quarta-feira, 17 de janeiro de 2024
domingo, 14 de janeiro de 2024
Disciplina - parte 5 - Passes Mágicos
Tensegridade é a versão modernizada de alguns movimentos conhecidos como passes mágicos desenvolvidos por índios xamãs que moraram no México em épocas anteriores à Conquista Espanhola.
Épocas anteriores à Conquista Espanhola é um termo usado por Dom Juan, um índio mexicano xamã que apresentou Carlos Castaneda, Carol Tiggs, Florinda Donner-Grau e Taisha Abelar ao mundo cognitivo dos xamãs que viveram no México nos tempos antigos que, segundo Dom Juan, foram de 7000 a 10.000 anos atrás.
Dom Juan explicou a seus estudantes que aqueles xamãs descobriram que, através de práticas que ele mesmo não podia penetrar, é possível para os seres humanos perceber a energia diretamente como ela flui no universo. Em outras palavras, segundo Dom Juan, aqueles xamãs diziam que qualquer um de nos pode se livrar por um momento do nosso sistema de transformar o influxo de energia em informação sensorial própria ao tipo de organismo que somos. Os xamãs afirmam que, transformar o influxo de energia em informação sensorial cria um sistema de interpretação que transforma o fluxo de energia do universo no mundo da vida cotidiana que conhecemos.
Dom Juan explicou ainda que uma vez que os xamãs dos tempos antigos estabeleceram a validade da percepção direta de energia, que chamaram visão, eles a refinaram usando-a neles mesmos, isso quer dizer que eles percebiam uns aos outros, sempre que queriam, como um conglomerado de campos energéticos. Para aquele que “viam”, os seres humanos percebidos de tal modo eram como esferas luminosas gigantes. O tamanho de tais esferas luminosas é o comprimento dos braços abertos.
Quando os seres humanos são percebidos como conglomerados de campos energéticos, um ponto de luminosidade intensa pode ser percebido nas costas, na altura da clavícula a uma distância de um braço. Antigamente, as pessoas que vêem, que descobriram esse ponto de luminosidade, o chamavam de ponto de aglutinação, porque eles concluíram que é aí que a percepção se aglutina. Eles perceberam, auxiliados pela sua visão, que naquele ponto de luminosidade, o local que é homogêneo para a humanidade, convergem zilhões de campos energéticos na forma de filamentos luminosos que constituem o universo. Ao se convergirem para lá, eles se tornam informações sensoriais, que são utilizadas pelos seres humanos como organismos. Esta utilização da energia convertida em informação sensorial foi considerada pelos xamãs como um ato de magia pura...energia transformada pelo ponto de aglutinação em um mundo verdadeiro, global no qual os seres humanos como organismos podem viver e morrer. O ato de transformar o influxo de pura energia num mundo perceptível era atribuído pelos xamãs a um sistema de interpretação. Sua conclusão arrasadora, arrasadora para eles, é claro, e talvez para alguns de nós que temos a energia para ter atenção, era que o ponto de aglutinação não era unicamente o local onde a percepção é aglutinada pela transformação do influxo de energia pura em informação sensorial, mas é também o local onde ocorre a interpretação da informação sensorial.
A observação seguinte deles foi que esse ponto de aglutinação é deslocado de modo muito natural e não obstrutivo da sua posição habitual durante o sono. Eles descobriram que quanto maior a deslocação, mais estranhos os sonhos que acompanhavam. Destas experiências de ver, esses xamãs pularam para a ação pragmática de deslocar voluntariamente o ponto de aglutinação. Eles chamaram esses resultados concludentes a arte de sonhar.
Essa arte foi definida por aqueles xamãs como a utilização pragmática de sonhos comuns para criar uma entrada para outros mundos pelo ato de deslocar o ponto de aglutinação pela própria vontade e manter essa nova posição, também pela própria vontade. As observações desses xamãs ao praticar a arte de sonhar eram uma mistura de razão e de ver diretamente a energia do universo enquanto flui. Eles perceberam que na sua posição habitual, o ponto de aglutinação é o local para onde converge uma porção específica e minúscula dos filamentos de energia que formam o universo, mas se o ponto de aglutinação muda de local, dentro do ovo luminoso, uma porção minúscula diferente de campos energéticos se convergem nele, tendo como resultado um novo influxo de informação sensorial.: campos energéticos diferentes dos comuns se tornam informações sensoriais, e os campos energéticos diferentes são interpretados como um mundo diferente.
A arte de sonhar se tornou para aqueles xamãs a prática mais absorvente. Durante aquela prática, eles experimentaram estados não igualados de força física e bem-estar, e no seu esforço de duplicar esses estados nas horas de vigília descobriram que podiam repeti-los seguindo certos movimentos do corpo. Os esforços culminaram com a descoberta e desenvolvimento de grande número de tais movimentos, que são chamados de passes mágicos.
Os Passes Mágicos daqueles xamãs do antigo México se tornaram sua possessão mais preciosa. Eles os rodearam com rituais e mistérios e somente os ensinaram as pessoas que eles iniciavam em meio a um enorme segredo. Esta foi a maneira na qual Dom Juan Matus os ensinou a seus discípulos. Seus discípulos, sendo o último elo de sua linhagem chegaram a conclusão unânime de que qualquer outro segredo, sobre os passes mágicos seria contra o interesse que tinham em tornar o mundo de Dom Juan disponível aos outros homens. Eles decidiram, portanto, resgatar os passes mágicos de seu estado obscuro. Eles criaram desse modo a Tensegridade, que é um termo na arquitetura que significa a propriedade das estruturas esqueléticas que empregam elementos de tensão contínua e elementos de compressão descontínua de tal forma que cada elemento opera com o máximo de eficiência e economia. Este é o nome mais apropriado porque é uma mistura de dois termos: tensão e integridade, termos que conotam as duas forças motrizes dos passes mágicos.
Extraído de Readers of Infinity, de Carlos Castaneda, Número 1, Volume 1, 1996. Publicado por Cleargreen, Incorporated, (c) Copyright 1996, Laugan Productions, Incorporated. Todos os direitos reservados.
sábado, 13 de janeiro de 2024
Disciplina - parte 4
Desejei dizer que meu nervosismo tinha passado e que provavelmente havia sido causado pela falta de sono, mas ele não me permitiu dizer coisa alguma.
Assegurou-me de que já havia me ensinado tudo o que tinha para saber sobre espreitar, mas eu ainda não recuperara meu reconhecimento da profundeza da consciência intensificada, onde o tinha armazenado. Disse-lhe que seria a desagradável sensação de estar arrolhado. Parecia haver algo trancado em mim, algo que me fazia bater portas e chutar mesas, algo que me frustrava e me tornava irascível .
- Essa sensação de estar arrolhado é experimentada por todo o ser humano. É um lembrete da existência de nossa conexão com o intento. Para os feiticeiros essa sensação é ainda mais aguda, precisamente porque seu objetivo é sensibilizar seu elo de conexão até que possam fazê-lo funcionar à vontade.
Quando a pressão do seu elo de conexão é grande demais, os feiticeiros aliviam-na espreitando a si mesmos.
- Ainda acho que não compreendo o que quer dizer por espreitar - falei. - Mas em certo nível penso que sei exatamente o que quer dizer.
- Tentarei ajudar você a esclarecer o que sabe, então. Espreitar é um procedimento, um procedimento muito simples. Espreita é um comportamento especial que segue certos princípios. É um comportamento secreto, furtivo, enganoso, designado a provocar um choque. E quando você espreita a si mesmo, você choca a si mesmo, usando seu próprio comportamento de um modo implacável, astucioso.
Explicou que quando a consciência de um feiticeiro ficava enredada pelo peso de suas aquisições perceptivas, o que estava acontecendo comigo, o melhor, ou talvez nosso único remédio, era usar a ideia da morte para proporcionar esse choque de espreita.
