| O Oráculo de Delfos |
O ignorante deve guardar silêncio. Sendo ignorante o que há mais para ser dito? Apenas isso: não sei.
O sábio deve guardar silêncio. Sabendo o que importa o que há mais para saber? Com um igual nada haveria para ser dito. E, com o ignorante, quem iria ouvi-lo?
Questionar o ignorante como se sabe tem gosto de cicuta.
E ainda assim as pessoas não param de falar, opinar, achar e tecer considerações sobre tudo e todos.
Só o ignorante que se sabe guarda silêncio.
O ignorante que não está ciente de si é enfeitiçado pelo seu falar, e falando pensa saber, e discute com outro igual no mundo Babel.
Falando consigo mesmo, (in)constante_mente, não temos paz. Se não temos paz em nós mesmos como vamos tê-la no mundo? Exteriorizamos o nosso falar interno e vamos tretando infindavelmente por aí.
Assim o que importa saber é saber-se, isso já foi ensinado, estava no pórtico do antigo e mítico templo de Apolo como um aviso sábio, um alerta praticamente irônico e um paradoxo típico daquele oráculo em Delfos, afinal só quem não conhece a si mesmo vai procurar um oráculo, mas aquele que se sabe não se torna ele (ou ela), para si mesmo, o próprio oráculo?
Curiosamente a palavra oráculo se origina de boca e significa boquinha, pois até o deuses quando falavam o faziam de maneira sóbria ou pela via imagética em sonhos. Mas ainda hoje eles falam, e, posivelmente cada vez menos, mas quem pode ouvi-los? Talvez apenas o ignorante que se sabe ou o sábio descansado em si das palavras, silenciosa_mente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário