos, não é um recordar mental, é um viver de novo mesmo, algumas pessoas que quase morreram e voltaram falam desse "passar da vida".

Por isso os videntes toltecas desenvolveram a técnica de viver neste mundo em consciência intensificada e ir a muitos mundos, não humanos principalmente, se lançar as vastidões do infinito e retornar a esta terra, este tempo onde temos nossas vidas.

Imaginem onde um(a) xamã pleno como os que ensinaram o nagual de 3 partes não iam?

E voltavam, viviam ali, na casa do México por exemplo onde faziam seus piqueniques, onde D. Juan Matus cozinhava rabadas apimentadas para deleite de todos.

Esse ir a extremos da segunda atenção e voltar tem um porquê.

Nossos ancestrais espirituais foram, e foram e foram, alguns tão indo ainda, mas isto se revelou uma armadilha. Eles pensavam que o nagual, a segunda atenção fosse algo como hoje se pensa em plano espiritual, algo que vai subindo, ficando mais "puro" , mais "pleno".

Os (as) novos(as) videntes resolveram essa armadilha, perceberam que a segunda atenção é só a contraparte da primeira, vasta, muito mais vasta, mas apenas uma contraparte, ir -se por ela é apenas adiar um fim, não vencê-lo.

Descobriram outra possibilidade.

O vasto mar da consciência quer de volta apenas a consciência, que é sua de fato, mas nada quer com a força da vida que temos.

Esta descoberta mudou tudo. A força da vida não precisa se dissipar, apenas a consciência. E treinando guerreiramente os (as) nuevos videntes fizeram algo impensado, além de toda possibilidade de compreensão, mas possível de realização.

O ente perceptivo ao morrer abre mão da consciência. Ao passar por todas as experiências de vida o ponto de aglutinação libera uma tremenda energia pois, ao contrário dos caminhos antigos, os (as) nuevos videntes não foram progressivamente a outras realidades, ascendendo uma fibra de cada vez.

Foram aleatoriamente a muitas realidades, imaginem a cena de uma bexiga transparente, cheia de fibras óticas. Um ponto de luz sai de um feixe aceso e vai acendendo os outros, dos mais distantes aos mais próximos.

Isso libera um tipo de energia estupendo, essa energia, se for usada com intento permite a quem isso faz dar um salto em direção a outro estado, abandonamos a primeira e a segunda atenção, mas absorvemos uma "terceira atenção", estado que só cito prá dizer que existe e já é muito.

Este caminho faz com que os (as) xamãs guerreiros (as) tenham práticas que lhe permitam chegar a este objetivo.

O ente perceptivo que somos pode se "individualizar".

Podemos ser nós mesmos, podemos ser mais do que "fizeram de nós". Para os(as) xamãs guerreiros(as), muitas linhagens, taoistas, hinduístas, sufis, budistas, o ser humano existe para cumprir um papel dentro de um amplo esquema cósmico.

Não fomos "criados a imagem e semelhança de deus para reinar sobre a criação".

Tais histórias atestam a necessidade humana de fugir da constatação do nada que somos. Somos como enzimas, cumprimos um papel na existência e voltamos pro "caldão" de onde viemos.

Isso se tudo for seguir o caminho "natural".

Mas é neste nada que os (as) xamãs guerreiros encontraram poder para ir além, pois se tão infímos somos podemos mesmo escapar deste intento primeiro da realidade e astutamente nos esgueirarmos pelos mundos, alcançando um estado que metaforicamente chamamos de "liberdade total".

Para realizar este desafio supremo precisamos de muita energia, antes de mais nada. E esta energia tão necessária, durante a vida, foi sendo perdida pelos atos, nas pessoas e vivências que tivemos.

Deixamos pedaços nossos em pessoas, situações, em cenas, lugares e estes pedaços de energia que ficaram nos fazem falta, pois só com toda nossa TOTALIDADE podemos desafiar os designios primeiros da FONTE, da ÁGUIA e "como um jato, passar além de seu bico, livres, rumo a LIBERDADE.

Esse sonho já foi sonhado antes, isso o torna realizável.

Recapitular é um exercício para recuperar esta energia, estes pedaços de nós que fomos sem saber, deixando pela estrada de nossa vida.

Os budistas de várias linhagem o realizam, taoístas, sufis, muitas tradições trabalham com esse recapitular da vida.

Por quê?

Para quê?

Como? O que é recapitular?

É antes de mais nada lembrar, lembrar de um evento que aconteceu, começa assim, então não para aí, se nos colocamos na atitude coerente desse momento, se estamos focados nesse momento com o devido "intento" algo em nós é afetado e nosso ponto de aglutinação, isto é, nossa percepção, é deslocada para o "momentum" energético onde aquele fato recapitulado aconteceu.

Todos os fatos da vida devem ser recapitulados, por isso se diz que a recapitulação dura a vida inteira, temos sempre camadas mais profundas para recapitular.

Recapitulando descobri que vivemos em várias dimensões ao mesmo tempo, temos múltiplas vidas e mesmo nessa vida aqui e agora nós só lembramos de uma camada superficial do mundo, recapitular nos dá energia, nos devolve a energia.

Nossas possibilidades existenciais são incríveis, posso citar apenas o exemplo de uma mulher do grupo de D. Juan MAtus que sonhando trazia para este mundo Esperanza, uma curandeira, e o Zelador, intelectual simpático que cuidava de uma das casas do grupo.

Esses mistérios são pertubadores, fascinantes, somos magia num grau impensado e ficamos aqui nestas percepções tolas e limitadas de mundo, acreditando mesmo que é a bolsa de valores, a seleção brasileira, a alta do dolar que importa.

Presos a uma mídia que serve ao conquistador e por isso oblitera nossa percepção, ficamos sendo alimentados com lixo cultural e embotados em nossa realidade existencial.

Noticia é a tragédia, a violência, meios sutis de aumentar o medo, pois sabem que se te mantiverem com medo do que está a tua volta tu não questionará o sistema que lhe escraviza.

E cada dia surge um novo processo contra o bode expiatório da vez para que não vejamos nosso país sendo entregue aos sempre vorazes mercantilistas, a companhia das indias ocidentais do momento.

Vivemos neste contexto histórico e deixamos nossa energia neste mundo, ele é mantido também com nossa energia, cada vez que assistimos um programa de tv, cada vez que lemos jornais, que comentamos sobre esses assuntos. Não são apenas nossos impostos, cobrados em cada bala, em cada cafezinho que tomamos, que sustentam esse sistema. Nós o sustentamos com a força de nossa intenção e nossa energia, toda nossa vida desde que nascemos, tem sido sustentar esta realidade, que nos anula, mas nos mantém como galinhas em granja, alimentados se botamos nossos ovos, para logo nos abater.

Recapitular, portanto, é também uma atitude da Tribo do Arco Íris em sua luta pacífica e silenciosa pela retomada dos direitos de nossos ancestrais, de outra abordagem da realidade.

Quando tiramos a energia dos eventos passados e deixamos apenas a que ele tinha estamos também tirando a energia desses eventos que ficou impregnada em nós.

Só assim podemos mudar nossa percepção da realidade, do contrário será apenas uma mudança intelectual. Porque em cada interação que temos deixamos energia nossa e levamos a energia do lugar, das pessoas, de tudo que ali ocorreu. E sabemos que percebemos uma vastidão da qual só registramos a mínima parte.

Quando recapitulamos vamos tirando a energia que ficou e devolvendo a que ficou impregnada em nós, isto é, vamos resgatando nossa energia singular.

Isso amplia nosso poder pessoal.

Vai além, revendo os eventos de nossa vida aprendemos a reconhecer "o que fizeram de nós" e podemos ir além desse estado e sermos "eu mesmo" , ser singular, único, que só existirá nesta efêmera mas bela existência por umcurto tempo.

E, se vamos existir por tão curto tempo, com a morte sempre há um braço de distância à esquerda, como não viver intensamente cada momento, presente, pleno(a), como seguir dividido(a), fragmentado(a)?

Temos em nós tudo que precisamos para essa fantástica jornada que é viver. Por falta de saber perdemos nossa energia, perdemos nossa força da vida e deixamos pedaços de nós com pessoas, eventos, lugares.

A recapitulação é mais que lembrar, começa assim, mas não é uma revisão psicanálitica.

Pela magia da respiração damos uma dimensão extra a esse exercicio.

A prática usual recomenda escrever uma lista com as pessoas que conhecemos, todas.

Depois dessa fase o ideal é sentar-se em um lugar calmo, com o mínimo de interferências externas.

Reduzir as influências externas é muito importante para uma real recapitulação, recebemos muitas "impressões" das coisas a nossa volta.

Florinda Matus fez sua recapitulação em um caixote construido ao seu redor.

Certa vez morei, em Sampa, numa casa que tinha uma escada e em baixo dela fizeram um armário.

O armário não tinha prateleiras. Durante anos usei aquele armário para recapitular. Eu trabalhava a noite e durante o dia ficava só em casa, as pessoas que moravam comigo trabalhavam de dia, assim tinha silêncio durante a tarde e recolhimento.

Comento isso porque me parece que essas condições são muito importantes, a qualidade da recapitulação sofre influências desses dados. Taisha recapitulou numa caverna. Este dado de estar num ambiente mais restrito focaliza energias da pele que em outras estâncias estariam sendo "tocadas" por vibrações sutis, que podemos não perceber conscientemente mas estão de fato em ação.

Além de um lugar adequado a recapitulação pode ser fortalecida por passes mágicos para a recapitulação que quem faz Tensegridade pode partilhar com quem não faz.

No Shün que é a Arte do Movimento que prático antes de fazer a "limpeza do poço", como seria a traduçao do nome que damos a essa prática, existem movimentos que são feitos.

Vou sintetizá-los para ajudar quem não tem acesso a grupos dessas práticas  como:

Primeiro espreguiçar bem, muito, mexer boca, olhos, puxar o corpo todo pelos dedos, sentir os dedos dos pés e mãos.

Depois, "acordar o corpo" que é com os joelhos meio flexionados, braços a frente com as mãos em garras, pés alinhados com ombros e tensionar o corpo inteiro, tensionar mesmo, ir expirando, contraindo o abdomem e tensionando até ficaralguns instantes sem ar e todo tenso, então se soltar, dar uns pulos es acudir braços, mãos e pernas como se estivesse saindo de uma piscina e tirando a água do corpo.

Então sentar numa cadeira ou chão e o corpo tá pronto prá recapitular.

Costas eretas, pode se encostar numa parede ou apoio para as costas, olhando para frente, solta todo o ar, até sentir-se vazio. Então vira a cabeça toda prá esquerda, queixo no ombro esquerdo. Faz uma respiração vazia, isto é, vira a cabeça até o ombro direito mas sem respirar, vazio. Depois inspira indo prá esquerda e expira indo prá direita.

Intente que a inspiração absorve toda tua energia que está na cena e a expiração devolve toda energia da cena que ficou em ti.

Então vá deixando a lembrança fluir, sinta-se na cena, mas não julge, apenas observe. Julgar, lamentar-se são formas de prender-se, de anular o valor da prática.

O importante é ir a cena e observar com foco o ocorrido, deixa que o aprendizado venha, não crie interpretações mentais do tipo: "agora vou agir assim ou assado", "a partir de hoje vou ser assim" estas propostas são respostas da mente desequilibrada que temos em nós, é "o que fizeram de nós" não querendo perder o controle e jogando como sempre aprendeu: "agora serei a criança boazinha e farei tudo direito para agradar a todos e ao papai do céu!"

O trabalho aqui é observar com neutralidade e recuperar a energia perdida, deixando ali a que ficou impregnada em nós.

Podemos usar a recapitulação como o tremendo instrumental que é para nos livrar de tudo que não somos, que apenas impuseram a nós.

Há várias dicas, fazer uma lista com todos os eventos da vida, tem muita informação sobre técnicas por aí, basta pesquisar.

