terça-feira, 5 de dezembro de 2023

A 2ª Joia do Dragão Amarelo: Ham Sah e o Vazio Iluminador

24 [1]. A Shakti suprema se revela quando a inspiração e a expiração nascem e morrem nos dois pontos extremos, superior e inferior. Assim, entre duas respirações, experimente o espaço infinito.

25 [2]. Entre a inspiração e a expiração, entre parar e seguir, quando a respiração fica imóvel nos dois pontos extremos, coração interno e coração externo, dois espaços vazios serão revelados a você: Bhairava e Bhairavî.

26 [3]. Com o corpo relaxado ao expirar e inalar, perca a sua mente e perceba o seu coração, o centro de energia onde a essência absoluta de Bhairava flui. 

27 [4]. Quando você inspirou ou expirou totalmente, quando o movimento da respiração para por conta própria, nessa calmaria universal, o pensamento de "eu" desaparece e a Shakti se revela.


ENERGIA VITAL ACUMULADA E TRANSMUTADA MAIS SILÊNCIO INTERIOR = ÊXTASE.

Amigos (as), faz algum tempo eu procurava por essa prática ou técnica na própria fonte onde a aprendi, em tempos idos, e que me é de muita valia. Agradeço ao Mestre Samael Aun Weor por tão valiosa técnica, pois seus efeitos meditativos e redistribuidores da energia são extremamente eficazes. É assim que a compartilho com vocês. Ela é uma técnica auxiliar no processo de transmutação de nossa energia criadora. 


A 2ª Jóia do Dragão Amarelo, por Samael Aun Weor





Faz-se urgente e improrrogável dominar a mente. Devemos dialogar com ela, recriminá-la, açoitá-la com o látego da vontade e fazê-la obedecer. Esta didática pertence à Segunda Joia do Dragão Amarelo. Meu real Ser, Samael Aun Weor, esteve reencarnado na antiga China e chamou-se Chou-Li.

Fui iniciado na Ordem do Dragão Amarelo e tenho ordens de entregar as Sete Joias do Dragão Amarelo a quem despertar a consciência, vivendo a Revolução da Dialética e conseguindo a Revolução Integral.

Antes de tudo, não devemos nos identificar com a mente, se é que queremos tirar o melhor partido da segunda joia. Se continuamos nos sentido mente, se dizemos ‘estou raciocinando, estou pensando’, estamos afirmando um despropósito e não estamos de acordo com a doutrina do Dragão Amarelo porque o Ser não precisa pensar e não precisa raciocinar. Quem raciocina é a mente

O Ser é o Ser e a razão de ser do Ser é o próprio Ser. 

Ele é o que é, o que sempre foi e o que sempre será. O Ser é a vida que palpita em cada sol. O que pensa não é o Ser. Quem raciocina não é o Ser. Nós não temos encarnado todo o Ser, mas temos uma parte do Ser encarnada, que é a Essência, ou budhatta, isso que há de alma em nós, o anímico, o material psíquico. É necessário que esta essência vivente se imponha sobre a mente. Aquilo que analisa em nós são os eus. 

Os eus nada mais são do que formas da mente, formas mentais que têm de ser desintegradas e reduzidas a poeira cósmica. 

Estudemos neste momento algo muito especial. Poderia se dar o caso de que alguém dissolvesse os eus, os eliminasse. Poderia também se dar o caso de que esse alguém, além de dissolver os eus, fabricasse um corpo mental. Obviamente, teria adquirido individualidade intelectual. Mas teria que se libertar até mesmo desse corpo mental, porque por mais perfeito que ele fosse, também raciocinaria, também pensaria, 

e a forma mais elevada de pensar é não pensar. 

Quando pensamos, não estamos na forma mais elevada de pensar. O Ser não precisa pensar. Ele é o que sempre foi e o que sempre será. 

Assim, em síntese, temos de submeter a mente, interrogá-la... 

Não precisamos submeter as mentes alheias porque isso é magia negra

Não precisamos dominar a mente de ninguém porque isso é bruxaria da pior espécie. O que precisamos é submeter a nossa própria mente, dominá-la... Durante a meditação, repito, surgem duas partes: a que está atenta e a que está desatenta.

Precisamos nos tornar conscientes do que há de desatento em nós. Ao nos fazermos conscientes, poderemos evidenciar que o desatento tem muitos fatores. Dúvida, há muitas dúvidas. São muitas as dúvidas que existem na mente humana. De onde vêm essas dúvidas?

É urgente compreender a fundo as técnicas da meditação. Hoje explicaremos sobre o Vazio Iluminador. Ao iniciar este tema me vejo obrigado a narrar por mim mesmo e de forma direta, o que sobre o tema eu pude verificar diretamente. 

Creio que os que escutem esta fita, estão informados sobre a maravilhosa Lei da Reencarnação, pois é ela o fundamento do seguinte relato: Quando a Segunda Sub-Raça de nossa atual grande Raça Ária florescia, na China antiga, eu estava reencarnado ali, então me chamava Chou-Li. Obviamente, fui membro da dinastia Chou. E naquela existência, eu era membro ativo da ordem do Dragão Amarelo, é e claro que em tal ordem pude aprender claramente a ciência da meditação. Todavia vem a minha memória aquele instrumento maravilhoso denominado Aya Atapán, que tem 49 notas. Bem sabemos que é a sagrada lei do eterno Heptaparaparshinock, ou seja, a Lei do Sete. Indubitavelmente, sete são as notas da escala musical, mas se multiplicamos o sete por sete, obteremos quarenta e nove notas colocadas em sete oitavas. Os irmãos nos reuníamos na sala de meditação, juntávamos nossas pernas, nos sentávamos em estilo oriental, com as pernas cruzadas, colocávamos as palmas das mãos de tal forma que a direita caía sobre a esquerda, sentávamos em círculo no centro da sala, cerrávamos os olhos e em seguida colocávamos muita atenção na música que certo irmão tocava no cosmo e em nós. Quando o artista fazia vibrar a primeira nota, estava em Dó. Todos nos concentrávamos. Quando fazia vibrar a seguinte nota, em Ré, a concentração se fazia mais profunda, lutávamos com os diversos elementos subjetivos que em nosso interior carregávamos; podíamos recriminá-los, podíamos ver a necessidade de guardar um silêncio absoluto, não está demais recordar a vocês, queridos irmãos, que os elementos indesejáveis, constituem o ego, o eu, o mim mesmo, são um todo de entidades diversas, personificando erros. Quando vibrava a nota Mi, penetrávamos em nossa terceira zona do subconsciente e nos enfrentávamos com a multiplicidade, pois, destes diversos agregados psíquicos, que em desordem brigam dentro de nosso interior, que impedem a quietude e o silêncio da mente, nos recriminávamos, tratávamos de compreende-los, quando o conseguíamos penetrávamos um pouco mais fundo, em lá nota Fá. É óbvio que novas lutas nos esperam com tal nota. Amordaçar a todos esses demônios do desejo que nos levamos dentro, não é tão fácil, obrigar-lhes a guardar silêncio e quietude não é coisa fácil, mas com paciência nos lográvamos, e assim prosseguíamos com cada um das notas da escala musical, em um oitava mais elevada, prosseguíamos com o mesmo esforço e assim pouco a pouco, enfrentando-nos aos diversos elementos inumanos que em nosso interior carregamos, lográvamos por fim amordaça-los a todos nos quarenta e nove níveis do subconsciente e então a mente ficava quieta e é no mais profundo silêncio. Este era o instante em que a Essência, a alma, o mais pura que dentro temos, se escapava, para experimentar real, assim penetrávamos no Vazio Iluminador. Assim o Vazio Iluminador havia irrompido em nós; movíamos no Vazio Iluminador lográvamos conhecer as Leis da natureza em si mesmas, tal qual são e não como aparentemente são. Neste mundo tridimensional de Euclides, só se conhece causas e efeitos mecânicos, mas não as Leis Naturais em si mesmas; mas no Vazio Iluminador elas são ante nos como realmente são, podíamos perceber este estado com a consciência, com os sentidos superlativos do Ser, as coisas em si; no mundo dos fenômenos físicos somente percebemos a realidade da aparência das coisas, ângulos, superfícies, mas nunca um corpo inteiro, de forma integral. Assim o pouco que percebemos se esfumaça, não podia perceber que quantidade de átomos, por exemplo, tem uma mesa ou uma sala, etc., mas no Vazio Iluminador percebemos as coisas em si, tal qual são integralmente, no momento que nos achamos assim submergidos dentro do grande Vazio Iluminador podemos escutar a voz do Pai que está em secreto

Indubitavelmente neste estado nos achamos no que poderia denominar arrebatamento, o êxtase, a personalidade cai num estado passivo, sentada lá na sala de meditação. Os centros emocional e motor se integram com o centro intelectual formando um todo único receptivo, de maneira que as ondas de tudo aquilo que vivenciamos do Vazio, circulando pelo Cordão de Prata, eram recebidas pelos três centros: intelectual, emocional e motor. Repito: quando o Shamadi concluía, regressávamos ao interior do corpo, conservando a recordação de tudo aquilo que havíamos visto e ouvido. 

Sem perda de tempo, quero lhes dizer, o primeiro que há de deixar para poder submergir-se, por muito tempo, no Vazio Iluminador é o medo, o eu do temor deve ser compreendido, já sabemos que sua desintegração se faz possível suplicando a Divina Mãe Kundalini, em forma veemente, ela eliminará tal eu. 

Um dia qualquer, não importa qual, estando-me no Vazio Iluminador, mais além da personalidade, do eu, e da individualidade, submergido nisso que poderíamos chamar o “Tao” senti que era tudo o que é, tem sido e será, experimentei a unidade da vida, livre de seu movimento: então era a flor, era o rio que corre cristalino, entre seu leito de rocha, cantando em sua linguagem deliciosa, era o ar, que se precipita nos fundos insondáveis, era o peixe que navega deliciosamente entra as águas, era a lua, era os mundos, era tudo o que é, tem sido e será. Os sentimentos do mim mesmo, do eu, se pude deter em si, senti que me aniquilava, que deixava de existir como indivíduo, que era tudo menos um indivíduo, o mim mesmo tendia a morrer para sempre. Obviamente me lembro do indizível terror eu voltei a forma. 

Novos esforços me permitiram então a irrompimento do Vazio Iluminador, outra vez eu voltei a sentir-me confundido com tudo, uma pessoa como eu, como indivíduo, havia deixado de existir. Este estado de consciência se fazia cada vez mais e mais profundo, de tal forma que qualquer possibilidade para a existência se acabava, para a existência individual, sentia definitivamente que irá a desaparecer; não pude resistir mais, voltei a forma; num terceiro intento tampouco o pude resistir, voltei a forma; desde então sei que para experimentar o Vazio Iluminador e para sentir o Tao, em si mesmo se necessita eliminar o eu do temor, isso é indubitável. 

