sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Xamanismo Tolteca, por Nuvem que Passa

Xamanismo Tolteca 

Data: Ter Abr 18, 2000 11:03 am (publicado originalmente na lista Ventania, exceto pelas notas ao final do texto e pequenas revisões)



Uma abordagem aproximada do que é a visão de mundo proposta pelos Toltecas 'Nuevos Videntes' através do nagual de 3 partes Doutor Carlos Castañeda. 





Existe uma Fonte de onde tudo emana, como na visão hindu do aro e do eixo na roda, essa fonte embora esteja sempre no início e centro de tudo está também em toda parte. Há um aspecto consciente nessa energia primordial que existe plenamente presente entre nós, embora não tenhamos sido sensibilizados diretamente a mesma. 


Para os Toltecas estamos na condição de árvores que rejeitam a ideia da Terra ser sua sustentação e fonte de alimento. E a Terra continua ali, alimentando e sustentando as árvores que a ignoram. O Ser humano avançou por um caminho muito estranho à mentalidade nativa deste continente. 


Mesmo nos tempos dos reis e rainhas feiticeiros, quando guerras de poder e magia criaram a mancha nefasta da escravidão e dos sacrifícios, ainda assim nenhum desses tiranos entre os nativos esteve tão apartado da Realidade a ponto de condenar o mundo a sua volta com o caos ecológico. A base da visão nativa de mundo repousa em paradigmas que não são de fácil entendimento a quem foi condicionado nos sistemas de ensino formais e informais que a "civilização" possui. 


Cada um de nós deve avaliar atentamente a forma pela qual formou sua visão de mundo para podermos nos libertar destas amarras perceptivas e encontrar a liberdade perceptiva. Esta era a realização máxima que os Toltecas almejavam na sua manipulação com a realidade circundante. Perceber a energia diretamente, fora dos moldes onde ela fora condicionada nas abordagens fragmentárias ainda dominantes. 


Sentir o mundo.

 

“VER", a forma que chamam o indescritível estado não racional onde (na qual) a percepção é realizada com o corpo de energia, contraparte deste que temos por concreto, que pode despertar e ser trabalhado para nos dar uma liberdade perceptiva única. Liberdade de perceber de acordo com aquilo que realmente está ali e não limitar a experiência aos padrões cognitivos de uma época. 


Os Toltecas sempre foram pensadores sofisticados. Temos o vício de atribuir a alguns gregos a supremacia no pensar, apenas pelo fato deles se parecem conosco, apenas pelo fato que alguns escritos sobreviveram para embasar as teologias dominantes. Até o estabelecer da supremacia da Igreja Românica, que soube articular forças em armas e ideologias escravizadoras, outras linhagens como a Celta, a Templária, a Cátara, entre tantas outras, foram destruídas, perseguidas, como as Escolas Pitagóricas também foram anteriormente. 


Com a filosofia empobrecida, com a desfiguração do pensamento pitagórico e, finalmente, sua interrupção por via aberta e com os ramos religiosos realmente ocupados com o “religare” (ligar novamente) cortados da árvore, o Cristianismo se tornou justificativa para homens inescrupulosos darem continuidade ao Império dos Césares. Vieram, então, lentamente, roubando segredos, usando da Inquisição como fachada e meio de cortar qualquer broto dos ramos já podados. 


Aqui, nestas terras nativas, Impérios floresciam. Eles buscavam imitar um passado que as lendas lhes contavam. Pirâmides, monumentos dos mais diversos, observatórios, grandes sinais grafados no solo em proporções ciclópicas, todos os vestígios de algo muito antigo, de uma época de grande poder que se foi. As cidades de pedras, antes ocupadas só pelos sacerdotes e sacerdotisas residentes e seus(suas) pupilos(as) eram agora ocupadas por povos diversos. Os Astecas floresciam onde antes o núcleo do Império Tolteca vicejou. A casta Inca dominava povos artesãos e construtores brilhantes. As cidades Maias são ocupadas por uma nova geração de descendentes dos antigos construtores, os Maias históricos. No passado remoto os Toltecas eram um clã que integrava a nação Maia. Maias e sua necessidade de datar, marcar, mensurar, calibrar. Deixaram suas marcas em pedras que não puderam ser queimadas como seus códices. Em todo o mundo a luta pelo apagar do conhecimento tradicional foi igual. Os Mouros sofreram o mesmo, oito séculos de sofisticada cultura perdida, queimada e muitos de seus herdeiros mortos. 


