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terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Por que Eu Não Sou Mais Um Trabalhador da Luz?


Escrito por Cameron Day, em 23 de agosto de 2013

Traduzido por Uni, em 26 de outubro de 2015

Não, não me voltei para o lado nego, ao invés disso estou transcendendo os lados. Este artigo é provavelmente a obra mais importante que já escrevi até hoje e com o objetivo de transmitir a mensagem por completo será necessário contar um pouco sobre algumas histórias passadas. Aguente firme e ao final você irá compreender porque nunca mais irei chamar a mim mesmo de “trabalhador da luz”.

O planeta Terra e também muito desse canto do universo têm estado por muito muito tempo sob um encantamento, um feitiço que lança dúvidas em nossas mentes a respeito de se estamos ou não em conexão à fonte infinita de toda a criação.

Este encantamento lançado a partir dos domínios celestes em direção a este cruel mundo cão, nós faz sentir solidão, vulnerabilidade e isolamento. Este feitiço é pura ficção, a enganação da mais alta ordem, mas ele arraigou-se profundamente e permanece ativo neste e em outros mundos.

Intrinsicamente inserido neste encantamento holográfico está a noção de que a dualidade e polaridade são aspectos naturais da vida e que nós devemos servir a um lado ou ao outro. Este simples e elegante dogma binário se tornou tão proeminente que nós perdemos de vista a grande tela holográfica a partir da qual este encanto foi lançado. De fato, nós perdemos de vista a totalidade do holograma acreditando que a soma destas pseudo metades compõe “tudo aquilo que é”.

Os humanos tem sido condicionados a venerar a ilusão holográfica e os agentes que a perpetuam. Este holograma tem sido chamado pelos hindus (sindhus) de maya e os gnósticos se referem a ele como o Demiurgo corrupto. Acho este termo uma denotação extremamente precisa, e a partir de agora vou me referir ao implante/implantador do falso paradoxo dual como o Demiurgo corrupto.

Trevas Contra (Falsa) Luz – A dualidade do Demiurgo

Com o objetivo de capturar e controlar o maior espectro possível de almas, o Demiurgo corrupto dividiu seus agentes em dois times aparentemente opostos: Trevas contra a (falsa) Luz.

Nem todo mundo pode ser santificado, então deve haver espaço para a corrupção entre os demiurgos, e contanto que todo mundo envolvido esteja sob sua influência, tudo bem para eles, pois o que importa aos demiurgos é que nós os veneremos ou a um de seus agentes, tanto faz se são os do grupo da (falsa) luz ou os do grupo das trevas. Os atores deste drama cósmico multidimensional possuem muitos nomes, sem dúvida você já ouviu falar a respeito de alguns dos guias, como por exemplo: Lúcifer, Jeová, Belzebu, Arcanjo Miguel, Satã (personagem distinta de Lúcifer), Ashtar, dezenas de ar(chon)anjos, supostos mestres ascensionados e muitas outras entidades canalizadas.

Enquanto algum desses seres atuam do lado negro, outros operam no time da (falsa) luz e todos eles estão em última instância trabalhando em prol do Demiurgo corrupto que os controla. Este, em essência, é o grande segredo dos archons: Eles não são apenas os maléficos seres demoníacos, mas também aqueles que se insinuam como anjos e mestres ascensionados.

Qual é o Objetivo de Toda Essa Manipulação?

O Demiurgo corrupto é um sistema entrópico de separação artificialmente induzida da consciência e este está morrendo lentamente. Eles dependem da vampirização da energia das almas encarnadas neste mundo para que possam manter sua existência. Com o objetivo de extrair a maior quantidade possível de energia das almas foi criado o paradigma da dualidade, luz/trevas, para garantir que todos os seres encarnados em um mundo que está sob a sua influência irão funcionar como como uma “bateria/pilha espiritual” com o propósito de manter os demiurgos vivos e atuando. As “boas” almas irão procurar o (falso) time da luz, e as almas “más” irão procurar o time das trevas, mas desinformadas, a maioria das almas estará servindo ao mesmo sistema.

Com o objetivo de manter o jogo da dualidade interessante para seus participantes os demiurgos produziram camadas de existência com diferentes densidades, através das quais os seres “iniciados” nos caminhos do lado negro ou luminoso podem ascender. Isso dá aos seres que se movem através dessas diferentes densidades a sensação de realização, porém o fato é que estão navegando através do labirinto da ilusão demiúrgica. Integrantes dos níveis mais altos da hierarquia sabem que estão em um sistema de auto servidão, porém estão contentes com o acordo pois podem conferir poder e receber energia dos seres mais abaixo.

E a “Hierarquia Espiritual"?

A maioria dos seres canalizados irão proclamar serem afiliados com a (falsa) hierarquia espiritual baseada na luz, a qual inclui “arcanjos”, “mestres ascensionados” e “bons E.T.s”. São milhares de mensagens canalizadas e a cada dia aparecem mais delas. O velado segredo sombrio é que estes seres são mantidos pelos demiurgos e estão deflagrando uma batalha psicológica sobre as pessoas que não querem se associar à nenhuma das estruturas formais de religião.

Em outras palavras, a “nova era” é uma operação psicológica multidimensional projetada para canalizar a energia da alma dos que “creem nesses ensinamentos” para os professores “ascendidos” e assim alimentar e manter os demiurgos e seu sistema. Outro de seus segredos é que os assim chamados “mestres ascensionados” que compões esta horda sombria nunca tiveram uma encarnação humana.

Estes são seres incrivelmente traiçoeiros que estão levando a cabo uma operação para captar a energia da veneração. No universo verdadeiro, não traiçoeiro, ninguém os veneraria, mas no “sub universo” dos demiurgos corruptos eles conseguem enganar as pessoas de bom coração para que estas emanem fluxos de energia do amor, devoção e exaltação para eles. Com relação aos “ar(chon)anjos”, estes estão mais ou menos na mesma categoria. Eles não estão alinhados com a fonte infinita de toda a criação, mas ao invés disso servem a um ser inferior que se posta como sendo o criador: o Demiurgo corrupto. De modo que eles não são de forma alguma o que eu chamaria de anjos.

Em honra a verdadeira natureza traiçoeira desses seres, tenho conferido a eles um rótulo novo e mais preciso: A mentirarquia espiritual. 