Entre os irmãos da ordem sagrada do Dragão Amarelo, o que mais se distinguia foi meu amigo Chang, ele vive nesses planetas do Cristo, onde a natureza não é perecedora e jamais muda, pois há duas naturezas, a perecedora e cambiante, mutável, e a imperecedora, que jamais muda, e esta é imutável. Nos Planetas do Cristo existe a natureza eterna, imperecedora e imutável. Ela vive em unidade com esses Mundos do Senhor, o Cristo resplandece nela. Se liberar tem várias idades, meu amigo Chang vive ali naquele distante planeta com um grupo de irmãos que como ele também se liberaram. Conheci então os Sete Segredos da Ordem do Dragão Amarelo. Quisera ensinar-vos, porém com grande dor me dói quando os irmãos de todas as latitudes não estão preparados para poder recebê-las, e isto é lamentável; também sei que olho por olho não é possível utilizar os 49 sons do Aya Atapán, porque esse instrumento musical já não existe, muitas involuções desse instrumento existem, porém são diferentes, não têm as sete oitavas. Involuções desse instrumento são todos os instrumentos de corda, como o violino, a guitarra, e também o piano. Assim, é possível chegar à experiência do Vazio Iluminador.

Um sistema prático e simples que todos os irmãos podem praticar. Vou ditar-lhes agora mesmo a técnica, ponham atenção: Sentem-se no estilo oriental, com as pernas cruzadas, mas sem serem obrigados porque sois ocidentais. Esta posição resulta para vocês muito cansativa, então sentais comodamente num cômodo confortável no estilo ocidental, colocando a palma da mão esquerda aberta, a direita sobre a esquerda, quero dizer o dorso da palma da mão direita sobre a palma da mão esquerda, relaxem o corpo o máximo possível e logo inalem profundamente, muito devagar , ao inalar imaginem que a energia criadora sobe pelos canais espermáticos até o cérebro, exale curto e rápido, ao inalar pronunciem o mantra HAAAAAMMMM, ao exalar pronunciem o mantra SAAHH. Indubitavelmente, inala-se pelo nariz, se exala pela boca; ao inalar há de se mantralizar a sílaba sagrada HAAMM, mentalmente pois se está inalando pelo nariz, mas ao exalar-se poderá articular a sílaba SAAAHHH em forma sonora; Ham se escrevem com as letras H-A-M. Sah se escreve com as letras S-A-H... A inalação se faz lenta; a exalação, curta e rápida. Motivos: Obviamente a energia criadora flui em todo sujeito desde dentro para fora, quer dizer , de maneira centrífuga; mas nós devemos inverter esta ordem com fim de superação espiritual; deve nossa energia fluir de forma centrípeta, quero dizer, de fora para dentro. Indubitavelmente se inalamos devagar, lento, fluirá a energia criadora de forma centrípeta, de fora para dentro. Se exalarmos curto e rápido, então se fará cada vez mais centrípeta esta energia. Durante a prática não se deve pensar absolutamente em nada, os olhos devem estar cerrados profundamente, só vibrará em nossa mente o HAAAMMM, SAAAHHH e nada mais. À medida que se pratique a inalação, se vai fazendo mais longa e a exalação muito curta e rápida. 

Grandes Mestres da Meditação chegam a tornar a respiração pura inalação, então a colocam em suspensão; impossível isto para os indivíduos, porém real para os místicos e em tal estado o Mestre participa do Nirvi-Kalpa-Shamadi, ou no Maha-Shamadi, vem o irrompimento do Vazio Iluminador, se precipitam nesse grande vazio, onde nada vive e onde somente se escuta a palavra do Pai que está em secreto. Com esta prática se consegue o irrompimento do Vazio Iluminador, na condição de não pensar em absolutamente em nada, não deve admitir na mente nenhum pensamento, nenhum desejo, nenhuma recordação, a mente ficar completamente quieta por dentro, por fora e no centro.

Qualquer pensamento, por insignificante que seja, é óbice para o Shamadi, para isto em si mesmo, esta ciência da meditação, combinada com a respiração produz efeitos extraordinários.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Arcano 11


A força que percorre o universo

Percorre o teu corpo.

Não pode ser diferente.

Teu corpo não é em verdade teu.

É o corpo do universo.

A manifestação do poder.

Perfeito, brilhante, pleno de saúde e luz.

A força do universo que percorre teu corpo

Te faz compreender que és um com a força

tornando-te então nenhum.

Sendo tudo não és nada.

No pináculo do poder desabrocha a flor sutil da humildade.

A plenitude que se manifesta em ti,

É apenas plenitude, presente em tudo, em todos.

Essa consciência da plenitude não pode ser contida em nenhuma palavra criada pelo homem: deus, amor, espírito, nada significam sem a consciência dessa força em si. É um imbecil aquele que olha o dedo que aponta para o céu sem olhar para o céu.

Assim não podes reverenciar ou adorar deus ou deuses, pois tal força está presente em ti, aqui e agora, não és algo distinto ou distante de tal poder. Reverencia o Poder em si através da impecabilidade.

Eu Sou. Tu És. Unos com o Poder. Sê consciente e isso é suficiente.

Se perguntam se acredito em deus digo que não, pois como posso acreditar se o vejo no sol brilhante, no céu azul, no vento suave, nas árvores frondosas, no mar revolto, nos pássaros e aves, na música vibrante, no belo sorriso da mulher amada, no olhar deslumbrado da criança, na força de vida que percorre meu corpo?

Acreditar em deuses ou deus é alienar-se da força em si para alimentar vampiros que manipulam as multidões para se fazerem o que não são.

Não preciso acreditar no que vejo e sinto presente e pulsante em tudo.

A crença é para cegos e insensíveis. A consciência dispensa a crença. A crença oblitera a mente e o coração.

Destrói a crença e deixa brilhar o sol da verdade em tua mente. Destrói toda forma de autopiedade. Destrói os ídolos, as religiões e as igrejas e bebe direto da água da vida. Já foi dito: Não há religião superior à Verdade.

Silencia e procura sentir a força em si.

DR

domingo, 3 de dezembro de 2023

Ser Guerreiro, por Nuvem que Passa.

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Paralelo a este tema quero abordar a questão de "ser guerreiro(a)" que algumas pessoas em privado me escreveram questionando. Cada um desses temas daria um tratado, mas vamos ousar abordá-los juntos, mesmo sabendo que palavras são sempre limitadas e expressam muito pouco do que queremos realmente expor.

Nascemos numa determinada condição. Temos uma família, amigos e amigas que vão se agregando com o passar dos anos, relacionamentos, por vezes, constituímos família e vêm os filhos e filhas e, de repente, nos descobrimos já enredados em toda uma história de vida, composta por nossos atos, por nossas vivências. Temos nosso trabalho, nossa vida social, nossas buscas... Na maior parte das vezes não notamos isto acontecer, somos levados pelas situações de vida, uma após a outra e, de repente, descobrimos que somos "o que fizeram de nós". O primeiro e mais difícil passo na trilha dos(as) guerreiros(as) é lidar com o "que fizeram de nós".

É muito difícil isso, mesmo quando pregamos que devemos mudar e tal e tal estamos usando toda uma sintaxe e modo de agir e um portar-se completamente escravizado ao que "fizeram de nós".

Passamos a vida repetindo as mesmas histórias, as mesmas rotinas, as mesmas frases, costumo dizer que a maioria das pessoas só apresenta novidade nas duas primeiras horas que a gente conhece, depois é uma enfadonha variação sobre o mesmo tema, muitas vezes nem tão ampla assim, apenas o repetir e o repetir dos mesmos diálogos, dos mesmos medos, das mesmas carências, dos mesmos conceitos prontos.

Este é o primeiro ponto que o caminho dos(as) guerreiros(as) toca, somos criaturas de inventário. Vivendo construímos uma vida, relacionamentos, geramos uma imagem que as pessoas se fiam, a ponto de poderem mesmo prever como vamos reagir numa situação. E gostamos disso. Dizemos: "Sou assim", ou ainda "é meu jeito", "sou desse jeito", "me conheço".

Quando nos dedicamos a uma sincera e profunda observação de nós mesmos vamos descobrir que o pretenso "eu" inexiste enquanto tal, isto é enquanto entidade singular, somos é aglomerado, uma aglomerado de sentimentos, de jeitos de reagir, de emocionar e raciocinar que de manhã quer uma coisa, de tarde outra e a noite outra.

Isto não é um tema para "crer" é algo para se observar e constatar. Muitos caminhos propõe vários exercícios de auto-observação para que possamos constatar o fato dessa multidão disfarçada de "eu" que somos, assim como a inexistência, até que trabalhemos para, de um ente singular e consciente em nós.

Vou sugerir um exercício simples, nos próximos sete dias tente se lembrar de acordar cada dia colocando primeiro um pé no chão, isto é, se amanhã ao acordar colocar o pé esquerdo, lembre-se de depois de amanhã colocar o pé direito e assim variando.

Há duas formas de abordar o caminho dos(as) guerreiros(as). Podemos usar as informações dele oriundas para melhorar nossas vidas, como podemos usar as informações médicas para viver com mais saúde. Mas isso não nos faz guerreiro(as) ou médicos(as), nos faz pessoas mais espertas que a média, que usam de conhecimentos mais especializados para viver com mais qualidade.

Ótimo isso, usamos Tensegridade, usamos alguns conceitos do caminho que realmente tiram as bobeiras de nossa vida e nos tornam mais fortes e determinados no mundo, menos bobos e menos mimados.

Agora, pretender SER um(a) guerreiro(a) é outra coisa, outro departamento e não é para espíritos fracos, indecisos, que querem apenas melhorar sua "condição de vida", mas não têm as "vísceras de aço" e o "amor à vida" que os videntes veem como condição básica para a ousadia de enfrentar a imensidão que nos envolve.

Por isso é importante deixar claro que existem muitos caminhos de Xamanismo, caminhos que exigem muito menos que o Xamanismo Guerreiro.

Não são caminhos "menores", "menos evoluídos", "mais fracos", não, nada dessas bobeiras comparativas, apenas são outros caminhos e tem todo seu valor, devem ser respeitados, tem suas metas, mas não devemos confundir o XAMANISMO GUERREIRO com toda sua exigência de disciplina e dedicação com outros caminhos.

Por isso considero bastante engraçado quando as pessoas ficam questionando a Taisha, a Florinda com suas colocações diretas e incômodas, o que elas falam não é para todos(as), as propostas que Taisha e Florinda, assim como CC, apresentam em seus livros iniciais, quando narram suas próprias trilhas iniciáticas, não são "verdades", são caminhos, são questões práticas que todo praticante efetivo encontra em seu caminho. Digo isso com a convicção de quem encontrou os mesmos questionamentos e experiências em outros caminhos, bem antes de ter acesso a obra do novo nagual.

O primeiro passo para quem pretende iniciar-se na árdua trilha do(a) guerreiro(a) é saber que a vida comum ficou para trás. Não adianta querer ser mais ou menos, querer ficar com um pé em cada canoa, ou tu passas a dimensão mítica do(a) guerreiro(a) que é um estado de sonho acordado, um mito que foi gerado alhures, na imensidão desconhecida do espaço-tempo e chega até nós ou é melhor assumir que queremos apenas tirar dicas desses conhecimentos para melhor viver, como alguém que lê obras médicas para se informar sobre um viver saudável, mas não quer ter o trabalho de se formar médico(a). Tu podes saber muito de medicina e isso te ajudar bastante em tua vida, mas isso não te expõe a ter que sair de madrugada para atender alguém.

