quinta-feira, 8 de maio de 2025
A inter-relacão da consciência e da percepcão por novos canais
terça-feira, 6 de maio de 2025
Introdução ao Sonhar
O tema do sonhar é de grande interesse. Poderíamos começar definindo o que é sonhar. Para o Xamanismo, sonhadores são os(as) que atuam conscientemente com o corpo de energia. Temos esse corpo físico que desenvolvemos, melhor dizendo, que se desenvolve até o estado maduro, depois começa a envelhecer e "morre", isto é, deixa de atuar com a força da vida, deixa de existir enquanto organismo e retorna a entropia, retorna ao solve para depois coagular em outras formas.
Operamos na realidade cotidiana com nossa natureza física, atuamos com nosso corpo e este atuar também é "mais ou menos", pois atuamos com pouca consciência do que é realmente nosso corpo, das imensas possibilidades que trazemos.
Existem disciplinas como o Rolfing, os trabalhos de Moshe Fedelkreins, Mathias Alexander, Gurdjieff e outros que lidam com esta questão do uso limitado e robótico que fazemos de nosso corpo, como tensionamos partes desnecessárias, como usamos mal nosso corpo e como temos pouca consciência do mesmo.
Mas apesar de tudo isso o corpo físico é que nos dá esta sensação de continuidade, quando acordamos todas as manhãs vamos nos lembrando de coisas que já foram e temos uma solução de continuidade, algo que gera o que chamamos "eu".
Nos sonhos comuns a consciência é errática, não há solução de continuidade, não há uma "vida", mas várias ocorrências, em mundos espectros ou mesmo fugidios mergulhos em realidades efetivas, mas sem o corpo de energia ter sido totalmente desenvolvido estamos apenas vivenciando erráticos deslocamentos do ponto de aglutinação.
Assim como o corpo cria o sentido de existência nessa realidade, o corpo de energia, o corpo "sonhador" cria a continuidade que permite a percepção operar com foco e precisão em mundos outros que não esse.
Quando sonhamos estamos em outra condição da realidade, damos um salto quântico, mesmo que andemos pelos lugares daqui, até que o corpo de energia esteja plenamente pronto e sejamos capazes de sonhar com este mundo, nossas incursões aqui são feitas como entidades de energia.
Um dos problemas chaves da viagem para outros estados de ser é que quando existimos enquanto entidade energética pura perdemos a habilidade de atuar sobre a matéria dessa dimensão.
Entes diversos que se projetam através dos mundos passam pelo mesmo.
Atuar no mundo físico a partir do corpo energético se faz possível apenas quando "sonhamos acordado", ou seja, atuamos num estado de consciência onde o ponto de aglutinação se desloca para uma posição onde o corpo de sonho e o corpo físico se fundem, tendo um partilhado o poder do outro.
Esse estado é conhecido como "fundindo as duas identidades" e é atingido após um longo caminho de disciplina e trabalho.
Por isso quando assistimos filmes como "O Tigre e o Dragão" fica parecendo pueril e exagerado o estilo de luta dos adeptos do estilo interno, quando na realidade estão apenas operando com outros níveis, mais que o corpo apenas, embora este profundamente treinado seja a porta primeira para esse estado.
Quando comecei a trabalhar com o corpo de sonho usava a ideia de olhar em lugares onde não olhava, em cima de um guarda roupa, na face superior de um lustre, em cima da porta, o desenho da madeira ali, em cima do telhado, para depois ir no outro dia ver se o que vi estava lá.
Muito interessante essa ideia de mexer os objetos enquanto no corpo de energia. Apenas o cuidado de não ficar absorvido me parece recomendável.
Quando no sonho estamos sempre noutra "camada da cebola", pois estamos noutra condição de realidade e de percepção.
Afetar esta realidade a partir de outra realidade é possível?
Pelo que me contaram da história dos antigos povos que desenvolveram sofisticadas civilizações, vivendo nestas "camadas da cebola", o fato de atuarem apenas nestas outras camadas os levou a deixar de lado este aspecto da realidade.
Quando os povos invasores vieram a grande maioria foi dizimada, a casca grossa dos limites perceptivos destes conquistadores não permitia que a percepção destes (as) feiticeiros deslocassem seus pontos de aglutinação para posições onde vivenciariam o poder do (a) feiticeiro.
Protegidos por uma mente que limita e veda a percepção atacaram com ferocidade e civilizações inteiras quase foram dizimadas.
Mais tarde outros conquistadores viriam, ainda mais violentos e destruidores.
Cá estamos na civilização resultante destas ondas de conquista.
Sabemos quem perdeu as batalhas.
Só os (as) dotados (as) de poder pessoal conseguiram sobreviver, com eles (as) a magia funcionou.
Poder pessoal parece ser a chave da ponte entre o corpo de energia e o corpo físico.
Tudo isso que falei é a opinião de um homem falando do sonhar.
Para as mulheres é completamente diferente, tendo útero as mulheres sonham diretamente, sem toda essa elucubração que nós homens nos enredamos.
Mas tal compreensão tem seu valor também, a mente é um escudo eficiente frente aos ataques da ETERNIDADE.
terça-feira, 29 de abril de 2025
A guerra entre a consciência e a inconsciência, por Nuvem que Passa.
Após dias de chuva, estou no sul de minas, o sol começa a brilhar forte, intenso.
Após todos esses dias na umidade é um prazer sentir a luz solar quente, intensa.
Uma amiga da minha irmã que está hospedada aqui em casa, ela é de Itajubá e as estradas para lá estão impedidas, pela manhã, quando tomávamos o desjejum na varanda, ao sol, desembolorando, fez uma colocação que me chamou a atenção para um tema sério.
Ela disse: "E aí, você como pagão já fez seus ritos de agradecimento pelo sol ter voltado? "
Olhei para o sol brilhando intenso no céu azul e muitas ideias vieram a minha mente.