O Lado Negro Faz Com que a Falsa Luz Pareça Boa

Os dois times precisam representar seus papeis de forma convincente e o time negro tem se empenhado com esmero em sua tarefa, atuando como uma corja de vilões prontos para matar, violentar, torturar e fazer toda a sorte de coisas depravadas das quais eles podem sair impunes.

O lado negro é projetado para ser extremamente repulsivo de forma que a maioria das “boas almas” corram para a ponta oposta desse paradigma polar, direto para o suporte amoroso de alguma dessas falsas religiões patriarcais da luz, ou então para as religiões da nova era com suas legiões de “mestres” e canais.

A Terra tem sido um planeta difícil de ser totalmente controlado pelos demiurgos. Os seres humanos já foram muito conscientes de sua conexão com a fonte infinita de toda a vida, e esta consciência tem sido mantida por indivíduos espiritualizados durante todo reino das trevas sobre este planeta. E pelo fato de não ser possível extirpar de nós esta consciência, foi desenvolvido um plano sombrio para cooptar a natureza espiritual dos seres humanos.

Primeiramente foram constituídas as religiões patriarcais, as quais foram impostas sobre a maior parte possível das pessoas neste planeta. Durante a maior parte da história, qualquer pessoa que não aderisse a uma das maiores religiões, era considerada degredada. Isto durou até o último século, quando o “movimento teosófico” nasceu e estabeleceu as fundações para o “movimento da nova era” que emergiu nos anos 50, 60 e 70. Desde então o ”movimento da nova era” tem continuado a ganhar impulso e tem atraído a grande maioria das pessoas que se distanciaram da hipocrisia das religiões patriarcais. O Demiurgo corrupto parece ter uma “resposta a mão” pra quaisquer insatisfações interiores que possam afligir os humanos. Se a religião não funcionar para atrair um indivíduo então a nova era irá cair como uma luva. Para o Demiurgo tudo dá na mesma, desde que escolhamos um lado sob seu domínio. É por este motivo que precisamos todos juntos transcender os lados.

Os Canais Têm Sido Enganados

Escrevi um artigo em 2011 sobre alguns dos problemas com relação as mensagens canalizadas. Se a religião pode ser chamada de o “ópio das massas” então as mensagens canalizadas seriam o “ópio das minorias”. Toda mensagem canalizada vinda da mentirarquia espiritual é essencialmente a mesma quando despidas da ornamentação usada para contextualizar a mensagem. Assim são todas as mensagens modernas canalizadas, condensando em poucas linhas:

“Prezados, vocês são imensamente amados por nós na mentirarquia espiritual. Esperamos nos reunir à vocês, pois vocês são nossa querida família perdida. Sejam fortes e continuem emanando luz, porque nós faremos nossa presença ser notada por vocês em breve. Fiquem aguardando (e sofrendo) esperançando que venhamos e resgatemos vocês dessa situação em que se encontram. Quando chegarmos construiremos uma era (cela) de ouro para vocês na Terra.”

Costumava pensar que esta desinformação nauseante vinda do “Archon Anjo Miguel”, “Saint German” e outros era o resultado da interferência do lado negro se apoderando dos canais sem que estes o soubessem. O que eu não compreendia quando escrevi “quem verdadeiramente está neste canal” é que as transmissões feitas por seres verdadeiramente positivos não estavam sendo interceptadas e corrompidas pelo lado negro, mas que ao invés disto as mensagens estavam vindo diretamente dos seres da “falsa luz”, a mentirarquia espiritual.

Os “Trabalhadores da Luz” têm sido Completamente Usurpados

Em 1998 foi a primeira vez em que entrei no campo da limpeza energética, nunca tinha ouvido o termo “trabalhador da luz” antes, nem mesmo imaginava que este termo já houvesse sido cunhado, foi só por perto do ano 2000 que este chegou aos meus ouvidos, e este me soou muito estranho no momento e agora eu compreendo o porquê.

A “luz” para a qual a mentirarquia espiritual está tentando nos angariar como trabalhadores é a falsa luz da dualidade demiúrgica. Veja, existe um esforço maciço em andamento sendo levado a cabo por seres que agora chamo de “Agentes Divinos” com o objetivo de obliterar completamente o Demiurgo corrupto. Quando isto acontecer todos os seres que receberam energia através dos demiurgos terão de devolver toda a energia roubada e terão de encarar as traições que estavam realizando. Nenhum deles quer que isto aconteça, então eles montaram um plano brilhante para sabotar todo este esforço.

O plano era simples; Abordar todos os “Agentes Divinos” encarnados, frequentemente em estado de sonho mas algumas vezes durantes cenários de “abdução alienígena” e dizer a eles que para que pudessem completar suas missões eles precisariam “trabalhar para a (falsa) luz” e receber ordens da mentirarquia espiritual.

Este plano funcionou incrivelmente bem, principalmente por que os “Agentes Divinos” estavam tendo um momento difícil vivendo na Terra. As sociedades aqui são maldosamente alavancadas, distorcem e violam a espiritualidade, a densidade vibracional é pesada, nossas memórias são basicamente apagadas e geralmente gostaríamos de não estar aqui. Então qualquer ser que emanasse luz (mesmo a falsa luz) e amor poderia fazer com que um Agente Divino se sentisse como se estivesse fazendo um contato válido com seres verdadeiramente divinos.

Ainda me lembro do meu recrutamento pela falsa luz que ocorreu quando eu tinha 6 anos de idade em uma experiência de sonho extremamente vívida. Eles me convenceram que eu estaria realizando minha missão como Agente Divino trabalhando para eles. Acho que eles sempre souberam que eu os desmascararia, apesar de que isto demorou muito, muito tempo.

Sempre Acorda com Mais Cansaço do que Estava Antes de ir Dormir?

Muitos Agentes Divinos que foram recrutados como trabalhadores da luz relatam que acordavam mais cansados do que estavam antes de ir dormir, e que seus “sonhos” eram repletos de batalhas. Durante essas “missões em sonho” a mentirarquia espiritual drenava o máximo de energia possível desses recrutas. Você pode acordar lembrando de ter participado de missões para combater as trevas, mas o resultado final é que seu corpo, mente e espirito estão exaustos pois sua energia foi drenada pelos (falsos) seres da luz.