Um(a) xamã guerreiro(a), por exemplo, tem que apagar a própria vida e a própria rotina, por exemplo, para poder entrar e sair dos mundos vários que visita sem chamar a atenção.

Alguém que tem filhos, família, meio social, vida profissional rígida e exigente crê que pode fazer isso?

Não há como conciliar a medíocre vida "comum" e a avassaladora proposta do caminho do (a) guerreiro(a) Tolteca.

E o paradoxal é que o começo do caminho passa pela resolução do aqui e agora onde estamos, da vida cotidiana que vivemos, mas não se limita nela.

A vida comum pode ser usada como campo de treino e combate, como campo de desenvolvimento, mas isto já significa uma mudança imensa de nossa relação com a vida e com as pessoas do mundo que nos cercam.

Um homem ou mulher que começa a trilhar o CAMINHO vai notar que sua vida "comum" ficou prá trás e cada vez mais é distante qualquer coisa que nela estava.

Por isso é dito que a morte é o passaporte para o estado de guerreiro(a) e não é nada simbólica essa morte, é real, total, completa, o velho ser, que nasce para servir a desígnios vários que não o seu, tem mesmo que morrer, para que haja o renascimento completo e surja o novo ser.

Aprender a agir pelo prazer de agir é um dos pontos fundamentais nessa mudança. É muito mais difícil que parece, eu convivo com pessoas que dizem a todo instante que aprenderam isso, mas basta observar o vocabulário que usam para notar que interiormente ainda estão em busca de aprovação, de recompensas, por mais "espirituais" que pintem essas recompensas.

Raramente entendemos quando o INTENTO nos envia alguém como seu elo, ficamos presos a nosso eu mesquinho, desconfiado e nem percebemos a imensa sorte que temos.

Uma das maldições dos seres humanos é essa, só perceberem as coisas depois que elas já não estão mais ao seu alcance.

Não ter história pessoal é uma conquista que precisa ser cuidadosamente trabalhada, mal direcionada pode levar a uma esquizofrenia completa, onde a pessoa não sabe para onde vai nem onde fica, o popular "onkotô", "pronkovô", " kenkosô".

Tem gente que não combina com a família, com o meio onde vive e quer usar de desculpas místicas para "fugir" desses desafios.

Isto é totalmente contrário à idéia do CAMINHO, que pretende mesmo usar os pequenos tiranos de nossa vida para a manobra sofisticada de tirar nosso ponto de aglutinação da posição auto-reflexiva da importância pessoal e levá-lo ao ponto da implacabilidade.

E o CAMINHO não é de confusão, nem de atrapalhações, muito menos de fuga, neste sentido de perder o equilíbrio existencial, justamente o contrário, só um profundo estabelecer de um equilíbrio existencial pode nos colocar em sintonia com as energias mais amplas que nos abrem portas para mundos outros que não esse.

Assim, quando falo que a vida "comum" não combina com o Caminho, paradoxalmente também digo que só resolvendo e atravessando a vida comum poderemos "entrar no caminho", pois nosso desafio é o mundo onde estamos, os maiores obstáculos estão na vida cotidiana e só quando eles forem vencidos poderemos ter certeza que estamos prontos a nos aventurar na vastidão.

Pois este tem sido o desafio, nós que nada somos, suportarmos, sem sermos destruídos, enfrentarmos a absoluta solidão da ETERNIDADE.

Sonhar não é fantasiar.

Sonhar é transformar o sonho em um local efetivo e pragmático de ação.

Sonhar tem poder porque podemos morrer nele, isto é uma frase fantástica para ser meditada.

Para um(a) xamã guerreiro(a) o sonhar é seu campo de ação e trabalho, tanto quanto o mundo cotidiano é seu campo de ação e trabalho.

Assim, tem valor, os momentos que estamos autoconscientes, tudo mais é fantasia e escapismo, quer neste mundo, quer em outros, com o agravante que o mundo dos sonhos pode nos iludir muito mais com imagens e vivências cheias de fantasias nas quais as pessoas adoram chafurdar.

Quando começam a me contar sonhos rocambolescos pergunto apenas: estavas aguda e totalmente consciente de si?

Se sim, o valor tá só nisso, se não nem esse valor tem.

Espreita não é fingimento.

Repito isso muito porque canso de ver pessoas que representam papéis apenas para "acariciar" seus egos já enormes e chamam isso de espreita. Fico ouvindo termos como "vou dar uma espreitada em fulano", "espreitei isso e aquilo" e não noto nem um nanomilésimo de deslocamento do ponto de aglutinação, então onde a espreita?

Pois a espreita é o deslocamento e conseqüente nova fixação do ponto.

Espreita é um movimento ordenado e a conseqüente fixação do ponto de aglutinação em outra posição que não a usual, você nasce de novo, é um novo ser.

Muda teu jeito, teus hábitos, teu linguajar, tua história, tudo e de tal forma isso ocorre que tudo que acontece na tua vida focaliza ainda mais o que está sendo espreitado, pois a espreita para um(a) guerreiro(a) do Abstrato, que não tem propósitos ulteriores, que age pelo prazer de agir e é apenas reflexo do espírito é guiada pelo próprio INTENTO, cabendo-nos apenas fluir com as diretrizes, os sinais que o INTENTO claramente coloca em nossas vidas.

Um(a) guerreiro(a) do Abstrato, do INTENTO, não fica escolhendo, vou espreitar isso agora, aquilo depois, apenas sente os sinais e vai, vai e vai e então as coisas acontecem e os sinais lhe mostram como agir e reagir e quando chega o momento encerra o seu papel e desaparece de cena, apenas isso.

Por isso mesmo se tudo que foi armado numa situação não der certo, mesmo que as pessoas envolvidas numa complexa espreita falhem miseravelmente, optando por ceder a seus medos, voltando a sua forma antiga de agir e perdendo (temporariamente que seja) tudo que foi trabalhado, um(a) espreitador(a) em nada se apoquenta, pois desde o começo não esperava nada mesmo, apenas vai rir (se este for seu estilo) e se recolher em si mesmo, aguardando o próximo desígnio do INTENTO, que nos enviará a outras plagas, para novas aventuras.

Desejar o PODER, pretender trilhar o CAMINHO é algo muito, muito sério, porque é avassalador.

É uma pretensão sem volta, quando pretendemos, sinceramente, ir ao CAMINHO, o CAMINHO vem até nós também, o mesmo tanto que lutamos pelo CAMINHO o CAMINHO luta por nós.

Ser um(a) guerreiro(a) não é uma decisão que tomamos, é algo que é decidido lá fora, nesta imensidão incomensurável da qual somos parte ínfima e insignificante.

Um(a) guerreiro(a) não se aventura no desconhecido por cobiça, isto seria tolice, a cobiça não funciona nesta vastidão.

D. Juan Matus dizia que só por AMOR, amor ao que intriga, ao mistério, a vida, isto é que motiva um (a) guerreiro (a) a esta tremenda aventura. O pragmatismo de um (a) guerreiro (a) vem da constatação de que o pior que podia acontecer é morrer e isto é a única certeza que temos, daí que nós que já perderam tudo, o que mais temeríamos perder?

Um(a) guerreiro(a) nada tem, para nada ter a perder, assim sem apegos pode se lançar livre e voluntariosamente ao desconhecido, as vastidões da ETERNIDADE e suportar mesmo o frio olhar da INFINITUDE.

Um(a) guerreiro(a) sabe que a parte humana da TOTALIDADE é pequena demais, assim não há como "pedir", "rezar", "barganhar" com esta TOTALIDADE, como fazem as religiões, assim tudo que temos é nosso poder pessoal, nem mais nem menos.

Um(a) guerreiro(a) sabe que é efêmero, nada mesmo, que só tem este tempo mágico sobre a Terra e vai viver tempo de menos para presenciar todas as maravilhas possíveis, assim isto é uma pena, mas só isso, uma pena e ser um(a) guerreiro(a) é justamente usar esta constatação não para autocomiseração ou autopiedade, mas para tornar mais forte seu propósito de trilhar com sabedoria e desapego o caminho da vida, regalando-se com cada detalhe, com cada momento.

Que prazer inenarrável há em assim viver, fazer de cada instante o único, cada tecla aqui tocada momento único e final dessa aventura chamada vida.

Assim não há espaço na vida de um (a) guerreiro (a) para estados de espíritos imbecis, limitantes, depressivos ou algo assim, isto tudo é pura frescura, pura bobagem que só cabe em quem se acha eterno e imortal.

Quem sabe que a morte está sempre caçando, que nada nos garante o próximo instante, quem disso está ciente nunca vai se entregar a tais estados de espírito, vai lutar bravamente para ter sempre o melhor de si presente.

Se tiver fome, dá um jeito, se estiver triste dá um jeito, se se machucar, dá um jeito, pois a imensidão de nossa sorte, em sabermos da trilha dos(as) guerreiros(as) não pode ser nunca deixada de lado.

Entregar-se a qualquer estado de espírito debilitante é ofensivo ao ser total, é tolice rematada e um(a) guerreiro(a) está sempre em guarda com isso, mesmo sabendo que pode as vezes falhar e cair nesta armadilha ainda assim não se preocupa, ri, ri de si mesmo(a) e segue em frente.

Um(a) guerreiro(a) não se prende a nada, nem a ninguém, quando está num lugar todos a sua volta dizem que vai ficar ali para sempre tal a dedicação e seriedade com que se envolve com tudo e todos.

Traça planos, age como se tivesse encontrado seu lugar definitivo, mas interiormente sabe que faz aquilo pelo ESPÍRITO, é o ESPÍRITO que vai continuar ali, ele(a) guerreiro(a) apenas é um elo naquele momento, mas como uma nuvem vai passar e passar sempre.

Quem olha de fora vê o(a) guerreiro se dedicando e agindo com foco total onde está, podem indagar o que realmente ele(a) quer com isso, quais são seus "interesses", pois dirão "ninguém age só por agir", todo mundo quer ganhar algo", mas o que não sabem é que tal agir dedicado é só sua impecabilidade, quando chega a hora, quando os ventos do INTENTO sopram, um(a) guerreiro(a) apenas parte, livre, como se nunca tivesse existido o ontem, o que foi válido para sua condição de guerreiro(a) guarda em seu álbum de "momentos valorosos", o mais é recapitulado, a energia do lugar, dos eventos e das pessoas que ficaram no(a) guerreiro(a) são devolvidas e a energia própria tomada de volta e assim inteiro, livre e pleno solta-se novamente nas correntes do vasto mar da ETERNIDADE ciente que um novo e desafiante momento está a caminho.

