sexta-feira, 6 de junho de 2025

A Chave Secreta para o Empoderamento


Saúdo a Fonte Eterna em mim e em tudo.

Estou atuando a partir do centro da verdade.

Que todos os impedimentos sejam removidos.


Imagem gerada por Grok 3, criado por xAI.
Prompt por Uni K.A.


    A busca pelo sucesso, pela alegria, saúde, riqueza e realização. A busca pela verdade. Esta é a jornada para manifestar o poder em mim.

    A chave para o empoderamento já se encontra em cada um de nós, precisamos apenas acessá-la para assim resgatar todo potencial mágico em sua plenitude. Não precisamos ser iniciados ou especialistas em alguma tradição mística esotérica, física quântica ou mesmo psicológica e parapsicológica para constatar de fato aquilo que nos impede de manifestar o poder. O verdadeiro poder é factual, está a menos de um palmo de distância de cada um de nós. Somos nós mesmos quem mantemos o poder afastado, pois ignoramos nossa verdadeira natureza e somos levados a buscar o poder onde este não está.

   A primeira causa do desempoderamento é a ‘educação’ recebida através da família, escola, religião e sociedade. Omitem o fato de que somos seres mágicos, vivendo em um tempo e mundo mágicos. Não nos mostraram as possibilidades da magia. Assim como não estimularam em nós a prática da mesma.

    A descrição que se propõe a definir o que nós somos assim como a descrição de mundo que nos foi imputada através da educação também estabelece definições falsas e estereotipadas do que venha a ser o poder – poder econômico, poder político, poder bélico ou poder da força física. Nada disso é Poder! Dinheiro nenhum pode curar uma doença para a qual ainda não tenha sido descoberta a cura. Política nenhuma elimina o mal em nós ou na sociedade e o poder bélico nunca trará a paz e nem a prosperidade.

    Poder é aquilo capaz de manifestar o tudo a partir do nada. É aquilo que torna o impossível, possível. É a causa daquilo chamado milagre. É a fonte da vida, do cosmos, do espaço-tempo, de mim e de você. 

     1ª Chave secreta para o Empoderamento

   Saber que existem forças atuando incessante'mente a todo momento em cada indivi-duo para prevenir o empoderamento. Quem ou o que são essas forças e de onde elas vêm não importa. A única coisa que importa é saber que para conquistar o poder se faz necessário lutar e vencer tais forças. Existe também o poder emprestado, onde essas mesmas forças empoderam “idiotas perfeitos” para servirem como testas de ferro para as mesmas. Mas isso não é empoderamento, isso é escravidão. 

    A descrição de mundo que é passada para as pessoas omite propositadamente o fato de que existem forças operando ativa'mente para nos manter desempoderados. É esta pseudo-inocência que de fato coloca a primeira barreira que previne a maioria das pessoas de empoderar. O fato de não saber que existem forças trabalhando ativa'mente e incessante'mente para nos manter desempoderados. A crença da maioria das pessoas é que basta aprender alguma fórmula mágica, algum ritual secreto ou ter acesso a algum manual transcendental que assim o poder se tornará acessível. Esta é uma visão ingênua que foi implantada de propósito em cada um de nós, acreditar que o poder não se manifesta porque está distante de nós. O melhor lugar para esconder alguma coisa é a vista. E o melhor cão de guarda é aquele invisível, o qual ninguém vai combater pois nem mesmo sabem sobre sua existência.

    A fim de empoderar precisamos lutar e vencer essas forças que barram o empoderamento, o cão de guarda invisível. Essa é a chave secreta para o empoderamento, saber que existem forças agindo para garantir que nós não tenhamos acesso ao poder, conhecer a estratégia utilizada por essas forças e saber como derrotar essas forças. Mas as pessoas querem apenas uma pílula ou alguma iniciação mágica para empoderar, elas não querem trabalhar para conquistar o poder. Muitas querem acreditar que o poder pertence a alguém e que basta esse alguém lhes dar o poder. A única coisa que estas pessoas vão conquistar com tal atitude é apenas mais ilusão, mais desempoderamento, ou seja, tristeza, frustração, sofrimento, doença, desgraça e escravidão.

    2ª Chave secreta para o Empoderamento

     Saber como atuam essas forças que se empenham em prevenir que empodere- mos. 

   A segunda causa do desempoderamento se dá porque no âmago sabemos que nossa verdadeira natureza é puro poder. Porém as possibilidades do poder foram podadas em nós através da educação, da doutrinação e isso estabeleceu um abismo. Por um lado sabemos que existe algo mágico, precioso e poderoso em nós e por outro lado este algo mágico e poderoso não está manifesto de forma explícita, objetiva e acessível naquilo que chamamos de mundo.

    É neste abismo que se dá entre o intuir, o saber sem palavras e a não constatação daquilo que sabemos que se instala a segunda causa do desempoderamento, aquela que está operando efetiva'mente neste exato momento, um ‘guardião’ invisível.

    Sabendo que há uma demanda reprimida em cada pessoa, o ‘guardião’ invisível oferece uma alternativa que a primeira vista parece bastante lógica, razoável e sem nenhuma contraindicação ou efeitos colaterais. Já que as pessoas não sabem objetivamente que são puro poder, o ‘guardião’ oferece a elas uma imagem, que pode tanto ser uma imagem de preciosidade, bondade, compaixão, como tantas outras qualidades consideradas positivas, como pode também ser uma imagem fundada em qualidades consideradas negativas como a impotência, a fraqueza, a feiura ou a pobreza entre tantas outras. O guardião sabe muito bem arquitetar uma imagem que vai emplacar como uma luva feita sob medida para cada pessoa.

    E assim as pessoas se identificam com uma imagem, um conjunto de qualidades e / ou defeitos e dizem: - “Eu sou assim. As pessoas vão ter que me aceitar do jeito que eu sou. Eu tenho que me aceitar do jeito que eu sou.”

    Pois bem, nós não somos um conjunto de qualidades e/ou defeitos, muito menos um pedaço de carne ambulante. Nós somos a consciência, aquilo que percebe as qualidades ou defeitos, aquilo que percebe o corpo, aquilo que percebe os pensamentos e aquilo que percebe as emoções. Nós somos aquilo que percebe e não aquilo que é percebido. O guardião, o cão de guarda da prisão na qual o homo sapiens é mantido refém, oferece algo para as pessoas se identificarem e assim alienam a cada um de nós com relação a nossa verdadeira natureza. Com isso as pessoas são levadas a empoderar aquilo que não são, inconscientes do fato de que aquilo que elas são já é o próprio poder. 

