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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Bruxaria, Magia e Xamanismo - parte 1 - por Nuvem que Passa


Xamanismo, Bruxaria, Magia. Estes três termos são muito usados hoje em dia e existe uma grande similitude entre as pessoas que se aproximam destes caminhos. Vamos refletir juntos sobre este tema começando pelo ato de falar, sobre o ato de trocar informações através de palavras.

Xamanismo é uma palavra. Ela indica, alude sobre algo, mas não é esse algo. Água é uma palavra.

A palavra água pode te fazer lembrar da substância em si, mas não pode mitigar sua sede. Assim como a lembrança mental da água e a imagem da mesma também não o podem fazê-lo.

Quando uso a palavra água a sua mente acessa memórias, experiências já vividas com esta substância. Ao especificar água quente limito o leque de opções. Água fria leva a outro tipo de lembranças.

Pense na água. Imagine a água. Visualize que bebes um copo de água. Agora, se quer mesmo estabelecer uma comunicação mais ampla entre nós, levanta e vai tomar um copo de água. Se fizeres isso vais notar como é totalmente diferente lidar com um conceito, como o da palavra água e tomar água de fato. Portanto o termo água alude a algo efetivo que existe, com o qual tu tens contato, mas não tem o mesmo valor de resolução.

Não mitigas a sede com palavras, só com a substância. Da mesma forma os termos Xamanismo, Bruxaria e Magia não podem ser completamente compreendidos só com abordagens teóricas.

Vamos aludir, vamos nos aproximar, vamos mesmo demonstrar certos fatos de tais práticas, mas note que a compreensão profunda só virá quando tu, que lês estas linhas, fores também alguém que sente a ARTE em tua essência.

Esta é uma abordagem que somente os praticantes podem contemplar plenamente. Porque, em primeira instância, estas três formas de caminhar na existência fazem parte de uma mesma faceta tradicional do conhecimento, a qual transcende toda e qualquer forma de conceitualização. Assim optamos por chamar este o “SABER DOS SABERES”, o qual inclui tudo aquilo que podemos conceber como ARTE.

A ARTE é pois Filosofia, Ciência e Mística. Arte em sua mais plena expressão. Durante nossa era decompusemos a abordagem da realidade nestas formas. Ou abordamos a realidade filosoficamente ou cientificamente, ou misticamente ou artisticamente.

Em resposta à extrema dependência de uma abordagem mística da realidade, típica de certos séculos anteriores, que em verdade é apenas ‘misticóide’, esta Era se esforça por ficar limitada ao que chamam de “concepção científica da realidade”. Insistem em tentar provar que campos como os fenômenos paranormais são ‘científicos’.

Mas a questão central é que, os paradigmas nos quais se apóiam para caracterizar algo como científico contradizem até mesmo as bases da própria noção de ciência, já que a busca de respostas verdadeiras deveria ser a premissa fundamental da ciência, ao invés da manutenção de uma ideologia dominante para manter sociedades inteiras servis.

O Xamanismo, a Magia e a Bruxaria foram perseguidas, e ainda são, em muitos setores desta sociedade que aí está. Vejam as campanhas constantes contra terreiros de Umbanda, Candomblé e movimentos Nova Era por parte dos segmentos mais fundamentalistas de certas religiões em franco crescimento. Estas perseguições são apenas uma das facetas desta luta contra toda forma de trabalho mágico não contemplado pelo paradigma vigente imposto sobre a sociedade.

Esta luta entre campos ideológicos se reflete também na chamada ciência acadêmica, na qual indivíduos com inflados egos influenciam o rumo das pesquisas e no conceituar do mundo, para que certos modelos da realidade não sejam de todo alterados.

O Xamanismo, a Magia e a Bruxaria são formas de abordar a realidade que têm sido perseguidas há tempos em diferentes civilizações. Por que tais caminhos despertam tanto medo? Observando com atenção notamos que sempre que se estabelece um regime absolutista, desejando impor sua vontade privada sobre a vontade coletiva, tais caminhos são os primeiros a serem perseguidos. Toda vez que o poder despótico se faz sentir, os caminhos citados são perseguidos. Os povos nativos continuam sendo oprimidos até hoje. Destruídos enquanto cultura e enquanto vidas, mortos em conflitos diversos.

A Magia e a Bruxaria ganharam espaço entre certas camadas sociais e acabaram fazendo uma lenta migração de volta ao sistema dominante, ressurgindo com força entre vários magistas e bruxos que vem alimentando a cultura oficial com obras nas quais narram suas aventuras e descobertas na vastidão de outras realidades que circundam a nossa.

Lendo os autores originais, e não aqueles que baseiam suas ‘descobertas’ apenas na leitura de outros, ou seja, aqueles que  empreendem uma maior aproximação da fonte a partir da qual tais informações emanam, vamos notar questionamentos profundos sobre a vida, a morte, a consciência, a realidade imediata, a existência de realidades outras que não esta, assim como outros seres habitando mundos ao redor deste. Seres alienígenas à nossa realidade porém presentes em nossa própria realidade mas não perceptíveis a nós. Muitos temas foram investigados por vários indivíduos, homens e mulheres que tiveram acesso a fragmentos de informações, outros à escolas autênticas possuidoras de elos com a ancestralidade da qual este SABER emana. Muitas linhagens diferentes foram contatadas por estas pessoas que tinham em si o ímpeto de aprender mais sobre os mistérios que nos circundam e a escrever sobre isso.