Não importa se os resultados de seus atos aparentem ser vitórias ou derrotas a olhos outros, interiormente, por ter seu elo de conexão limpo, sabe que agiu sempre pelo ESPÍRITO e isto é o que importa, é tudo mesmo que tem sentido e valor.

À testemunha silenciosa que temos, nossa única platéia, com um gesto especial, o(a) xamã guerreiro(a) quando percebe que um ciclo de sua vida se encerra oferece tudo ao ESPÍRITO e segue em frente, livre, como poeira na estrada.

Só existe um tempo para um(a) guerreiro(a): o agora.

Só existe um lugar para um(a) guerreiro(a): o aqui.

Tudo mais apenas pode dissipar seu poder e esvaziar sua chance de atingir a única meta que tem, uma meta tão abstrata, que o(a) guerreiro(a) sabe que mesmo tendo sua vida dedicada a ela, pode mesmo não alcançá-la, por isso, podemos realmente dizer que um(a) guerreiro(a) age pelo prazer de agir, pela sua impecabilidade e nunca por nenhum propósito ulterior.

Por isso o que está nos livros de Taisha, Florinda, Castaneda é para nós totalmente real, não uma bíblia inquestionável, mas um MAPA, um mapa preciso de um território que só podemos percorrer como mitos.

Mas não é imitar que nos compete, imitar a forma é trair o ensinamento, é negar o conteúdo, o que buscamos é a compreensão dos cernes abstratos, pois são eles tudo que importa.

O que Taisha, CC, Florinda e outros viveram foram suas próprias formas de se relacionar com a ETERNIDADE.

Temos que sonhar um sonho de poder de nós mesmos, temos que crer que isso é possível, não cair na mediocridade das pseudo justificativas, das pseudo interpretações do "isto eu aceito", "isto não aceito", pois não estamos falando de dogmas ou verdades, nem de princípios religiosos, estamos falando do agir estratégico para atingir um estado de sonho acordado, uma configuração energética precisa que foi intentada pelos ancestrais xamãs que habitaram este mundo e que ainda vivem alhures.

O estado do(a) GUERREIRO(A) é um desafio imenso, mas há algo mais importante que este desafio, para nós, efêmeras criaturas fadadas a morrer e se dissolver na vastidão do mar escuro da consciência?

Há algo mais importante para dedicarmos cada inspiração, cada expiração e o espaço entre elas a esta meta?

Eu julgo que não e procuro ter nessa certeza a força motriz de meus atos.


Nuvem que passa
Qua Ago 29, 2001 6:23 pm

sábado, 2 de dezembro de 2023

Saúde e Espiritualidade em tempos de guerra contra a Humanidade - Introdução.

 



Dicas, práticas, aprendizados para sobrevivência e supervivência em tempos de guerra contra a Humanidade


Uma introdução conceitual


Nossa proposta é de transmissão de conhecimentos e informações pela via do estudo e da prática para fortalecimento da saúde humana, pois ao longo dos últimos anos verificamos uma flagrante guerra biológica, e não só esse tipo de guerra, mas basicamente uma guerra sorrateira, contra a Humanidade manifesta por vezes em declarações de membros da elite global.


Há uma guerra contra a Humanidade desde tempo imemoriais, já nos revela(ra)m as mais diversas tradições místicas, míticas e religiosas. Porém, hoje mais do que nunca, a intensidade de tal guerra tem chegado a níveis críticos de comprometimento de todo o planeta Terra, numa escala verdadeiramente global e que atinge dimensões inusitadas, pois tal embate se trava no campo material, psicológico e, sobretudo, espiritual. 


As reverberações de tal combate estão no campo da política, da geopolítica e da exopolítica. Bilhões de almas encarnadas e desencarnadas estão no centro da contenda planetária que é apenas o tabuleiro físico de ‘players’ multidimensionais. 


Nós, humanos, somos seres multidimensionais e muitos de nós não são necessariamente daqui, estamos neste mundo, mas não somos deste mundo. ‘Meu reino não é deste mundo’, já disse Jesus.


Há forças e interesses que querem manter a humanidade nesta condição limitada, explorando-a como matéria-prima, como pilha (Matrix), como recurso humano literalmente, pois se alimentam de certas energias, de vibrações e de determinadas qualidades conscienciais geradas pelo ‘Admirável Gado Novo’. A elite humana dominante é dominada por tais forças, interesses e entes, servindo-as como um vassalo que se alimenta das sobras, o espólio humano, de tais forças tal como já narrado pela ficção cinematográfica (pois certas coisas só podem ser expressas metaforicamente devido à censura escamoteada) de ‘Eles Vivem’, de John Carpenter. Veja o link sobre o filme: Eles Vivem (1988) Dublado . O humano não é o topo da cadeia alimentar, por mais que tenha esta ilusão criada pela ideologia materialista dominante.


A atual pandemia, ainda em curso neste ano de 2023 através de mutações, é um aspecto desta guerra contra a Humanidade.


O vírus corrente foi desenhado, formulado, projetado para minar a vontade, o ânimo, o prazer de viver, para fazer com que desistamos de viver.


Os entes que o desenvolveram não são humanos. Esta afirmação carrega diferentes significados: primeiro, não são humanos pois tal atitude não revela valores verdadeiramente humanos tais como fraternidade, compaixão, misericórdia, amor e solidariedade; segundo, não são humanos pois não pertencem à condição humana propriamente dita, são alienígenas do ponto de vista tanto biológico quanto psico-cultural, possuindo uma natureza altamente predatória e desapiedada. A elite humana dominante foi cooptada e atua como escrava desses entes, e tenho dúvidas se ela não se dá conta de sua condição submissa, covarde e ‘traíra’. Acordos espúrios e ilegítimos foram feitos nos quais tecnologia e material genético humano foram as moedas de troca. É como se estivéssemos vivendo na prática um Arquivo X, série dos anos 90, que como boa ficção revelou temas que hoje estão em pauta na política e na mídia como nos mostra o Disclosure Project e a atual batalha em curso no Senado dos EUA sobre a lei de transparência envolvendo OVNIs, UFOs e UAPs.


Os humanos que o são verdadeiramente devem defender-se de tal assalto que se dá, sobretudo, contra a nossa mente com repercussões em nossos corpos. A guerra trava-se contra a nossa sanidade física e mental. Para vencer tal guerra precisamos ter um conceito de saúde profundo, holístico, integral. Precisamos não depender dos produtos do sistema.


A essência desta guerra não se trata, em absoluto, de um nós contra eles, mas sim de uma guerra de valores e, portanto, de valorar em nossas mentes e corações aquilo que realmente importa quando refletimos sobre o que nos faz verdadeiramente humanos, espelhos de uma natureza divina que se expressa como amor, sabedoria e poder.


Mas para além da questão desta guerra o próprio Planeta, a própria Mãe Terra, Gaia, como ser consciente que é, está mudando e indo para um outro patamar vibratório, deslocando seu 'ponto de aglutinação', e seus filhos e filhas precisam estar em sintonia com tais alterações se quiseram continuar a navegar nessa nave Mãe planetária. A saúde da Terra é a nossa própria saúde e não podemos nos comportar como vírus em relação ao planeta, nossa Mãe. Vale a pena ver a reflexão sobre tal tema apresentada em Matrix - https://www.youtube.com/watch?v=WxbeL6Ao-Lw.


Saúde, sanidade, santidade são palavras de profundo significado e estão profundamente entrelaçadas. Chamamos os santos, por exemplo de São isso ou São aquilo. Os santos são santos não apenas devido a um comportamento moral, mas porque eles resgataram em si mesmos uma sanidade de corpo e mente que se expressa como a nossa natureza essencial, integral, perfeita e divina.


Tradições antigas como o Xamanismo se baseiam na ideia de cura e medicina envolvendo corpo e mente. Se a cura e a medicina são a base de antigas tradições místicas isso deveria nos fazer questionar profundamente sobre aquilo que precisa ser curado em nós desde tempos tão antigos. Por que razão antigas tradições místicas como o Xamanismo se baseiam nos conceitos de cura e medicina? O que em nós precisa ser curado? O que há de errado com a natureza humana que a fez perder a sua sanidade natural? Por que a própria ideia de religião se assenta no conceito de ‘religare’, de religação, de(desconexão)? Tem o universo uma natureza pandêmica, afinal, a forma mais básica e primitiva de vida não é justamente um vírus? Perguntas incômodas precisam ser feitas.


Por que apesar da religião, qualquer que seja, basear-se no conceito de amor temos sempre presente o mito da queda, a desconexão entre o divino e o humano? Por que o conceito de guerra é tão presente nos mitos das diferentes tradições? Vemos o conceito de guerra espiritual no Bhagavad Gita, o Canto do Senhor, vemos a guerra nos céus presente no início e no fim da Bíblia, vemos caminhos chamados de ‘o caminho do samurai’, ‘o caminho do guerreiro’… o conceito de guerra nos remete a necessidade da disciplina, pois não há como travar uma batalha com esta magnitude que se nos apresenta sem  a devida disciplina, sem treinamento, sem preparação, sem a estratégia correta e sem a visão tática adequada. Só a disciplina salva não é uma afirmação exagerada. DISCIPLINA, DISCIPLINA, DISCIPLINA, eis as três recomendações de Emmanuel para seu discípulo Chico Xavier.


Não podemos conquistar saúde integral sem disciplina. Ainda mais por que devemos lutar contra hábitos antigos arraigados e implantados pelo sistema que nos quer controlar, escravizar, iludir e nos consumir. O consumidor dos produtos do sistema é consumido por ele mesmo. Consumidor é a versão nova do termo escravo.


A nossa revolução é uma revolução de mudança de hábitos visando fortalecer o nosso sistema imune de forma total, desde o físico até o espiritual.


Imunidade é uma palavra-chave em tempos de pandemia deflagrada contra a humanidade como um projeto secreto, covarde, híbrido.


Tal palavra, assim como as já citadas saúde, sanidade, santidade deve ser compreendida dentro de uma visão holística, sistêmica, integral.


Certa feita, trabalhando dentro do Instituto Gurdjieff no Rio de Janeiro, li a seguinte frase na parede da cozinha: ‘o silêncio é a maior proteção’. A frase me pareceu misteriosa apesar de sua simplicidade e objetividade. Fiquei intrigado. Tornei-me introspectivo. Tentava entender o pensamento. Como assim o silêncio é a maior proteção? No Instituto havia uma imagem de Buda. Uma conexão simbólica se revelava para mim. Silêncio e meditação tem muito a ver entre si, mas de que maneira isso se liga com proteção e imunidade? O próprio Gurdjieff dizia que alguém que é capaz de guardar silêncio quando deve fazê-lo é senhor de si mesmo. Ora, quem é senhor de si é capaz de proteger-se contra influências indevidas, deletérias, invasivas. A mente não treinada é um espaço de ninguém, no qual os pensamentos correm desencontrados, como macacos pulando de galho em galho fugindo de um predador em tremenda algazarra. Um espaço de ninguém pode ser possuído por quem dele se disponha seja o próprio ou outrem. Só uma pessoa capaz de silêncio interior é senhora de si, de sua mente. Isso requer treino, não vem de graça, necessita disciplina, advém do mérito próprio e do poder pessoal. Sem isso estamos desprotegidos, barcos à deriva na ‘menternet’ sem dono que é o espaço mental coletivo, sujeitos as pandemias mentais do medo, da preocupação, da angústia e dos mais diversos sofrimentos psíquicos.


