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quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Sobre a servidão moderna - documentário

O problema do ser humano-escravo não é tanto o fato em si, ser escravo, mas a constatação de que ele 'ama' as suas correntes: ele 'ama' a sua religião, ele 'ama' o seu time de futebol, ele 'ama' o seu partido político, ele 'ama' aquilo que o oprime, ela 'ama' os seus vícios, ela 'ama' aparecer e ser o garoto propaganda do sistema, ela 'ama' os produtos que o sistema neo-escravista vende, impõe e de forma sutil o obriga a consumir. Onde está escrito 'ama' entenda-se 'apega-se', mas usamos o termo 'ama" pois ele tem uma conotação relativa ao grau de ilusão ou de alienação do escravo às suas próprias correntes. O escravo acredita que suas correntes são fator de segurança, e de fato são, mas não para ele, e sim para aqueles que se julgam seus senhores.

"O escravo, dentro da perspectiva nietzschiana, é aquele que, por impotência, não consegue afirmar-se, não leva sua força até seu limite. A perda de plasticidade o torna rígido, ele se perde em seu mundo, sem conhecer as ferramentas que poderiam ajudá-lo ou sem saber manejá-las. O perigo mora na possibilidade assustadora de que a moral dos escravos passe a criar valores. E, para o horror de Nietzsche, isso acontece. Não que o fraco possa realmente criar valores, em razão de sua condição, isso ele não pode, mas está dentro de suas possibilidades inverter os valores, dando-lhes uma nova feição e anunciá-los como se fossem inteiramente novos" - mais em Nietzche - ressentimento e inversão de valores, por Rafael Trindade.

“A servidão moderna é uma escravidão voluntária, consentida pela multidão de escravos que se arrastam pela face da Terra. Eles mesmos compram as mercadorias que os escravizam cada vez mais. Eles mesmos procuram um trabalho cada vez mais alienante que lhes é dado, demonstram estar suficientemente domados. Eles mesmos escolhem os mestres a quem deverão servir. Para que essa tragédia absurda possa ter lugar foi necessário tirar dessa classe a consciência de sua exploração e de sua alienação. Aí está a estranha modernidade da nossa época. Contrariamente aos escravos da Antiguidade, aos servos da Idade Média e aos operários das primeiras revoluções industriais, estamos hoje frente a uma classe totalmente escravizada, só que não sabe, ou melhor, não quer saber. Eles ignoram o que deveria ser a única e legítima reação dos explorados. Aceitam sem discutir a vida lamentável que se planejou para eles. A renúncia e a resignação são a fonte de sua desgraça.”

Produção: De la Servitude Moderne (Original). Ano produção, 2009. Dirigido por, Jean-François Brient. Estreia. 2009 ( Mundial ) Outras datas. Duração, 52 minutos.

Idioma/Legendas: Francês/Português


Da servidão moderna - Jean-François Brient from Juliane Meira Winckler on Vimeo.

Sagrado Feminino: Kali.

Justamente hoje (08/03//2024) é interessante lembrar de um arquétipo do feminino que é fundamental, não só pela sincronicidade que está rola...