O sol está lá, num dos pontos da elipse das órbitas planetárias. Ele não foi embora nem voltou. Esteve sempre ali, não ficou nem mais nem menos intenso. Não "desejou " que chovesse, tão pouco que parasse de chover. Ele apenas está lá, podemos ou não nos sintonizar com ele. Como dizem os beduínos do deserto:
"Não se implora ao sol por misericórdia ao meio do dia. Procura-se a sombra".
Não é o sol responsável pelo desequilíbrio ecológico que gera essas chuvas concentradas neste período, depois de um longo período de seca.
O que me chamou a atenção no comentário foi como nos equivocamos ao avaliar certos eventos e como fomos impregnados de posturas que mesmo superadas intelectualmente, ainda nos tangem, ainda nos influenciam. Queremos atribuir ao paganismo uma relação idêntica aos dos religiosos. Como já coloquei outras vezes um (a) pagão (ã) não "ora aos deuses" "implorando humildemente favores". Um(a) pagão (ã) entra em sintonia com as potências da vida e age em harmonia com esses fluxos.
Magia é a forma do pagão se aliar aos poderes que nos cercam, não orações de pedintes. Tais potências que imprecisamente chamamos de deuses e deusas, não respondem a "oração" mas ao poder pessoal e a precisão da magia empregada. Fato.
Ao contrário do religioso que reza para deus ajudar e quando nada recebe, ou até o contrário acontece, se julga sendo "castigado" ou "testado", um pagão sabe que se realizou o rito de forma correta e tem poder pessoal suficiente vai atingir o que procura. Magia!
É difícil mudar a mentalidade, a forma de abordar a realidade.
Acompanho isso no meu cotidiano profissional, pois meu trabalho é lidar com a mudança de cultura dentro de uma empresa, auxiliar no baixar à resistência à mudanças, quebra de velhos paradigmas, pois só assim os programas de qualidade total e melhoria contínua podem ser de fato aplicados.
Na maioria das empresas que entramos, muitas das quais já tem o ISO, não aconteceu essa mudança, apenas decoraram procedimentos e acabam se estressando muito pois ficam "imitando", "seguindo" sem compreender de fato toda a nova mentalidade que um programa de qualidade exige. Isso é tão profundo que cansei de ver pessoas colocarem verbalmente certos pontos e agirem exatamente em linhas opostas sem nem perceberem isso. E as falhas ocorrem quando tentam manter as mesmas posturas antigas num contexto de qualidade total. Não funciona, gera problemas.
O mesmo vejo no paganismo.
Muitas pessoas subitamente percebem que o paganismo tem um apelo profundo. Sentem ressonância e mergulham no mesmo, mas trazem para o paganismo suas antigas posturas existenciais. Não operam em si uma profunda transformação conceitual, não reavaliam sua percepção da realidade circundante, apenas pegam os mesmos conceitos e os resignificam, isto é dão rótulos novos, mas continuam com a mesma bagagem conceitual.
Como já dissemos anteriormente, iniciar-se é morrer para o velho ser que éramos e nascer para um novo ser.
Morrer é transformar-se, é deixar para trás um estilo de ser, de agir, de pensar e sentir e ousar encontrar um novo estilo. Sem essa mudança estrutural não houve iniciação. Rituais portentosos podem ter ocorrido, mas o sentido fundamental da iniciação, morrer e renascer, não foi alcançado. E morrer é deixar o velho e nascer novamente, de si, por si, puro(a) , ingênuo(a), pronto(a) a reaprender o mundo. Essa a purificação necessária, despir-se de todos os "eus" conceituais que nos impregnaram para conseguir ver a realidade como ela é, não como nos condicionaram a vê-la.
Se lerem atentamente todos os livros que contam sobre a iniciação de um(a) xamã verão que é isto que o(a) pessoa ou grupo que inicia faz. Desmonta sistematicamente a antiga visão de mundo e "educa" o(a) aprendiz a mergulhar numa nova abordagem da realidade.
Vivemos num mundo totalmente manipulado.
Os meios de comunicação para a massa torcem as informações de forma sutil ou até acintosa, a fim de que o poder continue nas mãos dos que se julgam donos do mundo.
Como pagãos(ãs) e xamãs somos os(as) herdeiros(as) espirituais de povos que perderam, em parte, as históricas batalhas pela sobrevivência. Poucos param para pensar sobre isso, mas no litoral brasileiro, em Cusco, em Yucatã e tantos outros pontos do continente travou-se uma batalha entre duas mentalidades e a mais grosseira, mais violenta, mais vil venceu. Quantos povos foram cruelmente assassinados e aculturados?
Perdemos, em parte, estas batalhas. Digo em parte pois o fato de estarmos aqui, numa lista, debatendo o tema, mostra que ao mesmo tempo que exércitos matavam ou escravizavam os corpos de nossos ancestrais espirituais e padres convertores lhes matavam ou escravizavam a essência, alguns conseguiram escapar, o elo foi mantido e hoje renasce com intensidade.
Mas enquanto civilização os povos pagãos foram exterminados. Quando penso nisso há um certo pesar. A civilização hoje dominante nos impregnou de um neodarwinismo social que faz crer ser este modelo civilizatório o melhor e "um resultado natural da evolução". Nada mais falso.
As mortes, guerra, conflitos, inquisição, interferências imperialistas ainda hoje em andamento, nada mais são que o testemunho sangrento que este modelo de civilização é tão artificial que precisa de um trabalho intenso de desequilíbrio para existir. É mantido pelo poder de armas, exércitos e forças conversoras.
A explosão populacional, a exploração de seres humanos como objetos, negando-lhes sua condição de sujeito, essa padronização da vida em horários estanques, a perda do elo com a natureza, tornada objeto a ser explorado, não uma força viva e dinâmica tudo isso foi progressivamente desenvolvido para chegar a esta civilização.
As civilizações anteriores, os povos nativos da América e Europa, por exemplo, tinham outro estilo de vida, outra relação com a vida. O paganismo é um resgatar deste outro estilo de vida, em sintonia com a Natureza, como uma força viva, não apenas fonte de matéria prima. Óbvio que não podemos voltar atrás no tempo, tentar viver como os celtas viviam, como os índios, mas podemos aprender muitos aspectos com eles. Sabemos que tomamos banho todo dia não por influência da " desenvolvida" cultura europeia, mas graças aos índios e as amas negras. Há muitos hábitos saudáveis que vem desses povos e a forma de se relacionar com a vida, com a natureza e com a magia pode muito ser fortalecida quando entramos no universo pagão.