Destarte, o silêncio interior, a disciplina mental, a meditação é a chave para a imunidade psíquica e a maior proteção que podemos ter no campo mental e emocional. Um estado de consciência em paz, profundamente amoroso, altamente realizado e intrinsecamente feliz é a base da saúde integral.



Saúde é o silêncio dos órgãos.


Iluminação é o silêncio da mente.


A saúde do espírito é a iluminação, o êxtase.


A própria Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”, ou seja, possui uma visão holística.


A relação entre imunidade e meditação está bem estabelecida pela ciência oficial em muitas publicações científicas, são 38.500 estudos, conforme nos indica uma pesquisa no Google Acadêmico usando as palavras chaves ‘immunity’ e ‘meditation’.


Contudo, seria pedir demais que instituições oficiais e a ciência materialista tivessem uma concepção que adentrasse ao sagrado, ao místico e ao espiritual, espaço original desta ciência dos iogues, dos monges e dos iniciados que é a meditação.


Saúde é saúde total, não apenas de uma parte de nosso ser como o corpo físico.


Assim é que exporemos uma coletânea de diversas de dicas, práticas e conhecimentos que aprendemos ao longo dos últimos anos e que envolvem uma visão sistêmica da questão da saúde, que vai do físico ao espírito, tornando o conceito de saúde o centro do próprio espírito humano.


Isso me faz lembrar de uma conversa transcrita no livro Roda do Tempo, no qual o nagual Juan Matus responde ao seu aprendiz Carlos Castaneda:


— O caminho do guerreiro é tão absolutamente importante, Dom Juan? — eu lhe perguntei uma vez.


— "Absolutamente importante" é um eufemismo. O caminho do guerreiro é tudo. E o resumo da saúde mental e física. Não posso explicar de outro modo. O fato de os xamãs do México antigo terem criado tal estrutura significa, para mim, que eles estavam no auge de seu poder, no cume de sua felicidade, no ápice de sua alegria.


Até aqui a citação, portanto, o que teremos daqui por diante são pistas de nosso próprio caminho dentro do que podemos chamar de Caminho do Guerreiro, mas não nos prendamos tanto aos nomes ou as formas para sim ao caminho real da saúde total.


DR


Somos pontes, por Nuvem que Passa.




A grandeza do homem consiste em que ele é uma ponte e não um fim; o que nos pode agradar no homem é ele ser transição e queda - Nietzche.
 
Aloha!


Ultimamente tenho questionado algumas abordagens intelectuais ou fantasiosas da realidade a nossa volta e sobre nós mesmos.

Faz já um tempo isso, mas ultimamente estive com uma pessoa ligada ao Taoísmo e nestes meses fiquei muito chocado em perceber que os conceitos, as definições, todas elas, desde as mais chãs as mais transcendentes, todas são emanadas de um nível, emoções ou raciocínios.

É muito forte perceber isso, perceber que a maior parte do que chamamos "nosso jeito de agir" é um movimento de reação.

A ação brotando da gente mesmo, de nossa própria vontade, de nossa intenção é algo raro ainda, a maior parte da humanidade planetária segue modelos prontos, tem paradigmas impostos, não escolhidos e a flexibilidade perceptiva está endurecida.

Raciocinar e emocionar lida com tipos de comportamento que respondem a uma programação ideológica de vários grupos. O que chamam de "mundo oficial" , a abordagem da realidade que temos por final e determinante precisa ser contemplada, meditada, observada com foco para irmos além do repetir daquilo que já existe, que já se mostrou insuficiente para o tamanho do desafio de ajudar este planeta como um todo a se curar, a voltar ao seu estado de equilíbrio com o meio e consigo mesmo.

Há um novo tempo começando, após a noite está raiando a manhã.

Hunab Ku ressurge.

Estamos numa dimensão da realidade que nos colocaram.

A opção do Xamanismo é mostrar como mudar a realidade sem nos desviar de um caminho de liberdade.

SENTIR e PENSAR são formas diferentes de usar aquilo que treinamos usando o emocionar-se e o raciocinar.

Podemos atravessar toda a existência limitando-nos a apenas nos emocionarmos dentro dos estímulos que vem da "realidade", podemos ficar nos conceitos racionais que explicam o mundo dominante atual, podemos por toda a vida apenas teorizarmos sobre questionamentos ao modelo vigente mas na realidade cotidiana servir de várias formas a manutenção do mundo tal qual ele é, tal quais os conquistadores nos impuseram.

Escolher deixar de fato, em ato, de manter esse sistema destrutivo que domina ainda o cenário mundial é reconhecer que os conquistadores ainda estão no poder, que o mundo virou de fato um grande mercado onde o mais importante para grande número de pessoas é o gerar de capitais e poder de controle em comportamento.

Mas há outras opções por aí.

Há outros caminhos, caminhos sutis, que não se impõe, apenas se revelam existentes, apenas emanam o que são, como o Sol surgindo na cinzenta cidade.

Perceber a realidade em outros níveis.

Me parece que esta energia de Hunab Ku que está chegando agora ao planeta, está impregnada de novas e desafiantes formas de existência, mas dentro de uma perspectiva equilibrada em relação ao meio.

Estar em harmonia é um caminho para o Ser.

Estou trabalhando com consultoria para projetos sustentáveis e dentro de uma proposta de Melhoria Contínua. Tem empresa que entro uma vez por semana as 5:30, para passar o treinamento na entrada do pessoal na linha de produção. O tempo, o horário, a tal 5:30. Uma vez por semana este horário está lá e a gente tem que chegar no horário.

Neste momento é irônico ler que o "tempo não existe". Às vezes LEIO TEXTOS com uma abordagem sobre o tempo que me parece perdida em uma abordagem racional.

Creio que o Xamanismo Guerreiro propõe uma outra relação com o tempo e neste sentido o tempo de fato não existe, mas nesse mundo, gerado por esta posição comum que o ponto de aglutinação foi fixado, há um tempo acontecendo

Quem trabalha em qualquer setor da economia oficial em algum momento está ligado ao tempo, tendo que cumprir horários, efetivos.

Horários, são 7:10, daqui a pouco estarei num escritório, uma empresa, pessoas focadas nos desafios do mercado ali.

Tantas influências, mas o que chamam de realidade ali é um conceito de "realidade" de uma sociedade.

É complexo isso, entender que nossa "abordagem da realidade" é no começo fruto dos condicionamentos que recebemos e continuamos recebendo.

Este primeiro momento, quando reconhecemos que somos um ente perceptivo, que somos um ponto perceptivo, ponto adimensional, isto muda muita coisa. Pois podemos deixar de nos identificar com o que "fizeram de nós" e podemos de fato mergulhar nesse lugar interior, silencioso, singular, de onde podemos brotar sinceramente como novidade e não mera repetição do que já foi realizado. O papel dos caminhos é mostrar a liberdade e a relação direta nossa com a Fonte.

Isto é fantástico, somos ponte, ponte entre mundos diversos que se encontram pelo nosso existir.

Somos pontes.

A diferença da proposta de observar a realidade que o Xamanismo faz permite entrar numa linha de existência singular, própria e nesta "unidade" podemos ir além das programações que herdamos enquanto membro de uma espécie cumprindo funções para o metabolismo do organismo cósmico onde estamos inseridos(as).

Observar o mundo como ele é em si.

Sentir a realidade que nos envolve pelo que ela passa de fato, estar atento no aqui e agora do momento onde estou.

O Xamanismo Guerreiro restaura uma linha que permanece secreta há eras, trás a possibilidade de entendermos um pouco mais, mesmo racionalmente, outra forma de abordar o mundo, a ação impecável, astuciosa, paciente e gentil.

Esta combinação de estilos de agir faz com que realmente ocorra um "agir" e não um mero reagir, que às vezes até vem disfarçado de atividade, de conhecimento, de sistema, de caminho, mas não o é.

A ação brota da vontade, sem vontade não "há ação de fato", só reação, estaremos agindo por causas que foram deflagradas em outros tempos, estamos respondendo ao contexto social onde estamos inseridos representando um papel ao qual fomos acostumados desde que nos tornamos "maduros e autossuficientes". Ser maduro e autossuficiente é uma forma de se colocar das pessoas que neste mundo conseguem "se manter".

É um desafio se manter nesse mundo, de fato, com equilíbrio, existem várias formas, na realidade toda pessoa que está na sociedade de alguma forma está se mantendo enquanto "indivíduo".

É interessante observar isso, todos têm nomes, profissões, aparências, enfim cada uma das pessoas do mundo de hoje, cada indivíduo onde quer que esteja, é uma possibilidade humana, cada ser humano que nasce hoje está exposto a uma descrição de mundo que, em linha gerais, se tornou impressionantemente comum por este estranho fenômeno que alguns chamam de "globalização".

Desde umas 10.500 voltas do Sol atrás que não acontece uma civilização global e integrada como esta que estamos.

Agora estamos de novo, sintonizados com vários tipos de estilos de vida que podemos adotar como resposta constante, como ação base mesmo.

Atitude.

Mas será que é só isso o "me manter", será que não estamos presos num jeito de agir e relacionar, tanto com o meio como com a gente mesmo?

Será que não temos que rever todas as nossa verdades constantemente, ampliando a percepção da realidade?

É este ponto que tenho percebido, os outros mundos, as experiências advindas do trabalho mágico, revelam realidades que não dá nem prá aludir com palavras.

É tão ampla a mudança resultante de um caminho de autonomia existencial e são tão restritas as propostas fruto desse mundo condicionado, doutrinado, limitado, conquistado que nos ensinaram a perceber como "única" realidade.

O desafio nestes caminhos é trilhar com foco, evitar "naufragar" no tempestuoso mar que às vezes surge, tão pouco se deixar prender pelos mares paradisíacos. Para os(as) xamãs guerreiros(as) há a aventura da Eternidade, sem ficar preso em nada, mesmo os Deuses e Deusas ao fim do Mahavantara ou mesmo do Kalpa, se verão dissolvidos, frente a este fim, este dissolver em tantas possibilidades há uma liberdade diferente acenando da 3ª porta, sutil.

Há uma era de comércio e comerciantes e algumas classes outras que ainda gravitam em torno do dinheiro também, assim, acabamos restritos a um planeta onde indústrias de armas e destruição desenvolvem tecnologias para garantir o poder aos grupos que servem.

E por diversos meios há um domínio, mas agora questionado, sobre nossas vidas e os destinos do mundo.

O importante é reconhecer que estamos em outro tempo, outro espaço, a era de dominação acabou, o domínio de grupos não justifica mais, há uma realidade muito ampla vindo do Centro da Galáxia.