    Eu sou a consciência, aquilo que percebe, sem começo e sem fim, incriada e não nascida. Pura bem-aventurança, imaculada. Não posso ser queimada pelo fogo e nem apagada pela água, não posso ser perfurada pela flecha e nem cortada pela espada. Sou a consciência una e eterna. Sou aquilo que percebe e jamais aquilo que é percebido. Percebo o corpo, portanto não sou o corpo, percebo os pensamentos, portanto não sou os pensamentos. Percebo as emoções e portanto não sou as emoções. Percebo o vento, então não sou o vento, percebo a luz, então não sou a luz, e nem a escuridão. Não sou o bem e nem o mal. Não tenho qualidades e nem defeitos. Toda e qualquer identificação com aquilo que é percebido é falsa. O preço de se identificar com qualquer coisa diferente da consciência leva ao desempoderamento.

    Recebi a chave para o empoderamento, cabe a mim aplicar esse saber. Cabe a mim não dar ouvidos a qualquer coisa, pessoa ou entidade, material ou imaterial, visível ou invisível que tente dizer o contrário. Cabe apenas a mim me identificar como sendo aquilo que percebe e apenas aquilo que percebe e jamais como sendo aquilo que é percebido. Sou puro poder! Esta é a minha única identidade verdadeira.


Uni K.A.


quinta-feira, 5 de junho de 2025

Novidade! A Ordem Divina, contação de estórias


Inauguramos a contação de histórias Pistas do Caminho em forma áudio no YT. 

Nosso intento é nos adequarmos as novas mídias, promovermos práticas ancestrais com as novas formas digitais mantendo aceso o fogo, mesmo que virtual, que tece tramas cada vez mais complexas na teia da Vida.

Não estamos começando com as estórias do Xamanismo Guerreiro, começamos com estórias de outra tradição, a sufi, pois foi através dela que o Espírito soprou em nós essa ideia de contar histórias enquanto líamos a obra portentosa do poeta e místico sufi Rumi chamada Manasvi. Naturalmente que não esperávamos por tal. O Espírito está sempre a nos pregar peças e é bom que assim seja, é bom que não saibamos, como dizia o homem nawal Juan Matus, de qual cartola sairá o coelho.

"Quando nada é certo, permanecemos alertas, sempre atentos. E mais emocionante não saber por trás de qual arbusto o coelho está escondido do que se comportar como se soubéssemos de tudo".

Buscávamos na rede - www - por conhecimentos relativos ao silêncio interior, a plataforma básica e o estado interior fundamental para realização verdadeira das práticas toltecas. E nos deparamos com as palavras de Rumi sobre o tema, logo surgiu o anseio por conhecer tal poeta, místico e vidente. Daí para começarmos o projeto de contação de estórias foi um salto. Tudo pareceu convergir para isso, inclusive com o surgimento de ferramentas novas para tal tarefa. As manifestações do Espírito se evidenciavam por aqui e por ali compondo uma estória em si mesma.

A história que contaremos, via aúdio, traduz bem o primeiro cerne abstrato em feitiçaria - as manifestações do Espírito - e indicam que um xamã, um médico do Espírito, um nawal,  um tolteca, um homem de conhecimento, um jnani, um sankhya não age por si mesmo, mas de acordo com a ordem divina.

Modak

A Ordem Divina

Notas sobre Recapitulação: relendo a si mesmo.

O grande barato de recapitular, e é um barot literal muitas vezes, é o fato de ao resgatarmos a nossa energia a nossa consciência no aqui e no agora se faz natural e abundante.

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Recapitular aumenta a lembrança de nós mesmos no dia a dia e assim permite uma melhor espreita de si.

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O outro grande barato de recapitular é o fato psicológico muito simples e real de não termos mais preocupações, especialmente, a preocupação com o que pensam os outros, isso por que não temos mais tanto a energia dos outros em nós.

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Recapitular nos torna conscientes de que tudo é energia. Inclusive essa mensagem, tão simples, feita aparentemente de bits e bytes.

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Recapitular é "viciante" muitas vezes, pois a energia resgatada produz um aumento de energia que é muito prazeiroso de uma maneira sutil. É algo que faz você se aproximar daquela condição de completude que tínhamos quando éramos crianças.

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Recapitular vai nos levar muitas vezes a nos defrontar com emoções que não saberemos precisar sua origem. Essas emoções surgirão e não conseguiremos de primeira precisar os fatos mais profundos que as detonam. Como os eventos que vivemos estão conectados entre si vai acontecer de ao recapitularmos um evento ele tocar uma fibra do nosso ser que remete a um evento mais profundo. Essa emoção desperta por um evento mais recente recapitulado, e conectado a um evento mais profundo, tornar-se-á uma camada de resistência, de mais difícil penetração. É importante dar continuidade ao processo. Uma emoção que surge aí, por vezes, é uma tristeza que não conseguimos definir a sua razão.

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Recapitular eliminará o sentimento de solidão e tornará você mais sozinho, especialmente, com relação as pessoas associadas a sua socialização. Estar sozinho será reconfortante.

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Para começar a recapitular de fato é necessário compreender que em nossas relações presentes temos nos relacionado muito mais com os fantasmas do passado do que com os seres reais que estão em nossa vida no momento. Descobrir isso produz um choque, uma sensação de quase horror, é como perceber que estivemos por muito tempo sonhando, nos relacionando com projeções ou efígies, quando pensávamos estar acordados.

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Recapitular vai exigir de nós uma manobra paradoxal que é se afastar dos outros estando com eles. Isso é espreita.

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Recapitular produz uma sensação corporal que é muito particular. Sinto-a muitas vezes na altura do coração, como uma vibração. "A arte da espreita é o enigma do coração."

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É fundamental começar o processo do fato mais recente ao fato mais antigo. Querer acessar memórias mais profundas é colocar-se numa situação onde não se tem energia para lidar com elas. Por não termos energia para lidar com elas certamente não vamos enfrentá-la, mas uma força "externa" a nós mesmos pode deflagrá-la.

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Existe um risco em lidar com pessoas que tem muito mais energia do que nós. Nossa energia tenderá a se moldar pela dela e isso nos levará a vivenciar situações críticas de forma intensa. Seria bom se pudéssemos lidar com pessoas que tivessem o nosso nível de energia ou um pouco maior e que tivessem o propósito claro do Trabalho.

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O nawal nos diz que a Tensegridade é a forma física da recapitulação. Eis alguns movimentos:

A série da cinco preocupações

O Homem que corre

Olinda

Os Fundamentos

Longas caminhadas em silêncio completo

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Examinemos o seguinte fato ou façamos a nós mesmos a seguinte pergunta: Porque sonhamos mais facilmente com pessoas do nosso passado do que do nosso presente?

