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segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Bruxaria, Magia e Xamanismo - parte 8 - por Nuvem que Passa

Vida

Os termos Magia, Xamanismo e Bruxaria são vastos e há muitas linhagens que os usam. Estamos falando aqui de um tipo específico de Magia, Xamanismo e Bruxaria. Para estes caminhos que estamos tratando aqui a Vida é sagrada, assim não existe a ideia de que o ‘corpo’ é a ‘prisão’ do espírito, muito menos que este mundo é um mundo de ‘provação’, com isto ficam de fora também as premissas de ‘culpa’ e ‘pecado’.

Viver é sagrado, estar vivo é sacro. Cada momento é divino. Assim, é equivocada a ideia de um plano ‘espiritual’ ‘superior’ e um plano ‘carnal-material’ ‘inferior’. Para nós estas são divisões falsas que obscurecem tudo a que são aplicadas.

Vivemos em uma vastidão de muitas dimensões como camadas em uma cebola, cada qual com suas próprias características. Assim, não temos ‘planos superiores’ e ‘planos inferiores’, temos planos de realidade, temos energia.

A Vida é uma aventura incrível e misteriosa a ser celebrada a cada instante. Tudo que está a nossa volta é para ser usufruído, com equilíbrio, bom senso e sob o foco no qual tudo é VIDA e não coisas. Assim sendo, a postura da Magia, do Xamanismo e da Bruxaria perante a Vida e a Existência é completamente diferente de grande parte dos "esoterismos" (ou "esquisoterismos", como o autor gostava de usar) que estão por aí e pregam a ‘superação’ deste mundo, e tem por meta ascender a algum plano ‘espiritual’.

A forma de sentir e estar no mundo do Xamanismo, da Bruxaria e da Magia já foi a forma padrão de viver das pessoas em geral. Quando a vida era celebrada, quando a natureza, as montanhas, os rios, as cachoeiras e os animais eram reconhecidos como vivos e sagrados. Mas este modo de ser uno(a) com o mundo foi se perdendo, primeiro através das religiões que criaram deuses fora desta realidade, deuses fora da Natureza, acima dela, desconectados dela. Deuses julgadores, deuses aos quais se implora, aos quais se suborna através de seus sacerdotes.

A revolução industrial terminou por coisificar tudo e todos. A partir da perspectiva da Bruxaria, da Magia e do Xamanismo a revolução industrial nunca teria ocorrido como ocorreu, levando o mundo a esse caos ecológico no qual estamos.

A ‘ciência’, resultante da Bruxaria, Magia e Xamanismo é uma ciência branda, ecológica e ao mesmo tempo com possibilidades muito mais amplas que a ciência pesada, agressiva e coisificadora que a civilização industrial desenvolveu.

O modelo social oficial criou o mito de que o método científico é a única forma objetiva de investigar a realidade. Ledo engano, sempre existiram outros caminhos.

Precisamos lembrar que a Alquimia não é a avó caduca da Química e a Astrologia não é a tia-avó esquizofrênica da Astronomia.

São ‘ciências mãe’, abordagens complexas e completas da natureza a partir de outros pontos de validação, de outras realidades perceptivas.

Os astrônomos insistem que a gravidade ‘proveniente’ de tal ou qual planeta não apresenta efeitos significativos para isso ou aquilo, mas não nos atemos apenas à gravidade.

A ciência oficial tem essa arrogância. Quer limitar tudo aos seus paradigmas, como tenta fazer com a Acupuntura. O fato da Acupuntura funcionar leva cientistas a elaborarem teorias das mais forçadas, sendo que não é necessário nenhuma nova teoria, pois a Acupuntura já foi explicada há milhares de anos.

A Astrologia tem outra leitura, está lendo outro nível de energia que os planetas emanam e resultam efeitos factuais, embora o instrumental da Astronomia não possa captar tais energias.

A Alquimia foi muito deturpada, especialmente pela ideia da transmutação do chumbo em ouro, que muitos ocultistas como Saint German, Cagliostro e outros promoveram para encobrir o soldo em ouro que recebiam como agentes espiões da coroa.

Quem estuda Alquimia sabe que o ferro é o elemento-chave e que o tal “gerar ouro” é, quando muito, um simbolismo para o trabalho interior. Não é que seja impossível gerar ouro, não é isto, mas esta não é a meta da Alquimia. Isto deturpou a Alquimia que é uma complexa ciência mãe. Só agora com a física nuclear é que a mente civilizada se encontra em condições de ‘começar’ a compreender tal complexa ciência da transmutação.

Portanto, as tradições dos povos ancestrais possuem sua abordagem e seu valor. Não são ‘antepassadas pueris’ que agora foram ‘explicadas e superadas’ através da ‘evoluída’ ciência contemporânea.

Existem ramos do Xamanismo, da Magia e da Bruxaria que efetivamente emanam da aurora dos tempos. São tradições vivas que podem nos auxiliar a enfrentarmos o desafio da Vida, ‘do estar vivo’ e do descobrir a nós mesmos.

Mas existem ramos da Magia, do Xamanismo e da Bruxaria que foram ‘adaptados’ por pessoas não iniciadas de fato, as quais conferem leituras superficiais ao tema. Pessoas que apenas se ‘aproximaram’ do tema, imitaram a forma sem compreender o conteúdo. Há ramos da Magia, Xamanismo e Bruxaria que se pretendem ‘ancestrais’, mas pela sintaxe das colocações e pela forma como são apresentados, fica evidente que são abordagens de pessoas desta época a respeito de coisas que ‘ouviram’ ou ‘pegaram pedaços’.

Explorar tais campos é compreender que são Caminhos, e que existe uma diferença entre estudar um caminho e trilhar um caminho. Trilhar um caminho é ser cada vez mais uno com ele, por isso a Magia, a Bruxaria e o Xamanismo provocam mudanças profundas, pois nos tornam outras pessoas, nos dão acesso a outras realidades. Este fato é de fundamental importância.

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