Alguns meses atrás eu revoguei TODOS os acordos feitos com todos e quaisquer seres em que meus interesses não estivessem em primeiro plano, não importando quem esses seres eram ou quem eles diziam ser.

Isto soa como uma coisa simples, mas de alguma forma, eu menosprezei isso. Durante este processo senti resistência por parte de seres que se diziam serem positivos, mas eu me mantive firme e disse a eles que eu me recusava a ser manipulado para fornecer minha energia ao Demiurgo.

Isto me deu o distinto privilégio de ser atacado tanto pelo lado negro como pelo (falso) time da luz (mentirarquia espiritual). E por fim, o (falso) time da luz engajou em uma guerra psíquica, porém de uma forma diferente, mais sutil que a facção negra. Se esquivar desses ataques tem valido a pena por que sei que estou mais alinhado com minha missão verdadeira depor um fim ao Demiurgo e também pelo fato de não ser mais arrastado para as batalhas duais.

Também é muito bom saber que vou ter uma ótima noite de sono quando vou para a cama, pois não serei levado para uma ridícula “missão pra combater as trevas” que os (falsos) seres de luz se empenham tanto em armar para os seus “trabalhadores da luz”. (Este termo me arrepia agora que sei sua origem...)

E Sobre a Era (Cela) de Ouro?

Os falsos seres de luz a trabalho do Demiurgo querem manter seu controle sobre a raça humana. Nossa energia vital e os acordos que nos mantêm encarcerados na prisão atual alimentam o Demiurgo e os seres que o servem, e eles não vão se abster facilmente dessa energia.

Estamos neste exato momento em uma luta por nossa liberdade. A mentirarquia espiritual quer nos mudar de nossa prisão atual e extremamente desconfortável, para um estado um pouco mais expansivo de existência, porém um no qual eles ainda tenham o controle absoluto.

Uma metáfora para descrever a situação atual é que somos como galinhas empoleiradas e espremidas dentro de um pequeno, sujo e fedorento galinheiro. Aqueles que têm nos consumido estão se preparando para nos deixar sair do galinheiro para uma grande área cercada onde seremos capazes de nos sentirmos um pouco mais livres, porém ainda sob controle deles.

Esta é a estratégia que o “fazendeiro” encontrou para garantir que continuem se alimentando da nossa energia enquanto nos fazem acreditar que estamos livres, graças a gentileza de nossos captores.

A mentirarquia espiritual não quer que cresçamos por conta própria a ponto de atingirmos um estado de poder pessoal que irá nos permitir simplesmente sair andando pra fora do sistema de controle deles. É por isso que as mensagens canalizadas sutilmente drenam o poder das pessoas, sob a máscara de oferecem uma solução poderosa. Enquanto estivermos sentado esperando pelos “caras bonzinhos” virem nos salvar, nós não seremos capazes de discernir quem verdadeiramente tem no coração a melhor das intenções para conosco e nem seremos capazes de resolver nossos problemas.

Soluções para os Afligidos pela Dualidade

Então como é que uma pessoa se livra do paradigma da dualidade? O primeiro passo é se engajar nos protocolos do processo de autolimpeza e revogar todos os acordos que você tenha feito com quaisquer seres que não tenham o seu bem estar em mente. A seguir revogue todos os acordos que nos levam a ver o mundo através do paradigma dual. Toda vez que você revogar acordos, certifique-se de reclamar de volta toda a sua energia que foi drenada através destes.

Então afirme o seu compromisso em transcender os paradigmas de controle do Demiurgo corrupto sem ser colateralmente arrastado para batalhas duais sem sentido.

Eu também recomendo uma breve prática diária para revogar todos os acordos que apresentem dificuldades, limitações, disfunções familiares e qualquer outra coisa em sua vida que esteja drenando sua energia. A quantidade de acordos que nós assumimos inconscientemente dentro da falsa realidade da matrix é muito impressionante. Quando você presta atenção aos acordos sutis e gritantes que apontam em direção as barras invisíveis de nossa prisão, você vai enfim perceber que o que não falta são acordos para serem revogados.

Depois de se engajar nesse processo talvez você perceba uma diminuição nas tentativas de contato por parte dos falsos seres da luz e talvez sinta um pouco de solidão até você se acostumar com as mudanças. Este é um ótimo momento para fortalecer a sua conexão com o seu eu superior, o centro terrestre e o centro galáctico. Assim que for afinando esta sintonia você poderá notar uma melhora nas noites de sono e uma sensação de que você é capaz de ver mais facilmente através dessas armadilhas disfarçadas por trás de uma fachada positivista.

Se algum ser entrar em contato, você pode dizer que está disponível apenas pra comunicação com seres que transcenderam a dualidade e que estão fora dos domínios do Demiurgo corrupto. Ponha à prova quaisquer seres tentando contato, Questione-os aberta e diretamente: “Você faz parte dos demiurgos?”. Os seres da luz verdadeira que existem no universo factual fora dos domínios do Demiurgo irão com prazer responder às suas questões. Apenas leve em conta que eles não conversam da mesma forma que nós, eles se comunicam de um modo que chamo de “telepatia da alma”.

O Tipo de Comunicação é o Melhor Indicador

As forças da verdadeira luz divina que existem além dos domínios do Demiurgo corrupto não são limitadas pelas dinâmicas do cérebro esquerdo / direito e nem pela dualidade luz / trevas que definem o subuniverso demiúrgico. Isto significa que eles não soam como uma voz dentro da sua cabeça! Ao invés disso eles usam a “telepatia da alma” para emanar sentimentos, expressões arquetípicas e uma qualidade extremamente pura de luz que fala diretamente à sua alma.

A diferença entre um ser da verdadeira luz divina e um da falsa luz da mentirarquia espiritual é que a luz dos verdadeiros é quente, envolvente, pura e de amor incondicional e a luz dos falsos é fria, pungente de uma forma desconfortável, dominadora e normalmente excessivamente masculina. A mentirarquia espiritual é um grupo dominado pelo masculino e até mesmo as fêmeas dentro da estrutura de poder deles possuem uma energia extremamente masculinizada. Esta dominação masculina é obviamente o motivo das estruturas religiosas promulgadas pela mentirarquia possuírem um deus dominador masculino, e absolutamente nenhuma menção á criadora feminina totalmente compassiva.