- A ideia da morte é de importância fundamental na vida de um feiticeiro - continuou D. Juan. - Mostrei-lhe coisas inumeráveis a respeito da morte para convencê-lo de que o conhecimento de nosso fim pendente e inevitável é o que nos dá sobriedade. Nosso engano mais caro como homens comuns é não se importar com o senso de imortalidade. É como se acreditássemos que, se não pensássemos a respeito da morte, nos pudéssemos proteger dela.
- Precisa concordar D. Juan que não pensar sobre a morte protege-nos de nos preocuparmos a respeito.
- Sim, isto serve a tal propósito, mas tal propósito não tem valor para homens comuns e representa uma caricatura para os feiticeiros. Sem uma visão clara da morte, não há ordem, nem sobriedade, nem beleza. Os feiticeiros lutam para ganhar essa percepção crucial de modo a ajudá-los a perceber no nível mais profundo possível que não tem segurança sequer de que suas vidas continuarão além do momento. Essa percepção dá aos feiticeiros a coragem de serem pacientes e no entanto entrarem em ação, coragem de aquiescer sem serem estúpidos. Don Juan fixou seu olhar em mim, sorriu e balançou a cabeça.
- Sim - continuou -, a ideia da morte é a única coisa que pode dar coragem aos feiticeiros. Estranho, não é? Dá aos feiticeiros coragem de serem atenciosos sem serem vaidosos, e acima de tudo dá-lhes coragem de serem implacáveis sem serem convencidos.
Sorriu outra vez e cutucou-me. Disse-lhe que estava absolutamente aterrorizado pela ideia de minha morte, que pensava a respeito com frequência, mas que certamente isso não me dava a coragem ou me incentivava a entrar em ação. Apenas me tornava cínico ou fazia com que eu caísse em estado de profunda melancolia.
- Seu problema é muito simples - disse ele. - Você fica facilmente obcecado.
Estive lhe dizendo que os feiticeiros espreitam a si mesmos para quebrar o poder de suas objeções. Há muitas maneiras de espreitar a si mesmo. Se não deseja usar a idéia de sua morte, use os poemas que lê para mim para espreitar a si mesmo.
- Como disse ?
- Disse-lhe que há muitas razões pelas quais gosto de poema - retrucou ele. - O que eu faço é espreitar a mim mesmo com ele. Provoco um choque em mim mesmo com eles.
Escuto, e enquanto você lê, calo meu diálogo interno e deixo meu silêncio interior ganhar impulso. Então a combinação do poema e do silêncio desfecha o choque.
Explicou que os poetas anseiam inconscientemente pelo mundo dos feiticeiros. Por não serem feiticeiros no caminho do conhecimento, os anseios são tudo o que tem.
(...)
...este incessante morrer obstinado,
esta morte vivente,
que te retalha, oh Deus,
em tua rigorosa obra
nas rosas, nas pedras,
nos astros indomáveis e na carne que se queima,
como uma fogueira acesa por uma música,
um sonho,
um matiz que atinge o olho.
...e tu, tu próprio, talvez tenha morrido eternidades de eras aí fora,
sem que saibamos a respeito, nos refúgios , migalhas , cinzas de ti;
tu que ainda estás presente,
como um astro imitado por sua própria luz,
uma luz vazia sem astros
que nos alcança,
escondendo sua infinita catástrofe.
" Quando ouço as palavras - manifestou-se D. Juan quando terminei de ler -, sinto que aquele homem está vendo a essência das coisas e posso ver com ele. Não me importo sobre o que seja o poema. Importo-me apenas sobre o sentimento que os anseios do poeta (filósofo) trazem até mim. Empresto seus anseios, e com eles empresto a beleza. E me maravilho diante do fato de que ele, como um verdadeiro guerreiro, derrame-o sobre os receptores, os espectadores, retendo para si mesmo apenas sua ansiedade. Esse impuxo, esse choque de beleza, é espreitar."