Upasika¹, Aleister Crowley, Therion²; Fernando Pessoa, na multiplicidade; mais recentemente Carlos Castañeda, também conhecido como Charles Spider; entre muitos foram sondar outras realidades e acabaram encontrando de fato abordagens da realidade completamente diferentes das que esperavam.

O Xamanismo, a Magia e a Bruxaria, tal qual são concebidos e praticados hoje, sofreram profunda influência destas pessoas, pois foram elas que fizeram as primeiras traduções dos conceitos ancestrais destes caminhos para a sintaxe da nossa cultura. Quando colocados na sintaxe da nossa cultura, tais informações adquirem mesmo um caráter de revelação.

Re-Vela. Indica, alude, mas também confunde, coloca o véu novamente, pois definir estes caminhos e falar sobre eles pode nos levar a realizarmos falsas associações, re-significações e interpretações a respeito destes caminhos de acordo com nossas presunções, e a partir daí, alienar ainda mais em vez de despertar. Tanto no Xamanismo, como na Magia como na Bruxaria a primeira premissa é que só pode trilhar estes caminhos Aquele que ‘É’. Em todas as obras produzidas sobre estes caminhos vamos perceber que, de forma declarada ou subliminar, o instrutor sempre começa guiando o(a) aprendiz a deixar de ser apenas uma resultante dos condicionamentos do meio, dos inúmeros fatores que afetaram sua existência até então, para somente assim estabelecer um ‘EU’ real.

Alguns lidam com uma viagem pelas esferas da Árvore da Vida e do Tarot para este trabalho, no qual o ser, que tal caminho trilha, lida com seus medos, condicionamentos, carências, vaidades e vai se reintegrando, resolvendo sua sombra, e, então, após atravessar o abismo no qual deve despir-se para tornar-se ‘si mesmo’, emerge como um novo ser. Aquele que ‘É’! Só então começa a magia. Antes havia apenas um agitar semiconsciente da luz astral, do grande mar de energia que nos circunda e gera, ao redor de nós, uma atmosfera psíquica que pode gerar fenômenos diversos, mas que é também uma grande ilusão, Maya, um mitote³.

Este fato é muito importante. Tanto no Xamanismo, como na Magia como na Bruxaria, o primeiro passo é deixar de meramente sobreviver para VIVER, deixar de reagir para AGIR.

Esse lembrar de si, esse resgatar a nós mesmos e ir além das ilusões que aí estão, é a condição básica para que haja Xamanismo, Magia ou Bruxaria.

Xamãs, Magistas e Bruxos(as) são homens e mulheres que antes de mais nada, ‘SÃO’. Para poderem operar efetivamente no domínio desses caminhos têm que ‘SER’, ou serão destruídos quando as fronteiras da realidade se expandirem. 

A VONTADE é o começo de tudo, a mais fundamental conquista que um(a) Xamã, um(a) Magista ou um(a) Bruxo(a) deve ter realizado para não ser destruído pelos poderes e esferas com as quais pretende interagir. VONTADE em um contexto diferente do comumente expresso. Não tem nada a ver com desejo, volição ou qualquer outra forma de expressão que conheçamos.

Tanto quem trilha o caminho do Xamanismo como da Magia como o da Bruxaria sabe que VONTADE aqui tem outro sentido, outro significado. É a forma pessoal que cada um tem de expressar um poder muito maior, que é a própria ‘VONTADE da Eternidade’ que nos circunda.

Só quem ‘É’ pode ter VONTADE. Este é um sentido que escapa a muitos leitores das obras de quem esteve estudando esses caminhos e sobre eles escreveu. 

Vejam Crowley: 

“Faze o que tu queres…”

Esse ‘Tu’ é um conceito complexo. Indica que existe alguém de fato, e não apenas um aglomerado de estilos de emocionar-se, raciocinar e reagir ao qual nos referimos como ‘eu’.

Lendo Erva do Diabo e Uma Estranha Realidade, milhares de pessoas pelo mundo ficam a vagar erraticamente ao se super estimularem com plantas de poder diversas, crendo que o ‘espírito da planta’ vai lhes revelar algo que não sabem. Mas o cerne abstrato do aprendizado ali era outro. Tudo ali estava sendo usado como meio de trabalho por alguém que tinha maestria na ARTE. Assim ficar preso em leituras literais de qualquer obra que toque a ARTE é como ser um fundamentalista e basear sua vida em interpretação literal de textos adulterados que foram escritos em outra cultura.

O que chamo atenção, é que, antes de atabalhoadamente irmos a definições e diferenças entre Xamanismo, Magia e Bruxaria temos que repensar nossos paradigmas. Nossas bases conceituais sobre as quais assentamos nossa compreensão de mundo. 

Uma condição fundamental é compreender que quando estamos falando de XAMANISMO, MAGIA e BRUXARIA no contexto dessas linhagens que tem de fato ligação com a ARTE, existem pontos muito interessantes de semelhança entre ambas que tem sido deixados de lado. Vamos a eles.

O primeiro deles é o fato que todo caminho que leva a ARTE começa por auxiliar o ser que trilha tal caminho a se desvencilhar do pesado passado que carrega consigo, da insana absorção em conceitos prontos e de condicionamentos estáticos que foram implantados em cada ser humano nesta Era de escravos em que vivemos.

Aqui tocamos em um ponto sensível. Todo sistema feitor de escravos sempre lutou arduamente para destruir tudo ligado ao Xamanismo, Magia e Bruxaria. Por quê? Por serem caminhos de LIBERDADE. Aqui temos outra definição importante. O Xamanismo, a Magia e Bruxaria sempre foram caminhos de homens e mulheres livres. Que alguns desses homens e mulheres tenham caído em formas de prisão muito mais sutis e perigosas que a prisão deste mundo ao tentarem se aproximar da ARTE é um fato. O qual alerta a todo praticante que arrogância e presunção são estilos de comportamento que nos dirigem diretamente para as iscas que existem no vasto mar que vamos descobrindo quando nos dedicamos a ARTE.