Estamos numa guerra. Uma guerra muito mais séria que a Guerra fria. De um lado temos os que lutam pela consciência, do outro pela inconsciência.
Há grupos espalhados pelo mundo em ação totalmente egoísta. Quem assiste Arquivo X tem uma boa analogia naquele sindicato que opera sob a proteção de rótulos como " segredo de estado" e "defesa nacional". Existem vários desses grupos espalhados pelo mundo, lutando apenas pelos seus interesses, prontos a sacrificar coletividades inteiras para se manter no poder. São herdeiros diretos de grupos que há tempos vem lutando pelo poder total sobre a humanidade.
Júlio César começou todo um trabalho sistemático para isolar as antigas tradições, poucos sabem que foi ele o primeiro a queimar uma parte da Biblioteca de Alexandria a fim de destruir certos elementos da tradição. O ataque aos celtas e outros povos foi só mais um passo desse agir rumo a uma tirania mundial. Cortez, Pizarro, Custer, Fernão Dias e tantos outros são alguns dos facínoras, assassinos, que numa lista de criminosos contra a humanidade figuram junto a Hitler e Milosevic, homens que perseguiram e destruíram outros povos com requintes de crueldade. Não podemos nos esquecer da inquisição que tentou destruir os elos da tradição que ainda resistiam e impedir a ciência de se desenvolver. E hoje temos os evangélicos invadindo aldeias e destruindo a cultura nativa para impor suas crenças.
Sabe como levamos um índio a perder seu respeito e amor pela terra, a vender sua mata e permitir que rasgue a mãe terra e poluam seus rios para minerar?
Basta convertê-lo, ensinar que os deuses, a Deusa, os ancestrais, o curupira e o anhangá, são demônios, que só Jesus salva e é só aceitá-lo como salvador pessoal e pronto. Se acabarem com o mundo não tema, deus vai dar um novo céu e uma nova terra ao eleito, só os pagãos tem que preocupar com a preservação do mundo, pois sabem que irão para o inferno quando este mundo acabar.
E assim continua a transformação desse mundo, um paraíso, num inferno.
Mas a luta está em andamento e como diz Marilyn Fergunson estamos no meio de uma revolução silenciosa.
Não é mais tempo de revolução com armas, que só ajudam as fábricas de armas a lucrar mais. Como dizem meus amigos sufis estamos no tempo de um Jihad da pena, um Jihad de conhecimento.
Como acreditam os xamãs e magos estamos numa guerra mágica.
É a única forma de levarmos o mundo de volta a um estado de equilíbrio. Na parte oeste da Park Avenue, na rua 68 em Nova York há dois belos edifícios, frente a frente. Um deles é a embaixada russa na ONU, que já foi URSS, o "grande inimigo", do outro lado está o Conselho de Relações estrangeiras (CFR) provavelmente uma das mais influentes organizações semi-públicas no campo da política internacional. Atua desde 1939 e os analistas políticos internacionais são unânimes em declarar que controla o departamento de estado americano. Nomes como Nelson Rockfeller, Henry Kinssinger e Nixon estão a este grupo associados.
Existe um livro "Honorable men" ( Little Brown Co., N.Y. , 1950) que na página 51 demonstra que tanto a articulação da segunda guerra mundial como a entrada dos EUA na mesma deve-se aos banqueiros do CFR. Interessante que como sempre financiam os dois lados, pois entre os membros do CFR encontram-se acionistas majoritários de bancos europeus como o Banco Henry Schoroeder (que financiou Sullivan e Cromwell) que patrocinaram Hitler (ver o documentário Zeitgeist).
Há uma luta acontecendo agora e para estes auto proclamados donos do mundo a destruição da Natureza vai continuar .
Entro neste tema para deixar claro que a "engenharia religiosa" destes grupos não tem limites e agora agem de forma ainda mais intensa em muito do que se vê por aí como Nova Era. Como a estapafúrdia teoria que 2/3 da humanidade vai morrer agora, para "purificar o planeta". Os "inferiores" vão embora e só ficam os superiores, claro, os que agem dentro de tal ou qual forma, sempre de acordo com o grupo que prega tais sandices.
Tais profetas do apocalipse já erraram feio desde a década de 80, mas sempre renascem pondo outra data e há sempre aqueles que preferem crer que alguém lá fora vem resolver tudo, que assumir que somos nós que temos que arregaçar as mangas e trabalhar para que uma nova era de equilíbrio venha à tona.
A Era de Aquário está aí, um novo ciclo, é como o sol de primavera voltando, mas do que adianta o sol primaveril voltar com sua chuva benfazeja se o solo não estiver arado e pronto, se a semente não está pronta?
É preciso muita insensibilidade para falar friamente da morte de 2/3 da população.
Eu estive esses dias indo a alguns postos de desabrigados aqui em Minas, por causa das enchentes, fomos levar leite da nossa fazenda e de alguns vizinhos. Ver as crianças e velhos é especialmente tocante.
Eu proporia pegar esses teóricos do apocalipse, que do conforto de suas casas ficam a falar sobre tais temas e colocá-los em campos de refugiados, creio que aprenderiam um pouco sobre algo que o budismo chama de compaixão e que eu chamo de gentileza.
Esta teoria está plenamente de acordo com a agenda dos nazistas, dos militantes de extrema direita de todos os blocos.
As pesquisas de armas biológicas nos EUA e em outros blocos buscam justamente isso, pragas seletivas que exterminem parte da população.
É muita ingenuidade acreditar que se houver uma crise global os verdadeiros donos do poder vão morrer.
Já estudaram um pouco o que há embaixo das montanhas rochosas dos EUA?
No mundo inteiro abrigos foram construídos para as elites do poder e preparados para os mais diversos tipos de contratempos, de catástrofes naturais a radiação atômica.