Outra grande diferença entre os falsos seres da luz atrelados aos demiurgos e os seres da verdadeira luz divina que estão alinhados com a fonte infinita é que a luz divina não é de forma alguma controladora, manipuladora, autoritária e nem julgadora. A fonte infinita não irá impor uma agenda sobre você, apesar de dar suporte na missão escolhida por você para ajudar a desmantelar o Demiurgo corrupto. Não lhe serão dadas ordens para marchar por parte da fonte infinita nem pelos seres da verdadeira luz divina que operam além do limite dos demiurgos. Estes não irão lhe enviar em missões sem fim que drenam sua energia durante os seus sonhos, e nunca irão lhe pedir algo que resulte em perda da sua energia vital, diferentemente dos impostores na falsa luz da mentirarquia espiritual.

Os seres da verdadeira luz divina são apoiadores, amorosos, nutridores e eles se preocupam com você como indivíduo. Você não é apenas uma engrenagem na máquina deles, de modo que eles compreendem que você é um aspecto de vital importância de uma criação intrinsicamente interconectada. Eles possuem o maior respeito por aqueles de nós que resolveram encarnar no “sistema infernal” do Demiurgo corrupto com o objetivo de ajudar a desmantelá-lo de dentro para fora. De fato devem haver agentes divinos trabalhando tanto pelo lado de dentro como pelo lado de fora do Demiurgo corrupto de forma a desmantelá-lo.

O Discernimento é Vital

Estarei escrevendo mais a respeito deste assunto e suas muitas implicações. Neste meio tempo urjo a você que aumente drasticamente o ceticismo e afine o seu discernimento. Aplique a sua intuição e lógica sobre as informações que você recebe e pergunte: “Qual é a agenda implícita nesta(s) informação(ões)”?

Existe de fato uma gigantesca “conspiração” multidimensional em curso neste planeta, e ela drena nossa energia nos jogando para um lado e outro do espectro da polaridade. Qualquer um exigindo que você “escolha um lado” simplesmente ainda não acordou para o fato de que ambos são lados da mesma moeda, a qual é controlada pelo Demiurgo corrupto.

Urjo a você que discuta essas ideias com as pessoas próximas e que descubra as formas através das quais a falsa luz provavelmente manipulou você no passado. A sua escolha já foi feita e agora você precisa levar a cabo sua missão individual. Para isto é da máxima importância cortar todos os laços com a falsa luz da mentirarquia espiritual. Dedicar um tempo pra recobrar as forças e energias se necessário. E pedir ao seu eu interior divino para lhe revelar o que exatamente você precisa fazer.

Mantenha-se firme na luz verdadeira do Eu Interior Divino e da Fonte Infinita.

Com muito amor,

Cameron Day

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quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Caminhos da Terra - 2ª parte



Como já notaram não sou de escrever pouco, é que a meu ver, as palavras podem gerar tanta confusão que acredito sempre necessário localizar cada mensagem dentro do contexto adequado.
 
Volta e meia discutimos sobre alguns temas aqui e lá pelas tantas surge um mail: "Gente tá boa a discussão sobre o tema y, mas, pleeeeaaase, o que é o tema y?"

Por esta razão antes de falar como o Xamanismo aborda a questão da reencarnação temos que lembrar como as outras correntes avaliam. A religião católica coloca que vc tem uma vida, esta nasce, cresce e se viver de acordo com um código moral tem chance de ir para o céu, um lugar estático, final, "imerso no amor de Deus", se pecar, isto é, ir contra aqueles mandamentos da lei mosaica, se não "amar seu próximo" já vai para o inferno, onde queimará, segundo os mais modernosos da igreja o queimar é simbólico, arde ficar fora do amor divino. Conta-se que para contentar os banqueiros e a burguesia nascente que cometia a usura, tida por pecado pela igreja, criou-se o purgatório, lugar intermediário, onde temporariamente paga-se os pecados e depois vai para a glória do céu.

Interessante: céu em cima, inferno em baixo.

Céu fresco(clima), inferno quente.

Aí no século passado surgiu H. Rivail D. (Hippolyte Léon Denizard Rivail) que ficou conhecido com o pseudônimo (segundo ele de uma encarnação druídica ou celta não me lembro bem) de Allan Kardec.

Ele, alegando influência dos espíritos, usando mesa, tábua owija, copo e alguns médiuns psicógrafos, escreveu uma série de livros que constituem até hoje as bases do que se chama de espiritismo.




O espiritismo kardecista coloca que o mundo é cercado de dimensões espirituais, as mais baixas, zonas pesadas, onde ficam os "sofredores e perturbadores”, permeia a própria terra, há uma zona de transição, o umbral (esta palavra quer dizer porta) e depois as dimensões de luz onde vivem os espíritos mais puros e evoluídos.

É uma doutrina principalmente moral, prega valores como caridade e amor. Para os espíritas somos formados de um espírito (essência sem forma) que é revestido de um perispírito, corpo fluídico e espiritual e quando nos encarnamos de um corpo físico.

Para os espíritas evoluímos vida após vida, trocando de corpo físico mas mantendo no perispírito nossas aquisições quer "boas" quer "más". Acreditam que após a morte vivemos em colônias espirituais e o estilo dessas colônias foi delineado pelo médium brasileiro Chico Xavier, em si pessoa admirável, que através do que acreditam ser o espírito de André Luiz, um médico brasileiro desencarnado, psicografou obras clássicas, como "Nosso Lar" onde descreve a vida nessas comunidades, que tem tudo igual uma comunidade daqui, só que politicamente correta. Tem até dinheiro (sim o capitalismo venceu lá também !!!!) e ônibus. Quando alguém vai reencarnar vai até o ministério da reencarnação onde através de estudos complexos, um grupo de espíritos encarregados dessa área escolhe os pais adequados ao "resgate" do carma de quem reencarna. Para os espíritas vamos ficar reencarnando e reencarnando até "pagar" todas nossas dívidas. Quando o Espiritismo surgiu no século passado era bem mais rudimentar. Nem cristão era, aliás, existe um texto de Madame Blavatsky criticando o Espiritismo no qual ela diz que a nova doutrina era tão confusa que ia acabar adotando os dogmas cristãos para sobreviver...

