Podemos nos ligar profunda_mente à Presença de um Mestre Espiritual pela via da meditação.
Não é necessário que seja um Mestre físico ou encarnado, pois não há tantos disponíveis ou acessíveis, mas se tal for possível e houver afinidade espiritual é bom que se faça. Em geral, o Poder determina isso.
Contudo, não é absolutamente necessário. E não é absolutamente necessário pois a Presença de um Mestre é a própria Presença presente em cada um.
Entenda-se aqui PRESENÇA como o Ser, que é presente, existente em cada um de nós, eis o princípio divinal, brilhante, autoiluminado ‘Eu Sou’, que é comum a todos.
Sendo comum a todos permite que através da Presença de um Mestre autorrealizado acessemos a nossa própria Presença.
Um Mestre é assim uma ‘ponte’ espiritual para que atravessemos a ilusão egoica na direção da Presença, da Unidade.
Na verdade, após a ‘travessia’ veremos que nunca houve ‘ponte’, pois teremos realizado a unidade fundamental do Ser.
A chave aqui é a lembrança de Si.
Lembrar de Si é lembrar da própria Presença Eu Sou, o Observador, a Testemunha Silenciosa.
Tal conceito do Trabalho Esotérico ou do Trabalho sobre si liga-se a outro conceito: a Observação de si.
Lembrar de Si é lembrar do Observador, pois é Ele que observa o si, o ego. O ego é o observado, mas quem observa é o Ser.
Por isso é que Gurdjieff diz que no início a observação de si é muito difícil, pois não temos acesso ao Ser, ao Observador, já que estamos identificados com o ego, o observado, os pensamentos, as reações mecânicas, o condicionado.
O Ser trabalha desde ‘dentro’ através de inquietudes espirituais que estimulam a Busca. Dessa forma o buscador busca na verdade a Si mesmo (ou como diria a música de Milton Nascimento: Eu, caçador de mim) em meio aos escombros do ego.
Um Mestre realizado é um espelho, um modelo, uma referência daquilo mesmo que podemos ser, e que somos.