Assim como as potências usam o fenômeno UFO (real e complexo em si) para continuar as experiências com seres humanos dos nazistas, usam dessas tolices messiâncas para impedir que o único caminho viável, uma ação clara e incisiva, consciente e transformadora por parte de todos nós seja tomada.
É como o Brasil, que ao invés de resolver seus problemas, como moralizar as estatais e transformá-las em empresas eficientes e decentes, a gerar fundos para os gastos da União, como saúde, previdência e educação, prefere assumir que somos todos incompetentes, incapazes de eleger gente decente, incapazes de administrar com eficiência e vamos vender tudo ao capital estrangeiro, que tem mostrado muiiiiiita competência mesmo, vejam o caso da telefonia como pálido exemplo. E vão mostrar como são sensíveis as necessidades do país, quando da primeira crise mundial demitirem milhares.
Pode parecer que fugi do tema, mas não.
Fui a esta arena política para colocar que estamos na guerra do anel, como na outra era, contada por Tolkien.
Nunca o anel esteve tão perto de ser destruído, nunca esteve tão perto de Saruman.
E a luta tem que ser em todos os campos.
Assim cada vez que nos reunimos, como no dia 22 de Dezembro, no mundo inteiro em celebração (não adoração) a Deusa, cada rito que fazemos, cada vez que o paganismo se fortalece estamos novamente nos alinhando aos povos nativos de todos os continentes, aos pagãos de todos os mundos, desse e dos mundos paralelos onde se refugiaram.
E não adianta fazer como outros movimentos que tentaram fugir do sistema, a luta é de dentro para fora, nossas posturas é que mudam o mundo.
É esta a luta que está sendo travada, uma luta que ganhamos terreno quando somos felizes, quando realizamos nossos mais profundos sonhos, quando vivemos prazerosamente.
A mãe Terra está doente.
Cada vez que ritualizamos somos como uma agulha de acupuntura a tonificá-la.
Como bem coloca-se em Matrix, o ser humano deixou a condição de mamífero, que entra sempre em relação simbiótica com o meio onde vive, para assumir a condição de vírus.
Temos que curar esse comportamento, antes de mais nada em nós mesmos.
E então agir incisivamente.
Atos simples, como não comprar produtos que sejam agressivos ao meio ou venham de empresas que de uma forma ou de outra prejudiquem o meio ou usem mão de obra escrava.
É um primeiro passo, e como diz Lao Tsé, uma longa viagem começa com o primeiro passo.
Se estes primeiros passos forem dados poderemos ir mais longe, como trabalhar magicamente para transmutar todo o urânio 235 e o plutônio em elementos inofensivos.
Há uma batalha entre vida e morte, consciência e inconsciência.
Vale dela participar.
Se mais não for, para que o sorriso não desapareça no rosto de nossas crianças.
Se mais não for, por gentileza, um total gentileza para com a vida.
quarta-feira, 2 de abril de 2025
A questão da sombra - 4ª parte
Já sentiram isso?
Há dois filamentos de energia que saem de nós, que brotam em cada gene, que mergulham na ancestralidade humana, indo para antes da história, antes do mito, antes da lenda...
Somos a manifestação de todo esse poder.
Ser pagão(ã) é lembrar disso.
Não somos crias de um deus, somos emanações da ETERNIDADE.
Sondas avançadas de consciência, vivendo a ETERNIDADE.
ELA, vive em nós, nossa consciência é DELA, vem DELA, um dia voltará para ELA.
Enriquecemos a consciência DELA, pelo maravilhoso mistério do Existir.
Podemos realizar esse trabalho de harmonização da nossa ancestralidade com um rito, um rito simples.
Rito de harmonização com nossos ancestrais femininos e masculinos:
Um lugar tranquilo, certifique-se que não vai ser interrompido, de preferência a noite, vamos olhar para as cavernas gêmeas que trazemos em nós, uma caverna tem em si toda nossa ancestralidade feminina, outra toda nossa ancestralidade masculina.
Abrir o círculo, posicionar as quatro energias dos quadrantes.
Sentir as quatro colunas de energia nos quatro cantos do círculo, eu gosto de mentalizar os quatro poderes (terra, água fogo e ar) como vastas colunas do Elemento, vindo do Infinito e entrando até as profundezas da Terra.
Depois me foco como o ponto no centro do quadrado e do círculo.
Me sinto então indo para outra realidade, como numa pirâmide, os quatro cantos me apoiam e sou o ponto que vai para o alto da pirâmide.
Ao chegar ao alto o poder do círculo, que realizou a quadratura nos quatro pilares de energia se manifestam me apoiando para que possa então sentir a energia da Deusa, a Fonte de onde tudo emana e para onde tudo volta.
Ela se manifesta como uma constante brisa que sopra trazendo fina e sutil energia.
Deixe que os atributos tranquilos da Deusa lhe impregnem o ser e permita te sentires o mais profundamente tu mesmo.
O que tens de mais singular, mais teu, aquilo que é mesmo tua essência, deixe que se apresente aqui.
Nesta energia sutil evocar a presença de seus antepassados masculinos, depois das antepassadas femininas e se harmonizar com eles.
"Eu vos chamo além do tempo e do espaço, na beirada desse círculo mágico, vós, todos meus antepassados masculinos.
Eu sou o(a) que está aqui agora.
Meus olhos são, por vezes, janelas por onde olham para a existência.
Mas meus braços e minhas mãos, meu coração e meus pés minha língua e meu destino me pertencem, sou o (a) novo(a), sou quem está aqui agora, ficarei sempre grato(a) por seus conselhos e ajuda em momentos de grande necessidade, mas me respeitem e permitam que eu construa sabia e livremente minha vida."
"Eu vos chamo além do tempo e do espaço, na beirada desse círculo mágico, vós, todas minhas antepassadas femininas.
Eu sou o (a) que está aqui , agora.
Meus olhos são, por vezes, janelas por onde olham para a existência.