Falando na condessa russa, foi ela que trouxe ao ocidente outro movimento importantíssimo que também investigava essa questão sempre inquietante do "de onde viemos, quem somos e para onde vamos." Helena Petrovna Blavatsky foi daquelas mulheres admiráveis que o mundo vê surgir de vez em quando. Teve um casamento forçado com o conde Blavatsky, de onde vem seu sobrenome e título, mas fugiu logo e passou a se aventurar no Egito, onde aprendeu com magos e iniciados, esteve lutando ao lado de Garibaldi na Itália, foi ao Tibete e andou por um grande número de locais. É ela que traz para o ocidente uma nova e fecunda visão deste tema.

A Teosofia que ela apresenta ao ocidente, através de seus livros: Ísis sem Véu e depois, sua obra magna: "A Doutrina Secreta", que é até hoje muito estudada.

Foi a primeira a falar em nomes como El Morya e Mestre Kut Hoomi e ainda em vida escreveu: "Se soubesse que o nome dos mestres seria tão vilipendiado e usado por mentes tão tacanhas para dar autoridade a mensagens tão pueris teria preferido nunca ter revelado nada sobre eles". Imagino o que escreveria se visse o que acontece hoje. Esses mestres não eram seres de outros mundos nem entidades espirituais, eram homens que viviam na Índia e no Himalaia, ela mesmo conta de que certa vez passeando num jardim em Londres qual não foi sua surpresa ao ver um de seus mestres junto com uma delegação hindu entrando no palácio para ver a rainha. Bem a Teosofia partilha de um ramo que os hindus chamam de Atmistas. Para eles existe o ATMA, a centelha espiritual, emanada da fonte no principio da existência. Como entre os hindus a existência é cíclica, tem períodos como o que estamos, chamados manvantaras, onde existimos e outros de "não existência” chamados de "pralaya", onde tudo cessa de existir. O Atma emana um corpo causal, um corpo onde fica impregnado cada experiência de vida que um ser tem. Esse corpo causal gera um corpo mental (manas rupa) um corpo emocional (kama rupa) um corpo etérico (linga Sharira) e finalmente surge o corpo físico.

Após uma vida o ser perde o corpo físico e o corpo etérico, pode manter o corpo astral por um tempo, é interessante que o termo astral ficou muito confuso desde então, pois esse corpo astral é o corpo emocional, nada tendo a ver com o corpo astral dos alquimistas, que tem outro sentido, como corpo formado pela energia dos astros. É no plano astral que estão as ditas cidades espíritas, e todo o tipo de ilusão possível. Quando o ser "morre" neste plano deixa o corpo astral para traz, é esse corpo que eu coloquei que alguns elementais usam para, como "fantasmas", atormentar muitos e entrar em sessões espíritas para tomar a energia dos que ali estão. O plano mental é chamado Devacã (ler e estudar a carta 68 - Devachan -, uma resposta do mahatma K.H. sobre o tema reencarnação e espiritismo, pois tem tudo a ver com o assunto deste texto) e é uma espécie de paraíso temporário. Quando perde esse corpo o ser tem toda a sua vivência captada e registrada no corpo causal.

Dali ele começa de novo o caminho gerando um novo corpo mental, um novo corpo emocional e um novo corpo etérico e físico e uma nova vida. Embora traga os "karmas" e "tendências" das vidas anteriores, seus corpos são novos, daí que nada, ou pouco, lembra de outras vidas. Ao contrário dos espíritas, os teósofos aceitam a realidade dos elementais e dos rituais, embora considerem que a magia, que chamam de "ocultismo prático" seja um campo perigoso, para só ser adentrado sob estrita supervisão de iniciados experts no assunto.

O espiritismo kardecista nega o valor da magia, dos rituais e não leva em conta a existência de elementais.

Para o Espiritismo existem espíritos puros ou impuros e fica por aí.
A Teosofia tem um conceito muito interessante.

Até o nível dos animais existe uma coisa chamada alma-grupo, isto é, imagine uma esfera, que é a alma grupo dos cães. Uma parte dessa esfera se desprega, encarna como cão, tem uma vida e ao morrer se reintegra nessa alma grupo, partilhando com o todo a experiência adquirida.

Chegamos no Xamanismo. Para um xamã o ser humano pode ser comparado a um aglomerado. Vou usar como exemplo um balão cheio de fibras óticas. De todas essas fibras, que seriam jeitos de ser, de agir, de pensar e sentir, apenas algumas são ativadas, pelas vivências. Esse pequeno conjunto de fibras ativadas chamamos de "personalidade". Esta personalidade não é algo fixo nem final, variamos de humor, acreditamos numa coisa hoje, noutra amanhã, mudamos nosso modo de ser várias vezes, mas tudo dentro de um grupo de opções. Quando uma pessoa morre essas fibras se espalham, como na alma grupo voltam para um tanque global. Quando outra pessoa vai nascer as fibras se misturam de novo. Este novo ser que nasce vai ter fibras oriundas de vários outros.

Daí que pode ter um medo ou uma afeição que veio de um indivíduo. Se fizer uma regressão vai acreditar que "foi o fulano" na outra vida, mas não há um "eu" passando de vida para a vida, há aglomerados que se combinam e recombinam, como muitas peças de lego dentro de uma caixa que a cada vez que com ele brincam vai estar numa peça diferente, hoje monta uma casa e diz: "Oi, eu sou casa", amanhã é parte de um carrinho e diz: "Oi, eu sou carrinho".

Os sufis de algumas linhas propõe o mesmo colocando o exemplo de um tapete. Vários fios são usados para fazer um tapete e o tapete quando pronto vai para a tenda do Sheik. Então o tapete fica velho, volta para o tapeceiro que o desfaz e com os fios desse tapete, somados aos fios de outro tapete que desmanchou passa a tecer outros tapetes. Então um dia o novo tapete que dos seus 130 fios, tem uns 20 que vieram do tapete do sheik acorda e diz: Tive um sonho: Sonhei que era um tapete na tenda do Sheik. Aí vaí no tapete que faz regressões e acaba acreditando que ERA o tapete que estava na tenda do Sheik. Mas ele não "é" este tapete, ele tem "fios" desse tapete. Quem assistiu o filme "O pequeno Budha" tem aqui a chave para entender como o Lama Dordje reencarna nos 3 personagens, no menino americano, na menina e no menino hindu.



