Mostrando postagens com marcador seres cíclicos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador seres cíclicos. Mostrar todas as postagens

domingo, 16 de março de 2025

Seres Cíclicos, por Armando Torres

Pouco antes de conhecer Carlos, influenciado por minhas leituras orientais, eu havia sido partidário da doutrina da reencarnação. Parecia uma alternativa plausível à convicção cristã na ressurreição dos corpos. Porém, em uma conferência, ele observou que os dogmas do cristianismo e das religiões do oriente eram suspeitosamente parecidas, porque partiram de um denominador comum: o medo da morte.

 Seu comentário me lançou na perplexidade. Esse era um enfoque totalmente novo para um assunto que sempre me havia fascinado.

Quando perguntei sua opinião, Carlos tentou desviar meu interesse para outro tópico, como se não valesse a pena falar daquele assunto. Mas depois, mudando de tática, falou que todas as minhas crenças sobre a sobrevivência da personalidade eram o resultado de sugestões sociais.

“Foi dito a você que nós temos tempo, que há uma segunda oportunidade. 

Mentiras!”.

“Os videntes afirmam que o ser humano é como uma gota de água que se desprendeu do oceano da vida e começou a brilhar por conta própria. Esse brilho é o ponto de aglutinação da percepção. Mas, uma vez dissolvido o casulo luminoso, a consciência individual se desintegra e se faz cósmica, como poderia regressar? Para os bruxos, a vida é única. E você espera que se repita?”.

"Suas ideias partem da exagerada opinião que você tem sobre sua unidade. Mas, como todo o resto, você não é um bloco sólido, é fluido. Seu 'eu' é uma soma de crenças, uma lembrança, nada concreto!"

Perguntei a que se devia então que as religiões propagassem outros tipos de doutrinas.

Respondeu:

"Isso é fácil de entender; são respostas ao medo ancestral do ser humano. Cada cultura gerou suas próprias proposições explicativas, mas só os videntes foram mais além das crenças, corroborando esses aspectos das emanações da Águia por si mesmos".

Ele me explicou que existem no universo feixes de energia aos quais todos estamos enganchados como se engancham as contas de um rosário entre si. Nós somos cíclicos; somos o resultado de um selo luminoso e toda vez que nasce um novo ser, encarna nele a natureza desse padrão. Mas a corrente que nos une não é de natureza pessoal, não implica a transferência de memória ou de personalidade, nem nada do estilo.

"Para sobreviver à morte é necessário ser bruxo. Ao satisfazer a Águia com uma réplica vivencial, os bruxos conseguem manter acesa a chama de sua consciência individual por eternidades. Mas isso é um feito. Por um acaso a maior realização de um guerreiro deve ser um presente?"

Comentei que recentes estudos tinham demonstrado que algumas pessoas, em circunstâncias muito especiais, podiam se lembrar de eventos de uma vida passada.

Afirmou que essa era uma interpretação errônea dos fatos.

"É certo que qualquer um pode sintonizar determinadas emanações de vivências que aconteceram em outros tempos e sentir que viver não uma, mas muitas vidas. Mas isso é só um alinhamento entre milhões de possíveis alinhamentos".

Encontros com o Nagual, por Armando Torres

Sinal de Fumaça

Entrevistas com parceiros de Carlos Castaneda: Arturo Gutiérrez

As Testemunhas do Nawal [1] Entrevistas com parceiros de Carlos Castaneda Texto de Arturo Gutiérrez Um duplo é o próprio bruxo, desenvolvido...