Mas meus braços e minhas mãos, meu coração e meus pés, minha língua e meu destino me pertencem, sou o (a) novo(a), sou quem está aqui agora, ficarei sempre grato(a) por seus conselhos e ajuda em momentos de grande necessidade, mas me respeitem e permitam que eu construa sabia e livremente minha vida".
Se encerra o ritual pedindo que cada poder que ali se apresentou retorne de onde veio, que o equilíbrio entre os mundos se restabeleça e faça sua forma pessoal de fechar o círculo.
Esse rito é muito profundo, se feito com uma preparação legal, num momento adequado, que a gente deve prestar atenção, tipo lunação, hora do dia, cada hora tem uma regência planetária. A gente pode alcançar um estado de muita harmonia com as forças ancestrais em nós.
Isso é trabalhar a sombra também, como disse acima temos poderosas forças que estão em nós, até a nível físico, em nossos genes.
Percebem que quando falamos a abordagem dos bruxos(as) e xamãs não tem nada a ver com a cristista não é que a gente está sendo radical, brigando e tal, é que não tem mesmo.
No paganismo a gente vai as questões com outro estado de espírito.
Sem medo, não somos pecadores com medo de um pai psicológico que pode nos condenar a infernos, castigar.
O que temos em nós são vivências e toda vivência plena tem seu valor.
No Paganismo temos outra realidade, vamos ao encontro da Deusa, de quem fomos apartados, como o galho quebrado da árvore vai sequioso à terra.
Já viram dessas plantas que a gente tira um galho, põe na terra e ele brota e se torna nova árvore?
Pois este me parece nosso caminho agora.
Um galho que se torna promessa de nova árvore.
Que vai puxar da terra uma certeza de vida e, então, o galho realiza uma magia profunda, se torna árvore.
Nós fomos podados da árvore da vida por um sistema tolo, que nos alienou de nós mesmos, que nos condicionou a chamar de realidade uma descrição de mundo totalmente tacanha.
Mas como galhos ainda com a VIDA podemos ousar nos conectar a DEUSA, a ELA, a TERRA e como árvores plenas renascermos.
E resolver a sombra, integrá-la é parte desse trabalho, pois é a sombra que ficará sob a Terra e que se transmutará de parte, de galho partido, em raiz...
A magia da sombra resolvida, dá chances ao galho que ia secar e ser queimado em algum forno da sociedade industrial, em tornar-se nova e vigorosa árvore.
Que tal magia se realize em nós...
Nuvem que Passa
terça-feira, 1 de abril de 2025
A questão da sombra - 3ª parte
Seus antepassados interiores lhe ditam como agir, como fazer tudo em sua vida e o "nós mesmos" é apenas um vozinha ainda frágil em nosso interior, por falta de uso, quase não é ouvida.
Mas é essa voz ainda nascente que é a única coisa que somos e se lhe dermos atenção, se começarmos a ser mais "nós mesmos" do que "o que fizeram de nós" vamos ampliar muito essa singular presença.
Temos que tomar muito cuidado para não sermos marionetes nas mãos das forças ancestrais que trazemos em nós.
Podemos ser uma vasta janela, pela qual nossos ancestrais masculinos e femininos espiam para a existência, mas não podemos ser fantoches manipulados pelas lutas e batalhas que quem nos antecedeu criou.
Somos livres para gerar um mundo novo e neste sentido precisamos de energia e de coragem.
A tremenda força que vem da sombra pode ser usada, pode ser canalizada para este tremendo propósito, gerar uma nova realidade existencial para nós.
A sutileza da ARTE é que quem está ao nosso lado, pouco ou nada deve perceber disso.
Se estiverem mesmo entendendo o que estou escrevendo aqui verão que a proposta de "mudar de mundo" passa por mudar nossa relação com o mundo a nossa volta.
A forma pela qual nos relacionamos com o mundo a nossa volta revela muito se estamos mesmo prontos (as) ou não para trabalhar nossa sombra.
Se tu és agressivo(a) e responde no soco com as pessoas, mesmo que sejam só algumas, se tudo te irrita, se tem vontade de agredir pessoas, tudo isso indica uma personalidade que está precisando se trabalhar antes de ir ao encontro da sombra.
A sombra é para ser visitada quando já resolvemos estes lados mais superficiais nossos.
Podemos dizer que estes conflitos são a "ponta do iceberg" do que é a sombra, resolvê-los é gerar energias tremendas que serão fundamentais no processo de integração da Sombra.
O Xamanismo, em sua praticidade, levou os(as) xamãs a investigarem muito sobre o comportamento humano.
Descobriram algumas coisas úteis.
Quem melhor nos revela se tamos bem ou não?
Nossa família.
Lidar com nossa família e as pessoas próximas é o mais complicado.
Por que nos conhecem, porque sabem usar tons de voz, expressões, tudo que pode ir além das barreiras que sabemos ter com os "de fora".
Um sifu me contou que lutadores de certos clãs no antigo Cantão quando tinham um oponente muito forte procuravam antes estudar o tom de voz da mãe deste (na época era fácil isso, as famílias viviam juntas, numa mesma casa várias gerações).
O tom de voz da mãe atravessa as barreiras defensivas em nós porque o ouvíamos como vibração, quando estávamos no útero.
Assim é preciso a gente estar bem tranquilo com a gente (mesmo) pra ter uma boa relação com a mãe e o pai, entender nossos ancestrais não quer dizer que cedemos e somos o que eles querem, significa que conseguimos harmonizar em nós a energia deles.
Se seus pais são crentes é claro que eles nunca vão ficar numa boa pelo fato de seres um (a) bruxo(a) mas podes evitar a crise agindo com equilíbrio, agindo com uma esperteza que a sombra, quando integrada e bem trabalhada nos dá.
Eu sempre que posso passo uns dias perto da minha família pra sacar como é importante ter resolvido isso.
Temos muita influências de nossos pais.
Me parece que numa época isso gera certos atritos, quando cada um quer impor seu caminho.
A forma de lidar com isso precisa ser harmônica, quando conseguimos entender que nossos pais sempre querem o melhor pra gente, mas o melhor deles nem sempre é o nosso, a gente passa a respeitar aquela insistência que parece chata de nos "aconselharem" sobre certas coisas.