Tanto o Xamanismo como a Magia e a Bruxaria apresentam diversas formas de manifestação. Existem também muitas formas de cultos que nada têm a ver com a essência do Xamanismo, da Magia e da Bruxaria, mas que, ainda assim, se apresentam como tal.

Temos, no tocante da Bruxaria, o agravante de ter sido fortemente deturpada pelas falsas acusações e testemunhas sob o terror de tortura, ou mesmo sob a ameaça dessa. Criando fantasias sem fim que serviam bem aos propósitos dos que desejavam incitar o medo contra tais práticas e conhecimentos. Na Magia temos deturpações como ‘magia negra’. Criação também da Inquisição que ainda hoje assusta a tantos. No Xamanismo, temos um grande número de índios que imitaram formas de agir sem compreender a essência dos verdadeiros xamãs, e assim, repetem hoje ritos e formas, mas sem o poder que caracteriza toda ação de fato xamânica. Mas além destas deturpações temos o XAMANISMO de fato, a MAGIA de fato e a BRUXARIA de fato, sobre estas facetas da ARTE é que falamos aqui. 

Nuvem que Passa - 28/01/2001

Notas

¹ Upasika Kee Nanayon ou Kor Khao-suan-luang foi uma upāsikā (devota e seguidora autodidata não ordenada da tradição búdica theravada) tailandesa de Ratchaburi (1901 – 1978). Após sua aposentadoria em 1945, ela transformou sua casa em um centro de meditação com sua tia e seu tio. Suas palestras e poesias sobre o Dharma eram amplamente divulgadas. Tornou-se uma das professoras de meditação mais populares da Tailândia. Muitas de suas palestras foram traduzidas para o inglês por Thanissaro Bhikkhu, que a considera “indiscutivelmente a principal professora do Dharma na Tailândia do século XX”.

Upasika também é um dos termos que os Mestres ou Mahatmas usavam para referirem-se à H.P. Blavatsky. A influência de Blavatsky foi e é enorme para a cultura ocidental dedicada ao estudo das tradições antigas do Oriente. Fundadora da Sociedade Teosófica, escritora da obra "A Doutrina Secreta", dentre outras. Upasika = servidora, aquele que serve.

² Therion (thēríon) (grego: θηρίον, besta) é uma divindade encontrada no sistema místico de Thelema, que foi estabelecido em 1904 com “O Livro da Lei” escrito por Aleister Crowley.

³ Mitote, segundo Dom Miguel Ruiz, autor do livro "Os 4 Compromissos":

"Toda a sua mente é um nevoeiro que os toltecas chamam de mitote. Sua mente é um sonho em que mil pessoas conversam ao mesmo tempo, e ninguém entende o outro. Essa é a condição da mente humana — um grande mitote. Graças a ele, você não consegue enxergar o que realmente é. Na Índia, o mitote é chamado de maya, que significa “ilusão”. É a noção pessoal do “Eu sou”. Tudo em que você acredita sobre si mesmo, sobre o mundo, todos os conceitos e programas que você tem na mente, todos formam o mitote. Não conseguimos ver quem realmente somos; não conseguimos perceber que não somos livres."

⁴ É muito difícil compreender esse ponto relativo ao SER, pois como alguém que não é pode vir a entender o que É? A simplicidade das palavras aqui pode ser muito enganosa. Talvez uma história possa nos ajudar a entender esse ponto. A história está no último capítulo de Viagem a Ixtlan, trata-se do encontro de Dom Genaro, benfeitor xamânico de Carlos Castaneda, com o aliado, entidade de natureza inorgânica que auxilia o xamã em suas atividades. Para SER é necessário que haja em nós um centro de gravidade permanente, um núcleo ao redor do qual o SER possa se estabelecer e este é mesmo um dos objetivos do TRABALHO sobre si.



quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Ao Guerreiro Perfeito

O campo de batalha sou eu.
Foi isto que Deus me deu.
No coração, meu escudo.
Na mente, a lâmina.
No corpo, o templo.
No olhar, a chama.
No sorriso, o brilho.
Do Dragão e do Anjo.

Entre o pecado e a virtude,
vou seguindo, nem anjo, nem demônio,
apenas humano, sobretudo divino,
pois julgar não é amar, e num justo equilibrar
perceber a luz e a sombra, mas quem em mim percebe?
Nesta balança do Ser
O brilho da espada a resplandecer,
"Mil cairão ao lado, e dez mil à direita; mas tu não serás atingido", mas quem é este?
A espada, a balança, o trono e a luz que não pode ser vista.
Assim brilha o sol da eterna justiça.
Senhor da Luz, Senhor das Trevas
Senhor da Guerra, Senhor da Paz
Por isto Ele é o Senhor,
Domina sobre os opostos
Reconciliado em mim, em nós
Para a glória infinita de ser.
Deus em mim, Deus em nós.
O Exército da Voz
Eu sou, sou eu, somos Nós.

DR




segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Ayahuasca e plantas de poder




Saudações!


Tenho lido os mails sobre Ayahuasca, ou Runipan¹, que é um termo que também uso mais para tal planta de poder. Creio que para falarmos sobre o tema deveríamos ir mais fundo. Como sabem considero falar e escrever um ato de poder, portanto, vem por aí um texto longo e que exige um grau de foco para ser realmente compreendido, recomendo mesmo que seja impresso para ser lido. 