--------------------------------------------------------------------------------
A arte de espreitar é aprender todas as peculiaridades de teu disfarce, e aprende-las tão bem que ninguém saiba que estás disfarçado. Para consegui-lo, necessitas ser desapiedado, astuto, paciente e gentil . Ser implacável não significa aspereza, a astúcia não significa crueldade, ser paciente não significa negligência e ser gentil não significa ser estúpido. Os guerreiros atuam com um propósito ulterior, que não tem nada a ver com o interesse pessoal. O homem comum atua apenas se há possibilida de de ganância. Os guerreiros não atuam por ganância e sim pelo espírito.
Citações extraídas do livro O Poder do Silêncio, de Carlos Castaneda.
sexta-feira, 12 de janeiro de 2024
Meditação no combate à violência?
Reduzir a violência não exige a atuação de policiais com o dedo no gatilho. Técnicas de meditação podem baixar consideravelmente os índices de crimes e de outras formas de conflito
O Apocalipse que interessa à Matrix
Como cegos perdidos num tiroteio, neste caso, tendemos a nos alinhar com o pai simbólico, a autoridade, o estado, o status quo, a igreja, a ideologia dominante por mais que saibamos que são lobos travestidos de ovelhas, pois nosso psiquismo, nosso emocional foi atacado, bombardeado e conquistado pela emoção que eles querem implantar: medo.
Eis o primeiro inimigo do homem de conhecimento, segundo o Xamanismo Guerreiro.
O estado de paranoia, medo, desorientação, angústia favorece ao sistema estabelecido, que busca através disto refundar-se e criar a malfadada nova ordem mundial.
Se é verdade que a consciência tem o poder de criar a realidade, que tipo de realidade cria o estado de medo, sofrimento psíquico, paranoia, angústia?
“O que temes sucede mais depressa do que esperas.” (Publílio Siro)
Cria a doutrina da segurança nacional, base para qualquer ditadura.
E não é verdade que aquele que teme o sofrimento já não sofre por aquilo que teme?
Então qual é a razão de temer?
É a razão dos captores, dos senhores do mundo, para manter-te aferrado, preso, aguilhoado a um estado de consciência que sustenta a realidade imposta.
“Escravo do medo: eis a pior forma de escravidão.” (G. B. Shaw)
Então se buscamos uma nova realidade temos que começar primeiro por estabelecer um estado de consciência sóbrio, equilibrado, focado e construtivo.
Todo aquele que fomenta o medo, a negatividade, a paranoia, o apocalipse no sentido pejorativo ou destrutivo é um agente em potencial da Matrix. Ver a maneira como o sistema age é ir além da Matrix e vencer os seus agentes.
Apocalipse significa isto: revelação. O medo impede que você revele a si mesmo e veja a divindade em si, com todo o seu poder de criar a realidade. A revelação é externa e interna, fora e dentro de si. O medo impede a revelação.
Quem alimenta o medo alimenta a Matrix com sua própria consciência. Despertar é ir além do medo, é encarar a realidade sem medo.
O medo é o assassino do Real,
é a pequena-morte que oblitera o Ser.
Eu enfrentarei o meu medo.
Permitirei que ele passe através de mim e quando se for,
eu olharei, com a minha visão interna, o seu rastro.
No espaço vazio que ele deixou, nada existe afinal...
Só eu permaneço!
(Frank Hebert, Duna)
quinta-feira, 11 de janeiro de 2024
Disciplina - 3ª parte: o vigilante.
- “Perdoe-me a interrupção, porém já não posso conter minha curiosidade. Uma pergunta me persegue dia e noite. O que fazes ? Para que vais ao rio ? O segui muitas vezes e não há nada; a única coisa que fazes é sentar-se ali horas e horas, e depois voltas à meia-noite”.