Dentro de mais ou menos 10 voltas ao redor Sol estaremos recebendo o pulsar do coração da galáxia, o momento no qual a força do centro da galáxia emite pulsos de sua presença, o mundo se vê perante o abismo e tem a coragem de saltar, livre, só, pleno.

Há mundos novos voltando e dizem que muitos dos que se foram na última pulsação voltam, trazendo novas amizades.

A Tribo do Arco Íris está em ação.

Chegou o tempo mágico.

Começou, não há mais tempo de investir a energia nossa em modelos de realidades que vieram dos conquistadores.

É chegado o momento de vestirmos nossas cores reais e começarmos a ousar, a agir, para manifestar na realidade o que sabemos estar vindo de outros mundos.

Os grupos dominantes continuam desenvolvendo suas estratégias para que o mundo inteiro tenha uma uniforme e pouco variante percepção da realidade, para que nesta visão programada se adapte a esse modelo de produção global que estes(as) neo senhores(as) feudais, alguns comerciantes, militares e mais algumas facções como igrejas e outras, estão impondo aos seres humanos como visão única de realidade.

Observar isso com foco é muito importante, é momento de entender que tudo que chamamos de realidade é apenas uma descrição, a descrição que a Igreja com os Invasores trouxeram até este continente, se aproveitaram de disputas tolas das tribos aqui viventes e impuseram um modelo de civilização.

Hoje estamos tendo a chance de saber um pouco mais, de conhecer mais as formas de viver de povos nativos ancestrais, quando estavam em contato com a VIDA, consigo mesmos, então viviam de forma harmônica, presenciando mistérios de todo escopo.

Pra mim é claro que esta sociedade que aí está é uma sociedade gerada pelos conquistadores, tem muitos valores de uma sociedade de escravos(as) por isso para de fato compreender e trilhar o caminho do(a) guerreiro(a) do Arco Íris é necessário compreender os fatos que nos levaram a ser membros de uma sociedade de escravos(as) e trabalhar ativamente para sair dessa.

Parece-me que o começo de tudo é observar, observar a gente mesmo e tudo a nossa volta, para descobrir o que as coisas e eventos, as pessoas e situações, são de fato, não nos limitarmos a uma descrição de mundo que nos dão pronta, mas ousar construir outra abordagem da realidade.

É fundamental observarmos a nós mesmos, lembrar de nós mesmos, é fundamental deixarmos de ser um conjunto de estilos de reagir, emocionar e raciocinar e chamar esse aglomerado de "eu".

Uma chave que as tradições nos trazem é a percepção que devemos ter sempre um trabalho eficaz no corpo Tonal, o tonal, o dia a dia, a chamada realidade, deve ser bem resolvida, precisamos viver plenamente nesta realidade, antes de ir para outras realidades, a Tradição ensina que se lidamos satisfatoriamente no mundo "real" já estamos preparando nossas habilidades da segunda atenção para operar com eficiência em outras realidades.

Há um mundo acontecendo a nossa volta, um mundo composto de muitos mundos, cada ser humano é um "parente da mesma fonte" como alguns chamam, toda a vida é nossa "parenta", estamos ligados ao respirar e fluir da Eternidade através de nós, por nós, além de nós...

A percepção de realidade que um Caminho nos desperta permite que mudemos completamente nossa relação com a realidade, não apenas conceitualmente mas efetivamente.

Um dos conceitos fundamentais do Xamanismo é a ligação com a Terra, enquanto energia, feminina, manifesta na Natureza, em suas facetas amplas, do brilho dos olhos do predador na floresta, a sutileza de um beija-flor numa flor rica em néctar, o mistério da vida, em todas suas formas.

Conectar-se a Vida é uma necessidade do Xamanismo, no Xamanismo aprendemos que somos parte da Terra, desligados (as) por ação bitolante do sistema dominante e seus vetores.

Assim o primeiro desafio além de observarmos a nós mesmos é estarmos conectados a essa energia de forma plena, algo que está muito longe do que julgamos ser isto.

Parece-me que o começo de tudo é aprender que podemos de fato "vir a existir" enquanto ser singular e a necessidade de guardarmos energia para que nossa percepção possa captar realidades outras além das que nos foram condicionadas.

É muito importante lembrar que Xamanismo vem de uma civilização distinta com paradigmas distintos, então os valores que damos as palavras que usamos não tem acesso direto aos valores destas civilizações, que ao contrário dessa civilização escravizada e restrita, possuíam uma abordagem da realidade ampla, complexa, dinâmica.

A tradição mágica está aí, apenas visível aos que "olham envesgados”.

Alguns mitos já bem "popularizados" e algumas lendas sobreviventes da tremenda perseguição que a História e os fatos desses povos sofreram ainda estão por aí, mas nos caminhos secretos nunca o saber deixou de fluir, como límpido rio da tradição espiritual .

É importante lembrar disso, ritos e conhecimentos de vários povos foram destruídos na tentativa de assegurar a escravização que continua de forma acentuada, basta olhar com atenção o mundo a sua volta.

Há uma conexão diferente de um (a) xamã com a Terra.

Esta conexão não surge por "fantasia", ou por apenas reinterpretarmos todos os conceitos que assimilamos nesse período de vida exposta a "educação" do sistema.

Não adianta apenas mudar os títulos, não adianta mudar nomes, falar as mesmas coisas com conceitos diferentes, o mergulho em nós mesmos tem de ser profundo, além de toda programação, até chegar naquela dimensão silenciosa que está apta a expressar não "o que fizeram de nós" , mas o que de fato somos, entes perceptivos, atiçando o brilho da consciência com nossa percepção.

Percebemos.

Algo é percebido.

Mas não precisamos interpretar esse algo como determina nossa educação, podemos ir em busca de outras interpretações da realidade, oriundas de desafios de vida com intenções mais amplas, mais profundas, ao invés de servir grupos de poderosos, servir modelos prontos de realidade gerados por pessoas, dentro da forma humana, ousar ir além, em busca de uma fugidia liberdade, que até na palavra apenas alude a algo que está noutro estado, noutra realidade.

É muito importante para quem trilha a proposta Tolteca reconhecer que a força e a magnitude da civilização Tolteca não foi um dado racial, falamos de um xamanismo aberto a todas as correntes humanas, a todas as correntes vivas, o velho nagual fala das árvores¹ no quintal de uma das casas do grupo, como árvores guerreiras que também estão no grupo.

Portanto, as possibilidades do Caminho Guerreiro são surpreendentes e além de nossa imaginação, já sempre algo que brota, espontaneamente, insights que revelam linhas de agir e existir, que nos colocam em sintonia com outras esferas da existência, mundos completos, onde podemos escapar da escravidão e construir vidas completamente satisfatórias.

A civilização dominante, mesmo em seus aspectos espiritualizados coloca que os minerais "evoluem" em vegetais, os vegetais em animais e os animais em seres humanos.

É um consenso entre a maior parte dos caminhos conhecidos por espirituais, que existe uma "evolução" e cada reino está num "nível evolutivo diferente”.

O Xamanismo que estamos estudando aqui faz parte de outra abordagem da realidade, uma abordagem onde pedras, plantas, animais, nós, somos formas distintas da manifestação da mesma Fonte, da mesma origem emanamos, cada um de nós está singularizando porções de energia e consciência que ganhamos ao nascermos, que vieram da fonte.

O foco é ir além.

Assim existe energia e consciência em minerais, vegetais e animais, como também nos seres inorgânicos, que tem consciência e energia, mas não forma orgânica, assim, nessa diversidade é importante profundo foco no aqui e agora, onde quer que seja esse aqui e agora, neste mundo ou em "mundos outros que não este".

Essa mudança de foco perceptivo permite nos relacionarmos com o "PODER" com nossos sentimentos, não com descrições racionais, também longe de emocionalismos, assim como o PENSAMENTO, o pensar pode surgir como uma nova forma de lidar com o mundo, além do racional, o Sentir também pode ser empregado no lugar de emocionalismos vãos, ao invés de agirmos em procedimentos que reforçam o sono e a inconsciência podemos agir nos mínimos detalhes, em cada momento, para irmos além dos limites que nos impuseram e resgatar nossa liberdade perceptiva, a liberdade fundamental para um ser perceptivo.

Parece-me que à medida que conseguimos entrar em outras descrições de realidades nossas possibilidades existenciais vão além do descritível em palavras.

O tal Silêncio que tanto falam, é um estado indescritível, não é vazio embora nada ali exista.

Somos seres perceptivos, percebemos, mas o que interpretamos da interpretação veio de um condicionamento, daí que considero muito importante podermos conscientemente trabalhar nossos condicionamentos interiores, através da auto-observação para começar detectando-os.

Parece-me fundamental essa percepção que precisamos começar nos libertando dos limites e condicionamentos perceptivos que nos impuseram ao nos "educar", os condicionamentos que recebemos de nossos pais e parentes e meio social da infância.

É muito importante estudar o meio do qual viemos, há muita coisa que julgamos "nossas" e vamos descobrir que foram apenas respostas, imitando ou brigando, com padrões que foram impostos.

No caminho de irmos mais ao fundo em nós mesmos vamos vencendo níveis com os quais nos identificamos, Gurdjieff chama de "falsa personalidade", o conjunto de estilos de reagir, emocionar e raciocinar que nos enganamos acreditando que é um "eu" quando é apenas um aglomerado, forjado pela educação e situações de vida.

Temos tantos condicionamentos que geralmente quem impõe apenas repete o que acredita certo, perpetua sua visão de mundo mesmo sem se identificar com ela.

Um caminho com coração busca outros desafios.

É, apenas, é.

Não há como trilhar o desafio Tolteca e não trilhar apenas caminhos com coração, apenas...

As propostas Toltecas utilizam muita energia, é vital descobrirmos caminhos que não dissipem nossa energia, assim agir aqui e agora com foco em atitudes com "coração" é uma forma de atingir outra forma de participar da realidade, uma forma tão mais ampla que num certo momento a interação com níveis fora desta realidade se torna possível, estar aqui e agora começa a ser praticado.

Parece-me que é neste momento que precisamos mais de equilíbrio, pois a partir desse instante nenhuma explicação, nenhum amortecedor vai mais fazer efeito, podem disfarçar de vez em quando, mas a liberdade completa de perceber a essência infinita da realidade, não permite mais que nos limitemos a explicações racionais da realidade.

A razão é uma dimensão da realidade, é fruto de uma posição do ponto de aglutinação, se mudamos o ponto de lugar vamos alinhar mundos de outras realidades, com outras formas de relação.

Este o desafio que todos enfrentam, aprender a entrar em outras descrições da realidade, aprender a "funcionar'" em outras realidades.

É um tema que voltaremos neste alvorecer de Hunab Ku.



Nuvem que passa
 Julho 17, 2002 7:48 AM

Notas

¹ O Poder do Silêncio, página 56 e 57, 3ª edição, editora Record:

Estava fresco e quieto no pátio da casa de Don Juan como no claustro de um convento. Havia uma grande quantidade de árvores frutíferas plantadas bem juntas, o que parecia controlar a temperatura e absorver todos os ruídos. Quando fui a primeira vez em sua casa, havia feito comentários críticos sobre a maneira e lógica pela qual as árvores frutíferas haviam sido plantadas. Eu lhes daria mais espaço. Sua resposta foi que aquelas árvores não eram propriedade sua, eram árvores guerreiras livres e independentes que se haviam juntado ao seu grupo de guerreiros, e que meus comentários, que se aplicavam a árvores comuns, não eram relevantes.