Uma prática muito válida é lembrar do dia todo ao deitar-se para dormir. Eu prático ir lembrando do momento que sentei para relembrar, já indo dormir, voltando cena a cena até chegar na hora de manhã que abri os olhos.

Esta prática diária tem várias resultantes, dá prá gente antes de mais nada um dimensionamento de como tem horas durante o dia que estamos "no piloto automático" ausentes de nós mesmos.

São instrumentais de guerra, a guerra contra os limites em nossa busca de liberdade.

Um(a) xamã guerreiro(a) da liberdade total luta este tipo de batalha, estes são nossos treinos de combate.

Nuvem que passa

A Fêmea Condor

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Conta-se que vivia em alto ponto nos Andes um condor fêmea.

Por razões que existem para justificar essa história essa condor estava chocando 11 ovos.

Sim, 11 ovos no mesmo ninho, nas alturas colocado, sob a grande condor protegidos dos ventos gelados.

Do nada que eram, possibilidades erráticas, começaram os ovos a se tornar sementes, potenciais seres, os genes misturados, vindos de sua longa estrada traziam consigo o aprendizado de tantas combinações.

Num certo momento os ovos começaram a ter um contato telepático entre si.

E passaram a conversar.

Sobre o que conversavam?

Ora , falavam sobre coisas de ovos, sobre suas fantasias de estar vivendo, da "realidade" que criam viver.

Com o passar do tempo os ovos notaram que um estado de limitação, de opressão se estabelecia entre eles.

Sentiam um certo desconforto e parecia que o desconforto aumentava com o passar do tempo.

Algo os limitava, algo os prendia, mas não sabiam o quê.

Não percebiam que estando se desenvolvendo era natural que a casca os fizesse sentirem-se presos.

Então um entre eles resolveu ser o messias, o que sabia da realidade final das coisas.

- Irmãos, pregava ele, tive uma revelação. Descobri a causa de nosso desconforto, de nossa crescente ansiedade.

Silêncio! Aquilo era importante.

- O vitelo irmãos, (o alimento que o pássaro vai comendo enquanto está no ovo) é o vitelo que aumenta nossa tristeza, nossa sensação de desconforto.

- Sentimos desconforto porque estamos nos tornando mais materiais, mais pesados, temos que nos espiritualizar irmãos, só se nos espiritualizarmos vamos reencontrar a felicidade e leveza perdidas.

Ora , isso era fato, um pássaro no ovo comendo vitelo vai ficando mais pronto e é claro que sente mais os limites do ovo.

Mas não sabiam desse fato e a "revelação" do pregador parecia ter total sentido.

Aí criaram o movimento fundamentalista:

"Só comemos vitelo suficiente para não morrer".

A nova moda era espiritualizar-se para recuperar o estado anterior de maior leveza e dissolução.

Como o crescimento acabou mais lento acreditavam que o pregador lhes revelara sublime verdade e logo declararam:

- Alimentar-se é pecado!

- Ficar mais denso é pecado!

Crendo nisso viveram por um tempo numa languidez, numa indolência, desnutrida existência, onde a pasmaceira resultante era tida por paz ...

Mas um dos ovos, sempre tem esse um, revoltou-se contra aquilo.

- Ora , pensava, se sempre me alimentei por que vou deixar de fazer isso agora, me sinto fraco, frágil, vou é comer.

E voltou a comer.

E comendo plenamente sentiu que estava oprimido, é verdade, sentiu limites, mas não deixou se angustiar por isso e descobriu que sentir os limites de sua condição não era necessariamente associado a angústia e a exasperação.

Era um condicionamento responder assim.

Foi logicamente excomungado da comunidade, mal exemplo a ser negado.

Ovos não conhecem cores, senão teriam dito que ele era um mago negro! ; )

Aí se ovos tivessem listas de debates iam debater se magia negra é aquela que manda comer o vitelo e magia branca é o que , em beneficio da espiritualização , manda deixar de comer.

O fato é que ele continuou a se desenvolver enquanto os outros estavam estacionados.

Certo dia foram todos, telepaticamente, pregar para o rebelde.

Reparem que no estado de ovos eles não fazem nada, apenas imaginam que fazem.

Como ovos não há agir, só fantasia de agir, por isso podem se dedicar as doutrinas mais estapafúrdias e sem nexo e ainda as sustentar por uma vida.

E lá iam pregar, mudar o diferente, o perigoso, o que com seus atos negava o senso comum.

E quem nega com atos é sempre mais perigoso que quem nega em teoria.

Convertê-lo, salvar sua alma.

O rebelde foi perdendo a paciência com aquela conversa lamurienta, pois sem comer eles não conseguiam mais pensar e ficavam repetindo a mesma frase alegando ter sido revelada pelo grande deus "Ovão".

Não era um diálogo, era um monólogo repetitivo de frases decoradas contra a argumentação do rebelde, com suas habilidades plenas por estar bem alimentado.

O rebelde num movimento brusco , com sua parte mais densa (o bico) quebrou a casca do ovo.

Para quem viveu no interior escuro do ovo a luz do dia entrando era trevas e no susto desapareceu do contato telepático com seus irmãos.

Terror, o pregador, aproveitador como todo bom pregador já pregou:

- Estão vendo o que acontece a quem desobedece os sagrados mandamentos? Vamos rezar ao Ovão irmãos pela alma desse pecador que se perdeu.

Para eles o rebelde havia morrido.

Mas para o mundo aqui fora, para a condor mãe o primeiro dos ovos vingara e ele nascera.

Tudo era novo.

A principio sentiu terror, depois êxtase.

E quando contemplou aqueles olhos enormes , aquele ser poderoso, novo medo.

Quem seria?

O diabo a castigá-lo? Deus a puni-lo por ter contrariado o pregador e se alimentado?

Com os dias o medo deu lugar ao assombro e este ao fascínio de estar vivo.

Nem deus nem demônio, só sua mãe.

O azul do céu, o sol, os picos nevados, a Mãe Condor que agora lhe dava alimento. Dormia muito ainda, pouco notava das saídas e volta da mãe.

Noite, estrelas, lua, estava extasiado.

Então se lembrou!

Seus irmãos, suas irmãs naquele estado limitado dentro dos ovos, crendo no pregador.

Agora ele sabia que era parte do crescimento sentir desconforto, sentir limites.

Fugir disso era fugir do sair do ovo. Do vir para este mundo, este sim real.

Contou a sua mãe que queria encontrar um meio de falar com seus irmãos e explicar o que descobrira.

Ela riu.

- Mesmo que pudesse meu filho, como falaria de céu azul? De vento?

Como falaria dos picos nevados? Quer mesmo ajudar, então te aninha quando fores dormir aqui, junto aos ovos e transmite teu calor, assim podes ajudar que choquem mais rápido.

Mesmo lentamente , um a um os ovos foram sendo chocados e nasciam.

Ao final de algum tempo todos nasceram, quer dizer quase todos.

O pregador não nasceu, espiritualizou-se tanto que gorou...

Este conto me foi passado por um xamã quando cheguei na presença dele cheio das minhas certezas sobre "evoluir" e "espiritualizar".

Nuvem que passa

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Agir conscientemente, por Nuvem que Passa




Creio por prática que incidir nos mundos virtuais é um ato profundamente mágico, do qual nossa consciência ordinária só capta uma pequena fração.

Conexões desconhecidas são estabelecidas entre os organismos da Terra quando as pessoas passam a trocar informações virtualmente.

Estamos vivendo num momento mítico, num transpor de Eras que cria oscilações fantásticas no tecido da Realidade.

É por isto que nunca tivemos um mundo tão em crise, tão deprimente, desestimulador e amedrontador se ficarmos presos a visão que o Sistema Dominante impõe, basta assistir o "Jornal" que tem a pretensão de ser o "retrato da verdade".

A visão que temos da realidade é uma resultante de nosso estado de consciência.

Este fator determina toda uma outra abordagem da realidade por parte de certas linhas de praticantes do que se convencionou chamar Xamanismo, que eu pessoalmente chamo de ARTE.

A ARTE veio sendo desenvolvida e reinterpretada pelos(as) seus(as) praticantes através dos Tempos.

Mas cada tempo sem seu modo próprio de fluir.

Cada momentun do tempo-espaço surge como resultante da maneira pela qual interagimos com as emanações a nossa volta, com as "supercordas" como as chama uma das teorias físicas hoje elocubradas.

Obviamente com seu pragmatismo característico os(as) adeptos(as) da ARTE se puseram a interagir de forma criativa com estas constatações.

Constatação: Existem várias realidades interpenetradas, se vivemos em uma cebola, mas nesta quadridimensional cebola as camadas são dinâmicas, em arranjos combinatórios inconcebíveis a nossa tacanha habilidade geométrica em conceber arranjos da realidade.

Bem se existem outras realidades como podemos nelas atuar?

Este primeiro caminho de observação leva bem longe quando os Xamãs descobrem que o Sonho é uma condição alterada de consciência que algumas vezes leva a consciência a incidir nestas outras realidades, chegando mesmo a estabelecer contato com entes conscientes destes mundos outros que não esse.

Obviamente a questão passou a ser:

Como ir de forma controlada e sistemática à estas outras realidades?

O Sonhar era muitas vezes errático e possuía compensações naturais que dificultavam ainda mais o "estar consciente em sonho". Técnicas bizarras foram desenvolvidas para promover estes "sonhos conscientes".

Foi bem mais tarde que os (as) xamãs perceberam que havia uma força por detrás disso, que as formas ritualísticas e complicadas que usavam para evocar e provocar estes estados "xamanísticos" de consciência serviam apenas como alavanca.

O que estava em jogo era outra abordagem da realidade.

Percebendo que a realidade era composta de duas retas paralelas.

Numa está esse mundo, tal e qual o conhecemos.

Indo nele, lidando com ele se vai por uma "trilha" de energia.

Tudo que vamos perceber como realidade está condicionado aos "acordos" feitos entre as (os) percebedores.

Nós entramos nesse acordo perceptivo, mas não percebemos que o fizemos e, ainda pior, não sabemos que podemos romper com estes acordos perceptivos e entrar em outros acordos perceptivos mais amplos e efetivamente ligados a autonomia e plenitude existencial.

O primeiro acordo perceptivo que os (as) xamãs rompem é a superstição que os sonhos são apenas cenas produzidas por neuroquímica mental, evocações de associações realizadas pelas funções psíquicas humanas durante o descanso do cérebro.

Isso existe também, mas não é apenas isso o sonho.

No estado de soltura do sonhar a essência perceptiva ao invés de ficar regurgitando suas próprias prisões existenciais, pode se lançar a um nível mais amplo de percepção e se tornar ciente de si.

Assim como o estar no aqui e agora é um trabalhar sobre o despertar de nós mesmos, nesta condição usual da realidade, o despertar no nível do sonho encontra barreiras diversas.

Quem tem a experiência de procurar se observar e se sentir presente no aqui e agora percebe bem como nos perdemos, como “esquecemos" dessa proposta, como vivemos hipnotizados no dia a dia.

O mitote do mundo nos prendeu.

Nos faz sonâmbulos e nos desvia da plena consciência de nós mesmos.

O mesmo ocorre no plano dos sonhos.

Mas ali, como aqui, podemos "acordar".

Quando nos tornamos conscientes de nós mesmos na frequência do sonhar algo mais acontece.

Uma condição excepcional de energia chamado: "corpo de sonho", o "sósia", o "outro", "corpo astral", "corpo de energia", "corpo radiante" e outros tantos nomes, aparece.

Quando acordamos a cada manhã temos uma noção de continuidade. Essa noção foi construída pelas vivências e para os (as) xamãs estas memórias estão acumuladas pelas células do corpo inteiro.

Assim é o corpo físico que garante nossa continuidade, aquilo que chamamos de “memórias acumuladas", os vetores que juntos geram o vetor resultante que chamamos de "eu", aglomerado, não singular como pretende ser, mas multiplicidade disfarçada de "um".