Baal Shem respondeu:
- “Já sei que me seguistes várias vezes, porque a noite é tão silenciosa que pude ouvir teus passos. E sei que todos os dias te escondes atrás do portão. Porém não apenas sentis curiosidade por mim, eu também sinto curiosidade por ti. O que fazes?” O guardião contestou:
- “A que me dedico? Sou um simples vigilante.
”Então Baal Shem lhe disse:
- “Deus meu, me falastes a palavra chave. Minha ocupação é essa também.”
O guardião disse:
- “Porém não entendo; se és um vigilante terias que estar vigiando alguma casa, algum palácio. Que estás vigiando sentado na areia do rio?”
Baal Shem respondeu:
- “Existe uma pequena diferença: você vigia que nada de fora entre no palácio; eu simplesmente vigio a este vigilante. Quem é esse vigilante. Esse é o esforço de toda a minha vida; vigio a mim mesmo.”
O guardião lhe disse:
- “Porém esse é um trabalho muito raro ! Quem lhe vai pagar?
E ele respondeu:
- “A felicidade é tanta, o gozo é tão grande, é uma benção tão imensa que é uma recompensa em si mesma. Apenas um momento e todas as riquezas do mundo não são nada em comparação.”
O vigilante disse:
- Isso é muito raro...eu passei a vida vigiando e jamais topei com uma experiência tão formosa. Amanhã à noite vou acompanhar-te, quero que me ensines, porque eu sei como vigiar, porém me parece que faço isso numa certa direção e você olha para uma direção diferente.”
quarta-feira, 10 de janeiro de 2024
Disciplina - 2ª parte: Carlos Castaneda e Xamanismo
A origem desses conhecimentos atribui-se aos Toltecas, um povo indígena que habitou a parte central do México em tempos muito remotos.
***Salvo engano, Dom Juan dá um sentido diferente ao termo Tolteca, um sentido bruxo e não antropológico, referindo-se ao mesmo como significando o "homem de conhecimento".
Esse povo indígena existiu talvez a centenas ou milhares de anos antes da chegada dos espanhóis à América.
Seu conhecimento era passado de geração à geração, entre pequenos grupos, formados por pessoas que devido a sua disciplina eram conhecidos como guerreiros.
Que por sua vez eram guiados neste conhecimento por um líder denominado de o Nagual.
Foi um indígena yaqui chamado Dom Juan Matus, que morava distintamente em Sonora, Oaxaca e Tula, quem revelou este conhecimento a um antropólogo chamado Carlos Castaneda.
Dom Juan era o líder, o nagual de sua geração de guerreiros.
Carlos Castaneda era o cientista social que a partir de seu conhecimento acadêmico, completamente ocidentalizado, acreditava inicialmente estar tratando com um indígena inculto e cheio de superstições.
Até que através da experiência direta dos conceitos toltecas compreende que tal conhecimento é tão real que decide revelá-lo.
Carlos Castaneda durante seu aprendizado com Dom Juan teve que passar por várias etapas que iam desde a negação completa de tais possibilidades até o pleno convencimento de que tais possibilidades eram fatos reais e verdadeiros.
Existem duas formas pelas quais Carlos Castaneda nos faz partícipes de seus descobrimentos. Através dos doze livros escritos ao longo de trinta anos e por meio de uma série de seminários onde são ensinados uma série de movimentos chamados de Tensegridade ou Passes Mágicos.
Nos primeiros seminários Carlos Castaneda denominou esta MUDANÇA que ele deu ao conhecimento tolteca como uma NOVA TRILHA.
Nessa NOVA TRILHA não tem nada a ver com a experimentação de plantas de poder. Os praticantes atuais devem adotar novos procedimentos, diferentes daqueles adotados em seus primeiros livros.
Este conhecimento poderia ser enquadrado como misterioso.
Alguns o chamariam de Xamanismo, outros de Bruxaria, porém talvez o conceito que nos poderia dar uma compreensão do mesmo, seria considerá-lo como o conhecimento das peculiaridades de nossa ATENÇÃO.