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Há nos sonhos dicas de recapitulação importantes. Não é possível sonhar sem recapitular pois os sonhos estão cheios de ligações energéticas com o nosso passado.

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Ao recapitular uma pessoa, caso ela seja uma praticante que já tiver recapitulado, você sentirá dificuldade em lembrar de seu nome e até mesmo das interações.

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Uma pergunta, incômoda no início, deverá tornar-se uma obsessão para mais a frente desaparecer em você porque você mesmo fundiu-se a ela: o que eu estou fazendo agora está de acordo com meu propósito de liberdade de perceber?

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Recapitular nos faz conscientes da flutuações de energia que a presença do outro nos causa.

quinta-feira, 8 de maio de 2025

A inter-relacão da consciência e da percepcão por novos canais

Há já algum tempo participo de listas na net, são verdadeiras comunidades virtuais onde notamos o surgir de toda uma relação entre grande parte dos(as) envolvidos(as).

Mesmo as pessoas que só "leem" que nunca se expressam nas listas, participam de uma forma antiga, ainda limitada a não interatividade que a TV e os sistemas de comunicação para as massas, condicionam na maior parte das pessoas.

A Internet, como toda ferramenta, tem seu uso determinado pela habilidade de quem a usa, assim teremos vários níveis de existência na Internet. As comunidades das listas correspondem a um nicho complexo.

A teia que se forma na Net é como a rede de Indra (metáfora usada no hinduísmo para ilustrar a interconexão e interdependência de todos os fenômenos no universo), a qual em cada nó tinha outras redes. Numa mesma lista se acomodam pessoas das mais heterogêneas, focadas no "tema da lista" que cada uma, obviamente, interpreta dentro de seus referenciais pessoais. Como tudo que existe não há como explicar as listas, elas acontecem, essa necessidade humana de se comunicar, de partilhar suas experiências com outras pessoas. É muito interessante que isto, esta comunicação é feita de diversas formas. Como no mundo cotidiano as pessoas geram os mais diversos tipos de comportamento, até agressões e males estares vários são gerados na rede, numa imitação perfeita do que é a vida.

Observando como o mundo virtual vem sendo moldado como uma réplica da sociedade tida por real, da sociedade vigente, pude perceber melhor como estamos presos a modelos fixos de comportamento, existe uma vasta e ainda sem fronteiras, dimensão a ser explorada e o que conseguimos trazer são repetições dos comportamentos e formas de ser do cotidiano, leitura das realidades apresentadas dentro dos limites cognitivos da realidade cotidiana.

Perceber isso me leva a questionar o quanto também tem essa "influência moldadora", esse estilo único de lidar com outras realidades, influenciado no contato com outras dimensões. O quanto aquilo que chamamos de Magia, de Bruxaria e de Xamanismo estão impregnados de nossos referenciais prontos, nós que fomos criados num mundo que por principio nega os valores fundamentais destes caminhos, pois é óbvio que este sistema que estamos inseridos que chamam civilização é um agente degradador em alto nível da realidade e os modelos que sobrevivem neste sistema tem pouco respeito pela vida e pela qualidade de vida do ser humano. Basta observar a realidade que nos cerca. Então esse mundo assustador ronda lá fora, feroz, perigoso e as pessoas encontram na NET uma forma de se expressar, de se comunicar, de se por em contato.

A barbárie está solta, lá fora, em torres ou casas, em cômodos quase que apenas quadrados ou retangulares, olhando com avidez para as telas também quadradas, em 1 e 0 se comunicam, as pessoas trocam informes, partilham seu saber e sabem mais. Vou me deter um pouco sobre as listas de temas da Net.

Primeira coisa que considero interessante numa lista é como as pessoas têm opiniões diversas sobre o mesmo termo.

Segunda é como comunicação é algo que tem ligação com gestos corporais, tons de voz, gestos faciais. A inexistência desses meios na comunicação por escrito das listas leva a uma diminuição da eficácia de comunicação, o que faz da maior parte das listas palco de certas discussões e desentendimentos que alguém "de fora" nota que estão ou falando da mesma coisa, ou a ofensa "original" nunca ocorreu, foi só ausência de compreensão entre o que queriam realmente expressar e o que foi interpretado.

Brigas homéricas saem daí, envolvem vida pessoal das partes envolvidas, enfim, para quem considera que o mundo virtual é uma ilusão de elétrons correndo loucos (fótons nas fibras óticas) devia assistir o começo e desenvolvimento dessas crises que surgem em certas listas entre pessoas que até então eram "presenças virtuais".

É muito interessante observar isto do ponto de vista mágico, por que entre os(as) bruxos(as) antigos(as), os(as) xamãs ancestrais, existiam linhagens, troca de conhecimentos, que ensinavam sobre Magia, sobre Xamanismo e sobre Bruxaria.

Hoje existem sites, existem páginas, existem listas que debatem as mais diversas escolas, os mais diversos caminhos.

As listas têm esse papel, é uma comunidade virtual onde pessoas diversas se aglutinam em torno de um tema central. As listas seguem um fluxo, que varia sob muitos fatores e as personalidades encontradas nas listas cobrem vasto espectro das possibilidades humanas.

Amizades, amores e brigas ferrenhas acontecem. A projeção da consciência na "personalidade" de internet é tremenda, muitas pessoas levam totalmente as crises da net para a casa, para o dia a dia, para muitas o mundo da internet e o mundo real, que são mundos paralelos, perde essa característica, eles se fundem, aí tudo gira em torno da NET .

O nick name é um nome mágico, um mote virtual que trás a tona o personagem que cada pessoa gera ao entrar na NET.

Estou apenas apontando fatos, sem pretender julgar.

O que me interessa observar é que as comunidades das listas comportam-se como sociedades humanas do mundo "real". E dentro dessas comunidades virtuais se discute e trocam-se informes sobre Magia, Xamanismo e Bruxaria.

Existe o assunto de escopo da lista, o tema em torno do qual gera o centro de interesse do grupo. Mas o poder interativo das listas é muito interessante e a diversidade de pessoas que existe é fascinante de observar. Pessoas que muitas vezes jamais se conheceriam nos caminhos "reais" do mundo, se encontram neste ambiente virtual. Amizades e mesmo amores e casamentos acontecem, ou seja, encontros no mundo virtual que alteram a vida que temos por real.