Vamos começar pelo conceito de planta de poder. Este termo foi trazido a público pelo Doutor Carlos Castaneda, como tantos outros do Xamanismo hoje utilizados. 


Por que planta de poder? 


A definição de uma planta de poder é dada pela sua energia. 


Mirando as plantas os videntes notam que toda planta tem também um ovo luminoso ao seu redor. Por vezes esse ovo luminoso é pouco maior do que a própria planta, mas algumas plantas têm uma incrível e vasta projeção luminosa a sua volta, o que revela serem "plantas de poder". Há outro aspecto, as plantas se comunicam com a Terra de uma forma muito mais profunda do que nós, criaturas móveis, que também temos uma raiz, que se projeta na frente de nosso ovo luminoso, um fio Terra que todos temos e que sulca a energia da Terra enquanto nos movemos. 


As propriedades das plantas são conhecidas há milênios. As plantas podem curar, matar e induzir a estados alterados de consciência. Várias tradições xamânicas demonstram que o caminho rumo à descoberta das potencialidades que trazemos ocultas dentro de nós aconteceu, porque, por sugestão de "entes" de outros mundos, ou por curiosidade e mesmo fome, alguns homens e mulheres ingeriram tais plantas, entrando em estados alterados de consciência. 


Alguns deles foram mais longe e transformaram esse resultado errático em campo de estudo, sistematizando o que hoje conhecemos como tradição xamânica, nascida na alvorada dos Tempos. Não há nenhuma cultura nativa do mundo que não conheça ou deixe de fazer uso ritual das plantas de poder. E o que aconteceu a esta cultura na qual estamos inseridos, que negou e reprimiu tais procedimentos, substituindo com o insosso pão e vinho do rito cristão os antigos ritos de ingestão de plantas de poder? O vício e o desequilíbrio das drogas químicas, com o terror armado do tráfico e tudo mais que assistimos. 


O ser humano necessita do êxtase, do estado promovido antes pelos grandes rituais coletivos, onde em catarse provocada por danças, sons rítmicos e beberagens várias certas substâncias eram produzidas, para os fins do Ser Terra e de todo o esquema cósmico no qual estamos inseridos. 


O que se busca com a ingestão de uma planta de poder? 


Ampliar o estado de consciência, entrar em outra dimensão da realidade, normalmente inacessível a nossos sentidos comuns, a nossa forma usual de sentir e perceber o mundo. 


Por que usamos uma planta de poder? 


Para essa ampliação de nossa consciência , pois. 


Por que nos alimentamos? 


Por que sem alimentação não teremos matéria prima para manter nosso corpo vivo, com a constante renovação celular exigida para tal mister, tão pouco teremos energia para executar nossos processos existenciais. Sem alimentarmo-nos não pensamos, não sentimos, não agimos. Já pararam para pensar nisso, como é uma necessidade fundamental se alimentar. Os jejuns² tem várias virtudes, uma delas nos ensinar o que é sentir o corpo clamando por alimento, sua energia se findando. Tive algumas aventuras, que, entregue a mim mesmo, despido dos recursos que a vida "civilizada" nos dá, senti fome de verdade, que vem depois de mais de 36 horas sem alimentar-se. 


Além do alimento sólido precisamos ingerir água. Outra necessidade fundamental, já que sabemos que o Ser mundo no qual vivemos é feito predominantemente de água em nossa constituição. Alimento, água, isto precisamos ter para nos mover. Em tempos e locais sem supermercados, sem entrepostos de venda, ir suprir essas necessidades fundamentais dá um certo trabalho. A relação evidente de dependência fica mais clara. Os modos confortáveis da civilização que os conquistadores instalaram nos lugares conquistados cria uma falsa relação com o meio e assim, a indolência natural é acentuada, permitindo uma leitura da realidade que entorpece o senso de urgência não ansiosa, o estado de alerta constante que caracteriza quem está desperto. 


Como bem citado, Matrix é uma pálida alusão a uma realidade aterrorizante aos mais frágeis, que um (a) guerreiro encara com a mesma tranquilidade focada com que encara a não menos assombrosa ETernidade que nos cerca, envolve e nos empresta a consciência para que a amadureçamos, a mutemos através de nossas vivências e então, a pede de volta, um pedir que não precisa ser recusado, só ser atendido de outra forma, de uma forma criativa e ousada, como tudo mais que os(as) buscadores(as) da liberdade realizam. 


Comida, água. 

Necessidades básicas, dependências. 

Pouco paramos para pensar como temos dependências fundamentais em nossa vida. 

Alimentar-se e beber água. 

Tudo que vc leu até aqui só o fez porque se alimentou. 


A qualidade de sua alimentação determina muito a qualidade do tipo de substâncias que você vai gerar como matéria prima para a reconstrução celular constante que existe em nosso organismo, como também fornece energia para que tudo isso ocorra. Pois se está havendo uma regeneração celular constante, nossas células estão morrendo e nascendo, estamos sempre mutando também a nível corporal. A ilusão da solidez nos impede de ver isso, mas somos eventos dinâmicos, não pontos estáticos num contexto artificialmente gerado, aceito por convenção. 