Nós não aproveitamos todo o potencial contido em nossa ATENÇÃO. O que chegamos a descobrir no fundo deste conhecimento é que nossa ATENÇÃO, pode abarcar mais do que imaginamos.
Existem muitos conceitos neste conhecimento. Podemos citar alguns como o diálogo interno enfocado na auto-reflexão do eu, o silêncio interno para combater essa reflexão, Espreita, "Sonho", outras realidades perceptivas, etc...
Porém o elemento comum que encontramos em todos os conceitos é o conceito de ATENÇÃO.
Nossa ATENÇÃO se mingua ou se enfraquece quando o processo mental que conhecemos como pensamentos, só a enfoca em determinados elementos de nossa forma de vida atual (a satisfação de nossos desejos e a contínua exaltação do ego).
Outro dos elementos que influem de maneira decisiva em nossa atual forma de perceber é que nossa ATENÇÃO requer mais ENERGIA para poder perceber outras realidades que existem e que são possíveis para o ser humano.
Talvez outra forma de descrever este conhecimento é que o conhecimento tolteca é a DISCIPLINA DA ATENÇÃO e seus praticantes são os guerreiros da ATENÇÃO.
Um ser humano com baixo nível de ATENÇÃO só pode estar enfocado na auto-reflexão, enquanto outro com maior nível de ATENÇÃO, pode enfocar esta em outras particularidades de sua existência.
O despertar das potencialidades de nossa ATENÇÃO pode nos assustar e não ser nada agradável para muitos.
Estamos educados em todo um conjunto de valores pré-estabelecidos e é normal que o desconhecido nos gere medo.
Podemos dizer que esse conhecimento permite DUAS alternativas aos que o sigam.
Primeiro: aquelas pessoas que sigam as premissas do "caminho do guerreiro", todo um conjunto de normas de conduta e pratiquem Tensegridade, podendo assim redistribuir e guardar energia, que lhes permitirá viver uma vida mais plena, mais produtiva, com mais paz interna. O seguir o caminho do guerreiro não implica em ter nenhum tipo de percepção desconhecida, pois por si mesmas não são suficientes.
Segundo: Para aqueles que se decidiram a ir mais além e explorar as peculiaridades de nossa ATENÇÃO e que, portanto, tem que encarar essa disciplina como uma forma de vida, onde é necessário empregar muitos esforços, como seguir "o caminho do guerreiro", realizar a recapitulação, executar os passes mágicos, guardar a energia sexual, guardar a energia que se gasta em nossas reações emocionais compulsivas, intentar permanentemente o silêncio interno e estar decididos a enfrentar o desconhecido.
Essa segunda alternativa requer disciplina total, uma tenacidade de aço, uma paciência sem fim e como Don Juan diria, "temple de acero". E mesmo que sigamos todos esses pré-requisitos não há garantia de que logremos algum tipo de percepção diferente das usuais. Talvez o ponto final para poder lograr a percepção de outras realidades é a IMPECABILIDADE que tem que ser uma indispensável norma de conduta nesse caminho.
Por último, esse caminho promove o bem-estar físico e mental. Se depois de conhecer um pouco ou muito deste conhecimento alguém sente que não deveria segui-lo, então que não o faça. O que menos necessita qualquer pessoa é uma obsessão que lhe produza problemas ou dano mental.
Texto originalmente em espanhol extraído de um site na internet de autor desconhecido.
Sinal de Fumaça
A questão da sombra - 2ª parte
Estamos entrando em outro paradigma quando trilhamos os caminhos do Xamanismo. Precisamos despertar plenamente nossa natureza pagã, ser de ...

-
Narrativa versus História Um dos pontos que temos de rever quando vamos estudar em profundidade o que se esconde por trás dos conceitos de X...
-
A civilização na qual estamos inseridos tem algumas falhas estruturais no quesito levar cada ser humano ao atingir de sua maturidade moral e...
-
Como já notaram não sou de escrever pouco, é que a meu ver, as palavras podem gerar tanta confusão que acredito sempre necessário localizar ...