Esse aspecto da rede é muito interessante, ela colabora para os encontros, ela colabora para que pessoas que por processos diversos teriam grande dificuldade de se encontrarem, de se conhecerem, o fazem, por um contato inicialmente virtual. Podemos discordar sobre interpretações do papel da rede, mas o fato da rede, o fato de uma conexão entre pessoas do mundo inteiro por este interessante meio, este fato é evidente e inegável.

Há pessoas que partilham de seus universos mais íntimos, de pensamentos e sentimentos que carregam secretamente consigo há datas e o fazem com alguém, que algumas vezes, nunca esteve presente em "corpo", nem a imagem real tem, quando muito uma foto escaneada. E no entanto partilham-se ideias, partilham-se sentimentos, partilham-se planos e anseios, amam, brigam, se odeiam e se apaixonam e tudo isso acontece por intermédios de elétrons e fótons correndo em suas transformações de onda e partícula.

Se já é interessante meditar que a música hoje executada repousa sobre 7 notas, que vocabulários se formam por alfabetos de 20 e poucas letras e no entanto toda essa complexidade virtual vem da combinação de 1 e 0, só um e zero.

Por vezes pessoas que vivem fisicamente do lado de uma outra não se conhecem quase nada, ou nada mesmo, desse rico universo interior, que só é partilhado com aquela "presença virtual". Mas que esta "presença virtual" é também "presença real" em seu espaço e tempo, em seu ambiente, às vezes situado num outro país, outro continente, outro hemisfério. Essas possibilidades comunicativas da Internet estão mexendo com o mundo em vários níveis. Pela primeira vez na história conhecida da humanidade temos uma teia constante no planeta praticamente inteiro, com elementos da espécie humana se comunicando em vários pontos do globo. Só a liberdade de informações que circula na NET já é um passo incrível para a tão cantada e clamada Era de Aquário, ou novo Aeon.

Se pensarmos e sentirmos a Terra como ser vivo e consciente, como até a ciência, com a hipótese Gaia, já abre flancos para admitir, podemos ir mais longe e compreender que a rede, a INTERNET está mexendo com o inconsciente coletivo e com o consciente coletivo da humanidade, logo mexendo também com a consciência da Terra. No estado meio robô, meio sonâmbulo que a humanidade está acaba participando dessa nova energia entrando no nosso sistema, mas sem aproveitar essa energia para a profunda transformação de paradigmas pessoais e coletivos que se faz necessário.

Se em outros tempos, homens e mulheres falaram da transformação da consciência como necessidade, hoje a necessidade tem premência total, pois é da possível destruição do planeta, do esgotar de seus recursos naturais, do poluir e degradar em níveis que afetam a nossa qualidade de vida, é disso que temos hoje que escapar.


Imaginem isso, sintam isso, pensem nisto, com foco, com visão sistêmica. O que representa isso? E ao mesmo tempo que estamos nesse cenário de destruição temos realizações incríveis como a NET, que, por exemplo, permite que eu, agora, chegando de uma fogueira, na Serra da Mantiqueira, céu estrelado, calor, ainda que Outono, possa expor algumas coisas que conversei com pessoas que trilham um caminho conjunto ao que trilho.

A troca de informações ocorrendo numa velocidade quase instantânea... Até aí, troca de informações, todos partilham, todos "concordam" agora vamos encarar o lado mágico disso. Temos dois seres humanos "conversando" pelo ICQ. Ambos dotados de energias em vários estágios, desde o sólido de seus ossos, o pastoso de certos fluídos corporais, o líquido da linfa e do sangue, os gases que percorrem nosso corpo, a misteriosa força da vida, ou força vital, que a ciência contemporânea, financiada por laboratórios a quem a visão energética do ser humano não interessa, nega, todas essas partes de nosso corpo estão impregnadas de energia e temos um corpo de energia, um corpo inorgânico paralelo a este corpo orgânico que nos colocam como única verdade, confundindo nosso limite perceptivo, para deixá-lo bem estreito, limitando nossa flexibilidade perceptiva.

Quando acionamos a net estabelecemos uma conexão efetiva, de informações correndo por cabos e /ou ondas de rádio, via satélite, enfim há uma conversão e reconversão, uma transdução seguida da outra da informação.

Há um momento que estamos teclando, a energia mental, o pensamento veio ativar o sistema nervoso que tecla, momento que a energia é a pressão do dedo na tecla, depois a tecla ativa uma combinação de 0 e 1 dentro do software de escrita usado e depois a mensagem é enviada, corre por vários meios de propagação (fios, cabos, ondas) até chegar como mensagem numa máquina que pode estar em qualquer lugar do mundo (satélites criaram possibilidades de contato incríveis).

Serão apenas as palavras que caminham em forma de energia pura pela rede? Os sentimentos que evocam, os questionamentos que provocam, a vida que carregam consigo, será apenas o poder da palavra, do Verbo, da linguagem?

Existiram outras energias sutis sendo trocadas pela rede?

As listas geram egrégoras.

Como serão essas egrégoras?

Nuvem que passa

(continua)

terça-feira, 6 de maio de 2025

Introdução ao Sonhar

O tema do sonhar é de grande interesse. Poderíamos começar definindo o que é sonhar. Para o Xamanismo, sonhadores são os(as) que atuam conscientemente com o corpo de energia. Temos esse corpo físico que desenvolvemos, melhor dizendo, que se desenvolve até o estado maduro, depois começa a envelhecer e "morre", isto é, deixa de atuar com a força da vida, deixa de existir enquanto organismo e retorna a entropia, retorna ao solve para depois coagular em outras formas.

Existe outra parte nossa, outra "natureza" que para ser desenvolvida necessita trabalho consciente, embora algumas pessoas tenham um "talento sonhador" em estado latente.

Operamos na realidade cotidiana com nossa natureza física, atuamos com nosso corpo e este atuar também é "mais ou menos", pois atuamos com pouca consciência do que é realmente nosso corpo, das imensas possibilidades que trazemos.

Existem disciplinas como o Rolfing, os trabalhos de Moshe Fedelkreins, Mathias Alexander, Gurdjieff e outros que lidam com esta questão do uso limitado e robótico que fazemos de nosso corpo, como tensionamos partes desnecessárias, como usamos mal nosso corpo e como temos pouca consciência do mesmo.

Mas apesar de tudo isso o corpo físico é que nos dá esta sensação de continuidade, quando acordamos todas as manhãs vamos nos lembrando de coisas que já foram e temos uma solução de continuidade, algo que gera o que chamamos "eu".