Pois bem, sem o corpo de energia não há como ter continuidade nos sonhos, assim quando nos "lembramos de nós" dentro de um sonho geramos uma curvatura nas fibras da Eternidade e tal curvatura começa a gerar algo novo, algo que se convencionou chamar de "Corpo de Energia".

As confusões que tal caminho gerou são enormes e o que vou relatar a seguir é a forma da linhagem com a qual aprendi avaliar os fatos citados, respeitando as outras versões sobre os mesmos temas.

Para o Xamanismo que estudo raros seres já possuem "ligado e maturado" o corpo de energia.

Nas viagens que fazem pelos outros mundos os seres se projetam enquanto entidade perceptiva, mas pouco ou nenhum controle tem sobre o que está a sua volta, são folhas ao sabor do vento.

Mas existe uma possibilidade de mudar essa condição de ausentes de nós mesmos.

Neste mundo cotidiano no qual estamos o trabalho com a ARTE do agir no mundo é um caminho xamanístico de transformar nossos atos nesse mundo em magia e realização.

O equivalente a esta ARTE de estar focado no aqui e agora, transformando cada momento da vida numa manifestação da ARTE, se manifesta nesse nível que precariamente chamamos de ", Sonhar Consciente".

Sonhando consciente as (os) xamãs estão desenvolvendo o corpo de energia, o "sósia", a contraparte de energia do corpo físico.

Por necessidades da Eternidade o "mundo" gera e cria o corpo físico.

O corpo físico em seu processo de gestação e desenvolvimento passa por fases que podem ser repetidas na criação de um outro corpo, agora de energia, agora com habilidade de incidir em muitos outros mundos que não apenas esta condição que chamamos de realidade.

Estar aqui e agora implica em estar focado no momento presente.

Isso curva o espaço tempo a nossa volta, pois teremos mais energia presente, mais energia concentrada numa porção da Eternidade causa oscilações significativas.

Assim ao criarmos um corpo de energia, pela atitude de lembrarmos-nos de nós mesmos nos sonhos, causamos perturbações no tecido da Realidade mais ampla que são percebidas por seres mais maduros nesse processo de explorar conscientemente outros mundos.

Entrar pois nestas outras realidades exige preparo de quem o faz, pois ao encontrar com outros entes conscientes da Eternidade poderá estabelecer relações questionáveis onde perderá sua autonomia existencial e sua liberdade.

Para os que trilham caminhos servis creio que isto é sem problema, mas para quem tem a LIBERDADE como meta fica questionável tal proceder.

Houve um tempo que os antigos lidavam com os poderes diretos, com as expressões singulares dos poderes da Natureza e da Eternidade.

Mas então veio outro tempo no qual entes de grande poder se apresentaram para ensinar e auxiliar muitos(as) xamãs e outro estilo de ação começou em alguns lugares.

Servir a entes, tidos por deuses e deusas.

Como se uma vela frente à imensidão de uma estrela escolhesse negar sua condição de vela, para ser uma serva da estrela.

Existe uma infinidade de ritos destinados a evocar e criar "pactos" entre seres humanos e estes entes, que se apresentam das mais diversas formas de acordo com a maturidade psíquica de quem os evoca.

Uma das confusões que alguns estudiosos apontam para o corpo energético está no contato com estes entes.

Alguns iniciados em lugares diferentes do mundo sabiam como "mudar" para o outro, entrar em consciência de corpo energético.

Nesse estado tinham seu poder incrivelmente transformado.

O "outro" trabalhava para os de sua tribo.

Para os que vinham o mistério do "outro" não era compreensível.

Passou a ser algo fora. Algo diferente.

Mais tarde o outro e esses ritos foram repetidos, mas ao invés de ser o "'sósia" do (a) xamã que "trabalhava", já eram (quando eram) entes que haviam estabelecido estranhas relações de energia com alguns seres humanos, grande parte das vezes parasitária.

O conceito de "anjo da guarda" passa por leituras equivocadas do papel do "outro".

Energia é um guardião da totalidade.

Ele "intui".

O corpo de Tudo que chamamos de "poderes” como clarividência, "intuições”, vem da ação do corpo de energia.

Corpo de energia quando está desperto abre os canais da percepção interior.

A meta dos (as) xamãs que conheço e de várias outras linhagens é fundir ambos os corpos, criar uma unidade estrutural composta do corpo de energia e do corpo que chamamos físico.

Mas tal fundir deve acontecer no momento adequado, por isso antes, se trabalha os dois corpos separadamente.

A ARTE do Comportamento (ou a arte da espreita), junto com o preparo do corpo físico através de trabalhos físicos específicos, no Taoísmo e em outras escolas, como os Toltecas (passes mágicos), tem movimentos muito específicos para trabalhar aspectos específicos da energia.

Tai Chi Chuan e Kung Fu são nomes genéricos, com variados estilos de execução de movimentos que visam desobstruir o fluxo de Tsing pelo organismo e também entre o organismo e seu meio circundante.

Esta relação com a energia circundante que temos é deixada de lado por muitos e isto é bem equivocado.

A energia precisa fluir não só em nós, como de nós para o meio, do meio para nós, entre nós e as pessoas que convivemos.

Isso ocorre, sempre, o que os(as) xamãs buscam é tomar consciência disso e estar de tal forma no mundo que nunca deixem sua energia nos lugares e pessoas nem levem as das pessoas e lugares consigo.

Há exercícios específicos no Taoísmo, no Budhismo e no Xamanismo que visam declaradamente trazer de volta as energias nossas deixadas nos lugares e pessoas e desgrudar de nós as energias deixadas pelos lugares e pessoas.
Tais práticas permitem uma maior força no estar aqui e agora, primeiro porque estaremos com nossa "integralidade" assegurada, segundo porque não teremos energias não nossas nos pretendo a situações e pessoas.
Este aspecto tem que ser muito bem trabalhado para evitar leituras tendenciosas, separatistas e egóticas do tema.

Quando entramos em outros mundos alinhamos condições de energia das mais diversas.

Cada mundo tem sua própria característica e estaremos recebendo estas energias com sua própria frequência e decodificando de acordo com nosso sistema base de interpretação.

Assim os mundos vistos, quando avaliados com os referenciais deste contexto de realidade parecerão incrivelmente parecidos com estes, mas bastará despertar a percepção do corpo de energia, que percebe as coisas como energia, que tal "moldura" se desfará e a percepção enquanto energia se sobreporá a visão anterior.

É óbvio que é mais seguro ver os outros mundos em forma de energia que decodificá-los com nossos limitados referenciais.

Assim sonhar é todo um campo complexo dentro dessa trilha de despertar no sonho, lembrar de si mesmo no sonho, perceber que está no sonho, isto é num nível diferente não só de realidade mas de poder de realização.

Tão importante quanto perceber a condição diferente de "mundo" onde se está é perceber sua habilidade de realização nestes mundos.

Estaremos nos expondo como um habitante de uma toca que se aventurasse a explorar a floresta a sua volta.

A realidade predadora da Eternidade é um fato para o Xamanismo, ao menos para alguns de seus ramos.

Portanto, antes de se aventurar em outros mundos os (as) xamãs aprenderam a usar esse como seu campo de aprendizado.

Partindo da premissa que aqui a Eternidade já nos deu um corpo, uma condição de existir singular, a primeira coisa que nos ocupamos é em "sentir" esse corpo e aprender a "agir". Elaborar o sentir, perceber, elaborar o resultado dos atos é o pensar, que é bem mais que o mero raciocinar, que lida com combinar informações prontas e preconcebidas.

Realmente pensando, sentindo e agindo os (as) xamãs se consideram então prontos para se aventurar em outras realidades, desafiantes como essa.

Assim como o corpo físico pode ficar aqui nesta realidade, iludido com tolices e se crer em estados que não está, como livre por exemplo, o corpo de energia pode igualmente se prender.

Frente a tacanha vida desta realidade, para alguns é demais quando descobrem as possibilidades do corpo de energia.

Se para alguns os outros mundos acessíveis pelo corpo de energia, se tornam um campo de trabalho e testes, um campo de treinamento onde aprendemos a usar, onde maturamos nosso corpo energético, tanto quando maturamos nosso corpo físico neste mundo, para outros os mundos viram uma nova fonte de entrega, de inconsciência, de diluição e identificação.

A leitura das outras realidades como planos "espirituais" mais "evoluídos" e menos "evoluídos" e todo o neodarwinismo social que vem por aí é apenas uma pálida amostra de como este conhecimento foi deturpado.

Pior ainda quando colocam este mundo no qual vivemos como o "fundo do poço" , o "vale de lágrimas" de onde devemos "sair" para a "pureza" dos planos "superiores".

Reconhecendo este mundo como apenas mais um entre tantos e os tantos como apenas outros distintos desse, os (as) xamãs usam ambos, cada qual de forma específica e pragmática, no trabalho de expandir ao máximo sua consciência perceptiva.

E a realidade e amplitude de seu trabalho no aqui e agora é o mesmo que a realidade e amplitude de seu trabalho no corpo de energia.

Nuvem que passa
Data: Sex Set 15, 2000 12:01 am

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Conexão com o Centro da Galáxia - Hunab Ku



Existem alguns temas que são temas muito importantes num certo momento.
Os temas que tu levantaste são muito importantes neste momento da história planetária, podemos afirmar que toda essa campanha de brutalização e mediocrização que os grupos no poder encenam para condicionar a humanidade a funcionar abaixo de seus patamares mínimos é um trabalho destinado a impedir a tomada de consciência do momento incrível que estamos vivendo.

O condicionamento humano que assistimos ser imposto tem como um de seus propósitos chaves impedir a reconexão de parte significativa da humanidade com Hunab Ku¹.

Os Maias, entre outros povos que perdemos o contato até mesmo com a mais leve ideia de sua existência, ou outros ainda que só sabemos que existiram, mas nada compreendemos de seus modos de ser, como os Mazatecas, os Olmecas e outros contemporâneos dos Toltecas, que desenvolveram sofisticadas culturas e complexas abordagens da realidade a sua volta, todos esses povos tinham culturas sofisticadas e estavam envolvidos em pesquisas similares às que hoje são consideradas como sinal de "avanço" na nossa cultura.

O detalhe que tinham conhecimento do corpo de energia e de canais sutis de energia no corpo humano, reconhecendo a matéria em níveis mais sutis e assim traçando modelos de organismos que respeitavam outra disposição que a mera distribuição de funções primárias, como digestão, circulação, etc.
Também investigavam outros mundos e como não eram mineradores nem mercantilistas não pretendiam ir a outros mundos em busca de "matéria-prima"², podendo assim realizar tais viagens exploratórias em seu corpo de energia, que era desenvolvido em complexos métodos de treinamento, onde clãs diferentes tinham métodos diferentes de treinamento, como universidades diferentes hoje tem suas peculiaridades no preparar de quem vai lidar com o conhecimento oficial.

Em escolas estes(as) antigos xamãs também se organizavam e sistematicamente também exploravam a realidade, indo com outros poderes, indo com instrumentos diferentes, ao mesmo cerne da realidade que hoje nossos biólogos, químicos e físicos procuram encontrar.

