terça-feira, 5 de outubro de 2021

Reencontro

Não é uma busca, mas um reencontro; 

não é um conhecimento, antes um reconhecimento. 

Não é uma paixão, mas o próprio amor. 

E assim a perfeição nasce da perfeição para tornar-se o que é: 

Deus em você.






segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Intento - 1ª parte

Definir o intento é um desafio.

Intentar o desafio é intentar o intento.

Para o senso comum intento é propósito, objetivo e finalidade, é obter algo, lograr um objetivo, alcançar um propósito, realizar, materializar ou precipitar alguma coisa.

Para o guerreiro é diferente, pois intentar é uma finalidade em si mesma, intentamos o próprio intento, nos alinhamos com o intento, com o poder e nos tornamos o próprio poder, assim a arte de intentar ou a maestria do intento é uma autorrealização, um movimento interior e também exterior por tratar-se de um alinhamento.

Alinhamento é um termo com um significado especial dentro do xamanismo guerreiro, dentro do xamanismo tolteca, dentro do nagualismo ou da ideologia dos xamãs da linhagem de Carlos Castaneda e de Don Juan Matus.

Nós temos que nos alinhar ao Poder para poder intentar, entrar em ressonância com comandos que percorrem o Universo em todas as direções e nos harmonizar, nos sintonizar e nos alinhar com eles.

O alinhamento exige algumas qualidades, pede determinadas prerrogativas anímicas que poderíamos chamar de fé, humildade, aceitação, aquiescência, capacidade de decisão afinada com as determinações do Poder. Mas a capacidade principal aqui é aquilo que os xamãs definem como silêncio interior, que é a capacidade principal para acessar o conhecimento silencioso e as determinações do Poder, do Intento.

Assim o Intento é o Poder Universal por excelência, muito além do homem, mas que pode ser manipulado pelo ser humano a partir do silêncio interior, pois o humano possui uma conexão própria, um elo de conexão específico ao Intento

Intento! Intento! Intento!

DR

quarta-feira, 30 de junho de 2021

Sobre as regras do jogo

 Não viemos para este mundo para mudar as regras do jogo, mas para vencer a "Banca" em seu próprio jogo a partir de nós mesmos.





segunda-feira, 28 de junho de 2021

Hóspede

 Quem reforma uma casa onde se é apenas um hóspede? 


Que hóspede se meteria a reformar uma casa onde está de passagem?


E se o hóspede se desse conta que é um prisioneiro?


Ou que não é bem-vindo na casa?


Ou que serve a interesses nessa hospedagem que não são seus?


Ou que a casa não é uma hospedagem, mas um hospital (psiquiátrico)?


Não se veria "um estranho no ninho"?


Aliás, hospedagem e hospital bebem na mesma fonte latina (etimológica): hospes.


Ninguém duvida que a Terra é um planeta, mas, metaforicamente, não seria um hotel-fazenda?


Um hotel-fazenda cheio de criações, inclusive criações humanas (humaneiros), assim como há criações de galinhas, de vacas, etc.


Mas quem é o dono do hotel-fazenda? Ah, os humanos se consideram os donos, mas eles estão aqui só de passagem, têm apenas uma posse provisória e o dono de algo que dura tanto, como a Terra, não poderia ser uma criatura tão fugaz. Isso faz sentido?


Um planeta com mais de 4 bilhões de anos não poderia ter como dono uma espécie tão recente, tão nova na história planetária e que ainda destrói a hospedagem. Isso é o cúmulo da arrogância, o ápice da ilusão. Ilusão marcada por eventos tão singelos quanto ignorados.


Hotel,hospital mundo; quarto,corpo. Morte, encerramento da estadia, carimbo no passaporte para outro mundo.


Sim, a morte é a marca do hóspede, de sua condição de hóspede no albergue do mundo. Mas ele julga-se o tal, acha-se no domínio sendo apenas nada. Ah, a vaidade! O pecado predileto deste hóspede, que mesmo se achando o topo da cadeia alimentar morre de medo de um vírus. Curioso, não?

quarta-feira, 1 de julho de 2020

O jejum como técnica para aumento de energia.