Para nossa cultura que está apegada a personalidade isso é quase uma heresia, além do que o esoterismo comum aborda sempre a visão espírita da reencarnação.

Para o Xamanismo, assim como para o Sufismo, o Taoísmo e alguns ramos do Budhismo, não somos imortais.

Somos imortalizáveis.

Podemos, se trabalharmos arduamente, gerar em nós um centro perene e só então podemos dizer que vamos "reencarnar".

Antes disso somos aglomerados de karmas que herdamos de vários outros seres. Para o ego isso é a morte, não poder dizer: "eu já fui a rainha da França, o mago do Egito, na minha vida anterior, e tantas outras frases que servem para reforçar esse ego ilusório que, unanimemente em todas as tradições, nos mantém afastados das reais chances que temos.

Por isso toda iniciação começa pela morte.

Todo ritual tradicional começa pela morte do neófito, ou seja, sua libertação do aglomerado de "personas" que ele carrega e o início do gerar de seu centro real, permanente a partir do qual vamos começar nossa aventura de ir mais e mais além.

Aliás, o termo correto não seria pois reencarnação, mas transmigração.

O mesmo tema encontrei entre pessoas que estudaram profundamente certos mistérios gregos relacionados ao Pitagorismo, pessoas que estudaram algumas escolas druídicas, vamos encontrar em várias vertentes do Sufismo e do Budhismo.

Vou tentar usar uma analogia física para colocar essa ideia. Existe em Física um conceito chamado vetor. Um vetor é a expressão da força que atua sobre um corpo. Imagine um tijolo em cima de uma tábua estreita, na horizontal. A força da gravidade puxa o tijolo para baixo, mas a força normal mantém o tijolo em seu lugar, como soma dos dois vetores se anulam, podemos dizer que o vetor resultante é zero, daí que nada acontece, fica o tijolo onde está. Mas se colocarmos a tábua na diagonal, os vetores se alteram e o tijolo vai começar deslizar pela tábua.

A direção de deslocamento do tijolo é determinada pelo vetor resultando, que é a soma dos vetores envolvidos. Mas note que o vetor resultando, embora seja a única força notável no processo, pois determina a direção do deslocamento, não existe em si, é resultante, é a somatória de todos os vetores envolvidos. Para os xamãs e iniciados com os quais estudei o que chamamos de "eu" é este vetor resultante.

Embora pareça existir e seja mesmo o que notamos em nós como real, não tem existência em si, é fruto da interação de muitos outros fatores em nós. Basta alterar um desses fatores e tudo se altera. Assim pegamos as pessoas cada manhã acordando com um estado de espírito, com uma opinião diferente. 

Iniciar-se seria aprender a gerar seu próprio vetor

isto é, ser movido não mais pelo tanger de forças externas, mas desenvolver uma coisa muito falada , mas pouco presente: VONTADE.

A partir daí o ser se torna uma individualidade, a partir daí o processo de resgate e realização do self acontece, a partir daí a individuação ocorreu e então é que começa a aventura do iniciado, estar vivo e atuante, senhor (a) de si num mundo instigante e misterioso.

Antes disso somos joguetes nas mãos de forças as mais diversas, memória coletiva, memória racial, força dos planetas, karmas raciais e tantas outras forças que nos tangem prá lá e prá cá, sem esquecer a mídia, a engenharia social e religiosa que os grupos que pretendem dominar o mundo estão sempre usando.

Nuvem que passa
29/12/1999


sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Bruxaria, Magia e Xamanismo - parte 1 - por Nuvem que Passa


Xamanismo, Bruxaria, Magia. Estes três termos são muito usados hoje em dia e existe uma grande similitude entre as pessoas que se aproximam destes caminhos. Vamos refletir juntos sobre este tema começando pelo ato de falar, sobre o ato de trocar informações através de palavras.

Xamanismo é uma palavra. Ela indica, alude sobre algo, mas não é esse algo. Água é uma palavra.

A palavra água pode te fazer lembrar da substância em si, mas não pode mitigar sua sede. Assim como a lembrança mental da água e a imagem da mesma também não o podem fazê-lo.

Quando uso a palavra água a sua mente acessa memórias, experiências já vividas com esta substância. Ao especificar água quente limito o leque de opções. Água fria leva a outro tipo de lembranças.

Pense na água. Imagine a água. Visualize que bebes um copo de água. Agora, se quer mesmo estabelecer uma comunicação mais ampla entre nós, levanta e vai tomar um copo de água. Se fizeres isso vais notar como é totalmente diferente lidar com um conceito, como o da palavra água e tomar água de fato. Portanto o termo água alude a algo efetivo que existe, com o qual tu tens contato, mas não tem o mesmo valor de resolução.

Não mitigas a sede com palavras, só com a substância. Da mesma forma os termos Xamanismo, Bruxaria e Magia não podem ser completamente compreendidos só com abordagens teóricas.

Vamos aludir, vamos nos aproximar, vamos mesmo demonstrar certos fatos de tais práticas, mas note que a compreensão profunda só virá quando tu, que lês estas linhas, fores também alguém que sente a ARTE em tua essência.

Esta é uma abordagem que somente os praticantes podem contemplar plenamente. Porque, em primeira instância, estas três formas de caminhar na existência fazem parte de uma mesma faceta tradicional do conhecimento, a qual transcende toda e qualquer forma de conceitualização. Assim optamos por chamar este o “SABER DOS SABERES”, o qual inclui tudo aquilo que podemos conceber como ARTE.

A ARTE é pois Filosofia, Ciência e Mística. Arte em sua mais plena expressão. Durante nossa era decompusemos a abordagem da realidade nestas formas. Ou abordamos a realidade filosoficamente ou cientificamente, ou misticamente ou artisticamente.

Em resposta à extrema dependência de uma abordagem mística da realidade, típica de certos séculos anteriores, que em verdade é apenas ‘misticóide’, esta Era se esforça por ficar limitada ao que chamam de “concepção científica da realidade”. Insistem em tentar provar que campos como os fenômenos paranormais são ‘científicos’.

