terça-feira, 6 de fevereiro de 2018
Poder Pessoal
"Não importa como se é criado. O que determina a maneira com que se faz qualquer coisa é o poder pessoal. Um homem é apenas a soma de seu poder pessoal, e essa soma determina como ele vive e como ele morre" - Roda do Tempo, de Carlos Castaneda.
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018
Qual a sua paranóia predileta?
Qual a sua paranoia predileta?
Se formos levar em conta a etimologia da palavra paranoia todos o são, varia apenas a intensidade e o tipo.
Do Grego paranoia, “loucura, doença mental”, de PARA-, “ao lado, além”, mais NOOS, “mente”.
Ou seja a mente fora do seu lugar.
Mas o que significa este lugar. Qual o lugar da mente?
Talvez a palavra paranoia nos revele mais sobre isto.
Paranoia é um tipo de ansiedade, ansiedade persecutória, a pessoa sente-se perseguida. A ansiedade projeta a mente sempre para o futuro, portanto, tira a mente do presente e daquilo que é. Coloca a mente num outro "lugar", num outro tempo: o futuro.
A mente fixada no futuro movida pela ansiedade estaria fora do seu "lugar" pois fora do seu tempo? A alienação do presente para viver uma fantasia mental, uma projeção delirante, uma imaginação negativa estruturada, coerente e lógica, apesar de mentirosa? Temos uma convincente e convicta farsa crônica.
Quantas coisas não são capazes de tirar a mente do seu lugar? Muitíssimas.
Paranoia, medo, ansiedade persecutória é apenas uma delas, contudo é a palavra paranoia que carrega em sua origem esta noção de bagunça mental, de desalinhamento, de mente fora do seu lugar, então é ela que nos permite uma análise da nossa própria loucura através de um raciocínio específico.
Faço parte da chamada tribo dos conspiranoicos e noto que as pessoas que compõem esta tribo são capazes de ver numa cedilha o rabo do próprio Satanás.
Há vários tipos de paranoia. Um tipo bem popular e comum é o ciúme. Ciúme é paranoia. Não é à toa que se brinca dizendo: chifre é uma coisa que colocaram na sua cabeça. Talvez por isto o Diabo tenha chifres pois ele é o fomentador da paranoia e o alvo predileto de paranoicos religiosos. O Diabo é uma metáfora para o nosso querido ego. O ego é diabólico, pois ele é um projetor poderoso de forças do inconsciente sob o filtro de uma aparente racionalidade, o ego é um lacaio da sombra, ele não se sabe escravo e age de forma tal que expressa a ideia de Sartre: o inferno são os outros.
Temos então o tipo ciúme e o tipo persecutório. Mas há um outro tipo, relativamente comum, é o tipo grandeza, com ares de mitomania, sente-se a encarnação de um grande personagem ou deus, julgando ter poderes especiais, é aquele que se sente capaz de fazer chover. Conheço alguns, o que me preocupas deveras, considerando-se a lei da atração. Normalmente vejo estes tipos associados de alguma maneira a parte espiritual, são "misticoides", relatam suas grandes experiências, fascinados por si mesmos e alimentam um poderoso medo da morte, lutam a todo custo para afirmar ou justificar sua suposta grandeza, deste tipo o Diabo representado pelo ator Al Pacino no filme Advogado do Diabo disse:
- A vaidade é o meu pecado predileto.
Este tipo ainda pode ver, sentir, perceber que estão lhe fazendo mal através de magias, feitiços e outras artes mágicas, mas seu suposto poder sempre o protege, sente-se atacado mas se acredita invencível, é capaz de tornar-se iniciado em tradições místicas para justificar sua suposta condição de grande hierarca. Pode tornar-se assassino, psicopata mesmo, justificando tal coisa por ser um enviado da Justiça Divina, um executor da lei espiritual.
Outro tipo interessante que já encontramos é o tipo somático, ele manifesta em seu corpo ou em sua percepção fantasiosa uma série de impressões olfativas, gustativas, visuais ou auditivas que justificam a sua paranoia, um clássico exemplo de efeito nocebo, o lado negativo do efeito placebo.
Por fim temos o paranoico amoroso, ele idealiza uma pessoa a coloca num pedestal e acredita firmemente que esta pessoa o ama, de um ponto de vista espiritual e fantástico.
Em geral os paranoicos tornam-se muitos refratários ao contato social, são anti-sociais, quase sociopatas, fecham-se em suas cavernas, isolam-se e são extremamente introspectivos e seletivos em suas relações. Julgam-se de alguma formas especiais, distintos do mundo, alguns se acreditam encarnações de seres alienígenas e justificam isto de uma maneira bastante lógica pelo seu próprio comportamento estranho.
Como paranoico contumaz me vejo ou já me vi em alguns tipos e o melhor antídoto contra esta tendência psíquica é basear-nos em evidências concretas e orientamos a nossa razão e imaginação dentro de um contexto onde a mente se encontre em seu “lugar”, assentada no presente, sem as elucubrações fantásticas típicas da paranoia, usando a meditação e a própria razão de uma forma implacável para questionar as nossas próprias projeções psíquicas.
Sejamos paranoicos, mas com moderação, afinal há um prazer secreto em crer-se capaz de perceber os segredos e conspirações deste mundo sejam elas reais ou não. Evitemos toda a viagem na Hellman´s Airline, se possível.
Certamente a paranoia interessa aos podres poderes que regem esta era de ferro - Kali Yuga - pois ela nos impede de ver e de agir de uma maneira positiva para mudarmos a nossa própria realidade.