O jejum como estilo de vida dos antigos xamãs, dos cristãos primitivos, como vemos na preparação de Jesus no deserto por 40 dias, e de nossos ancestrais é redescoberto pela ciência - prêmio Nobel de medicina de 2016: autofagia - para gerar um organismo queimador de gordura, capaz de aumentar naturalmente os níveis de testosterona e do hormônio do crescimento.

Um dos efeitos da Tensegridade e de outras práticas físicas como a Hatha Ioga, certos estilos de Kung Fu é justo, ao redefinir a nossa energia, remodelar o corpo de acordo com os padrões e estilos de vida dos antigos xamãs da linhagem guerreira. Da mesma forma o jejum permite ao corpo uma recuperação e um rejuvenescimento.

Na verdade o estilo de vida moderna que estimula o consumo desenfreado é um dos responsáveis pela indulgência no comer que conduz à obesidade, a níveis muito altos de glicose e a uma compulsão escravizante do nosso corpo aos padrões impostos pela propaganda e pelo sistema escravizante.

Libertar-se da indulgência imposta pelo consumo é um ato revolucionário, de quebra das próprias correntes.

O jejum não é apenas uma prática física, possui também uma natureza espiritual, permitindo não apenas a purificação do corpo, mas também a purificação da mente que leva à paz mental e ao silêncio interior.

Temos aqui uma das ferramentas para operar um revolução interior, fundamento necessário para uma revolução mais ampla da humanidade.



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segunda-feira, 18 de maio de 2020

A fenda e a morte

Cientistas devem divulgar a primeira foto do buraco negro ...

Uma Estranha Realidade, capítulo 13.



— Isso é perfeitamente compreensível — disse ele — A morte tem dois estágios. O primeiro é o desmaio. É um estágio sem significado, muito semelhante ao primeiro efeito de Mescalito, em que a gente experimenta uma leveza que nos faz sentir felizes, completos e que tudo no mundo está bem.

Mas esse é apenas um estado superficial; logo desaparece e a gente entra num novo reino,

um reino de dureza e poder. 

Esse segundo estágio é o verdadeiro encontro com Mescalito. A morte é muito como isso. O primeiro estágio é um desmaio superficial. O segundo, porém, é o verdadeiro, onde a pessoa encontra a morte; é um breve momento, depois do primeiro desmaio, em que descobrimos que, de algum modo, somos nós mesmos, de novo. É então que a morte se choca contra nós numa fúria muda, até dissolver nossas vidas no nada.

— Como você pode ter certeza de estar falando sobre a morte?

— Tenho o meu aliado. O fuminho me mostrou minha morte inconfundível com grande clareza. É por isso que só posso falar sobre a morte pessoal.

As palavras de Dom Juan me causaram uma profunda apreensão e uma ambivalência dramática. Tinha a impressão de que ele ia descrever os detalhes comuns de minha morte e dizer-me como ou quando eu ia morrer. A simples ideia de saber disso me desesperava e, ao mesmo tempo, provocava minha curiosidade.

Naturalmente, eu poderia ter pedido que ele descrevesse sua própria morte, mas senti que um pedido desses seria um tanto grosseiro e eliminei-o automaticamente. Dom Juan parecia estar-se divertindo com meu conflito. O corpo dele estremecia de tanto rir.

— Quer saber como pode ser sua morte? — indagou ele, com um prazer infantil no rosto. Achei o prazer malicioso dele em implicar comigo um tanto confortador. Quase diminuía minha apreensão.

— Ok, diga-me — respondi, e minha voz falseou.

Teve uma explosão de riso formidável, Segurou a barriga e rolou para o lado, repetindo, zombando, "Ok, diga-me", com a voz de falsete. Depois, endireitou-se, sentou-se, fingindo dureza, e, com voz trêmula, falou:

— O segundo estágio de sua morte pode bem ser do seguinte modo. Seus olhos me examinaram com uma curiosidade aparentemente sincera. Eu ri. Percebi claramente que a caçoada dele era o único artifício que poderia amortecer a impressão da ideia da morte da própria pessoa.