Mas a questão central é que, os paradigmas nos quais se apóiam para caracterizar algo como científico contradizem até mesmo as bases da própria noção de ciência, já que a busca de respostas verdadeiras deveria ser a premissa fundamental da ciência, ao invés da manutenção de uma ideologia dominante para manter sociedades inteiras servis.

O Xamanismo, a Magia e a Bruxaria foram perseguidas, e ainda são, em muitos setores desta sociedade que aí está. Vejam as campanhas constantes contra terreiros de Umbanda, Candomblé e movimentos Nova Era por parte dos segmentos mais fundamentalistas de certas religiões em franco crescimento. Estas perseguições são apenas uma das facetas desta luta contra toda forma de trabalho mágico não contemplado pelo paradigma vigente imposto sobre a sociedade.

Esta luta entre campos ideológicos se reflete também na chamada ciência acadêmica, na qual indivíduos com inflados egos influenciam o rumo das pesquisas e no conceituar do mundo, para que certos modelos da realidade não sejam de todo alterados.

O Xamanismo, a Magia e a Bruxaria são formas de abordar a realidade que têm sido perseguidas há tempos em diferentes civilizações. Por que tais caminhos despertam tanto medo? Observando com atenção notamos que sempre que se estabelece um regime absolutista, desejando impor sua vontade privada sobre a vontade coletiva, tais caminhos são os primeiros a serem perseguidos. Toda vez que o poder despótico se faz sentir, os caminhos citados são perseguidos. Os povos nativos continuam sendo oprimidos até hoje. Destruídos enquanto cultura e enquanto vidas, mortos em conflitos diversos.

A Magia e a Bruxaria ganharam espaço entre certas camadas sociais e acabaram fazendo uma lenta migração de volta ao sistema dominante, ressurgindo com força entre vários magistas e bruxos que vem alimentando a cultura oficial com obras nas quais narram suas aventuras e descobertas na vastidão de outras realidades que circundam a nossa.

Lendo os autores originais, e não aqueles que baseiam suas ‘descobertas’ apenas na leitura de outros, ou seja, aqueles que  empreendem uma maior aproximação da fonte a partir da qual tais informações emanam, vamos notar questionamentos profundos sobre a vida, a morte, a consciência, a realidade imediata, a existência de realidades outras que não esta, assim como outros seres habitando mundos ao redor deste. Seres alienígenas à nossa realidade porém presentes em nossa própria realidade mas não perceptíveis a nós. Muitos temas foram investigados por vários indivíduos, homens e mulheres que tiveram acesso a fragmentos de informações, outros à escolas autênticas possuidoras de elos com a ancestralidade da qual este SABER emana. Muitas linhagens diferentes foram contatadas por estas pessoas que tinham em si o ímpeto de aprender mais sobre os mistérios que nos circundam e a escrever sobre isso.

Upasika¹, Aleister Crowley, Therion²; Fernando Pessoa, na multiplicidade; mais recentemente Carlos Castañeda, também conhecido como Charles Spider; entre muitos foram sondar outras realidades e acabaram encontrando de fato abordagens da realidade completamente diferentes das que esperavam.

O Xamanismo, a Magia e a Bruxaria, tal qual são concebidos e praticados hoje, sofreram profunda influência destas pessoas, pois foram elas que fizeram as primeiras traduções dos conceitos ancestrais destes caminhos para a sintaxe da nossa cultura. Quando colocados na sintaxe da nossa cultura, tais informações adquirem mesmo um caráter de revelação.

Re-Vela. Indica, alude, mas também confunde, coloca o véu novamente, pois definir estes caminhos e falar sobre eles pode nos levar a realizarmos falsas associações, re-significações e interpretações a respeito destes caminhos de acordo com nossas presunções, e a partir daí, alienar ainda mais em vez de despertar. Tanto no Xamanismo, como na Magia como na Bruxaria a primeira premissa é que só pode trilhar estes caminhos Aquele que ‘É’. Em todas as obras produzidas sobre estes caminhos vamos perceber que, de forma declarada ou subliminar, o instrutor sempre começa guiando o(a) aprendiz a deixar de ser apenas uma resultante dos condicionamentos do meio, dos inúmeros fatores que afetaram sua existência até então, para somente assim estabelecer um ‘EU’ real.

Alguns lidam com uma viagem pelas esferas da Árvore da Vida e do Tarot para este trabalho, no qual o ser, que tal caminho trilha, lida com seus medos, condicionamentos, carências, vaidades e vai se reintegrando, resolvendo sua sombra, e, então, após atravessar o abismo no qual deve despir-se para tornar-se ‘si mesmo’, emerge como um novo ser. Aquele que ‘É’! Só então começa a magia. Antes havia apenas um agitar semiconsciente da luz astral, do grande mar de energia que nos circunda e gera, ao redor de nós, uma atmosfera psíquica que pode gerar fenômenos diversos, mas que é também uma grande ilusão, Maya, um mitote³.

Este fato é muito importante. Tanto no Xamanismo, como na Magia como na Bruxaria, o primeiro passo é deixar de meramente sobreviver para VIVER, deixar de reagir para AGIR.

Esse lembrar de si, esse resgatar a nós mesmos e ir além das ilusões que aí estão, é a condição básica para que haja Xamanismo, Magia ou Bruxaria.

Xamãs, Magistas e Bruxos(as) são homens e mulheres que antes de mais nada, ‘SÃO’. Para poderem operar efetivamente no domínio desses caminhos têm que ‘SER’, ou serão destruídos quando as fronteiras da realidade se expandirem. 

A VONTADE é o começo de tudo, a mais fundamental conquista que um(a) Xamã, um(a) Magista ou um(a) Bruxo(a) deve ter realizado para não ser destruído pelos poderes e esferas com as quais pretende interagir. VONTADE em um contexto diferente do comumente expresso. Não tem nada a ver com desejo, volição ou qualquer outra forma de expressão que conheçamos.

Tanto quem trilha o caminho do Xamanismo como da Magia como o da Bruxaria sabe que VONTADE aqui tem outro sentido, outro significado. É a forma pessoal que cada um tem de expressar um poder muito maior, que é a própria ‘VONTADE da Eternidade’ que nos circunda.

Só quem ‘É’ pode ter VONTADE. Este é um sentido que escapa a muitos leitores das obras de quem esteve estudando esses caminhos e sobre eles escreveu. 