Nos sonhos comuns a consciência é errática, não há solução de continuidade, não há uma "vida", mas várias ocorrências, em mundos espectros ou mesmo fugidios mergulhos em realidades efetivas, mas sem o corpo de energia ter sido totalmente desenvolvido estamos apenas vivenciando erráticos deslocamentos do ponto de aglutinação.

Assim como o corpo cria o sentido de existência nessa realidade, o corpo de energia, o corpo "sonhador" cria a continuidade que permite a percepção operar com foco e precisão em mundos outros que não esse.

Quando sonhamos estamos em outra condição da realidade, damos um salto quântico, mesmo que andemos pelos lugares daqui, até que o corpo de energia esteja plenamente pronto e sejamos capazes de sonhar com este mundo, nossas incursões aqui são feitas como entidades de energia.

Um dos problemas chaves da viagem para outros estados de ser é que quando existimos enquanto entidade energética pura perdemos a habilidade de atuar sobre a matéria dessa dimensão.

Entes diversos que se projetam através dos mundos passam pelo mesmo.

Atuar no mundo físico a partir do corpo energético se faz possível apenas quando "sonhamos acordado", ou seja, atuamos num estado de consciência onde o ponto de aglutinação se desloca para uma posição onde o corpo de sonho e o corpo físico se fundem, tendo um partilhado o poder do outro.

Esse estado é conhecido como "fundindo as duas identidades" e é atingido após um longo caminho de disciplina e trabalho.

Por isso quando assistimos filmes como "O Tigre e o Dragão" fica parecendo pueril e exagerado o estilo de luta dos adeptos do estilo interno, quando na realidade estão apenas operando com outros níveis, mais que o corpo apenas, embora este profundamente treinado seja a porta primeira para esse estado.

Quando comecei a trabalhar com o corpo de sonho usava a ideia de olhar em lugares onde não olhava, em cima de um guarda roupa, na face superior de um lustre, em cima da porta, o desenho da madeira ali, em cima do telhado, para depois ir no outro dia ver se o que vi estava lá.

Muito interessante essa ideia de mexer os objetos enquanto no corpo de energia. Apenas o cuidado de não ficar absorvido me parece recomendável.

Quando no sonho estamos sempre noutra "camada da cebola", pois estamos noutra condição de realidade e de percepção.

Afetar esta realidade a partir de outra realidade é possível?

Pelo que me contaram da história dos antigos povos que desenvolveram sofisticadas civilizações, vivendo nestas "camadas da cebola", o fato de atuarem apenas nestas outras camadas os levou a deixar de lado este aspecto da realidade.

Quando os povos invasores vieram a grande maioria foi dizimada, a casca grossa dos limites perceptivos destes conquistadores não permitia que a percepção destes (as) feiticeiros deslocassem seus pontos de aglutinação para posições onde vivenciariam o poder do (a) feiticeiro.

Protegidos por uma mente que limita e veda a percepção atacaram com ferocidade e civilizações inteiras quase foram dizimadas.

Mais tarde outros conquistadores viriam, ainda mais violentos e destruidores.

Cá estamos na civilização resultante destas ondas de conquista.

Sabemos quem perdeu as batalhas.

Só os (as) dotados (as) de poder pessoal conseguiram sobreviver, com eles (as) a magia funcionou.

Poder pessoal parece ser a chave da ponte entre o corpo de energia e o corpo físico.

Tudo isso que falei é a opinião de um homem falando do sonhar.

Para as mulheres é completamente diferente, tendo útero as mulheres sonham diretamente, sem toda essa elucubração que nós homens nos enredamos.

Mas tal compreensão tem seu valor também, a mente é um escudo eficiente frente aos ataques da ETERNIDADE.

Nuvem que passa

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Pressão

Pressão é força.

Podemos sentir a pressão de diferentes maneiras.

Uma das formas mais interessantes de pressão que já senti diz respeito a pressão do "silêncio" provocada ou gerada com o auxílio de uma planta de poder chamada AYAHUASCA.

Outra forma de pressão muito interessante que senti diz respeito a diferentes vivências de natureza, digamos assim, "místicas". Experiências estáticas decorrentes de técnicas de meditação envolvendo pranayamas (respirações controladas), posturas de Yôga e reflexões ativas sobre temas como a Unidade que produziram e produzem certas sensações que se não são de natureza física podem ser assim traduzidas, como se o corpo que conhecemos fosse algo bem mais sutil do que aparenta.

As práticas de Tensegridade, certas danças sagradas, a pronúncia de mantrans, a prática de ritos de algumas tradições, também produziram em "mim" efeitos próprios do tipo de força com que elas nos permitem sintonizar ou nos alinhar. A pressão, por vezes, parece-se com uma força de natureza inteligente que nos alinha com uma maneira de perceber distinta.

As pressões de natureza mística são sentidas de forma não-opressora (quando dispomos de energia para tal), e são antes a abertura para um novo tipo de percepção. Mas não só isso. Me parece que pela experiência o alinhamento com certas forças ou força pode acontecer num tal nível de intensidade que pode-se perceber um tipo de moldagem do corpo.

O corpo molda-se de acordo com a força alinhada.

Percebo e percebi em "mim" essa experiência em terreiros de Umbanda, Candomblé quando os médiuns atuados por determinadas forças assumem não só posturas diferentes, mas as próprias feições do rosto modificam-se e até mesmo a altura do corpo altera-se.

Hoje percebo que tal moldagem pode ser feito por ação interna e não meramente externa (essa é uma diferença arbitrária) e que essa moldagem depende de nossa capacidade de sintonia ou de alinhamento.

Essa moldagem produz mesmo uma metamorfose.

Sinto que quando estamos fixos numa moldagem estamos prisioneiros de nossa incapacidade para alinhar outras faixas de energia ou de vibrações.

Nossa concretude e densidade é relativa a nossa capacidade de modelagem ou de sintonia com novas frequências ou de "submeter-se" a um tipo de força ou pressão diferentes das quais estamos acostumados.

Observando certos grupos humanos também sinto que a sintonia em que estão molda o seu corpo. Percebo isso, por exemplo, em padres e freiras da Igreja Católica, em médiuns kardecistas e em outros indivíduos associados à instituições que possuem um certo "peso" ou "tradição". Vendo um grupo de amigos muito próximos, na verdade um grupo aprendizes-xamãs, senti a mesma sensação de "peso" confirmada por um amigo próximo.

Sinto que toda atividade ou "técnica" que nos permite romper o padrão habitual de nossos pensamentos e ações nos disponibiliza para novas sintonias até o momento que tal atividade não se transforme ela mesma numa rotina. Antes importa que ela se transforme numa aprendizagem do corpo para acessar uma nova e variada percepção.