Um dos segredos para ir além dessas crises é ver, além da forma às vezes chata e insistente que apresentam suas propostas de vida, que ali está um desejo sincero de nos ajudar, ver que além da forma está uma chama de verdadeiro amor por nós, isto pode mudar tudo, é sutil, muito sutil compreender isso.
Especialmente nós da Bruxaria, vejam só o termo, imagine o que muitos dos pais e mães pensam quando veem que o(a) filho(a) tá envolvido com "Bruxaria".
E tem gente que num show de insensibilidade, querem "sentir elementais", se dizem "unidos à Deusa" mas não sacam o quanto são agressivos(as) quando querem obrigar que os pais e outras pessoas "aceitem" que são "bruxos(as)".
Sério, dava pra rir se não fosse tão caótico o resultado.
Acham que eles vão entender como a gente entende o que é Bruxaria?
Claro que não.
Eles passaram a vida sendo condicionados que o mal, o diabo, tudo que é de mais ruim tem chifres e tal, aí entra no quarto encontra o filho ou filha com um caldeirão, fogo aceso, imagem do diabo na parede.
Dá pra rir, mas pra cabeça deles é terrível, agora tem certeza que o próximo passo é algo muito ruim e é claro que vão brigar de unhas e dentes para que "saiam dessa".
E qualquer zica que acontecer na área, culpa de quem?
Então, quando a gente tá falando de resolver nossas energias ancestrais o primeiro passo é não dar bobeira de viver em crise com os pais, é ir com calma, é explicar o que dá prá explicar, mostrar que a Bruxaria não vai te fazer mal, não vai te levar a ser um(a) "louco"(a), um(a) "drogado"(a), que são esses os medos que pintam nas cabeças de quem foi criado numa sociedade cristã e descobre que o (a) filho (a) crê em Deus chifrudo, usa caldeirão e se diz pagão.
Bom senso e canja de galinha não faz mal a ninguém (quem for vegetariano(a) tira a galinha da canja e faz uma sopa de legumes).
Engraçado que tem gente que acha que tem um ritual para lidar com a sombra, até tem, vou passar mais a frente, mas o primeiro passo é o ritual do dia a dia, o mais forte, pode ter certeza que é o mais poderoso.
Se harmonizar com seus ancestrais que tão aí, vivos, seus pais.
Este é um desafio verdadeiro com o qual não dá pra se enganar, ou dá certo ou não dá.
Por que tu podes fazer um rito todo pomposo para seus ancestrais, viajar que conseguiu harmonizar essa energia e ficar nessa, mas o fato de estar numa sintonia mais fina com sua família imediata é algo que ou é real ou não, sem fantasia.
Tem muito de vaidade em toda crise com os pais, quando a gente controla a importância pessoal e a vaidade e consegue estabelecer uma relação harmônica com os pais, tivemos que nos trabalhar muito, para falar certas coisas, não falar outras tantas, tudo isso reflete na nossa energia interior e na nossa VONTADE, então fique claro que trabalhar harmonia com os pais é um trabalho mágico de verdade, que gera energia e mexe mesmo com a realidade de nossa existência, é um fato.
Temos que cuidar bem da nossa energia ancestral, na magia sabemos que o poder da energia ancestral deve estar em harmonia pra gente trabalhar completamente a sombra.
E agora vamos ao rito, um rito pra ser feito quando a gente já trabalhou esta harmonia com os nossos pais.
Esse gerar harmonia com os pais não deve ser forçado, deve ser "cultivado", sem pressa, com tranquilidade, deixar atos, momentos irem semeando este novo estilo de relação.
Estou falando de uma magia que tem o espírito das árvores e tudo que tem o espírito das árvores é assim, lento, mas profundo.
Não é amanhã fazer um discurso ou hoje mesmo sair correndo, acordar todo mundo ou invadir a sala de TV e dizer : "daqui pra frente, tudo vai ser diferente" risos...
É sutil, é se tocar todo dia de não "reagir" apenas, mas procurar gerar outro clima na relação, coisa que vão ver como às vezes é difícil, pois ninguém tá dizendo que pai e mãe as vezes não são muito chatos.
Só estamos descobrindo que a gente também às vezes é muiiiiito chato.
Então dá pra ser mais compreensivo com pessoas que foram educadas noutro século, noutro milênio.
Continua....
segunda-feira, 31 de março de 2025
A questão da sombra - 2ª parte
Precisamos despertar plenamente nossa natureza pagã, ser de corpo e alma um (a) pagão(ã), alguém que sente a VIDA sem intermediários, diretamente.
Recomendo muito ler Fernando Pessoa¹ e seus textos e poemas pagãos para sentir o que estou querendo colocar como "ser pagão".
Os poetas, FP em especial, conseguem dar uma elasticidade a palavra que ela se torna mais ampla, capaz então de conter em si verdadeiras definições deste complexo estado que é ser pagão (ã).
É um estado de espirito onde vamos direto a ELA, a Natureza, onde vamos além do que nos disseram ser a realidade para realmente SENTIR o que é a realidade.
Nós pagãos(ãs) nos sabemos parte DELA, sentimos em nós o Deus e a Deusa em seus movimentos.
Por isso um (a) pagão sente os ciclos da vida e os celebra, as luas cheias e novas, os trabalhos da crescente e da minguante, sabe quando o sol nasce, o meio dia, o crepúsculo que é porta e a noite escura, véu que nos permite atravessar as fronteiras e nos aventurarmos em outros mundos pelo SONHAR.
Há uma mudança profunda que se opera em nós quando deixamos de lado o condicionamento, o "que fizeram de nós" e ousamos ser "o que somos".
O Xamanismo coloca que neste caminho de auto-descobrimento e auto-realização, passamos por uma caverna, um lugar onde enfrentamos nossos fantasmas interiores, um lugar onde temos que aprender a integrar nossa sombra ao todo que somos.
A sombra quando não integrada gera uma turbulência na nossa totalidade e aspectos nossos não resolvidos podem vir à tona.