Como os físicos contemporâneos em certo momento os(as) antigos(as) xamãs também se defrontaram com enigmas que os(as) forçaram a mudar completamente os paradigmas fundamentais sobre os quais assentavam suas descobertas. Mas toda essa sofisticada cultura ancestral foi até mesmo apagada da história, o mito deu lugar ao estereótipo e os povos supersticiosos, sem sofisticação nenhuma, os brutais que matavam por prazer, que queriam fazer da vida uma "coisa", os tristes e sujos, esses estão descritos como civilizados e heróis, os povos nativos, que viviam em harmonia profunda com a Natureza, entre si e principalmente consigo mesmos, os povos que tinham a sofisticada cultura como a dos Maias e outros tantos que a falsa história apagou, esses povos tiveram que desaparecer, ou migraram para outras condições da realidade, ou foram destruídos completamente, mortos de forma cruel e traiçoeira, muitas vezes dilacerados por cães que ainda assim pareciam ter mais humanidade que seus donos, que sob força da destruição pelas armas e com as doenças que trouxeram, conseguiram dizimar quase completamente o povo nativo. A arrogante cultura dominante quer vender o mito que é a mais sofisticada forma de organização social que já se apresentou neste planeta
³.
Num neodarwinismo social se fez ápice da evolução e os povos nativos são tidos, até por "esotéricos", como povos mais "atrasados". Uma sociedade que vive no meio do caos urbano, na violência, guerra, pestes, fome, miséria, competição desumana na qual seres humanos são transformados em objetos para servir a interesses de outros, onde se ganha com guerras, onde saúde é um artigo de comércio, nessa sociedade que vive mal e porcamente escondendo suas próprias incapacidades e irresoluções. Tem que se estar bem equivocado e condicionado para acreditar que a conquista de uma tecnologia, ainda em grande parte poluente e degradante ao meio ambiente, à saúde de quem a produz e acessível apenas a uma parcela mínima da população é o maior expoente do avanço tecnológico de todos os tempos. Nos refastelamos em brinquedos tecnológicos, em confortos gerados a custa da miséria e da degradação do meio, da extinção de ecossistemas, da agressão a vida e julgamos, como os crentes, que Deus fez o mundo para nos servir, que podemos esgotar esse mundo, que coisificamos, pois depois ganharemos outro. O Paganismo, o Xamanismo está a eons luz de distância de tais ideias. A Terra é um ser vivo e não podemos coisificá-la, explorá-la. Essa mentalidade oriunda dos povos que desenvolveram uma relação com uma divindade extracósmica, antropomorfizada, que está fora da vida, fora da existência, que se preocupa com o comportamento moral de suas "ovelhas", que "testa", "premia" e "castiga" suas "criaturas", leva a uma alienação tão grande das delicadas teias de equilíbrio que toda a vida mantém entre suas formas de manifestação que não é de se estranhar que foi este tipo de ideologia que gerou o modo de produção de riquezas que é totalmente degradante à Natureza e ao ser humano: a Era Industrial. E os países mais destruidores da Natureza e com tecnologia de armamentos mais mortíferas são os países que adotaram filosofias dos grupos que consideram a Terra e a Vida como "coisas", que podem usar para manter seu status. Não são os EUA, exemplo do branco, anglo saxão, protestante, também um exemplo de um povo completamente à parte das necessidades sistêmicas do planeta, gerando o caos no mundo apenas para manter seu status quo? Vejam o que fizeram aos povos nativos. Existe um livro chamado "Enterrem meu coração na curva do Rio" que vale a pena ler para aprender sobre a verdadeira história do invasor, cruel e saqueador, que invadiu e destruiu quase completamente a sofisticada cultura dos povos nativos da América do Norte. Que rezava nos cultos para que o senhor dos exércitos os abençoasse para dizimar os "infiéis" da Terra, infiéis seriam os povos solidários e pacíficos que aqui estavam em suas terras, nas quais as cinzas de seus avós repousava, invadida e saqueada. Os povos nativos de todo o continente continuam hoje sofrendo o mesmo tipo de opressão, e com a desculpa de combate ao narcotráfico os grupos que mandam nos EUA agora vão criar bases na Amazônia colombiana, para melhor administrar a exploração das riquezas que já realizam ali, em toda a Amazônia, degradando nichos ambientais complexíssimos, que levaram milhares de anos para se formar e que podem ser destruídos em dias de queimada, motosserra ou pelas infinitas formas que o ser humano é capaz de desenvolver para destruir a vida em nome do progresso. Este mundo alucinado e desequilibrado que estamos vivendo não surgiu à toa. Ele vem de um contexto histórico, ele é resultante de um conjunto de fatores que se desenvolveram para dar nisso que deu. Nestes últimos séculos grupos diversos trabalharam para "moldar" esse mundo, o que chamamos de realidade hoje, que acreditamos ser a "forma" natural do mundo, o "jeito de ser" resultante de um "processo evolutivo" é, para nós xamãs, o resultado de um desenvolvimento artificial arquitetado por grupos diversos que tinham em mente o "poder" sobre outros. Existem bons estudos que mostram como até os gostos e as artes atuais foram habilmente impostas a humanidade contemporânea, sugiro a leitura do livro: "The Cultural Cold War", de Frances Stonor Saunders, que conta a ação de organismos como a CIA agindo para determinar o que o mundo devia gostar, o que deveria ser "moda", quais os tipos de "Arte" deviam fazer sucesso, quais não, enfim, além de dominar o mundo econômica e militarmente os organismos que realmente têm o poder nos EUA sabiam que o poder só se mantém quando se controla também o mundo simbólico, os sonhos e perspectivas das pessoas.
Descobriram que não deveriam agir como seus antecessores, que reprimiam modos de pensar diferente, criar mártires é perigoso para quem quer dominar. Descobriram como dominar melhor se ao invés de reprimir moldassem o modo de pensar das pessoas. É isto que vem ocorrendo a muito tempo, várias "visões de mundo" estiveram em luta e a "realidade" que hoje vivemos só existe porque a visão de mundo que a determina como fato venceu até agora.
Verdadeira Matrix, o sistema dominante tem uma de suas bases de poder na total ignorância dos escravizados quanto a sua real condição, no fato que as pessoas levam vidas completamente medíocres mas não percebem isso, que o dom da vida é gasto em produzir futilidades e consumir também e isto é tido como “vida”.
Somos seres mágicos, capazes de coisas incríveis, mas nos isolaram dessa consciência. Os(as) xamãs toltecas dizem que estamos rodando feito peão, dentro de um rodamoinho e julgamos que estamos indo a algum lugar. Giramos num rodamoinho que nos traga para o fundo do vasto mar escuro da consciência e nos iludimos acreditando que estamos navegando para novos lugares, novos momentos existenciais. Esta é a armadilha na qual nossa espécie está presa desde o início desta era. Esta é a primeira e mais sutil diferença entre as diversas tradições de xamãs que hoje atuam no mundo. Existem homens e mulheres xamãs que têm o "Poder", tem a "Força" em si, agem e conseguem resultados, mas seu modo de lidar com a realidade ainda é dentro dos contratos dos que vieram após a dominação. Xamãs que agem dentro dos paradigmas do mundo dominado, que "rezam" a "deuses e deusas", que servem a seres outros, que tem uma postura de dominados perante o dominador, eles e elas tem em si o poder, curam, afastam pragas, auxiliam, mas o fazem a partir de um ponto de agir que está preso aos paradigmas do mundo dominado. Existem outros clãs que não concordam, não aceitam a dominação e agem a partir de outros referenciais, não se curvaram aos deuses e deusas impostos, quer pelos conquistadores íberos-crististas, quer pelos conquistadores anteriores que já vinham também com a mesma semente da escravidão e da deturpação do ser humano, reduzindo uma criatura mágica, que é nossa realidade profunda, a um mendicante. Existe tanta fantasia no caminho do Xamanismo como vamos encontrar nos esoterismos de outros povos. O Taoismo tem interpretações fantasiosas e supersticiosas, o Budhismo tem seitas que chegam a "adorar o dente de Budha", o Cristianismo, o Islamismo, o Judaísmo, em todos os caminhos vamos encontrar segmentos que buscam manter um contato com a essência profunda e transcendente dos ensinamentos e segmentos e que repetem a forma sem entender o conteúdo, que imitam fórmulas sem operar com a verdadeira essência do que é acessível. O Xamanismo passa pelo mesmo problema e quando vamos falar de Hunab Ku, do centro galáctico, da sincronização com as energias que vem deste centro, da data mágica de 2012, que é aproximada, pois essa medida que usamos foi propositadamente deturpada, justamente para evitar qualquer possibilidade das pessoas se ressincronizarem a esta "fonte" perdida. O mundo em que vivemos é uma completa ilusão, um mitote, um jeito de viver que foi desenvolvido e imposto para que pudéssemos ser escravos eficientes. A medicina, por exemplo. A medicina é um grande comércio e nos vendem a ideia que a medicina é muito mais eficiente que os velhos pajés e suas ervas. Mas vivemos numa civilização saudável? Os hospitais estão vazios? Farmácias quase não se encontram? Os planos de saúde , as políticas de saúde dos governos, tudo é um grande comércio. E a saúde psíquica da população? E a saúde psíquica das cidades? Sabemos curar resfriados? Temos mitos, temos crendices e uma das crendices modernas é o poder da ciência, e não somos diferentes de nossos antepassados, pois levamos as teorias da ciência tão a sério como levavam os antigos as "leis da igreja" ou coisas similares. O mais interessante é ver gente tentando pegar o saber das idades e querendo limitar esse saber para "provar" que ele é científico. Existem muitos mundos coexistindo. Por exemplo, esses dias estava andando no centro da cidade onde fico aqui em Minas com uma amiga ligada à prática do Xamanismo também. Ela tinha voltado de umas práticas que a Melina fez com as mulheres e estava cheia de energia. Nosso passeio pela cidade era pra ver os campos de energia das pessoas e estudar sobre uma coisa que a Melina começou a ensinar pra gente, sobre as "trilhas de energia" que se formam nas cidades, trilhas que entramos sem perceber e muitas vezes nos impregnamos da energia delas sem nem notar. Depois volto no tema em si, mas o que quero mostrar é, naquele instante, a quase totalidade das pessoas à nossa volta estava indo ou voltando de algum lugar, estava tendo relação com um tipo de mundo, agindo de um certo modo padrão no mundo e no entanto, sem que ninguém percebesse, vestidos não de plumas nem dançando ao redor de um fogo, estávamos lá, presentes, olhando o mundo usando um "jeito" ancestral, oriundo de civilizações que a maior parte das pessoas à nossa volta com certeza sequer ouviram falar. Para nós dois a realidade era completamente diferente da realidade que as pessoas à nossa volta percebiam. Aqui voltamos no caso dos portais. Existem pontos na Terra que facilitam a passagem de um plano para o outro, mas quem determina isso é a posição do nosso ponto de aglutinação, aí vale aquela frase que D. Juan Matus diz ao jovem nagual quando Genaro vai sumir desse mundo, alinhando outro: "Esta rua como qualquer outra conduz à Eternidade". Vivemos numa cultura padronizada e queremos estender esse modo limitado de ser a outros tempos e culturas. Fico pasmo quando leio certos relatos que pretendem dizer como eram as coisas entre os maias ou entre outros povos querendo fazer crer que o "tempo" e a "forma de existir" eram iguais a deste tempo. Temos uma visão cinematográfica do passado, ficamos presos a ver o passado como se fosse só um presente com outras roupas, mas isso é falso. A realidade, a "textura" da realidade era outra em outros tempos. E aí chegamos (finalmente) em Hunab Ku. Os antigos tinham vários calendários, tinham calendários para agricultura, calendários para estar em sintonia com as forças cósmicas e telúricas. Os antigos, entre eles os Maias, tinham uma sintonia natural com o centro galáctico, de onde chega um tipo de energia especial. O que os modernos meios de dominação não vão te deixar facilmente aceitar é que o tempo dos Maias e sua civilização não acabaram. Eles continuam existindo, em outras dimensões da realidade. Nada de "dimensões espirituais", nada de "planos mais elevados", apenas outra camada da cebola, os Maias e muitos outros povos continuaram a aventura da vida, aventura que muitos de nós fomos apartados, presos nesta estreita “realidade” que temos por única. Nos trancaram em celas perceptivas e nos contam que as matas e a vida está extinta, mas nós é que estamos apartados delas. Nos limitaram a um mundo dessincronizado, no