— Você dirige muito — continuou ele — de modo que pode encontrar-se, num dado momento, novamente dirigindo um carro. Será uma sensação muito rápida, que não lhe dará tempo de pensar, de repente, digamos, você estaria dirigindo, como já fez milhares de vezes. Mas antes de poder pensar em si, notaria uma formação estranha diante de seu pára-brisa. Se olhasse mais de perto, veria que é uma nuvem que parece uma espiral brilhante. Seria parecida, digamos, com um rosto, bem no meio do céu na sua frente. Enquanto você olhasse, veria que ela recuava até ser apenas um pontinho brilhante na distância, e então repararia que ela começava a se mover na sua direção outra vez; ganharia velocidade e, num piscar de olhos, chocar-se-ia contra o pára-brisa de seu carro. Você é forte; estou certo de que a morte precisaria de alguns assaltos para pegá-lo.

"A essa altura, já saberia onde estava e o que lhe estava acontecendo; o rosto recuaria de novo para uma posição no horizonte, ganharia velocidade e se chocaria contra você. O rosto entraria dentro de você e então saberia... teria sempre sido o rosto do aliado, ou eu falando, ou você tomando notas. O tempo todo, a morte não era nada. Nada. Era um pontinho nas folhas de seu caderno. E, no entanto, entraria dentro de você com uma força incontrolável e faria você expandir-se; achatá-lo-ia e o estenderia sobre o céu e a terra e além. E você seria como uma névoa de cristaizinhos se movendo, movendo e sumindo".

Fiquei muito impressionado com a descrição de minha morte. Esperava ouvir coisa muito diferente. Durante algum tempo, não consegui dizer nada.

— A morte entra pela barriga — continuou ele, — Bem pela brecha da vontade. Aquela zona é a parte mais importante e sensível do homem. É a zona da vontade e também a área pela qual nós todos morremos. Sei disso porque meu aliado me guiou àquele estágio. Um feiticeiro sintoniza sua vontade deixando que sua morte o alcance, e quando ele está chato e começa a se expandir, sua vontade impecável toma conta e reúne a neblina numa pessoa de novo.

Dom Juan fez um gesto estranho. Abriu as mãos como dois leques, levantou-as ao nível de seus cotovelos, virou-as até os dedos tocarem seus lados e depois juntou-as de novo devagar no centro de seu corpo, sobre o umbigo. Conservou-as ali um momento. Seus braços tremiam com o esforço. Depois, levantou-as até as pontas de seus dedos médios tocarem sua testa e depois puxou-as para baixo na mesma posição no meio do corpo. Era um gesto formidável. Dom Juan o executara com tanta força e beleza que fiquei assombrado.

— É a vontade que junta um feiticeiro — disse ele — mas como a velhice o enfraquece, sua vontade murcha e chega inevitavelmente um momento em que ele não é mais capaz de dominar sua vontade. Então, ele não tem nada com que se opor à força muda de sua morte, e sua vida se torna igual à de todos os seus semelhantes, uma névoa se expandindo além de seus limites. Dom Juan olhou para mim e levantou-se, Eu estava tremendo.

— Já pode ir ao mato — disse ele. — Já é de tarde.

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Uma fé silenciosa: o intento

Eles explicavam que o elo que cada um desses homens tinha com tal força era tão nítido e claro que eles podiam modificar as coisas à vontade. Dom Juan disse que o intento desses xamãs, desenvolvido com uma intensidade penetrante, era a única ajuda que os praticantes modernos tinham. Ele se expressou em termos mais mundanos, dizendo que os praticantes modernos, se fossem honestos consigo mesmos, pagariam qualquer preço para viver sob o guarda-chuva de tal intento.

A Roda do Tempo, de Carlos Castaneda.

Sinal de Fumaça

Como canalizar a energia sexual

A energia sexual é um ponto fundamental. Não é à toa que é chamada de brilho da consciência dentro do Xamanismo Guerreiro. Mas é um assunto ...