O alimento entra no corpo. É mastigado, deglutido, vai para o estômago, sofre ali uma digestão mecânica e enzimática. Usando substâncias várias produzidas pelo corpo, as enzimas decompõem os elementos ingeridos em estruturas absorvíveis pelo organismo. Um exemplo da importância das enzimas é nossa incapacidade de digerir celulose. Nosso organismo não produz esse tipo de enzima. Assim a celulose entra e sai com a mesma natureza química, tendo sofrido apenas alterações de natureza física (mastigada, etc.) O alimento vai para as células, via circulação. Vejam os importantes glóbulos vermelhos, cheio do real material mágico da Alquimia, não o ouro, usado como símbolo e mais tarde distração. Mas o Ferro, o elemento mais abundante do planeta. Com a hemoglobina vai o terceiro alimento, o terceiro fator fundamental para nossa vida, além do que comemos e bebemos. 


O AR. 


Bem mais que o Oxigênio, que no entanto cumpre fundamental função para a vida e, também é, paradoxalmente, fator de entropia no organismo (as oxidações, fatores como radicais livres, etc.). Dentro da célula é a combinação de certas substâncias tiradas dos alimentos com o Oxigênio é que vai gerar energia para todos os processos que resultam no que chamamos de vida. O alimento está absorvido pelo organismo. Agora não há mais alimento e corpo, há só corpo com toda a matéria absorvida integrada em si. O ar se mistura com outros elementos. Respondemos a cada inspiração com uma expiração. Se o oxigênio é o que buscamos quando inspiramos, é gás carbônico que devolvemos quando expiramos. As plantas expiram oxigênio, na fotossíntese, e inspiram gás carbônico. Podemos nos tornar grandes amigos das árvores, algo difícil em nossos tempos pelo estado de guerra que nossa espécie declarou a estas belas companheiras. 


Isso é um processo simbiótico, como em simbiose vivem certas bactérias em nosso intestino, nos ajudando em processos digestivos e se alimentando enquanto isso. A simbiose com o mundo das plantas é muito profícuo. Mas da mesma forma que tiramos a vida no mundo animal para nos alimentar, tiramos a vida no mundo vegetal. Pois nos alimentamos de plantas também. Cada pé de alface que arrancamos, tem o mesmo sentido quando atiramos uma flecha ou armamos uma armadilha para capturar uma caça. Aquele pé de alface sentia o tempo, sentia as estrelas e as noites de luar, sentia o sol quando nasce e se põe, sentia a vida em toda sua expressão. Suas raízes vinham da mãe terra, onde nascera de semente, onde tivera que abrir seu espaço e uma dia surpreso se viu irrompendo num outro nível da realidade e da Terra, seu útero seguro, que lhe alimentava e protegia, vinha agora o desafio dos ventos, das chuvas de pedra, dos estranhos seres que se moviam de outra forma. Pois mesmo uma alface sabe que mobilidade e repouso são conceitos muito relativos. Essa alface, tanto quanto um porco do mato, uma galinha, uma capivara, tinham o prazer da vida em suas veias, quer por ela corresse o sangue ou a seiva. Mas como muitos perderam o Sentir e lhes restou apenas raciocinar, que é bem menos que pensar, esta percepção foi perdida. 


Quando compreendemos que as plantas têm esse nível de poder e consciência podemos entender o que é uma planta de poder, o que é convidar Runipan para partilhar conosco seu poder. Em um animal fica mais claro isso. Um(a) caçador(a) quando vai pela mata sabe que também somos caça. O vento que trás os cheiros também leva o seu. Quem já esteve em mata sabe que a gente sente o cheiro da onça de longe, ela exala um cheiro forte. Um caçador está preparado, ele vai a caça. Isto permite que ele estabeleça uma relação diferente com seu alimento. Quando o pega ele foi a face da Morte para sua caça. 


Se for sábio vai reconhecer que um dia a Morte poderá se mostrar da mesma forma para ele e na impossibilidade de saber mesmo o que vai lhe acontecer e quando, vive cada instante na plenitude de si. Quando aquele animal for comido a qualidade daquela carne, a força que ali estava, o poder, vai se impregnar na substância orgânica. Cada naco daquela caça, quer cru, quer assado ao fogo, vai ter consigo um pouco do poder daquela caça que correu livre, que viveu e metabolizou um aspecto da consciência da Eternidade, como todo ser vivo e consciente faz. 


Em um de seus aspectos a Vida é consciência. Sintam a diferença entre este alimento, em termos de poder e energia contidas e transmitidas a quem dela ingere, se comparado a um bife feito num restaurante, por um cozinheiro com raiva da gerência e com medo de perder seu emprego, servido por alguém que também está mals consigo, num lugar fechado, sem luz do sol, cheio de pessoas que fazem da refeição um momento de ansiedade e confusão a mais. Veja como esta civilização se alimenta mal, com vegetais e animais criados em grande quantidade, sem energia selvagem, por isso criando uma perigosa tendência a sermos nós também, domesticados servilmente. 


Esta diferença também ocorre no uso das plantas de poder. 


Primeiro, o que é uma planta de poder? 


É uma planta que tem muita consciência e algumas de suas fibras de consciência tem paralelo com as nossas de forma acentuada. A planta de poder carrega em si uma energia peculiar. Como toda energia orgânica tem sua densificação num ponto do organismo. É nos chamados "alcalóides" que essa energia peculiar se assenta nas plantas de poder. A composição química não é o único segredo. É na fórmula espacial das moléculas que está a força desses alcalóides. Eles têm tal conformação espacial que formam certas cadeias, têm padrões de ressonância os quais uma vez dentro do organismo ativam partes do corpo que estão adormecidas há milênios, falando em termos de espécie. 


