"O diabo tem as mais amplas perspectivas sobre Deus, por isso é que se mantém tão afastado dele. O diabo, ou seja, o mais velho amigo do conhecimento" - Nietzche em Além do Bem e do Mal.
Muitos acusam o ser humano de ser, em geral, um cretino. Há amplas evidências disto.
Mas cabe a pergunta:
Quem o projetou? Sim, quem?
Independente da resposta, que dá origem à teologia, à filosofia, à mitologia e à metafísica, uma outra pergunta, que é a mais pura maldade (ou verdade?) é esta:
Será que não estamos cumprindo a finalidade do designer, do projetista?
Será que a cretinice implantada não é parte do programa, do projeto homo sapiens?
Talvez sejamos, em termos classificatórios, melhor definidos como homo cretinus, uma experiência genética que deu certo. Ou seja, nossa suposta imperfeição ou cretinice não é uma anomalia, é parte do pacote.
Não, não estranhem, tentem pensar de uma maneira diferente, abram vossas mentes para a questão. Será que não somos um projeto perfeito em nossa cretinice? Será que não fomos feitos para sermos assim como somos: cretinos.
É esta maldosa questão que vos apresento. Ela resolve todos os problemas existenciais de uma só tacada, afinal, se ela é verdadeira somos assim por que somos assim. Ponto. Sem culpas, sem medos, sem justificativas, a própria religião expressão do programa, assim como a política, faces da mesma moeda.
Vejo o Diabo empunhar a navalha de Ockham e dizer: a solução mais simples é a correta.
Agora entendo por que Gurdjieff, mestre do século passado, dizia que seu objetivo maior era deixar de ser um idiota. Eis a verdadeira revolução.
Ah, a doce ilusão de se considerar o topo da cadeia alimentar é que faz o Diabo dizer com um sorriso maroto, à la Al Pacino:
Ah, a vaidade... é o meu pecado predileto.