O fato mesmo de escrever esta mensagem do trabalho, onde me vejo, por vezes, obrigado a interrompê-la, afeta de forma interessante o influxo inicial que me impulsionou a escrevê-la.

A pressão assume "n" formas, mas essas "n" formas parecem ter mais a ver com as formas que somos capazes de assumir diante dos eventos, sem deixar que os eventos simplesmente aconteçam, sem que haja alguém para observá-los e alguém para administrá-los de acordo com a meta que se tem.

Certamente o que nos faz prisioneiros é a crença embutida em nós de que nossa concretude é uma uma condição imutável e a única disponível. É claro que foram desenvolvidas doutrinas e crenças que até nos dizem de outras possibilidades mas que também habilmente se utilizam de conceitos como o conceito de "carma" para nos fazerem escravos de nossa condição limitadora.

Assim a "nossa mente" foi prensada dentro de um molde estabelecido do qual poucos escapam. Para escapar do molde imposto pela pressão sócio-cultural nos é necessário energia, nos é fundamental liberar energia.

Mas essa é apenas uma visão possível sobre o tema "pressão". Que tem muito a ver com o tema transmutação da energia criadora, não é à toa que o tema "pressão" é tratado no Fogo Interior, no capítulo sobre o "brilho da consciência" (vasu_deva¹) como decorrente do alinhamento entre as emanações externas e internas ao ovo luminoso.

"— O que os novos videntes dizem ser a percepção, Dom Juan?"

"— Para eles, a percepção é uma condição de alinhamento; as emanações no interior do casulo ficam alinhadas com as exteriores, que se adaptam a elas. O alinhamento é aquilo que permite que a consciência seja cultivada por toda criatura viva. Os videntes fazem essas afirmações porque veem as criaturas vivas como realmente são: seres luminosos que parecem bolhas de luz esbranquiçadas."

(...)

"Perguntei-lhe como as emanações do interior do casulo se adaptam às externas de modo a permitir a percepção."

"— As emanações interiores e as emanações exteriores são os mesmos filamentos de luz. Os seres sencientes são diminutas bolhas feitas desses filamentos, microscópicos pontos de luz, ligados às emanações infinitas."

"Prosseguiu explicando que a luminosidade dos seres vivos é constituída pela porção particular das emanações da Águia que sucede estar dentro de seus casulos luminosos. Quando os videntes veem a percepção, testemunham que a luminosidade das emanações da Águia no exterior dos casulos destas criaturas aumenta a luminosidade das emanações em seu interior. A luminosidade externa atrai a interna; ela a aprisiona, por assim dizer, e a fixa. Essa fixação é a consciência de cada ser específico."

"Os videntes podem também ver como as emanações exteriores ao casulo exercem uma pressão particular sobre a porção de emanações interiores. Essa pressão determina o grau de consciência que cada ser vivo tem".

No intento,

Modak

¹
Do Vishnu Purana: a
 derivação comum de Vasudeva foi citada acima (página 62); aqui é derivada de Vas, 'morar', por Vishnu morar em todas as coisas, e tudo nele. O Mahabharata explica Vasu da mesma maneira, e Deva como significando radiante, brilhante: 'Ele faz todas as coisas residirem nele, e ele reside em tudo; por isso ele é chamado de Vasu, sendo resplandecente como o sol, ele é chamado de Deva, e aquele que é esses dois é denominado Vasudeva.' Veja também livro 6. cap. 5

terça-feira, 29 de abril de 2025

A guerra entre a consciência e a inconsciência, por Nuvem que Passa.

Lua nova, energia da lunação começando.

Após dias de chuva, estou no sul de minas, o sol começa a brilhar forte, intenso.

Após todos esses dias na umidade é um prazer sentir a luz solar quente, intensa.

Uma amiga da minha irmã que está hospedada aqui em casa, ela é de Itajubá e as estradas para lá estão impedidas, pela manhã, quando tomávamos o desjejum na varanda, ao sol, desembolorando, fez uma colocação que me chamou a atenção para um tema sério.

Ela disse: "E aí, você como pagão já fez seus ritos de agradecimento pelo sol ter voltado? "

Olhei para o sol brilhando intenso no céu azul e muitas ideias vieram a minha mente.

O sol está lá, num dos pontos da elipse das órbitas planetárias. Ele não foi embora nem voltou. Esteve sempre ali, não ficou nem mais nem menos intenso. Não "desejou " que chovesse, tão pouco que parasse de chover. Ele apenas está lá, podemos ou não nos sintonizar com ele. Como dizem os beduínos do deserto:

"Não se implora ao sol por misericórdia ao meio do dia. Procura-se a sombra".

Não é o sol responsável pelo desequilíbrio ecológico que gera essas chuvas concentradas neste período, depois de um longo período de seca.

O que me chamou a atenção no comentário foi como nos equivocamos ao avaliar certos eventos e como fomos impregnados de posturas que mesmo superadas intelectualmente, ainda nos tangem, ainda nos influenciam. Queremos atribuir ao paganismo uma relação idêntica aos dos religiosos. Como já coloquei outras vezes um (a) pagão (ã) não "ora aos deuses" "implorando humildemente favores". Um(a) pagão (ã) entra em sintonia com as potências da vida e age em harmonia com esses fluxos.

Magia é a forma do pagão se aliar aos poderes que nos cercam, não orações de pedintes. Tais potências que imprecisamente chamamos de deuses e deusas, não respondem a "oração" mas ao poder pessoal e a precisão da magia empregada. Fato.

Ao contrário do religioso que reza para deus ajudar e quando nada recebe, ou até o contrário acontece, se julga sendo "castigado" ou "testado", um pagão sabe que se realizou o rito de forma correta e tem poder pessoal suficiente vai atingir o que procura. Magia!

É difícil mudar a mentalidade, a forma de abordar a realidade.

Acompanho isso no meu cotidiano profissional, pois meu trabalho é lidar com a mudança de cultura dentro de uma empresa, auxiliar no baixar à resistência à mudanças, quebra de velhos paradigmas, pois só assim os programas de qualidade total e melhoria contínua podem ser de fato aplicados.

Na maioria das empresas que entramos, muitas das quais já tem o ISO, não aconteceu essa mudança, apenas decoraram procedimentos e acabam se estressando muito pois ficam "imitando", "seguindo" sem compreender de fato toda a nova mentalidade que um programa de qualidade exige. Isso é tão profundo que cansei de ver pessoas colocarem verbalmente certos pontos e agirem exatamente em linhas opostas sem nem perceberem isso. E as falhas ocorrem quando tentam manter as mesmas posturas antigas num contexto de qualidade total. Não funciona, gera problemas.