qual se comemora a "passagem de ano" num dia qualquer, onde se coloca toda a energia das pessoas numa busca ansiosa por "dinheiro", algo que em si não tem valor nenhum. Hunab Ku faz parte das coisas que tentam nos fazer esquecer. Quando nos sintonizamos com o poder dos(as) xamãs da ancestralidade eles(as) também focam seu poder em nós. O tempo é uma ilusão e estamos presos a esta ilusão de várias formas. A noção que temos de "história" é uma das formas dessa prisão, pois só consideramos o tempo enquanto ele se afasta de nós, não consideramos o tempo "chegando". Para dar uma leve ideia disso, vamos usar a analogia do tempo com uma árvore, onde o presente é o tronco, o passado as raízes e o futuro a copa. O futuro, a copa, é tão responsável pelo presente (tronco) existir como o passado(raízes). Percebam que é outra abordagem, falamos do tempo passando e cada um de nós interagindo com o tempo. E o quanto sabemos de "nós", este "nós" que só existe no Aqui e Agora, local e tempo do qual estamos quase sempre ausentes? Em outros tempos a sintonia dos seres humanos com as forças telúricas e cósmicas era outra, de outra intensidade, resultando assim num tempo que só conseguimos aludir como "mítico" e povoado por seres que eram semideuses e deuses, por entes fantásticos e maravilhas mil, mundo que foi perseguido parte por parte e, aqui, fora dos livros, Mordor parece vencer sobre os reinos élficos. Mas ainda temos esperança e trabalhamos ativamente neste caminho, ainda existem xamãs , ainda se cantam as antigas canções, as velhas histórias ainda são mantidas e se os lugares naturais ainda existem imperturbáveis em alguns pontos do planeta, destes nichos podemos recomeçar, destes centros de vida podemos voltar a espalhar a vida. Vivemos essa batalha, pois existem os que desejam que não ocorra a conexão com o centro galáctico no momento certo. Lembrem-se que muitos povos nativos do continente previram com exatidão a chegada dos conquistadores e sua consequente destruição enquanto cultura. Hoje estamos do outro lado do árduo túnel, hoje estamos próximos ao momento no qual os mesmos calendários, que eram mais mapas de navegação do que meros marcadores de tempo. Assim, como marcamos num mapa nossa posição num espaço, os Maias e outros povos da ancestralidade também sabiam marcar no Tempo onde estavam, eles usavam o Tempo, que é bem mais que o contar de horas ou o mero acumular de memórias que nossa interação com a Eternidade à nossa volta produz. São outros paradigmas, por isso ir ao calendário Maia não é “rezar” pra Pacal Votan voltar ou ficar preso a isto, é entender essa Arte-Ciência de lidar com o Tempo como ele realmente é. E a energia necessária para isso pode ser absorvida do centro galáctico, chamado entre alguns de Hunab Ku. Hunab Ku tem suas emanações fluindo por "canais", por feixes de ondas, por "camadas" de realidade, por "frequências" diferentes. Alguns chamam essas ondas de Zuvuya. Os Zuvuyas correspondem aos Zinor da Árvore da Vida dos ancestrais povos do deserto, cuja leitura seccionada está entre os cabalistas. Entender a forma de sentir o mundo dos povos nativos exige energia e flexibilidade perceptual. Não há nenhum meio de usar o intelecto com sucesso aqui. O intelecto é resultante da atual posição do ponto de aglutinação, assim quando o ponto de aglutinação se desloca, em direção a outras condições de alinhamento, temos ao mesmo tempo uma invalidação da efetividade do intelecto. Por isso treinar o SENTIR é tão importante. Porque o SENTIR é uma condição diferente de sensibilidade e interpretação das emanações da ETERNIDADE que nos toca. Pensar é mais que o intelecto, o intelecto serve para treinar o pensar, mas só a vivência torna o Pensar intelectual o real PENSAR que é criativo e sem limites, PENSAR é uma forma muito sofisticada de usar o Tonal, dizem os(as) xamãs toltecas que PENSAR é nosso único escudo efetivo contra os ataques da ETERNIDADE. SENTIR é outra forma de se relacionar com a realidade à nossa volta. Há algo que nos toca, nos sensibiliza, mas o que interpretamos como esse algo é fruto de nossa socialização. Nossa socialização foi desenvolvida num mundo de escravos, portanto, quando estamos em nossa condição "natural", não "cultivada" estamos na condição de escravos(as) inconscientes do sistema dominante, quer por atos, quer por omissão operamos para perpetuar o estado de coisas que muitas vezes criticamos verbalmente. Por isso Morpheus conta a Neo que todo aquele que não é livre é um agente em potencial da Matrix. É fato. Estar coligado a Hunab Ku é voltar a sentir o Zuvuya, o campo sem fim das emanações da Eternidade, suas correntezas, seus ventos, velejar pelo Mar Escuro da Consciência novamente livre, não rodopiar indo ao fundo num rodamoinho crendo ir a algum lugar. Questões levantadas na lista: 1 -O que ou quem é ao certo Hunab Ku? Hunab Ku é o nome dado a concentração de energia do centro da galáxia, somos uma galáxia espiralada, girando para dentro, indo em direção ao centro, onde existem dois gigantescos buracos negros além de vários outros tipos de astros que nossa astronomia nem imagina, pois só pode ver imagens que saíram das fontes num passado distante, pois observa a realidade nos limites da velocidade da luz. O fato é que a distância em milhares de anos luz que estamos do centro galáctico não permite à astronomia oficial saber o que está acontecendo agora no centro galáctico. Mas existem outras formas de medição, os Maias deixaram calendários precisos para lidar com mensurações de energia realmente relacionadas com as emanações desse centro galáctico, pois embora a luz tenha seu limite de deslocamento existem outros tipos de radiações (podemos chamar de taquiônicas) que são transluminares, ao contrário das que captamos, seu limite mínimo é a velocidade da luz, assim, nunca vem abaixo desse limite e nos escapam cognitivamente. Sintonizar-se com Hunab Ku é recuperar a habilidade de estar sintonizado com emanações muito mais amplas da realidade. 2 - Quando e como ocorre esta reconexão? Há Há Há Há (risos) 3 - O que deve ser feito até lá? Tu quer receita de bolo guri? Não existe isso de fazer algo até lá e tal, isso tudo é velho paradigma, a questão fundamental está em outro ponto neste momento, a questão fundamental está em existir um alguém que faça ou não, que esteja ou não presente no momento da reconexão planetária. O primeiro segredo é que nós enquanto entidades singulares podemos nos ligar individualmente a Hunab Ku, cada um de nós, por sua própria força e intento. Este é o primeiro ponto que deve ficar claro, só precisamos da chance mínima que é saber possível essa reconexão, depois é só termos o firme intento de nos reconectarmos à FONTE. A FONTE sentirá nosso intento e virá em nossa direção com o mesmo ímpeto que a Ela dedicarmos. 4 - E depois dessa reconexão... Como fica?????? Essa é a pergunta mais comum quando se quer usar o intelecto para entrar num campo que não é dele. Tu queres ir a FONTE atemporal e me pergunta do depois :-)? Não tem depois, só o aqui e agora, quem sabe depois da reconexão alguns, a massa crítica, os mil gatos, conseguem sonhar um mundo menos desequilibrado, do contrário seremos apenas um mundo desequilibrado e ainda ligado a uma fonte de energia tremenda que irá potencializar nossas próprias mediocridades. Como fica? O que ganho com isso? O que serei? Tudo isso implica na prisão a um modelo conceitual da realidade que difere completamente da abordagem xamânica. O Xamanismo leva ao agir sem se preocupar com os "depois", é outro conceito estratégico. Isso não quer dizer que xamãs sejam irresponsáveis, claro que não, a essência mesmo do Xamanismo é a responsabilidade, pois um(a) xamã guerreiro(a) começa seu caminho assumindo total responsabilidade por sua vida e pelos seus atos no mundo onde estiver, sabendo que é ele (a) pelas suas atitudes que revela a si mesmo uma vida de Poder ou de entrega e indulgência. Data: Dom Jan 7, 2001 10:27 pm Assunto: Re: [ventania] Hunab Ku - mais perguntas Olá Ventanias. Olá Maria; Vamos às tuas questões. Primeiro sobre as "trilhas energéticas na cidade". Uma cidade também é um organismo coletivo. Hoje nossas cidades são amontoados de casas, feitas de acordo com o "gosto" pessoal de cada um, de acordo com as "posses" e tal. Mas nem sempre foi assim, entre os antigos caldeus e babilônios, por exemplo, uma cidade era uma "flor" que era construída para que os deuses e deusas, como "beija-flores" se sentissem por ela atraídos e viessem de seu voo nos céus até a mesma. Uma cidade é composta pela somatória da energia de todos que nela vivem e têm uma frequência energética. Nós deixamos rastros na energia da cidade quando nos locomovemos por ela.
Os caminhos que usamos, os lugares que vamos, todos ficam impregnados de nossa energia e, é claro, dos outros que usam o lugar também. Assim temos "trilhas" de energia numa cidade, lugares que tem a ver conosco e lugares que tem energia danosa à nossa realidade, não são "lugares ruins", apenas lugares não harmônicos à nossa realidade, como uma pessoa com rinite alérgica vai achar ruim uma estante de livros toda empoeirada na biblioteca, enquanto que outra sem problemas vai ficar ali e até achar o lugar “aconchegante”. Um dos treinamentos do Xamanismo urbano é reconhecer essas trilhas e aprender a quebrar as trilhas que fazemos mecanicamente, que nos prendem e nos ligarmos a outras trilhas que podem nos energizar. (Pergunta)Vivemos essa batalha, pois existem os que desejam que não ocorra a conexão com o centro galáctico no momento certo. Por quê? O que é que eles ganham ? Eu me sinto extremamente ingênua perguntando isso, mas tenho que perguntar... por quê? Eu trabalho com cursos em empresas e uma das frases que é quase um bordão é: não existe pergunta boba, existe a bobeira de não fazer perguntas. Esse assunto é muito sério e poucos sentem a real seriedade e complexidade desse tema. Existem interesses de diversos grupos em impedir que a espécie humana restabeleça o contato com Hunab Ku. Por quê? Creio que os porquês dessa resposta vão muito além da nossa compreensão, estamos falando entre outras coisas da ação direta de entes alienígenas nesse conluio entre forças humanas e não humanas para manter o mundo no estado desequilibrado que está.
O que sei é que reestabelecendo o contato com Hunab Ku teríamos mais energia harmônica no organismo Terra, que seria como um corpo tomado por parasitas, por vermes, por exemplo, que, de repente, se reestabelecesse, e por seus próprios meios poderia então se libertar dos vermes. O corpo da Terra está doente, se nós humanos recuperarmos a sintonia com Hunab Ku trazemos de volta um tipo de energia que ajuda a Terra se curar, curada a Terra por si mesma Ela expurga certos entes parasitas, que só estão aqui porque conseguiram desestabilizar a força da Vida, não é a toa que a presente civilização, totalmente escrava desses grupos, tenha em todas suas atividades chaves ações de destruição completa da Natureza. Data: Seg Jan 8, 2001 11:53 pm Assunto: Re: [ventania] Hunab Ku, Sexto Sol, "144" mil gatos O tema Hunab Ku é interessante porque é um mito das origens. Aqui começa o primeiro ponto a ser bem trabalhado na nossa abordagem do tema, para que tal abordagem não seja limitada, obliterada e até falseada pelos paradigmas ainda dominantes de nossa cultura. Os mitos de origem que temos falam de um deus criador, que não tem começo e que cria tudo e todos e ao criar o ser humano o faz senhor de toda criação, depois começa a escolher um tipo de humano contra outro (povo eleito), depois favorece o povo eleito no deserto e a religião dominante foi difundida em um clima de total intolerância com morte e destruição para todos que dela discordavam. Temos uma religião dominante que vem de um deus do deserto, interessante este dado pois como deus do deserto ele está dissociado da Vida e da Natureza e onde quer que a religião do deus do deserto exista há sempre uma degradação absurda da vida. Hunab Ku não é um Deus criador nos mitos originais, ele é a Fonte. A Fonte de onde tudo emana, mas a fonte em si não cria. Quando Hunab Ku toma a lama (terra e água) e cria os seres originais estamos lendo de novo um mito recorrente em vários povos, um momento em que as forças criadoras emanadas de Hunab Ku, seu sonhar podemos dizer, unem elementos criando vida, que além de ser a expressão da Fonte, pode se tornar auto consciente. Ir além dos conceitos limitados de deus é fundamental na compreensão do Xamanismo Guerreiro que aqui estudamos e na compreensão da forma de sentir e pensar o mundo desses povos ancestrais. Estamos presos ao arquétipo do deus judaico-cristão que é "pai", "pastor", que é antropomorfizado, pois tem "vontade", "ouve os fiéis", "castiga os infiéis" e por aí vaí. A busca desse