Partes de nosso ser que ressoam a outras realidades, que nos permitem ver, ouvir, sentir, degustar e cheirar de formas completamente novas, além de levar a outros estados perceptivos que a partir de certo limiar já não mais estão no corpo denso, mas no corpo de energia, contraparte deste que conhecemos. 


Para todas essas manobras, porém não basta apenas a ingestão da planta de poder, há que se ter energia. 


Quando os predadores³ (ver texto sobre Predadores e Ponto de Aglutinação) chegaram e começaram a dominar a espécie humana, pouco a pouco, certas habilidades antes naturais foram sendo perdidas. Com a energia sendo consumida pelos predadores certas habilidades deixaram de ser atingidas enquanto potência realizada. Ficamos só com certa lembrança, certa intuição de que somos capazes, mas sem a condição energética para realizar. Por isso há tanta ênfase em reduzir nossa preocupação conosco mesmo, com nossa importância pessoal. 


Pois o que julgamos ser nós mesmos, nosso "eu" é tão somente um aglomerado de jeitos de pensar, sentir e agir, que nos deram e que nós absorvemos, por imitação ou imposição. Ë neste aglomerado travestido de "eu" que estão as grades de nossas celas, onde somos mantidos ignorantes de nós mesmos e de nossa real condição. Fomos condicionados a agir de tal ou qual forma. E assim respondemos aos estímulos, raramente agimos. Reagimos, mas raramente agimos. Estes estilos de agir, pensar e sentir não são a nossa "essência perceptiva". Somos o percebedor, mas estamos identificados com o percebido e parte desse percebido é um conjunto de estilos de agir, de pensar e de sentir que chamamos "eu". Se formos mais fundo na observação de nós mesmos teremos que reconhecer que nem é pensar, nem é sentir, nem é agir o que acontece. 


Raramente pensamos, na maior parte do tempo o que fazemos é raciocinar, que é um treino válido, mas limitado apenas a esta realidade convencional na qual vivemos. Raciocinar é operar apenas numa condição de memória, interpretando os dados recebidos a partir de um repertório. Uma condição de secundidade no dizer de C. Pierce. Pensar é mais amplo. Raciocinamos para treinar nossas habilidades a mergulhar no pensar, que entre outras coisas é criativo, realmente criativo, no sentido xamânico do termo. 


Nos emocionamos, para treinar o sentir. Emocionar-se é responder a estímulos, dos mais diversos, mas é resposta. A singularidade humana se manifesta em nós quando somos capazes de formular nossas próprias perguntas, ao invés de apenas repetir as respostas que nos fizeram decorar. Em todos os níveis e sentidos. E como tem demonstrado os behavioristas, para ira de muitos que se enamoraram da maquinaria mental, como dizia Skinner, os seres reagem, raras vezes agem, embora a natureza do estímulo está, na maioria das vezes, fora de seu espectro de percepção consciente. 


Mas podemos ir além. Podemos de fato sentir, pensar e agir. Para isso precisamos expandir nossa consciência, abarcar novos e mais complexos paradigmas sobre os quais construir nossa abordagem da realidade. Mas expandir consciência implica em tê-la. Como dizia Gurdjieff não se pode expandir a consciência inconscientemente. E aqui entra o ponto chave da questão das plantas de poder, como também da nossa relação com seres de outras realidades, tema de outro mail que estou mandando. 


Se usarmos as plantas de poder, a partir de nosso "eu normal", se usarmos as plantas de poder sem antes encontrarmos aquele lugar silencioso em nós, onde podemos ouvir a voz de nossa testemunha interior, estaremos usando o tremendo poder das mesmas, sua consciência intensificada que ingerimos, para apenas alimentar as projeções do que chamo "falsa personalidade", conjunto de formas de agir, pensar e sentir (que na realidade é reagir, raciocinar e emocionar-se) que apenas desejam que tudo fique como está, que é vaidosa, que é indolente, que tem medo e disfarça seu medo com arrogância, que é covarde e disfarça sua covardia com imprudência. Sem um claro trabalho sobre si mesmo, o uso de plantas de poder tem efeitos sempre questionáveis.

 

Foi essa a queda dos Antigos Videntes, alertam os Toltecas deste ciclo, encontraram maravilhas, mas o fizeram a partir de seu "eu" não cultivado. Expandir-se em estados estáticos de contemplação confusa dos mundos que existem além disso tem uma utilidade duvidosa para quem busca o viver estratégico e a compreensão efetiva daquilo que está à sua volta. 


Há outro detalhe. 


Existem pessoas que após certa idade param de produzir a enzima que digerem o leite. Assim sendo, se ingerirem o leite terão vários problemas, como alergias, doenças respiratórias. Mas para outras essa enzima continua ativa pela vida toda e assim, podem beber leite como bezerros até o fim da vida, quando a Terra os beberá também. Da mesma forma, as plantas de poder podem ser inócuas, debilitantes dentro de graus toleráveis ou intensamente debilitantes de acordo com cada pessoa. Existem pessoas que têm a habilidade de metabolizar os alcalóides, outras não. Por isso vamos encontrar pessoas que podem ter acesso às plantas de poder sem nenhum dano a sua estrutura física e outras não. 


E não só isso. 


Há também a questão da energia pessoal fundamental. Alguns têm essa energia em grande quantidade. Outros em pequena, alguns quase nenhuma. Essa energia que é determinada pelo grau de tesão com que a relação entre nossos pais aconteceu quando nos gerou, determina de forma inequívoca, quem pode e quem não pode trilhar certos caminhos. E por certo o caminho das plantas de poder não é único, muito menos o mais recomendado para quem busca a sobriedade. 