O mesmo vejo no paganismo.

Muitas pessoas subitamente percebem que o paganismo tem um apelo profundo. Sentem ressonância e mergulham no mesmo, mas trazem para o paganismo suas antigas posturas existenciais. Não operam em si uma profunda transformação conceitual, não reavaliam sua percepção da realidade circundante, apenas pegam os mesmos conceitos e os resignificam, isto é dão rótulos novos, mas continuam com a mesma bagagem conceitual.

Como já dissemos anteriormente, iniciar-se é morrer para o velho ser que éramos e nascer para um novo ser.

Morrer é transformar-se, é deixar para trás um estilo de ser, de agir, de pensar e sentir e ousar encontrar um novo estilo. Sem essa mudança estrutural não houve iniciação. Rituais portentosos podem ter ocorrido, mas o sentido fundamental da iniciação, morrer e renascer, não foi alcançado. E morrer é deixar o velho e nascer novamente, de si, por si, puro(a) , ingênuo(a), pronto(a) a reaprender o mundo. Essa a purificação necessária, despir-se de todos os "eus" conceituais que nos impregnaram para conseguir ver a realidade como ela é, não como nos condicionaram a vê-la.

Se lerem atentamente todos os livros que contam sobre a iniciação de um(a) xamã verão que é isto que o(a) pessoa ou grupo que inicia faz. Desmonta sistematicamente a antiga visão de mundo e "educa" o(a) aprendiz a mergulhar numa nova abordagem da realidade.

Vivemos num mundo totalmente manipulado.

Os meios de comunicação para a massa torcem as informações de forma sutil ou até acintosa, a fim de que o poder continue nas mãos dos que se julgam donos do mundo.

Como pagãos(ãs) e xamãs somos os(as) herdeiros(as) espirituais de povos que perderam, em parte, as históricas batalhas pela sobrevivência. Poucos param para pensar sobre isso, mas no litoral brasileiro, em Cusco, em Yucatã e tantos outros pontos do continente travou-se uma batalha entre duas mentalidades e a mais grosseira, mais violenta, mais vil venceu. Quantos povos foram cruelmente assassinados e aculturados?

Perdemos, em parte, estas batalhas. Digo em parte pois o fato de estarmos aqui, numa lista, debatendo o tema, mostra que ao mesmo tempo que exércitos matavam ou escravizavam os corpos de nossos ancestrais espirituais e padres convertores lhes matavam ou escravizavam a essência, alguns conseguiram escapar, o elo foi mantido e hoje renasce com intensidade.

Mas enquanto civilização os povos pagãos foram exterminados. Quando penso nisso há um certo pesar. A civilização hoje dominante nos impregnou de um neodarwinismo social que faz crer ser este modelo civilizatório o melhor e "um resultado natural da evolução". Nada mais falso.

As mortes, guerra, conflitos, inquisição, interferências imperialistas ainda hoje em andamento, nada mais são que o testemunho sangrento que este modelo de civilização é tão artificial que precisa de um trabalho intenso de desequilíbrio para existir. É mantido pelo poder de armas, exércitos e forças conversoras.

A explosão populacional, a exploração de seres humanos como objetos, negando-lhes sua condição de sujeito, essa padronização da vida em horários estanques, a perda do elo com a natureza, tornada objeto a ser explorado, não uma força viva e dinâmica tudo isso foi progressivamente desenvolvido para chegar a esta civilização.

As civilizações anteriores, os povos nativos da América e Europa, por exemplo, tinham outro estilo de vida, outra relação com a vida. O paganismo é um resgatar deste outro estilo de vida, em sintonia com a Natureza, como uma força viva, não apenas fonte de matéria prima. Óbvio que não podemos voltar atrás no tempo, tentar viver como os celtas viviam, como os índios, mas podemos aprender muitos aspectos com eles. Sabemos que tomamos banho todo dia não por influência da " desenvolvida" cultura europeia, mas graças aos índios e as amas negras. Há muitos hábitos saudáveis que vem desses povos e a forma de se relacionar com a vida, com a natureza e com a magia pode muito ser fortalecida quando entramos no universo pagão.

Estamos numa guerra. Uma guerra muito mais séria que a Guerra fria. De um lado temos os que lutam pela consciência, do outro pela inconsciência.

Há grupos espalhados pelo mundo em ação totalmente egoísta. Quem assiste Arquivo X tem uma boa analogia naquele sindicato que opera sob a proteção de rótulos como " segredo de estado" e "defesa nacional". Existem vários desses grupos espalhados pelo mundo, lutando apenas pelos seus interesses, prontos a sacrificar coletividades inteiras para se manter no poder. São herdeiros diretos de grupos que há tempos vem lutando pelo poder total sobre a humanidade.

Júlio César começou todo um trabalho sistemático para isolar as antigas tradições, poucos sabem que foi ele o primeiro a queimar uma parte da Biblioteca de Alexandria a fim de destruir certos elementos da tradição. O ataque aos celtas e outros povos foi só mais um passo desse agir rumo a uma tirania mundial. Cortez, Pizarro, Custer, Fernão Dias e tantos outros são alguns dos facínoras, assassinos, que numa lista de criminosos contra a humanidade figuram junto a Hitler e Milosevic, homens que perseguiram e destruíram outros povos com requintes de crueldade. Não podemos nos esquecer da inquisição que tentou destruir os elos da tradição que ainda resistiam e impedir a ciência de se desenvolver. E hoje temos os evangélicos invadindo aldeias e destruindo a cultura nativa para impor suas crenças.

Sabe como levamos um índio a perder seu respeito e amor pela terra, a vender sua mata e permitir que rasgue a mãe terra e poluam seus rios para minerar?

Basta convertê-lo, ensinar que os deuses, a Deusa, os ancestrais, o curupira e o anhangá, são demônios, que só Jesus salva e é só aceitá-lo como salvador pessoal e pronto. Se acabarem com o mundo não tema, deus vai dar um novo céu e uma nova terra ao eleito, só os pagãos tem que preocupar com a preservação do mundo, pois sabem que irão para o inferno quando este mundo acabar.

E assim continua a transformação desse mundo, um paraíso, num inferno.

Mas a luta está em andamento e como diz Marilyn Fergunson estamos no meio de uma revolução silenciosa.

Não é mais tempo de revolução com armas, que só ajudam as fábricas de armas a lucrar mais. Como dizem meus amigos sufis estamos no tempo de um Jihad da pena, um Jihad de conhecimento.