Sua resposta soou metafórica para mim. O que eu não sabia então era que Don Juan tornava literalmente o que dizia.

Don Juan e eu estávamos agora sentados em cadeiras de vime de frente para as árvores frutíferas. Todas as árvores estavam dando fruto.

Comentei que não era apenas uma visão bonita mas também extremamente intrigante, pois não era a estação das frutas.

— Há uma história interessante a respeito — admitiu. — Como sabe, essas árvores são guerreiros do meu grupo. Estão dando frutos agora porque todos os membros do meu grupo têm conversado e expressado sentimentos sobre nossa viagem definitiva, aqui diante delas. E as árvores sabem agora que quando embarcamos em nossa viagem definitiva, irão acompanhar-nos.

Olhei para ele, espantado.— Não posso deixá-las para trás. São guerreiros também.

Entraram contudo para o grupo do nagual. E sabem como me sinto a seu respeito. O ponto de aglutinação das árvores está localizado muito baixo em seu enorme casulo luminoso, e isso lhes permite conhecer nossos sentimentos, por exemplo, os sentimentos que estamos tendo agora enquanto discutimos minha viagem definitiva.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Tempo de Lembrar: o Povo Encantado



O Povo Encantado 
(Ou a nação encantada num certo sentido do termo nação.)

Pouco se tem falado do povo encantado nestes tempos. 
Mas o povo encantado está voltando. 
Não são ufonautas. 
Não são anjos. 
Nem fadas, duendes, sílfides ou salamandras. 
Não são entes que já morreram embora alguns deles tenham vivido aqui entre nós em outros tempos ou mesmo nesse. 

Isso é de grande interesse, pois outros humanos como nós podem nos dar pistas sutis e importantes para melhor compreendermos e nos comunicarmos com o Povo Encantado. Ao contrário de outros povos que também passam certas vezes por essa dimensão da realidade o Povo Encantado tem vivo interesse pela Terra e seus ciclos. São muito ligados as árvores e medito como devem estar se sentindo agora que sabem que o ser humano declarou guerra ao mundo das árvores, nossas ancestrais guardiãs contra certos tipos de parasitas que vagam entre os mundos, roubando energia de organismos imaturos.

Fomos educados a ser subservientes. Nietzsche¹ frisa isso falando da moral de escravos² que nos regula.

Libertar-se dessa subserviência implica em vencer certos medos e certos pré-conceitos sobre nós mesmos e sobre a realidade a nossa volta. É importante que encaremos o Povo Encantado³ sem subserviência, do contrário seremos presos em armadilhas sutis de ficarmos eternamente tutelados por seres que apreciam esse tipo de postura, os quais há entre os muitos tipos de seres que compõe o Povo Encantado. A base de toda liberdade de um(a) xamã vem da liberdade perceptiva. Liberdade em perceber, pragmaticamente, a realidade a sua volta de forma que lhe aprouver.

O Povo Encantado está voltando para este plano da realidade. O que terão visto em sua viagem? Como reagirão ao notar a decadência desse mundo que deixaram há alguns ciclos? O povo encantado está voltando. Mais uma vez, em sua jornada existencial, como povo nômade que é, passa por uma planície que já passou outras vezes. Esta planície da Eternidade que tomamos por realidade única. Os primeiros emissários da tribo mostram-se perplexos frente à irrealidade deste mundo, a destruição, extinção, guerras de dominação e extermínio. Como um organismo surtado em total perda da homeostase a espécie humana neste planeta entrou numa trilha de autodestruição e agora, com o poderio nuclear ameaça concretamente levar todo o Ser Mundo consigo.

São fatos, apenas sensíveis a quem está aqui e agora presente. E como o grau de alienação da grande maioria é tremendo fica apenas o fato sem se tornar ato. O ato de poder que precisamos realizar é tornar efetiva nossa realidade de praticantes do Xamanismo. E entre outros atos concretos fica a forte intenção de VER energia, de começar a sentir as coisas em si e não apenas a convenção social descritiva que temos das mesmas. É fundamental isso para que mudemos o SONHAR coletivo do planeta no qual vivemos. Pois o que muitos dos seres que moram em outros mundos, entre eles o povo encantado, que por muitos mundos peregrina, pretendem fazer é "acordar" o SER Mundo deste sonho, no qual vivemos. Este sonho que se tornou pesadelo do ser mundo, a ideia que corre pelos mundos outros que coexistem com este, é "acordar" deste fragmento da realidade, tirar a energia, tirar a intenção dessa realidade. Não sei se consigo passar a extensão disso, mas nós, de repente, nos tornaríamos habitantes de um mundo que não mais geraria energia, mas tão somente um mundo espectro que se dissolveria sob os ventos da eternidade.

Quando o Grande Sonhador acorda nós nos tornamos meras entidades espectrais, terminando um drama patético de seres aspirantes à Eternidade, condenados a destruição covarde por ideologias dominantes e armas de grande poder manipuladas por poucos. Como xamãs podemos evitar que o Grande Sonhador nos abandone em seu sonhar, podemos intentar sonhar junto com o grande Sonhador um sonho novo, um sonho ponte.

Os da corrente Aesir em nosso meio chamam este sonho de sonho Bifrost, o sonho que une este mundo intermediário de Midgard à Asgard e aos mundos além, ao mundo dos Deuses e Deusas. Este sonho ponte precisa ser realizado e ampliado. Por esta ponte (uma metáfora para o termo 'new age': transição planetária?) poderemos atravessar para uma condição alternativa da realidade na qual o mundo tal qual o conhecemos amadurece para a próxima fase de sua existência em equilíbrio. Há os cultores do caos, que dizem ser necessário tudo que está acontecendo, que temos de deixar tudo como está. A proposta da Tribo do Arco Íris e dos movimentos a ela coligados, é sutil nisso, sutil pois pretende agir para fortalecer o Ser Terra, já que trilhando o caminho xamânico temos a força da cura como uma de nossas armas.

É sutil isso, não se trata de interferir, é balanceamento, por isso sutil. Lidamos com margens, não com limites ao lidar com esse tipo de fluxo. Não estamos querendo impor o nosso jeito de ser ao mundo. Apenas cuidando para que a homeostase fique em padrões aceitáveis à vida. Por esta razão a base de nosso trabalho é a autorrealização. E que conceito sutil é este, que possibilidades ricas em armadilhas vem por detrás dessas palavras.

Autorrealização.

Quem vai se realizar?

Um EU nascido do lugar silencioso interior ao qual peregrinaste em caminho consciente?

Ou o conjunto de estilos de reagir, raciocinar e emocionar-se que tens como "eu"?

O que levou a queda de todo o Império Tolteca histórico (o de 4.000 anos atrás aproximadamente) foi justamente a possibilidade de realizar atos de grande poder por parte dos(as) praticantes da ARTE, mas eles(as) usavam tais poderes a partir de seus 'eus' indisciplinados e caprichosos. Então receberam recompensas a seus caprichos, receberam confusas informações sobre as assombrosas vastidões que visitavam. Pelo que sabemos grande parte deles está no mundo das cavernas vivas, creio que é o mesmo mundo que o novo nagual chama de mundo dos seres inorgânicos. Minha experiência ali coincide muito com o que o novo nagual relata por isso creio que são o mesmo lugar. Um lugar paralelo a este, contraparte mesmo deste, mas só acessível sob influência dos seres que ali vivem, em complexa relação mutualística com as "cavernas vivas". Tema necessário de ser citado aqui mas que prefiro me abster de alongá-lo para evitar fantasias.

Outros (as) xamãs e povos antigos por aí estão, pela vastidão da Eternidade. De tempos em tempos alguns reaparecem sobre a Terra, há lendas e histórias deturpadas sobre tais eventos. Muito do que a literatura ufológica se apropriou, tendo alguns precipitadamente interpretado como seres de outros mundos, tem relação com estes povos e pessoas que voltam para esta realidade após navegarem por diferentes camadas da vasta cebola onde existimos.

Mas a LIBERDADE é bem mais que a busca do desconhecido. Exige equanimidade, pois há que se buscar aquele momento sutil, entre o aqui e o transcendente e por ele lançar-se, com coragem e desprendimento. A Liberdade exige uma paixão suprema, ao lado de um desprendimento total, paradoxo que só na prática se resolve.

O povo encantado está voltando, está novamente caminhando em nossas ruas, andando em nossos passeios, misturados como se fossem também daqui, mas os que sabem VER , mesmo os que sabem "NOTAR" vão perceber que são alienígenas, que podem nos seus primórdios terem até mesmo brotado deste mundo, mas hoje são entes, seres diferentes, em sua forma de existir que prolonga suas vidas por tempos inconcebíveis a nossa mente, mas ainda assim um dia terá um fim.

Acender as fibras uma a uma como faziam e fazem muitos(as) xamãs tem esse inconveniente, te prende da mesma forma ao mundo fenomenal, mesmo que em outras instâncias de consciência. Os xamãs atuais, que trilham este caminho, descobriram que as fibras devem ser visitadas, isto é o ponto de aglutinação deve ser deslocado para posições distantes e diferentes de onde está, mas sempre voltar para esta condição de percepção que chamam de Consciência intensificada, ou ainda "estar ciente de si", pois tal posição permite a essência perceptiva notar-se enquanto tal, ao invés de ficar diluída no que é percebido.

Ao final da vida libertado o ponto de aglutinação com o auxílio da força do "derrubador" este passa por todas as fibras que um dia foram ativadas, naquele momento que todos tem de ver a vida passando de novo. Mas os (as) xamãs tem uma capacidade de fazer isso subir algumas oitavas e usam desse momento para gerar uma explosão de energia, com o apoio da própria consciência da Terra. Essa explosão de energia é chamada de consciência total e de fato é a fusão da consciência humana com todas as fibras de consciência ambarina do Ser Terra. É a totalidade da consciência de nosso estado de SER.

Onde começamos esse caminho?

Aqui e agora fazendo de cada ato um ato de poder, de cada momento um momento memorável. O povo encantado está voltando e entre eles circulam os mais diferentes tipos, alguns te darão conhecimento pelo simples prazer de dar, outros poderão negociar com tua alma, a escolha é sempre nossa. Quem não se resolveu, quem não está bem aqui e agora, melhor que não se envolva com o povo encantado, como os djins do deserto, os gênios das lâmpadas, alguns (as) deles (as) tem a peculiaridade de atender os pedidos de acordo com o nível mesmo que o pedinte formula sua necessidade. E basta notar o quanto somos inconscientes de nós mesmos a maior parte do tempo, como ficamos muito presos em indolências, vaidades e autopiedades, enfim, em sentimentos que nos minam as forças. E assim, para sanar carências, para sanar inseguranças, para sanar "revoltas" com o mundo, para sanar fraquezas interiores, ao invés de resolverem-se, alguns preferem tomar o poder para exercê-lo de forma a provar algo, a se auto afirmar de alguma forma perante o grupo ao qual está escravizado.