Atenção: Não quis dizer que o caminho das plantas de poder não pode ser trilhado com sobriedade. Disse que é um caminho que facilita a ausência de sobriedade. A planta de poder solta seu ponto de aglutinação. Ele pode sair errático e cair em qualquer novo alinhamento. Como os sonhos antes de serem controlados. E podemos nos arriscar a cair em mundos além de nossas possibilidades energéticas. Por isso, como tudo que se refere ao Conhecimento não pode ser trilhado com diletantismo. Há que se saber por que e como está fazendo isto. 


Segundo ponto importante, o uso em grupo. Todo trabalho coletivo usando plantas de poder exige a presença de um(a) condutor (a) preparado, alguém capaz de auxiliar no conduzir dos estados de consciência alterada que vão se produzir ali. Tem que saber usar da voz, dos tons, da energia do ambiente, tem que sentir cada um dos que estão ali para auxiliá-los, se necessário. O limite de um grupo de trabalho é o limite da capacidade do guia, do que conduz a canoa com os que trabalham juntos. 


Um efeito colateral de um trabalho grupal com plantas de poder é a entrada em ressonância entre os campos de energia dos participantes. Por isso se misturar a qualquer grupo de pessoas para usar qualquer tipo de plantas de poder é, no mínimo, imprudente. Se isso for feito de forma sóbria e focada, os participantes terão uma energia extra gerada pelo propósito grupal. Acima de oito rompem uma barreira energética importante, a barreira da personalidade. Mas tudo isso deve ser lido com uma mente muito diferente da mente usual. 


E aí entramos no foco desse tema: Os predadores⁵, que nos deram sua mente, e agora temos essa forma de pensar que não é natural a nossa espécie. Temos duas mentes, uma nossa mesma, fruto da somatória de nossas experiências. E uma outra, que os xamãs Toltecas chamam de "instalação alienígena". Ambas têm suas peculiaridades. Mas a mente do predador que está acoplada a nossa tem uma forma de ser que nos desequilibra e limita, para que sirvamos aos seus propósitos. A melhor analogia a isso foi dada por Matrix (famoso filme dos irmãos Wachowski, lançado em 1999). O ser humano deixou a condição de mamífero e se tornou destruidor como um vírus. Essa segunda natureza destruidora que temos não é realmente nossa. Foi implantada em nós. Um condicionamento. Como nos piores filmes classe B de ficção científica somos um grupo de escravos, mantidos numa sofisticada prisão, a prisão chamada "realidade". A realidade que vemos lá fora é mais sutil que a mostrada em Matrix, porém. Ali era uma simulação criada por máquinas. Aqui, há algo sim lá fora, vivemos num mundo gerador de energia, não num mundo espectro. As árvores, as pedras, tudo que nos cerca são itens geradores de energia. Vivemos num mundo que está doente com nossas agressões, mas ainda vivo e com energia. Nós processamos essa energia, como células, como enzimas do Ser Terra. Somos tipos de enzimas do Ser Terra, metabolizamos substâncias que na sua forma original o Ser Terra não poderia absorver. 


Não só substâncias físicas que metabolizamos, mas também as energéticas, vindas da eternidade, que metabolizamos de tantas formas em nosso sentir, pensar e agir, mesmo quando ele é mero emocionar, raciocinar e reagir, atitudes mecânicas. Portanto, temos que tomar cuidado com este detalhe para não nos limitarmos a uma dupla prisão. Somos células da Terra, somos parte do sistema orgânico que lhe possibilita existir e, além disso, estamos há alguns milênios escravizados por uma espécie de seres inorgânicos, isto é sem organismo, que vindos de alhures da Eternidade, nos pastoreiam agora, consumindo nossa energia, como os Massari fazem com seu gado (os Massari, povo da África, não matam o gado, tiram sangue deles e preparam sua comida com esse sangue. Sangram o gado pela vida toda do animal sem matá-lo.). 


Mas a prisão ao Ser Terra não é uma prisão. Só o ser humano da civilização industrial pensaria assim. Nossa ligação com o Ser Terra é simbiótica. Como organelas (mitocôndria, por exemplo) que migraram para dentro das células, mas eram seres independentes, que entraram em processo simbiótico para melhorar suas condições de vida e continuidade podemos nos sentir ligados ao SER Terra e aí passamos a uma troca justa onde metabolizamos energias para o Ser Terra e em resposta temos condições mais amplas para nossa sobrevivência e tempo para investigarmos os desafios que nos esperam. Condições de lutar pela Liberdade. Mas a resposta predadora existe em toda a ETernidade. A condição predadora da Realidade é algo que escapa aos(as) que estão escravizados(as). Por isso qualquer contato com seres de outra realidade devem ser conduzidos com o máximo de sobriedade e bom senso. Nessa nossa ligação simbiótica com o SER Terra podemos recuperar uma condição de ação disciplinada e focada, um estilo de vida que nos coloca vibracionalmente além do alcance destes seres que escravizam os humanos. E uma vez tendo alcançado esta primeira liberdade, teremos condição de seguir no Caminho e trabalhar pela segunda liberdade, a liberdade da condição de célula da Terra, que tem a consciência como empréstimo, que um dia vai ser tomado de volta. 


O segredo de tudo está na energia vital, que temos junto com a consciência. A consciência precisa ser devolvida, a energia vital não. E todo o treino de certas escolas visa isso, "despertarmos" isto é tornar a energia vital consciente de si mesma. E este trabalho pode ser auxiliado ou retardado pelo uso das plantas de poder. Tudo depende da forma que fazemos esse uso. 