Como acreditam os xamãs e magos estamos numa guerra mágica.

É a única forma de levarmos o mundo de volta a um estado de equilíbrio. Na parte oeste da Park Avenue, na rua 68 em Nova York há dois belos edifícios, frente a frente. Um deles é a embaixada russa na ONU, que já foi URSS, o "grande inimigo", do outro lado está o Conselho de Relações estrangeiras (CFR) provavelmente uma das mais influentes organizações semi-públicas no campo da política internacional. Atua desde 1939 e os analistas políticos internacionais são unânimes em declarar que controla o departamento de estado americano. Nomes como Nelson Rockfeller, Henry Kinssinger e Nixon estão a este grupo associados.

Existe um livro "Honorable men" ( Little Brown Co., N.Y. , 1950) que na página 51 demonstra que tanto a articulação da segunda guerra mundial como a entrada dos EUA na mesma deve-se aos banqueiros do CFR. Interessante que como sempre financiam os dois lados, pois entre os membros do CFR encontram-se acionistas majoritários de bancos europeus como o Banco Henry Schoroeder (que financiou Sullivan e Cromwell) que patrocinaram Hitler (ver o documentário Zeitgeist).

Há uma luta acontecendo agora e para estes auto proclamados donos do mundo a destruição da Natureza vai continuar .

Entro neste tema para deixar claro que a "engenharia religiosa" destes grupos não tem limites e agora agem de forma ainda mais intensa em muito do que se vê por aí como Nova Era. Como a estapafúrdia teoria que 2/3 da humanidade vai morrer agora, para "purificar o planeta". Os "inferiores" vão embora e só ficam os superiores, claro, os que agem dentro de tal ou qual forma, sempre de acordo com o grupo que prega tais sandices.

Tais profetas do apocalipse já erraram feio desde a década de 80, mas sempre renascem pondo outra data e há sempre aqueles que preferem crer que alguém lá fora vem resolver tudo, que assumir que somos nós que temos que arregaçar as mangas e trabalhar para que uma nova era de equilíbrio venha à tona.

A Era de Aquário está aí, um novo ciclo, é como o sol de primavera voltando, mas do que adianta o sol primaveril voltar com sua chuva benfazeja se o solo não estiver arado e pronto, se a semente não está pronta?

É preciso muita insensibilidade para falar friamente da morte de 2/3 da população.

Eu estive esses dias indo a alguns postos de desabrigados aqui em Minas, por causa das enchentes, fomos levar leite da nossa fazenda e de alguns vizinhos. Ver as crianças e velhos é especialmente tocante.


Eu proporia pegar esses teóricos do apocalipse, que do conforto de suas casas ficam a falar sobre tais temas e colocá-los em campos de refugiados, creio que aprenderiam um pouco sobre algo que o budismo chama de compaixão e que eu chamo de gentileza.

Esta teoria está plenamente de acordo com a agenda dos nazistas, dos militantes de extrema direita de todos os blocos.

As pesquisas de armas biológicas nos EUA e em outros blocos buscam justamente isso, pragas seletivas que exterminem parte da população.

É muita ingenuidade acreditar que se houver uma crise global os verdadeiros donos do poder vão morrer.

Já estudaram um pouco o que há embaixo das montanhas rochosas dos EUA?

No mundo inteiro abrigos foram construídos para as elites do poder e preparados para os mais diversos tipos de contratempos, de catástrofes naturais a radiação atômica.

Assim como as potências usam o fenômeno UFO (real e complexo em si) para continuar as experiências com seres humanos dos nazistas, usam dessas tolices messiâncas para impedir que o único caminho viável, uma ação clara e incisiva, consciente e transformadora por parte de todos nós seja tomada.

É como o Brasil, que ao invés de resolver seus problemas, como moralizar as estatais e transformá-las em empresas eficientes e decentes, a gerar fundos para os gastos da União, como saúde, previdência e educação, prefere assumir que somos todos incompetentes, incapazes de eleger gente decente, incapazes de administrar com eficiência e vamos vender tudo ao capital estrangeiro, que tem mostrado muiiiiiita competência mesmo, vejam o caso da telefonia como pálido exemplo. E vão mostrar como são sensíveis as necessidades do país, quando da primeira crise mundial demitirem milhares.

Pode parecer que fugi do tema, mas não.

Fui a esta arena política para colocar que estamos na guerra do anel, como na outra era, contada por Tolkien.

Nunca o anel esteve tão perto de ser destruído, nunca esteve tão perto de Saruman.

E a luta tem que ser em todos os campos.

Assim cada vez que nos reunimos, como no dia 22 de Dezembro, no mundo inteiro em celebração (não adoração) a Deusa, cada rito que fazemos, cada vez que o paganismo se fortalece estamos novamente nos alinhando aos povos nativos de todos os continentes, aos pagãos de todos os mundos, desse e dos mundos paralelos onde se refugiaram.

E não adianta fazer como outros movimentos que tentaram fugir do sistema, a luta é de dentro para fora, nossas posturas é que mudam o mundo.

É esta a luta que está sendo travada, uma luta que ganhamos terreno quando somos felizes, quando realizamos nossos mais profundos sonhos, quando vivemos prazerosamente.

A mãe Terra está doente.

Cada vez que ritualizamos somos como uma agulha de acupuntura a tonificá-la.

Como bem coloca-se em Matrix, o ser humano deixou a condição de mamífero, que entra sempre em relação simbiótica com o meio onde vive, para assumir a condição de vírus.

Temos que curar esse comportamento, antes de mais nada em nós mesmos.

E então agir incisivamente.

Atos simples, como não comprar produtos que sejam agressivos ao meio ou venham de empresas que de uma forma ou de outra prejudiquem o meio ou usem mão de obra escrava.

É um primeiro passo, e como diz Lao Tsé, uma longa viagem começa com o primeiro passo.

Se estes primeiros passos forem dados poderemos ir mais longe, como trabalhar magicamente para transmutar todo o urânio 235 e o plutônio em elementos inofensivos.

Há uma batalha entre vida e morte, consciência e inconsciência.

Vale dela participar.

Se mais não for, para que o sorriso não desapareça no rosto de nossas crianças.

Se mais não for, por gentileza, um total gentileza para com a vida.

 
Nuvem que Passa

01/2000

Sinal de Fumaça

A Chave Secreta para o Empoderamento

Saúdo a Fonte Eterna em mim e em tudo. Estou atuando a partir do centro da verdade. Que todos os impedimentos sejam removidos. Imagem gerada...