É interessante que poucos notem isso, mas o sistema criou um sistema de senzalas muito inteligente. Com modismos, com carências ampliadas, com crenças em medos e pecados, com rancores, com sensações constantes de frustração, conseguiu criar uma aura de medo e desconfiança que leva a um hipofuncionamento da maior parte dos seres humanos. Aí, tais seres, passam a depender da aprovação de certo grupo que elegem para seus "capatazes". Estar na moda, ter certos símbolos de status e poder passa a ser uma necessidade. E então se comprazem em "se matar" para passar uma "imagem". E sobrevivem em ocupações que lhes escravizam para poder manter tal imagem, para poder manter um carro, um celular, uma roupa, tudo de certas grifes, o que é algo que merecia internação psiquiátrica, sob a ótica do xamanismo.

Uma pessoa que sacrifica o dom da vida para servir a este esquema de imagens está tão fora de seu centro, é tão alienada de sua realidade que pode ser usada como massa de manobra para qualquer processo bem realizado de manipulação grupal. O interessante é que como xamãs guerreiros (as) podemos transformar tudo isso em campo de treino e desenvolvimento de nossas habilidades. Por isso é perigoso este tipo de conhecimento, o grau de desprendimento que tais conhecimentos revelam pode gerar a armadilha oposta, aí teremos este conhecimento sendo usado por pessoas que querem justificar sua própria preguiça ou inabilidade em lidar com o mundo tal qual existe. Ora, como querer ir a outros mundos e realidades complexas se nem houve realização efetiva, demonstração de habilidades estratégicas para ser livre e autossuficiente no aqui e agora?

Assim como tem gente que lê "A Erva do Diabo¹⁰" ou "Uma Estranha Realidade" para ficar justificando sua necessidade de ficar se drogando, tem pessoas que usam de todo saber mais amplo para justificar seus estreitos posicionamentos. Isto é o risco, inquisições e perseguições irracionais não abandonaram o mundo ainda, devemos tomar muito cuidado, há um momento de tensão planetária, os sucessivos alinhamentos planetários, a energia do eclipse, tudo isso está ainda em atividade e começa agora a chegar no campo físico do mundo, depois de ter passado pelos campos mais sutis do planeta. E é neste momento que nós xamãs das mais diversas tradições podemos nos unir para uma dança e um canto, um festejo à Terra e a transformação dessas energias. Urge que façamos isso, que transmutemos com nossas fogueiras, com nossos cantos, com nossas pedras, com nossas ervas, com nossos aliados animais e seres de mundos outros, que juntos transmutemos a energia bruta que está chegando dos astros para o plano desta realidade.

Somos surfistas do Zuvwuia¹¹, temos que pegar essa onda que aí vem e nela “dropar” com foco e tenacidade, para que o vibrar de nossa alegria interior transmute as energias intensas que chegam a este plano da realidade. Se criarmos uma rede desse propósito pelo planeta poderemos usar este momento como o primeiro salto consciente rumo a grande transmutação de 2012 (datas aqui só prá dar uma ideia, esse calendário de números é furado, criado para gerar dessincronia). Este é um desafio, nos unirmos ao povo natural para gerarmos uma onda de transmutação nas energias que estão chegando ao planeta resultantes dos grandes alinhamentos vividos recentemente.

Há sempre duas opções ao ser humano:

Viver a história ou sofrer a história.

Nós fazemos essa escolha. Quando deixamos de ser alienados de nós mesmos, quando nos lembramos.

Lembramos que somos mais que o que nos disseram que deveríamos ser.

Quando nos lembramos que somos entes perceptivos.

Percebemos, é um fato, mas o que julgamos perceber é interpretação baseada em convenção imposta.

Podemos ir além disso.

Trabalho é o que não falta neste momento.

Estamos na batalha tão esperada, sutil, constante, onde cada triunfo sobre nossas falsidades interiores é também uma vitória rumo a um mundo equilibrado.

O ciclo termina.

O garoto do Pólen¹² surge com a luz do sol e caminha despertando sua face em meu interior.

É um novo começo, é um novo momento.

Temos um trabalho.

Que só pode ser realizado por quem está presente aqui e agora.

Fugir do mundo em causas arrebatadoras é uma fraqueza bem explorada pelos que precisam que as coisas mudem de uma forma que continuem as mesmas.

A tribo do Arco-Íris, o Povo Encantado e outras tradições que partilham desse combate por um novo estado de consciência atuam a partir da irradiação, isto é, que cada ser realize-se plenamente dentro de suas próprias fronteiras.

Aí sim sua ação não será um proselitismo exigindo de outros níveis de realização que "julga" serem os corretos.

Para quem se realizou o Trabalho é radiante, a realização transborda e então impregna tudo a sua volta.

São formas completamente diferentes de encarar o trabalho de estar nesse complexo momento da realidade que intentamos aqui, usando mecanismos sutis como este, num mundo já paralelo, onde fótons virtuais correm junto aos fotons efetivos, ampliando os mundos onde esta mensagem chega.

O povo encantado está voltando e urge que recuperemos nosso encanto.

Tão desencantados da vida seguem tantos pelo mundo.

Tão desencantadas da vida seguem tantas pelo mundo.

Encantamentos precisam ser recitados e realizados.

Encantar o instante, o aqui e agora, encantar com a presença.

Então o mundo encantado se mostrará, oculto sutilmente, presente onde sempre esteve, atrás da cortina chamada realidade que colocaram para nos cegar com sua clareza.

E saberemos que nunca caímos, nunca fomos alijados de lugar algum, apenas nos esquecemos.

E agora é tempo de lembrar.

Nuvem que passa
Data: Ter Out 24, 2000 1:58 pm

Notas

¹ "O escravo, dentro da perspectiva nietzschiana, é aquele que, por impotência, não consegue afirmar-se, não leva sua força até seu limite. A perda de plasticidade o torna rígido, ele se perde em seu mundo, sem conhecer as ferramentas que poderiam ajudá-lo ou sem saber manejá-las. O perigo mora na possibilidade assustadora de que a moral dos escravos passe a criar valores. E, para o horror de Nietzsche, isso acontece. Não que o fraco possa realmente criar valores, em razão de sua condição, isso ele não pode, mas está dentro de suas possibilidades inverter os valores, dando-lhes uma nova feição e anunciá-los como se fossem inteiramente novos" - mais em Nietzche - ressentimento e inversão de valores, por Rafael Trindade.

² Ver o excelente documentário "Da Servidão Moderna".

³ O conceito de Povo Encantado parece envolver tanto seres de natureza extra-terrestre como seres intra-terrestres, além de seres hiperdimensionais, ou seja, que tem como referenciais não a Terra ou essa faixa de realidade, contudo seria estranho chamar tais seres hiperdimensionais de extra-reais. O ex-oficial de inteligência dos EUA, David Grusch, fez denuncia em meados de 2023, sob juramento, no Senado, afirmando sobre a existência de tais seres hiperdimensionais, inclusive. Um tipo de ser dentro do conceito de Povo Encantado é o Povo Formiga, que faz parte da tradição de alguns povos nativos como os Huni Kuin, da Amazônia brasileira, e os Zuni, da região do Novo México. O conceito de povo encantado aqui é diferente do conceito de povo encantado pertencente à encantaria da Umbanda ou do Candomblé.

⁴ Nós somos o sonhado, por um força impessoal definida aqui como o Grande Sonhador, com chance de nos tornarmos sonhadores se nós nos dermos conta da natureza desta realidade ou, dizendo de outro modo, deste sonho, por isso um dos fundamentos da Arte da na tradição do Xamanismo Guerreiro é o sonhar. Se o Grande Sonhador desperta antes de nós isso significa que nós, como mero sonho que somos, sem autoconsciência, nos desfazemos. Como dica cultural é interessante ver o filme 13° andar.

 Clã dos deuses mais conhecidos ligados á mitologia nórdica, tais como Odin, Thor, Balder e outros. Habitantes de Asgard.

 Podem haver uma correspondência entre os termos cavernas vivas, mundo dos seres inorgânicos e o conceito de lokas, próprio da mitologia hindu, que seriam céus criados por 'deuses' que poderiam ser habitados por humanos dedicados a tais entidades.

⁷ Há uma confusão conceitual muito grande entre extraterrestres e seres alienígenas, pois o primeiro ainda está nessa faixa de realidade e o segundo pode estar ou não, caracterizando-se por ser culturalmente, esteticamente e/ou tecnologicamente  muito diferente, estranho, inusitado em relação a nós. Por exemplo, o Xamanismo Guerreiro é completamente alienígena em termos culturais vis a vis a nossa visão de mundo ocidental materialista, racional e acadêmica como bem mostra os conflitos de aprendizado do nagual Carlos Castaneda.

  O derrubador ou a força rolante é umas emanações da Águia ou do Mar Escuro da Consciência, apresenta-se como uma linha de bolas de fogo que nos golpeia na altura do umbigo ou da fenda luminosa nos levando à morte.

Do árabe, djinn, "aquele que não se pode ver", os ocultos, os escondidos, os sutis, teriam surgido, segundo o Alcorão, de um fogo sem fumaça ou de uma energia sutil. Curiosamente vários seres da mitologia hindu também nasceram do fogo, alguns do fogo ritual como, por exemplo, a esposa dos 5 irmãos pândavas, Draupadi, história presente no Mahabharata.

¹⁰ Carlos Castaneda queria que o livro primeiro que ele escreveu tivesse como título "Os ensinamentos de Dom Juan", mas o editor nacional alterou o título original por uma questão de marketing ou de manipulação do interesse do público.

¹¹ Termo originário da mitologia maia e título de uma obra do Dr. José Arguelles: Surfistas do Zuvuya, uma viagem interdimensional. Nas palavras do próprio: "Zuvuya é o termo maia para o grande circuito de memória. É o canal direto da memória. Atua de modo
individual e coletivo. O que é mais importante, ele nos une ao futuro e ao passado. Por quê? Porque Zuvuya é um encadeamento  interdimensional. E todos nós somos interdimensionais. Você pode entrar no Zuvuya a qualquer hora, em qualquer lugar. Assim que tiver entrado, compreenderá que nunca perdeu de fato o contato com ele. Mas se perder esse contato, bem, nada mais fará sentido. E, todavia, o Zuvuya está sempre presente. É ele que alimenta a sincronicidade e, consequentemente, é a linha de abastecimento para a magia". 

¹² Menino do Pólen - um dos mitos sobre o nosso potencial interior criativo, associa-se a ideia de criação, crescimento (ver etimologia da palavra criança), é a semente que contém em si todo o potencial de crescimento do ser. Encontra-se a figura do menino do pólen em culturas nativas como a dos navajos, por exemplo.


Bruxaria, Magia e Xamanismo - parte 2 - por Nuvem que Passa

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