Um último adendo. 


As mulheres raramente precisam de plantas de poder. Elas já tem um órgão que faz o papel que as plantas de poder tem para os homens. O útero na mulher é um órgão mágico por excelência. O assunto é amplo, mas creio que alguns pontos fundamentais foram expressos.

Nuvem que Passa

Data: Seg Mai 29, 2000 8:15 pm

Assunto: Re: [ventania] Runipan (Ayahuasca)



Notas


¹ Runipan significa homem forte. Ayahuasca, em Quéchua, quer dizer “cipó dos espíritos, vinho das almas Existem mais de 40 nomes diferentes para esta planta de poder, na verdade a combinação de duas ou mais plantas. Dentre eles temos: Natema, Yagé, Nepe, Ayahuasca, Santo Daime, Vegetal, Dapa, Pinde, Runipan, Bejuco Bravo; Bejuco de Oro; Caapi (Tupi, Brazil); Mado, Mado Bidada e Rami-Wetsem (Culina); Nucnu Huasca e Shimbaya Huasca (Quechua); Kamalampi (Piro); Punga Huasca; Rambi e Shuri (Sharanahua); Ayahuasca Amarillo; Ayawasca; Nishi e Oni (Shipibo); Ayahuasca Negro; Ayahuasca Blanco; Ayahuasca Trueno, Cielo Ayahuasca; Népe; Xono; Datém; Kamarampi; Pindé (Cayapa); Natema (Jivaro); Iona; Mii; Nixi; Pae; Ka-Hee’ (Makuna); Mi-Hi (Kubeo); Kuma-Basere; Wai-Bu-Ku-Kihoa-Ma; Wenan-Duri-Guda-Hubea-Ma; Yaiya-Suava-Kahi-Ma; Wai-Buhua-Guda-Hebea-Ma; Myoki-Buku-Guda-Hubea-Ma (Barasana); Ka-Hee-Riama; Mene’-Kají-Ma; Yaiya-Suána-Kahi-Ma; Kahí-Vaibucuru-Rijoma; Kaju’uri-Kahi-Ma; Mene’-Kají-Ma; Kahí-Somoma’ (Tucano); Tsiputsueni, Tsipu-Wetseni; Tsipu-Makuni; Amarrón Huasca, Inde Huasca (Ingano); Oó-Fa; Yahé (Kofan); Bi’-ã-Yahé; Sia-Sewi-Yahé; Sese-Yahé; Weki-Yajé; Yai-Yajé; Nea-Yajé; Noro-Yajé; Sise-Yajé (Shushufindi Siona); Shillinto (Peru); Nepi (Colorado); Wai-Yajé; Yajé-Oco; Beji-Yajé; So’-Om-Wa-Wai-Yajé; Kwi-Ku-Yajé; Aso-Yajé; Wati-Yajé; Kido-Yajé; Weko-Yajé; Weki-Yajé; Usebo-Yajé; Yai-Yajé; Ga-Tokama-Yai-Yajé; Zi-Simi-Yajé; Hamo-Weko-Yajé (Sionas do Putomayo); Shuri-Fisopa; Shuri-Oshinipa; Shuri-Oshpa (Sharananahua).


² O jejum intermitente, por exemplo, pode ser usado como uma prática para aumento de energia, vitalidade e despertar. A base científica de tal prática decorre dos trabalhos do prêmio nobel de Medicina de 2016, o biólogo japonês Yoshinori Ohsumi. O próprio jejum é uma prática de vários povos nativos como preparação para o ritual com Runipan e envolve um conceito mais amplo do que não-comer, adentrando na esfera do pensar e do falar.


³ Ver o capítulo 15 do livro O Lado Ativo do Infinito, de Carlos Castaneda, bem como a entrevista do xamã Credo Mutwa à David Icke:


https://www.youtube.com/watch?v=HLVQAHu6itQ&t=80s.


Secundidade - a arena da existência cotidiana, estamos continuamente esbarrando em fatos que nos são "externos", tropeçando em obstáculos, coisas reais, factivas que não cedem ao sabor de nossas fantasias. O simples fato de estarmos vivos, existindo, significa, a todo momento, que estamos reagindo em relação ao mundo. Existir é sentir a acção de fatos externos resistindo à nossa vontade. Existir é estar numa relação, tomar um lugar na infinita miríade das determinações do universo, resistir e reagir, ocupar um tempo e espaço particulares. Onde quer que haja um fenômeno, há uma qualidade, isto é, sua primeiridade. Mas a qualidade é apenas uma parte do fenômeno, visto que, para existir, a qualidade tem que estar encarnada numa matéria. O fato de existir (secundidade) está nessa corporificação material. Assim sendo, Secundidade é quando o sujeito lê com compreensão e profundidade de seu conteúdo. Como exemplo: "o homem comeu banana", e na cabeça do sujeito, ele compreende que o homem comeu a banana e possivelmente visualiza os dois elementos e a ação da frase - https://pt.wikipedia.org/wiki/Semiótica#Charles_Sanders_Peirce.


 A cristianização em torno de Runipan ou Ayahuasca pode ter o dedo, a mão e o pé de tais seres, que vem a beber de canudinho da energia gerada em tais trabalhos grupais e que são os “mentores” de muitos líderes de tais organizações religiosas cristianizadas em torno de Runipan.

Sinal de Fumaça

A Chave Secreta para o Empoderamento

Saúdo a Fonte Eterna em mim e em tudo. Estou atuando a partir do centro da verdade. Que todos os impedimentos sejam removidos. Imagem gerada...