tipo de Deus é bem estudada pela psicanálise quando se refere ao "pai psicológico". Toda criança tem sempre um adulto por perto, isso cria a ilusão que sempre haverá alguém para "salvar do perigo", "eliminar o desconforto". A vida revela que na realidade não temos isso, estamos expostos a uma realidade predadora que não tem porque nos proteger. Assim a tremenda carência que surge é superada por poucos, a grande maioria recorre ao sucedâneo de um "pai psicológico" e/ou uma mãe psicológica, um Deus ou Deusa, um partido político, um messias, enfim, alguém a quem o crente, o(a) seguidor atribui este papel de "cuidar" dele, esta carência não superada. Esse verdadeiro deus tribal elevado a categoria do abstrato conceito de Divindade cria problemas demais e faz com que as pessoas passem a vida dedicando sua energia a algo que é no fundo um conceito, pois o fato transcendente, a real divindade que este conceito quer aludir está bem longe do que hoje este conceito representa. No Xamanismo a divindade não é feita a imagem e semelhança do homem que assim o elege para rei da criação, no Xamanismo somos panteístas, vemos a Eternidade manifestar-se em cada face sua, em cada sinal de vida, na Natureza, no sorriso da outra pessoa que conosco interage, no pôr do sol, na chuva e no vento forte. Mas sabemos que há algo além, um algo que é tão tremendo e transcendente que mal aludimos ao mesmo, para não falsear com palavras. Mas existe, está lá, pronto para ser contactado, é uma consciência da Eternidade, sempre ali, sempre mudando, à qual podemos acenar através de atos impecáveis e restabelecer nosso elo de conexão com a Totalidade. Até hoje só conheci duas palavras que não falseiam essa realidade além das realidades, essa fonte das fontes: Tao e Intento . Bem... aí a pergunta 1... falou-se aqui de Hunab-Ku ser a primeira constelação de certo ciclo do universo que duraria 26.000 anos... o texto refere-se ao mesmo como um deus... alguém poderia dar uma ajuda neste ponto? A maior parte dos mitos antropomorfiza o que em leituras mais esotéricas vamos reconhecer como princípios. Um mito do passado hoje descrito por "pesquisadores" está para a realidade do mito vivo e presente na sua cultura de origem como uma foto em PB está para uma pessoa viva e atuante. Alude, diz que existe, mostra até alguns contornos, mas só, nada mais. Quando falamos que Hunab Ku gerou o primeiro homem e a primeira mulher do barro é uma forma de falar que das emanações dessa fonte vieram as forças que levaram a energia e a consciência a se organizarem em sintonia com a força da vida até surgir o que chamamos vida humana. E os mitos Maias são conscientes dos ciclos, pois só esta civilização dominante que nega os ciclos, para tentar criar sua própria continuidade, todos os povos anteriores sabiam que tudo era cíclico, não se refugiavam em teorias que não funcionavam. É interessante e seria cômico se não fossem trágicos os efeitos, ver esta civilização dominante se dizer racional e mais evoluída, mais "instruída" e "prática". Hoje, dentro de uma "universidade", centro pensante do mundo oficial, se investiga a natureza da matéria, os genes, a mente, o espaço distante, mas a verdade é que ainda "é mais difícil quebrar um preconceito que o núcleo do átomo". Os povos ancestrais tinham um conhecimento muito prático da realidade e os calendários Maias e de outros povos devem ser vistos assim. Cada criação de vida, cada reino, cada filo que surge, cada família, cada gênero, cada espécie é um momento de criação, de algo novo que surge entre a interação constante da consciência com a força vital. Os(as) xamãs se interessam em observar atentamente a vida e suas manifestações. A consciência é algo real e sensível , como o Tempo e o Espaço, para os(as) xamãs. Interagindo com a força vital surgem formas de vida que até então não existiam. Em nossa época isso é mais raro, os grupos que destroem formas de vida, que extinguem espécies, esses têm mais poder sobre a consciência coletiva. Minha questão 2 vai sobre o que se disse aqui "Sexto Sol"... isso propõe outros 5... é a determinação de uma "era"? Dura ela 26.000 anos? Eis outra questão... Essa coisa de 26.000 anos é muito, muito relativa e não pode ser pensada em termos de anos lineares, é só um jeito de falar de coisas que são muito complexas. O jeito de medir o tempo dessa era é por voltas da Terra ao redor do Sol. Cada volta completa é um ano, o detalhe é que cada Kin é um período que vai do nascer ao pôr do Sol, assim sendo cada Kin é único em si e também tem um padrão que se repete. Quando lidamos com calendários como o dos maias, vamos ter em cada dia um tom dominante, uma força regente e por aí vai, tudo vai estar ligado a uma busca de saber quais são os tipos de energia que nos chegam e como melhor aproveitá-los. A organização de um povo assim é completamente diferente dessa organização ainda resultante da era industrial que temos em nossas cidades. Levantamos mais ou menos na mesma hora, comemos na mesma hora, dormimos na mesma hora, tudo para fazer valer os princípios organizacionais que pretendiam servir a Era Industrial. Fomos padronizados. Para uma abordagem dos calendários mágicos dos antigos nossa relação com o tempo teria que ser outra. Mas o fato é que estamos aqui, nesta Era pós industrial, ainda sob paradigmas que sabemos ineficientes, que sabemos conduzir a degradação da vida em todas suas formas, mas que ainda servimos. Os maias marcaram 20 signos e 13 vibrações. Por que 20? Será porque contavam os dedos dos pés e das mãos? Nós só contamos das mãos e temos 10 como base. Já o 13 é um número mais complexo, primo, não se apresenta facilmente , mas o calendário lunar tem no 13 sua marca, são 13 luas, um "ciclo lunar completo". As pessoas ficam criando "cabalas" com esses números, mas eles são o que são, marcos, medidores, revelam ciclos objetivos de energia. Como estariam nossas Artes e Ciências se fosse a compreensão matemática dos Maias e não a dos helenos que tivesse sido usada como base? Os maias sabiam marcar o tempo como sabemos marcar num mapa um caminho a percorrer. Eles deixaram um rota, uma rota de tempo para nos conectarmos a fim de escaparmos da escravidão. Tempo é uma coisa que foi muito deturpada em nossas habilidades perceptivas. O tempo linear no qual somos forçados a acreditar é totalmente ilusório, embora dentro dele a mandíbula das horas nos cerceie como uma armadilha para ursos. Mas a mudança de sincronização com o Tempo, que tem relação com conectar-se a Hunab Ku, à Fonte, isto pode ser feito como forma de nos libertarmos da condição de escravos na qual fomos colocados, podemos nos libertar percebendo que a percepção é a chave. Assim um kin em 787 a.c; Séc X e 1976 são tempos muito diferentes. Em 1976 o tonal dos tempos, a forma fundamental da realidade era similar a nossa, já no século X estávamos em outro tonal dos tempos, ali, sem muito trabalho, poderia entrar numa névoa e sair num mundo paralelo, já no ano 787 a.c., dependendo da área do mundo que estivesse estaria entre os reis sacerdotes, as rainhas magistas que sabiam ser condors e serpentes, que sabiam ir e vir entre os mundos, poderia estar entre uma das tribos que estava ali começando sua jornada a outros mundos, sabendo que a conexão com Hunab Ku estava frágil demais para lidar com os conquistadores que em alguns katuns chegariam. O desaparecimento "misterioso" dos Maias está muito mais ligado à sua migração consciente para outras realidades, pois estavam cientes dos perigos que se aproximavam. O fato de que suas cidades, seus livros de pedras, deixados para serem lidos por um futuro então distante, hoje presente, o fato de que essas cidades foram depois ocupadas por outros povos faz com que muitos queiram ter "descoberto" nos achados dos restos, desses povos ocupando posteriormente os locais, pistas do "fim dos maias". Aconteceu uma mudança na realidade, como o outono prenuncia a fartura do verão e que tempos de escassez se fazem visíveis no horizonte, e, assim, quem sabia foi, quem entendeu migrou e quando veio a destruição puderam escapar. Foi um ciclo, esse ciclo se encerra em algum momento de 2012, o momento exato é fruto de cálculos muito sutis, ainda sendo determinados, porque o tempo flui “aparentemente” de forma uniforme, mas tem dia que passa mais depressa, tem dia que passa mais devagar, tem dia que tem mais tempo nele, tem dia que tem menos tempo nele. Tudo isso interfere até o momento cósmico no qual o sistema solar vai entrar noutro feixe de vibrações oriundas de Hunab Ku. O que os (as) xamãs perceberam é que tudo está em sintonia com tudo, algo que nossos cientistas mais arrojados têm percebido também, estamos dentro de sistemas que se inserem em sistemas mais amplos e temos uma teia de interconexões inenarrável em sua complexidade. Fazemos parte disso, portanto temos que saber que cada rito que os ancestrais criaram, cada momento do xamanismo é um processo complexo, relacionado com o Todo. Acessar o animal de poder, aprender um caminho de trabalho mágico, tudo isto faz parte de restabelecer conexões muito complexas com a Totalidade. Os Maias sabiam que tem Kin (período do nascer ao pôr do sol) com níveis e tipos de tempo diferentes uns dos outros. Têm kins que são portões, tem kins que são dias em que certos tipos de emanações chegam na Terra e em certas regiões da Terra que mexem com o tempo de forma muito própria. O poder de um kin no qual ocorre um solstício ou um equinócio é diferente de um outro kin, assim cada kin tem sua vibração própria, tem sua "onda" e sua "harmônica" que são palavras que aludem a estados diferentes de diferentes energias em momentos planetários diferentes. Vou parar esse mail por aqui que tá armando a maior tempestade, vem vindo forte, nuvens cinzas e vento de noroeste, ainda tá sol aqui onde estou, mas vejo as nuvens cinzas chegando, fortes. Voltando agora depois da Tempestade. O que seria um erro agora seria virarmos "maistas", isto é, seguidores dos maias. Temos que recuperar o paradigma maia, este é interessante, esse calendário lunar que trabalha sincronicamente com pulsos da vida, da vida telúrica e da vida emanada de Hunab Ku. Mas os Maias vieram e tiveram seu tempo, deixaram seus relatos e sinais como um farol, para que escapemos dos rochedos e voltemos a navegar no vasto mar escuro da consciência e não apenas nos laguinhos perceptivos precários que nos prenderam. Agora vai quanto ao sonho de mil gatos... Teria esta história toda a ver com os 144 mil ditos por Crowley? E com os veneráveis da Blavatsky? A ideia dos 144 mil está em vários tipos diferentes de tradição, 144, 144 mil, tem várias ideias sobre esse número, o número de “eleitos” ou algo assim. Não creio que seja um número exato, creio que é aproximado e é uma noção de algo. Precisamos atingir certa massa crítica, temos que conseguir gerar um padrão de consciência coletiva que vibre em tal frequência que nos coloque em sintonia com Hunab Ku. Tem gente que vale por dois, tem dois que não vale um, em termos de consciência esse número 144 deve ser a somatória de seres com um nível desperto no mínimo, cujo poder de sonho pode ajudar a humanidade a sair desse pesadelo onde está presa e ir para um sonho. Existe um exemplo, podemos dizer que Hunab Ku vai soltar uns tentáculos, uns tubos em direção à Eternidade, estamos no caminho desses tubos, mas temos que criar um lugar para esse tubo se fixar, criar uma “rugosidade”" no tecido da realidade, que está liso e sem um lugar onde o filamento enviado por Hunab Ku possa se enganchar. Temos que mudar nossa compreensão do espaço, existem modelos da astronomia contemporânea que podem nos ser úteis, como aqueles que comparam o universo a um vasto colchão d'água e os planetas e astros, em geral, são bolas que curvam esse espaço da superfície do colchão, criando curvaturas dimensionais. Podemos dizer que os fluxos que queremos conectar em Hunab Ku vão passar a certa distância de nossa posição, mas se "curvarmos" o espaço e o tempo de forma suficiente esses fluxos virão fluindo até onde estamos. (Pergunta)A "AMORC" (prefiro chamar de "R+" dá menos trabalho...) fechará suas portas em 2012 tb... tem algo a ver? Em sumo a pergunta seria: o Xamanismo e outros grupos "detectaram" isto espontaneamente e até onde outros grupos souberam disto por estudos e têm planos para tal? Se tu estudas os movimentos do sol e dos planetas vai perceber as mesmas coisas que outros que fazem o mesmo estudo, independente do nome que dês ao sol e aos planetas. Da mesma forma grupos diversos, herdeiros de tradições ancestrais, sabem quando algo realmente algo importante vai acontecer no planeta e se preparam para isso.
Eu, Nuvem que passa, falei e passo o bastão para que o assunto prossiga, enquanto com meu cocar espero nova mensagem.