Meditem comigo, somos os(as) filhos(as), dos(as) pais, dos(as) avós, dos(as) bisavós, dos(as) tataravós e por aí vai.
Temos em nós a ancestralidade masculina e feminina que remonta a épocas além da concepção humana.
Temos todo tipo de estilos de ser nessa nossa ancestralidade, assim precisamos de fato harmonizar toda esta tremenda carga informacional que trazemos em nós, da qual somos manifestação.
Temos uma visão muito pobre do passado, do que são nossos ancestrais.
Os(as) verdadeiros(as) construtores(as) dos monumentos de pedra que intrigam a humanidade, ainda são desconhecidos, mesmo com as explicações simplistas e positivistas dos que ainda se arvoram de donos do saber, que julgam que suas teses são verdades que podem se sobrepor a realidade da existência.
Estamos querendo analisar o passado com olhos do presente, o passado tinha outros paradigmas, outra percepção da realidade.
Um jarro que tinha azeite não era só um vaso que tinha azeite como hoje uma lata de azeite numa mesa é prá nós.
Tudo tinha outra textura, outra época, temos que tomar cuidado para não embarcar na Helmman's Airlines e fazer uma leitura cinematográfica do passado.
Tem gente que crê mesmo que o passado é como Xena e Hércules mostram e que magia é o que Charmed "revela".
São até interessantes e muito bons tais seriados, antes que alguém venha em sua defesa, estou apenas citando como exemplo.
Legais, ótimos, bem feitos, mas são leituras de nossa época de uma época que era completamente diferente.
Os tempos mudam, mesmo recentemente.
Pensem como era sobreviver na Idade Média: pestes, ladrões nas estradas, senhores feudais temíveis, padres em suas diligências contra a "heresia" e o "demônio" com livre trânsito para acusar quem quisessem e não apenas matar, mas torturar de forma atroz quem fosse acusado(a).
Os vencedores sobrevivem em maior número, os que perdem as batalhas de conquista só o fazem porque abrem mão de seus referenciais de vida.
Os que perdem as batalhas sobrevivem em corpo, mas sua história e sua continuidade existencial lhes é negada, agora continuam para construir a realidade com os paradigmas dos vencedores.
Assim temos um mundo formado pelos referenciais dos vencedores das várias batalhas nos quais impérios mercantilistas foram conquistando e destruindo, quer completamente quer em parte, os povos nativos.
Quer os matando, quer os convertendo.
E isto continua acontecendo, agora , subjugados à miséria que lhes foi imposta, são presas fáceis para os que lá vão convertê-los à fés que lhes são estranhas.
E é isto que ocorre agora, povos nativos, pagãos, sofrendo a subjugação, talvez mais atroz, agora que lhes escravizam as almas, lhes prometem paraísos futuros enquanto lhes roubam o que têm.
São outros seres humanos que estão fazendo isso, quer a violência de lhes negar sua tradição milenar, que a violência ainda mais terrível de lhes negar vida, terra, liberdade, pois a exploração e a morte de nativos é uma triste realidade em todo nosso continente.
Quem está destruindo vidas pelo lucro, que queima a floresta, que draga o rio, mata um rio inteiro para tirar minérios (há barcos que fazem isso, passam uma draga no fundo do rio e separam os minérios que querem e devolvem o "restolho" para o fundo do rio, pensem os nichos do fundo do rio que foram destruídos, isso está acontecendo aos montes agora. Estão MATANDO rios e ninguém nem liga...) tudo isso acontecendo é uma manifestação temível desta mesma sombra, seres humanos negam sua sensibilidade e destroem a vida em todas as formas em busca de lucro.
Por isso é muito importante resolver a sombra, para não nos tornarmos partidários da destruição que este sistema propõe em várias estâncias.
Temos toda essa tremenda energia dentro de nós, temos forças ancestrais em nós que foram sábias e magnânimas, mas também temos forças ancestrais em nós que foram atrozes.
¹ Fernando Pessoa como Alberto Caieiro - download aqui.
domingo, 30 de março de 2025
A questão da sombra - 1ª parte, por Nuvem que Passa.
É chegar já sem medo, sem crer em "mal", sem crer em pecados, que são crenças crististas que nada tem a ver com o paganismo.
Lembrando que chamamos de Cristista aqui o que fizeram do Cristianismo, pois a abordagem cristã da realidade também tem seus méritos, mas as religiões dogmáticas e dominantes, com sua necessidade de poder mundano acabaram deturpando a mensagem do Cristianismo reduzindo-o a um sistema muito tacanho e opressor, que, para diferenciar, chamo de cristismo.
Ir às questões fundamentais, como a sombra, pela via do Paganismo é outra realidade.
É outra abordagem, percebem, é uma história não para gente ficar explicando como às vezes temos mania, pegar um conto xamânico, uma lenda pagã, não é para ficar "interpretando": "isso e aquilo, tal coisa simboliza tal coisa, o osso é a tipificação do signo que é uma metalinguagem, sdroboWW!!!..."
O paganismo nos desafia a outro tipo de percepção, com o corpo da gente, é sentir o que está lendo, é sentir e não apenas raciocinar. Estas histórias falam para partes profundas de nós e temos partes profundas de nós que estão nas sombras.
Não é iluminar as sombras, sombra é sombra, luz é luz, cada uma tem seu papel.
Nossos ancestrais estão nesta sombra, temos que resolver nossa relação com nossos ancestrais.
Muitas pessoas nunca conseguem se equilibrar porque seus ancestrais não estão em harmonia com sua realidade de aqui e agora.
Galera, vamos acordar, vamos parar de querer fazer leituras crististas do paganismo.
Não é que o cristismo é errado não, cada um na sua. Acredito que a realidade é muito ampla, cabe todo mundo, mas alguém que quer mesmo trilhar o caminho do paganismo, é bom ir além desses paradigmas.