Vejam Crowley: 

“Faze o que tu queres…”

Esse ‘Tu’ é um conceito complexo. Indica que existe alguém de fato, e não apenas um aglomerado de estilos de emocionar-se, raciocinar e reagir ao qual nos referimos como ‘eu’.

Lendo Erva do Diabo e Uma Estranha Realidade, milhares de pessoas pelo mundo ficam a vagar erraticamente ao se super estimularem com plantas de poder diversas, crendo que o ‘espírito da planta’ vai lhes revelar algo que não sabem. Mas o cerne abstrato do aprendizado ali era outro. Tudo ali estava sendo usado como meio de trabalho por alguém que tinha maestria na ARTE. Assim ficar preso em leituras literais de qualquer obra que toque a ARTE é como ser um fundamentalista e basear sua vida em interpretação literal de textos adulterados que foram escritos em outra cultura.

O que chamo atenção, é que, antes de atabalhoadamente irmos a definições e diferenças entre Xamanismo, Magia e Bruxaria temos que repensar nossos paradigmas. Nossas bases conceituais sobre as quais assentamos nossa compreensão de mundo. 

Uma condição fundamental é compreender que quando estamos falando de XAMANISMO, MAGIA e BRUXARIA no contexto dessas linhagens que tem de fato ligação com a ARTE, existem pontos muito interessantes de semelhança entre ambas que tem sido deixados de lado. Vamos a eles.

O primeiro deles é o fato que todo caminho que leva a ARTE começa por auxiliar o ser que trilha tal caminho a se desvencilhar do pesado passado que carrega consigo, da insana absorção em conceitos prontos e de condicionamentos estáticos que foram implantados em cada ser humano nesta Era de escravos em que vivemos.

Aqui tocamos em um ponto sensível. Todo sistema feitor de escravos sempre lutou arduamente para destruir tudo ligado ao Xamanismo, Magia e Bruxaria. Por quê? Por serem caminhos de LIBERDADE. Aqui temos outra definição importante. O Xamanismo, a Magia e Bruxaria sempre foram caminhos de homens e mulheres livres. Que alguns desses homens e mulheres tenham caído em formas de prisão muito mais sutis e perigosas que a prisão deste mundo ao tentarem se aproximar da ARTE é um fato. O qual alerta a todo praticante que arrogância e presunção são estilos de comportamento que nos dirigem diretamente para as iscas que existem no vasto mar que vamos descobrindo quando nos dedicamos a ARTE.

Tanto o Xamanismo como a Magia e a Bruxaria apresentam diversas formas de manifestação. Existem também muitas formas de cultos que nada têm a ver com a essência do Xamanismo, da Magia e da Bruxaria, mas que, ainda assim, se apresentam como tal.

Temos, no tocante da Bruxaria, o agravante de ter sido fortemente deturpada pelas falsas acusações e testemunhas sob o terror de tortura, ou mesmo sob a ameaça dessa. Criando fantasias sem fim que serviam bem aos propósitos dos que desejavam incitar o medo contra tais práticas e conhecimentos. Na Magia temos deturpações como ‘magia negra’. Criação também da Inquisição que ainda hoje assusta a tantos. No Xamanismo, temos um grande número de índios que imitaram formas de agir sem compreender a essência dos verdadeiros xamãs, e assim, repetem hoje ritos e formas, mas sem o poder que caracteriza toda ação de fato xamânica. Mas além destas deturpações temos o XAMANISMO de fato, a MAGIA de fato e a BRUXARIA de fato, sobre estas facetas da ARTE é que falamos aqui. 

Nuvem que Passa - 28/01/2001

Notas

¹ Upasika Kee Nanayon ou Kor Khao-suan-luang foi uma upāsikā (devota e seguidora autodidata não ordenada da tradição búdica theravada) tailandesa de Ratchaburi (1901 – 1978). Após sua aposentadoria em 1945, ela transformou sua casa em um centro de meditação com sua tia e seu tio. Suas palestras e poesias sobre o Dharma eram amplamente divulgadas. Tornou-se uma das professoras de meditação mais populares da Tailândia. Muitas de suas palestras foram traduzidas para o inglês por Thanissaro Bhikkhu, que a considera “indiscutivelmente a principal professora do Dharma na Tailândia do século XX”.

Upasika também é um dos termos que os Mestres ou Mahatmas usavam para referirem-se à H.P. Blavatsky. A influência de Blavatsky foi e é enorme para a cultura ocidental dedicada ao estudo das tradições antigas do Oriente. Fundadora da Sociedade Teosófica, escritora da obra "A Doutrina Secreta", dentre outras. Upasika = servidora, aquele que serve.

² Therion (thēríon) (grego: θηρίον, besta) é uma divindade encontrada no sistema místico de Thelema, que foi estabelecido em 1904 com “O Livro da Lei” escrito por Aleister Crowley.

³ Mitote, segundo Dom Miguel Ruiz, autor do livro "Os 4 Compromissos":

"Toda a sua mente é um nevoeiro que os toltecas chamam de mitote. Sua mente é um sonho em que mil pessoas conversam ao mesmo tempo, e ninguém entende o outro. Essa é a condição da mente humana — um grande mitote. Graças a ele, você não consegue enxergar o que realmente é. Na Índia, o mitote é chamado de maya, que significa “ilusão”. É a noção pessoal do “Eu sou”. Tudo em que você acredita sobre si mesmo, sobre o mundo, todos os conceitos e programas que você tem na mente, todos formam o mitote. Não conseguimos ver quem realmente somos; não conseguimos perceber que não somos livres."

⁴ É muito difícil compreender esse ponto relativo ao SER, pois como alguém que não é pode vir a entender o que É? A simplicidade das palavras aqui pode ser muito enganosa. Talvez uma história possa nos ajudar a entender esse ponto. A história está no último capítulo de Viagem a Ixtlan, trata-se do encontro de Dom Genaro, benfeitor xamânico de Carlos Castaneda, com o aliado, entidade de natureza inorgânica que auxilia o xamã em suas atividades. Para SER é necessário que haja em nós um centro de gravidade permanente, um núcleo ao redor do qual o SER possa se estabelecer e este é mesmo um dos objetivos do TRABALHO sobre si.



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