Notas

¹ Hunab Ku era o nome dado pelos antigos maias ao centro de nossa galáxia. Interpretações sobre o significado de tal termo como a Divindade dos maias não são coerentes com a sofisticada visão de mundo de tal civilização ancestral. Os antigos maias compreendiam o centro galáctico como uma variável fundamental para a vida em nossa galáxia. Assim como o sol de nosso sistema é fundamental para nós, da mesma forma os maias viam o centro galáctico como o "sol central" de nossa galáxia e tudo o que acontecia nele tinha uma importância fundamental que nos toca de uma forma ou de outra, inclusive através de nosso sol. A ciência atual chama Hunab Ku de Sagitarius A* e sabe-se que lá há um enorme buraco negro com a massa calculada em torno de 4,31 milhões maior que o nosso sol. Agora, enquanto escrevo esta nota, em novembro de 2023, descobriu-se que Hunab Ku está em intensa atividade, aproximando-se do seu máximo em termos de velocidade de rotação, o que é muito significativo para cientistas e xamãs:
https://sputniknewsbr.com.br/20231030/cientistas-afirmam-que-buraco-negro-da-via-lactea-esta-girando-proximo-ao-maximo-31154891.html

² Tal como os Annunakis e outras civilizações alienígenas. Para mais informações sobre os Annunakis sugerimos o livro Um Presente das Estrelas, de Elena Dannan, que tal como o Livro Russo da Raças Alienígenas, faz um inventário bastante rico das diferentes raças alienígenas.

³ O presidente dos EUA declarou que "somos a nação essencial", "a nação mais poderosa da história da humanidade", o que reflete bem a arrogância citada por Nuvem que Passa: https://sputniknewsbr.com.br/20231023/somos-a-nacao-essencial-a-arrogancia-de-joe-biden-e-o-conflito-em-2-frentes-dos-estados-unidos-31004718.html

Outra ação da CIA foi a Operação Monckingbird (passarinho) para conquistar mentes e corações através da mídia, transformando-a numa máquina de propaganda disfarçada para atender as pautas do Império (anticomunismo e sonho americano), atuando na mesma época e em conjunto com a guerra fria cultural denunciada no livro citado. Dezenas de empresas jornalísticas foram cooptadas e centenas de jornalistas faziam para da folha de pagamento da agência de três letras. Segundo a Wiki: de acordo com Alex Constantine (Mockingbird: a subversão da imprensa livre pela CIA , primeiro capítulo do Governo Virtual: CIA Controle de Operações ideológicas na América, p 42), na década de 1950, "cerca de 3000 assalariados e funcionários da CIA foram envolvidos em esforços de propaganda ". Wisner foi capaz de constranger jornais para noticiar certos eventos, incluindo as responsabilidades da CIA para derrubar os governos do Irã (ver: Operação Ajax[12] ) e da Guatemala (ver: Operação PBSUCCESS).[13]

Uma referência cultural interessante sobre isso é o impactante documentário francês “Da Servidão Moderna” que pode ser visto aqui - https://www.youtube.com/watch?v=0PvcdU3L8r0  
Mais uma referência cultural é o livro e a série baseada na obra "O Homem do Castelo Alto", de Philip K. Dick, um escritor norte-americano de ficção científica que alterou profundamente este gênero literário, explorando temas políticos, filosóficos e sociais, autoritarismo, realidades alternativas e estados alterados de consciência. provável referência à obra de J.R. Tolkien: Mordor é a terra onde habitava Sauron, o senhor do escuro. Sauron é uma clara referência aos chamados draco-reptilianos. Mordor significa, na linguagem criada por Tolkien, “terra negra”. Uma outra referência cultural sobre esse assunto é o filme cult “Eles Vivem”, de John Carpenter, disponível AQUI - https://youtu.be/Qq3PxAbzcD0?si=Qeiot3gXx1SPpJD_ - e a entrevista com o xamã sul-africano Credo Mutwa, disponível no seguinte link: https://www.youtube.com/watch?v=HLVQAHu6itQ&t=555s.

domingo, 5 de novembro de 2023

Egrégoras e energia natural - 1ª parte




Essa questão das coisas e seres que "geram" poder e das que são apenas espectros é um assunto muito importante para quem "navega" por mundos outros que não esse. Uma das coisas mais importantes para quem flui pela Eternidade é reconhecer quais os lugares e seres geram energia a partir de si mesmo e quais são apenas formas espectrais, criadas pela intenção de outros seres, formas geradas, que podem ter até seu poder, mas poder dos mais limitados, poder reduzido. Existem mundos criados pelo intento de poderosos (as) xamãs ancestrais, existem cidades, templos, enfim, um infinito número de lugares que foram gerados com os mais diversos propósitos ao longo de todos esses tempos que seres conscientes existiram neste mundo.

Grande parte do treinamento inicial de um(a) xamã guerreiro é aprender a ver a energia diretamente, além das barreiras da socialização. Por isso tais caminhos começam com o ir além da "forma humana", além do conjunto de estilos de raciocinar, de emocionar e reagir que temos em nós, que temos por nós. Somos, a princípio, apenas esse aglomerado, mas parte de nossa magia consiste em podermos mergulhar rumo a essência perceptiva que no cerne somos, e podemos, então, tornar nossa consciência um aspecto singular da vastidão inominável que é o Mar Escuro da Consciência¹.

Quando nos tornamos realmente existentes, quando nos lembramos de nós mesmos e deixamos de nos confundir com a ilusão, com o mitote² que criaram a nossa volta, para nele nos diluirmos e não nos percebermos ente singular, quando este "despertar" ocorre, só aí um(a) xamã é considerado existente, só aí começa a aventura efetiva que por um tempo incontável tem levado aos Xamãs que esse caminho trilham a serem conhecidos como "desafiantes da morte".

Quando vamos falar de Xamanismo do ponto de sentir o mundo desta linhagem é necessário que compreendamos bem que vamos usar palavras para apontar ao que está além das palavras. As palavras quais tais as usamos hoje estão numa sintaxe que representa o resultado da ação desse sistema escravizador que hoje domina o mundo. Portanto, as palavras determinadas pelos escravizadores não podem em si conduzir a liberdade. Mas parte da magia do Xamanismo é transformar correntes em asas, grilhões em chaves que abram as masmorras perceptuais onde trancaram nossa espécie e reduziram nossa realidade mágica a esta tacanha normalidade dos boçais capatazes que administram a senzala, para os senhores e senhoras feudais contemporâneos.

A palavra egrégora é uma palavra complexa. Não conhecemos a etimologia da mesma, não sabemos ainda a partir de que ideias semânticas foi formada, mas o que interessa então é que ela designa algo que existe. Se estamos imersos no vasto Mar da Consciência e Energia uma egrégora é um tanque, um armazém de energia que tem uma "tonalidade", uma "característica" própria, singular, por vezes chega uma egrégora a ter personalidade e em casos mais raros, mas registrados, há egrégoras que adquiriram mesmo singularidade existencial. Um dia lhes conto uma história de uma Divindade que surgiu como egrégora na Mongólia e hoje é um ser singular e consciente de si.

Mas uma egrégora não gera energia por si. Ela é alimentada, é resultante, daqueles que a geram e a mantém. Ordens iniciáticas realizam ritos com certos padrões comuns em todas suas secções entre outras coisas para alimentar a mesma egrégora, fortalecer a "alma grupo" da irmandade. Um exemplo de ação de egrégora é o poder das seitas evangélicas em pegar um cara que é viciado, perdido na vida e por o cara "na linha", entendendo eles que na linha quer dizer, um bom "trabalhador" que "serve" ao sistema eficientemente, sendo assim também um bom consumidor. Embora, se formos além das aparências veremos que é usado para tão escravizante propósito, no qual tais seitas usam um conhecimento sutil, a força da egrégora. Alimentada pelas orações, pelos movimentos pentecostais onde aspectos de energias ancestrais são evocadas, a egrégora do grupo é potencializada. Quando a pessoa, em cerimônia fortemente catártica, se "entrega a Jesus" e o "aceita como salvador pessoal", imediatamente a conexão com a egrégora é realizada e a força do grupo aumenta a força do individuo e ele consegue "se endireitar" (sic!).

Hoje a magia renasce, nós herdeiros espirituais e genéticos dos povos nativos podemos nos revelar mais abertamente, podemos falar de nossos sentimentos, do que as Avós e os Avôs nos contaram, mas isso porque a Igreja perdeu sua força de poder dominante no modo de pensar dos povos.

Onde foi dado um golpe forte nessa queda?

Quando João XXXIII tirou o latim, quebrando a união ritualística que gerava uma poderosa egrégora a essa herdeira direta do Império Romano, com seus Papas-Césares. Assim a egrégora é um reservatório de energia com uma programação, não é energia bruta, virgem, intocada, é energia já polarizada por alguém, ou algum grupo, quer conscientemente, quer inconscientemente.

A egrégora de um time de futebol tem um poder fortíssimo. E há outras egrégoras, como a da Coca Cola, como a de personagens fortes que começam em livros tidos por ficção, mas com o passar do tempo passam a ter tal presença na dimensão mítica da humanidade que eles tem força de existentes. A galera caoticista usa esses tanques de energia que estão por aí e ninguém percebe o poder. O Xamanismo através de sua história já usou tudo isso, já cultuou seres como deuses, já personificou os poderes da natureza, antropomorfizando a tal ponto tais forças que ficou muito da fantasia e quase nada do símbolo puro em muitas representações de deuses e deusas dos nativos, tais quais hoje se nos apresentam.

Muitos homens e mulheres xamãs se tornaram "deuses e deusas" para seus povos, atraíram entes que tinham tal vastidão de poder que foram tidos por "deuses e deusas" pelos que eram levados a adorá-los, muitas vezes com sangue e sacrifícios, que davam a energia que tais entes precisavam para atingir os "pedidos" dos fiéis.

O Xamanismo Guerreiro, frente as árduas condições em que sobreviveu muito aprendeu. Conquista de outros povos nativos, depois invasão dos atrozes e desumanos europeus, que praticavam contra os nativos todo grau de violência, quer física, quer moral, quer cognitiva, quando os afastavam de suas tradições e lhes impunham suas tacanhas crenças, a estes povos nativos, possuidores de cosmogonias, de conhecimentos sobre si e a realidade circundante que eram tão transcendentes que sequer visíveis foram aos bestializados conquistadores, que destruíam joias e monumentos de Saber apenas para derreter o ouro e a prata que ali estavam.