Mas, por vezes, a teoria (da conspiração) se confirma como prática da conspiração, pois a ficção também imita a realidade.
DR
Se formos levar em conta a etimologia da palavra paranoia todos o são, varia apenas a intensidade e o tipo.
Do Grego paranoia, “loucura, doença mental”, de PARA-, “ao lado, além”, mais NOOS, “mente”.
Ou seja a mente fora do seu lugar.
Mas o que significa este lugar. Qual o lugar da mente?
Talvez a palavra paranoia nos revele mais sobre isto.
Paranoia é um tipo de ansiedade, ansiedade persecutória, a pessoa sente-se perseguida. A ansiedade projeta a mente sempre para o futuro, portanto, tira a mente do presente e daquilo que é. Coloca a mente num outro "lugar", num outro tempo: o futuro.
A mente fixada no futuro movida pela ansiedade estaria fora do seu "lugar" pois fora do seu tempo? A alienação do presente para viver uma fantasia mental, uma projeção delirante, uma imaginação negativa estruturada, coerente e lógica, apesar de mentirosa? Temos uma convincente e convicta farsa crônica.
Quantas coisas não são capazes de tirar a mente do seu lugar? Muitíssimas.
Paranoia, medo, ansiedade persecutória é apenas uma delas, contudo é a palavra paranoia que carrega em sua origem esta noção de bagunça mental, de desalinhamento, de mente fora do seu lugar, então é ela que nos permite uma análise da nossa própria loucura através de um raciocínio específico.
Faço parte da chamada tribo dos conspiranoicos e noto que as pessoas que compõem esta tribo são capazes de ver numa cedilha o rabo do próprio Satanás.
Há vários tipos de paranoia. Um tipo bem popular e comum é o ciúme. Ciúme é paranoia. Não é à toa que se brinca dizendo: chifre é uma coisa que colocaram na sua cabeça. Talvez por isto o Diabo tenha chifres pois ele é o fomentador da paranoia e o alvo predileto de paranoicos religiosos. O Diabo é uma metáfora para o nosso querido ego. O ego é diabólico, pois ele é um projetor poderoso de forças do inconsciente sob o filtro de uma aparente racionalidade, o ego é um lacaio da sombra, ele não se sabe escravo e age de forma tal que expressa a ideia de Sartre: o inferno são os outros.
Temos então o tipo ciúme e o tipo persecutório. Mas há um outro tipo, relativamente comum, é o tipo grandeza, com ares de mitomania, sente-se a encarnação de um grande personagem ou deus, julgando ter poderes especiais, é aquele que se sente capaz de fazer chover. Conheço alguns, o que me preocupas deveras, considerando-se a lei da atração. Normalmente vejo estes tipos associados de alguma maneira a parte espiritual, são "misticoides", relatam suas grandes experiências, fascinados por si mesmos e alimentam um poderoso medo da morte, lutam a todo custo para afirmar ou justificar sua suposta grandeza, deste tipo o Diabo representado pelo ator Al Pacino no filme Advogado do Diabo disse:
- A vaidade é o meu pecado predileto.
Este tipo ainda pode ver, sentir, perceber que estão lhe fazendo mal através de magias, feitiços e outras artes mágicas, mas seu suposto poder sempre o protege, sente-se atacado mas se acredita invencível, é capaz de tornar-se iniciado em tradições místicas para justificar sua suposta condição de grande hierarca. Pode tornar-se assassino, psicopata mesmo, justificando tal coisa por ser um enviado da Justiça Divina, um executor da lei espiritual.
Outro tipo interessante que já encontramos é o tipo somático, ele manifesta em seu corpo ou em sua percepção fantasiosa uma série de impressões olfativas, gustativas, visuais ou auditivas que justificam a sua paranoia, um clássico exemplo de efeito nocebo, o lado negativo do efeito placebo.
Por fim temos o paranoico amoroso, ele idealiza uma pessoa a coloca num pedestal e acredita firmemente que esta pessoa o ama, de um ponto de vista espiritual e fantástico.
Em geral os paranoicos tornam-se muitos refratários ao contato social, são anti-sociais, quase sociopatas, fecham-se em suas cavernas, isolam-se e são extremamente introspectivos e seletivos em suas relações. Julgam-se de alguma formas especiais, distintos do mundo, alguns se acreditam encarnações de seres alienígenas e justificam isto de uma maneira bastante lógica pelo seu próprio comportamento estranho.
Como paranoico contumaz me vejo ou já me vi em alguns tipos e o melhor antídoto contra esta tendência psíquica é basear-nos em evidências concretas e orientamos a nossa razão e imaginação dentro de um contexto onde a mente se encontre em seu “lugar”, assentada no presente, sem as elucubrações fantásticas típicas da paranoia, usando a meditação e a própria razão de uma forma implacável para questionar as nossas próprias projeções psíquicas.
Sejamos paranoicos, mas com moderação, afinal há um prazer secreto em crer-se capaz de perceber os segredos e conspirações deste mundo sejam elas reais ou não. Evitemos toda a viagem na Hellman´s Airline, se possível.
Certamente a paranoia interessa aos podres poderes que regem esta era de ferro - Kali Yuga - pois ela nos impede de ver e de agir de uma maneira positiva para mudarmos a nossa própria realidade.
Mas, por vezes, a teoria (da conspiração) se confirma como prática da conspiração, pois a ficção também imita a realidade.
DR
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