Senão a gente fica igual os movimentos nova era da Califórnia. Tem exceções, fique claro, mas tem aqueles caras que falam as mesmas coisas, pecado, céu, inferno, culpa, medo, Jesus, um deus pai e tal, mas usam palavras novas, termos novos. Temos que ir além de só mudar os nomes, apenas dar novos nomes aos bois não muda o fato que são bois.
Se estamos num grupo de pagãos, vamos ser pagãos em nossa proposta de entender o mundo.
Vamos olhar com novos olhos nossa ARTE.
Caminhos como o Xamanismo e a Wicca são caminhos pagãos e neo pagãos, assim merecem ser abordados com outro conjunto de paradigmas.
Digo isso porque, como xamã, considero a Wicca uma prima, uma "iba dïbï saï" ("os meus de verdade" termo usado pelos Sanumá, grupo da nação conhecida como Yanomani, para designar parentes próximos).
Pensem, este povo está sendo dizimado. Agora, enquanto teclo, tem um monte de povos nativos sendo dizimados nesse continente, a guerrilha do sub-comandante Marcos, na Colômbia, Peru, Bolívia, o narcotráfico e os agentes norte-americanos, há tanta coisa levando o povo nativo à destruição.
Toda essa crise no mundo.
Por que esta guerra no mundo?
Porque antigos ódios não foram esquecidos, porque os (as) filhos (as) continuam as lutas de seus pais ao invés de buscarem novos caminhos.
Cada um que está hoje num desses conflitos está lutando por causas que vem alimentando gerações de mortes e destruição.
Esta Sombra que os impulsiona vem do fato que não vivem suas próprias vidas, continuam a luta de seus ancestrais.
O primeiro passo de transformação da Sombra precisa é o trabalhar com nossos ancestrais.
Pois temos muitos jeitos de reagir, de emocionar e de raciocinar que não são "nossos" de verdade, trazemos coisas de nosso pai, nossa mãe e de nossos ancestrais também, porque nossos pais trazem dos pais deles e estes dos deles e aí vai.
Temos de estar atentos se vamos mesmo lidar com nossa Sombra, temos de lidar com os fatos que somos, sem fantasias sobre nós mesmos.
A tradição xamanística diz que só gente de verdade pode andar nas trilhas da sombra interior e não ser devorado por ela, por isso a vida é um dom tão raro, ensinam os(as) xamãs, só na trilha da vida podemos andar pela sombra e integrar seu tremendo poder em nós.
Depois que alguém passa pela avó morte dizem que é quase impossível um homem ou mulher conseguir mais andar pela trilha da sombra sem ser por ela devorado.
Pois a sombra deve estar integrada a nós, não dominando, pois qualquer parte da vasta totalidade que somos que "domine" já está exercendo um tipo de poder que acaba se mostrando no final sempre nefasto.
Neste ponto é interessante lembrar que na Wicca, como no Xamanismo, a gente não tem aquela história de "dominar" os elementais, de ser "o senhor"(a) dos elementos.
Nós "encantamos", e a magia da Deusa, encantamento, outra forma de abordar o poder, com a mesma VONTADE.
Da mesma forma vamos "encantar" a energia tremenda de nossos antepassados que faz parte de nossa Sombra.
Precisamos falar sobre isso também de forma clara.
Vejam as briguinhas que surgem nas listas de debate de tempos em tempos, A fala algo B entende outro algo, C se sente ofendido.
Aí começam ataques e contra ataques, brigas, separações, quantas histórias assim vocês conhecem?
Tudo isso indica que ainda reagimos demais, que temos muita ansiedade e nos colocamos em guarda ao menor sinal (real ou imaginário) de ataque.
Sem trabalhar isso antes, querer trabalhar a sombra é dar uma bomba atômica para um suicida religioso...
Portanto vamos ser bem realistas conosco mesmo.
Estamos mesmo nos trabalhando para estarmos mais em harmonia com a gente e com realidade ou tenho uma vida em crises com tudo e todos (as) a minha volta?
Da sinceridade desta resposta, que no silêncio do ler este texto, pelo menos por um instante vai passar pela tua consciência, vem a também a resposta se é hora ou não de lidar com esta questão da sombra.
sexta-feira, 21 de março de 2025
As 4 Faces da Deusa: Tantra e Sexo, por Nuvem que Passa.
Como todo os conhecimentos profundos e dotados de grande poder o Tantra exige estudo e supervisão.
Aprender Tantra por livros é tão tolo e perigoso como se alguém tentasse aprender a nadar em um rio de forte correnteza a partir de um curso por correspondência.
Fomos criados em uma civilização muito desequilibrada e é óbvio que nossa psique ficou muito afetada por isso.
Portanto temos que trabalhar com nossa própria realidade interior antes de dar qualquer passo nesse caminho.
Certo dia, quando estava no começo de meus estudos, preparávamos um canteiro para plantar.
Cavamos um buraco e peneiramos toda a terra antes de montar o canteiro.
Quando estávamos colocando o adubo orgânico a pessoa que nos orientava nos alertou para o fato de que se não houvéssemos antes peneirado a terra, liberado das ervas que não serviam aos nossos propósitos, aquela adubação estaria na verdade fortalecendo da mesma forma as ervas medicinais que plantávamos e as ervas que iriam sufocá-las.
Essa imagem volta agora a minha mente intensamente quando abordo a questão de prepararmos nosso terreno psíquico antes de o adubarmos com a potente energia sexual.
Como homem não compreendo o treinamento feminino para o Tantra, embora saiba que é profundamente diferente do nosso.
Mas sei que nesta primeira fase ele é idêntico.
Homens ou mulheres temos que começar nosso trabalho pelo psicológico.
Temos que remover aquilo que não somos, que foi imposto pelo condicionamento desequilibrante que chamamos de educação.
É a contemplação entre os amantes, o observar do que são de fato, o brilho do olhar trocado, progredindo para as carícias, que vão pouco a pouco alimentando o fogo alquímico do sexo.
Sinal de Fumaça
A Chave Secreta para o Empoderamento
Saúdo a Fonte Eterna em mim e em tudo. Estou atuando a partir do centro da verdade. Que todos os impedimentos sejam removidos. Imagem gerada...

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