Os homens e mulheres xamãs que sobreviveram aos ataques, cujos "poderes" realmente "funcionaram" frente aos invasores começaram a perceber muitas coisas, quando, já como fugitivos, se reencontraram. As histórias contam desses encontros entre diversas "linhagens" de xamãs que sobreviveram a seus "centros de poder". Os arrogantes e ensimesmados homens e mulheres que criaram tantas cidades-estados pelas Américas, que dominaram tantos povos, as confrarias que formavam e os poderes que partilhavam, o domínio sobre outros que exerciam, criando tipos diversos de imperialismos, onde outros deviam trabalhar para que eles e elas, os iniciados, pudessem desenvolver ainda mais o intricado e complexo, o assombroso e poderoso conhecimento que tinham, mas que na hora do ataque a poucos serviu.

Duas classes de xamãs escaparam destes confrontos. Povos inteiros guiados pelos seus homens e mulheres xamãs deixaram essa realidade e foram viver em outros mundos. Os(as) xamãs do clã guerreiro, do qual algumas linhagens conhecidas hoje, como a do Nagual Charles Spider, descendem. Estes povos que migraram para outros mundos não o fizeram apenas para mundos geradores de energia. Alguns povos, como alguns grupos e mesmo alguns (as) xamãs isoladamente, criaram na amplitude da "Segunda Atenção" ilhas de existência. É um dos poderes do Sonhar, poder criar um mundo réplica de um que exista, ou mesmo algo totalmente novo, só pelo poder do Intento do(a) xamã que assim age³. Mas tais mundos são mundos espectros, mundos que não geram energia e este é o perigo de se desenvolver em corpo sonhador sem amadurecer primeiro, sem sair dos joguinhos e dos pueris paradigmas que as religiões e as pretensas filosofias espiritualistas nos deram sobre o que são "mundos evoluídos", "mundos superiores" e os "seres de luz e pureza" que nos esperam lá. Os que ficaram, os que sobreviveram mas não migraram para outros mundos, quer mundos geradores de energia como este, quer os mundos espectros onde criaram réplicas da civilização que deixavam, todos aprenderam muito. Estes que foram ainda voltam muitas vezes a este mundo, para nós do Xamanismo, muito do que se tem por contato "extraterrestre", quando envolve seres humanóides e mesmo os seres totalmente iguais a nós, está muito mais ligado com estes "humanos" que partiram um dia do que com seres oriundos de outros mundos, que serão inimaginavelmente diferentes, já que gerados em outras realidades, logo em outro conjunto de estímulos.

Mas o que importa agora é que os (as) sobreviventes aprenderam algo muito importante. Primeiro reduziram a extrema dependência que tinham de seus "protetores", de seus "entes amigos" , de seus "aliados". Perceberam que estes seres tinham também seus limites, podiam mesmo ajudar como batedores, muitos dos que estavam vivos ali estavam vivos porque esses entes os avisaram e puderam fugir a tempo, os alertaram de emboscadas. Mas perceberam que tais entes só agiam diretamente sobre os atacantes se tivesse o(a) xamã que a este ente era ligado, "poder pessoal", isto é, "energia acumulada" suficiente. É sempre a energia do xamã que permite a um ente de outra realidade se manifestar nesse mundo. Também notaram que muitas "armas mágicas", muitas das "peças de poder" pela quais tanto lutaram entre si, tantas vidas foram usadas para as conseguir, tinham um valor também relativo, uma arma de poder depende completamente do poder pessoal de quem a utiliza. Então começaram a perceber que muita coisa que praticavam tinha grande apelo, mas não tinha real valor de sobrevivência e estes homens e mulheres, que já foram um dia conhecidos como "desafiadores da morte" continuaram a sua trilha, estudando, praticando e aprendendo enquanto lutavam para sobreviver.

Veio a invasão dos europeus e tudo ficou ainda mais exigente aos que tentavam sobreviver. O poder de cada um destes conquistadores era terrível e o povo nativo estava longe de ter a crueldade e o sadismo desses conquistadores que praticavam atrocidades para "se divertir". Por esporte matavam centenas, trucidaram a mais bela cidade do ocidente que existia na ainda florescente cultura asteca, estes que haviam conquistado um povo mais antigo, que haviam quase destruídos xamãs que guardavam um saber milenar, eram agora destruídos por um povo ainda mais sanguinário, um povo para o qual todo sentido de humanidade e respeito pela vida havia sido perdido. Servindo a seus dois deuses, a Riqueza e o Sofrimento, os invasores cuidaram de roubar toda riqueza que puderam deste povo dominado e destruir a alegria pura e verdadeira destas gentes em um holocausto a seu deus do sofrimento e do sacríficio.

Nestas condições de extrema opressão o Xamanismo Guerreiro se escondeu em várias linhagens, que para se proteger perderam até mesmo contato uma com as outras. Algumas conseguiram ir para o "velho mundo" (frase totalmente sem sentido pois perto da ancestralidade destas terras, como o planalto central brasileito, o "velho mundo" é apenas uma criança), outros se refugiaram no anonimato de vidas simples em vilas camponesas, aparentemente servindo ao sistema dominante que estava se implantando e assim, sutilmente, sumiram da história para permanecerem vivos na Eternidade. Parte das descobertas dessas linhagens hoje começa a ser veiculada de forma mais aberta novamente, e nós temos a tremenda sorte de ter acesso as mesmas. O que sabemos a partir deste conhecimento acumulado é que uma situação geradora de energia nos alimenta, nos amplia, nos fortalece e uma situação espectral, vai de uma forma ou de outra consumir nossa energia.

Como tudo que um(a) xamã faz depende de energia vital é de suma importância para os praticantes discernir entre uma situação geradora de energia e uma espectral. No caso de uma egrégora é uma ligação em certo equilíbrio, você doa sua energia para a egrégora e ela te apoia. Mas quando vamos a mundos espectrais, a "templos no astral" e a uma série de lugares, que podem ser até por demais agradáveis, onde apenas "soltamos" energia, aí estamos numa condição não geradora de energia e corremos o risco de estar até mesmo num lugar que "vampiriza" energia. Existem mundos que só de irmos lá nos alimentam com sua energia e isto nos dá uma energia extra, algo que os(as) xamãs buscam disciplinadamente, pois precisamos de muita energia para todas as manobras que o Xamanismo nos permite. Para quem está familiarizado com o mundo dos aliados sabe o quanto temos que ser disciplinados para dar esses "mergulhinhos" naquele mundo de cavernas vivas e nos alimentarmos, só de estarmos ali, da inquietante energia que dele emana, sempre correndo o risco de cair nas artimanhas desses entes manipuladores.

Parece que em tudo isso, só o firme intento da Liberdade Total consegue mesmo nos tornar imunes a todos esses riscos. Por isso, no Xamanismo Guerreiro, não trabalhamos com divindades criadas pelo ser humano, ou egrégoras conscientes, buscamos diretamente na fonte, vamos à Terra, enquanto ser vivo e a seus poderes e manifestações, como ventos, cachoeiras, trovões, montanhas, chuva, vales, enfim, vamos a força manifesta em si, não a "representações" das mesmas. Existem energias oriundas dos astros, de planetas, de cometas, de meteoros, existe a poeira cósmica de cada estrela cadente, enfim, existe uma infinidade de modalidades de energia que a todo instante estão chegando até nós. Assim um xamã do raio vai usar o raio como seu instrumento de poder, um xamã das nuvens vai usar as nuvens e assim por diante, mas pode ficar adorando uma divindade que "representa" tal poder, ou efetivamente ir a uma "simbiose" com tais poderes, reconhecendo-os como aspectos conscientes da Totalidade, tanto quanto nós somos e assim estabelecendo uma ação conjunta com esses poderes.

O Xamanismo Guerreiro é magia, não pode reconhecer coisas como "rezar" para algum poder. O termo rezar, tal qual é usado hoje, vem num contexto de pedir, de suplicar, de um ser suplicante implorando e chantageando uma força superior, tentando suborná-la com sacrifícios e promessas para que ela ceda e atenda o "suplicante".

Notem como tudo isso está impregnado ainda dos paradigmas da civilização escravizadora na qual estamos inseridas e não tem nada a ver com a realidade viva do xamanismo. Entretanto muitos povos com o passar dos tempos perderam esse elo direto e consideraram cultuar formas mais importante que ir direto a essência e criaram certos tipos de práticas que são tidos por xamanismo, e até podem o ser, mas não fazem parte do que o Xamanismo Guerreiro escolheu como práticas mais estratégicas.

A pergunta é: tecnicamente, em termos de magia prática, qual a diferença de se utilizar um e outro?

Como tudo mais no universo do Xamanismo, depende do poder pessoal do praticante. Quem tem poder pessoal pode usar uma tampa de coca-cola como escudo, quem não tem pode ter o escudo de ypê do líder do clã da onça pintada que nem vai conseguir ativar o poder que está ali, contido naquele escudo ancestral.

Quando utilizamos uma energia "natural" estamos nos associando a uma força que tem sua própria consciência, assim juntamos nosso "intento" a um poder que pode ampliar e potencializar esse intento numa esfera muito maior que apenas a humana.

Quando usamos o poder de uma egrégora, sabendo que ela foi gerada por seres humanos quando muito teremos um poder mais amplo, quando uma egrégora é realmente ancestral e assim foi alimentanda inicialmente nos tempos "míticos" tendo seu poder, sua "baraka".

O Ser Terra é muito mais poderoso que qualquer egrégora humana criada, é mais antigo, mais pleno, e está em sintonias com certos "planos" que nós humanos sequer intuímos existir. Assim, quando nos conectamos ao Ser Mundo para agir magicamente estamos na realidade entrando em sintonia com um poder que transcende o humano, e tal poder "mais que humano" é uma energia muito mais poderosa para trabalhar no alcançar dos nossos objetivos do que um rito que estamos realizando com um poder "humano", por mais ancestral que seja este.

É bem interessante isso mesmo, isso é um dos aspectos que nós homens temos que aprender com a força feminina, ser mais maleáveis, fluir com menos rigidez. Essa minha amiga que está comigo esses dias tem falado muito sobre isso, sobre sentir o Tao, a totalidade que é também consciente de si e que está sempre sinalizando em nosso caminho. O detalhe é que estamos presos a raciocinar a realidade e os sinais do Tao são para os (as) que pensam. Estamos presos em nos emocionar com a realidade e os sinais do Tao são para os (as) que sentem. Estamos presos em reagir e os sinais do Tao nos pedem o AGIR.

Estarmos atentos e profundamente sensíveis a nós mesmos e ao mundo ao nosso redor é sempre uma forma eficiente de caminhar, seja neste mundo, seja em mundos outros que não esse.

Nuvem que passa
(escrito em 27/12/2000)

Notas

¹ Termo usado pelo novo nagual, Carlos Castaneda, em sua última obra: O Lado Ativo do Infinito. Equivale ao termo Águia usado pelos antigos xamãs desta linhagem, outros termos são Espírito, Infinito. De forma simples é o Poder que nos cerca. Nosso elo de conexão com o Mar Escuro da Consciência é o ponto de aglutinação, nossa essência perceptiva.

²Mitote, segundo Dom Miguel Ruiz, autor do livro Os 4 Compromissos: 
"Toda a sua mente é um nevoeiro que os toltecas chamam de mitote. Sua mente é um sonho em que mil pessoas conversam ao mesmo tempo, e ninguém entende o outro. Essa é a condição da mente humana — um grande mitote. Graças a ele, você não consegue enxergar o que realmente é. Na Índia, o mitote é chamado de maya, que significa “ilusão”. É a noção pessoal do “Eu sou”. Tudo em que você acredita sobre si mesmo, sobre o mundo, todos os conceitos e programas que você tem na mente, todos formam o mitote. Não conseguimos ver quem realmente somos; não conseguimos perceber que não somos livres".

³No livro Arte do Sonhar, Carlos Castaneda descreve o seu encontro com um feiticeiro da antiguidade, o desafiador da morte, e narra como ele foi transportado por tal ser para um mundo criado a partir da capacidade de visualização e intento de tal xamã.

Bruxaria, Magia e Xamanismo - parte 2 - por Nuvem que Passa

Vivemos em uma civilização globalizada. O fato é que hoje, em termos de mundo, estamos integrados de uma forma muito intensa. Se algo aconte...