Sob este quadro de opressão os herdeiros da linhagem Tolteca aprimoram o saber herdado de seus antepassados. Eles sabem que algo deu errado para seus antepassados. O fato de serem poucos e fugitivos demonstra claramente isso, sem necessidade de maiores elucubrações. Como os judeus após a diáspora, os Toltecas migram em grupos para vários lugares. Mas aprenderam a sobreviver e somem da História. Deixam de chamar a atenção enquanto grupo. E aprendem, dia após dia. Sob estas condições o conhecimento dos "Novos Videntes"¹ foi forjado. Em condições muito práticas e reais. Poder pessoal era algo que determinava não apenas uma "sensação de bem estar" mas era o que lhe salvava da morte, sempre rondando num mundo onde caprichos eram leis. E sob esta condição vieram estudando e investigando os mistérios herdados de seus antepassados. 


Há uma Fonte. De onde tudo emana, embora isso só seja um jeito de falar, muito distante do que é "VER" essa fonte. O atual ciclo chama essa fonte de "Mar Escuro da Consciência". Os motivos ficarão claros no decorrer desse ensaio. Pensem na teoria das supercordas. É assim que os Toltecas concebem a Eternidade. Fios luminosos, prenhes de consciência, indo de um lado para outro da eternidade, em todas as direções sem nunca se cruzarem. Repare que aqui a mente concreta cessa de compreender. Não há imagem em nossa mente concreta para fios indo em todas as direções sem se cruzarem. É mais que pensar em fios como num feixe tridimensional. 


Falar mesmo (em) fios é só uma alusão ao que vemos de fato quando o diálogo interno cessa, condição fundamental para "VER", isto é, perceber o mundo com a totalidade de si, com outro anel de poder. Para os Videntes Toltecas nós seres humanos somos dotados de duas capacidades perceptivas distintas. Uma foi desenvolvida em nós pelo sistema no qual fomos educados. Chamamos o mundo no qual existimos de realidade. Lidamos com os conceitos dessa realidade de forma mais ou menos organizada. Essa habilidade de tomar o infinito que nos cerca e ordená-lo em itens é uma habilidade que os Videntes consideram incrível e nossa magia natural, que infelizmente fazemos como robôs. 


Há outro nível de habilidade perceptiva que podemos alcançar, um nível mais sutil que permite perceber não apenas um outro mundo, mas vários outros mundos. Entretanto, uma diferença fundamental entre os Novos Videntes e os Antigos Videntes, é que os Novos Videntes primeiro resolvem e organizam sua condição existencial no aqui e agora, se tornam plenos e equilibrados, sóbrios, no aqui e agora, e depois começam a trabalhar para ir além. Os Antigos criam que ir ao infinito, ir a "segunda atenção" era o suficiente para temperar adequadamente o espírito de um ser humano. Mas os Novos perceberam que havia muito capricho e muita morbidez, muita dependência de ritos e estimulantes nos antigos. E isso ao final foi sua derrocada, quando os invasores chegaram, os primeiros, os que haviam cedido à praga global que se espalhava pela espécie humana: O imperialismo. 


Os Novos videntes descobriram que "organizar a ilha do Tonal" como chamam esse processo de começar pelo "si mesmo", pelo "lembrar-se de si" e "desgrudar a percepção dos estilos que está viciado a usar no mundo (quebrar rotinas), deixar de valorizar o que disseram que vc é (apagar a história pessoal) e usar a morte como conselheira, tendo na certeza da morte alerta para o uso do dom da vida, neste conjunto de estilos comportamentais usando da implacabilidade, astúcia, paciência e gentileza em cada ato, um(a) praticante vai se tornando mais e mais cheio de energia. Energia que deve ser bem distribuída pelos seus centros de energia por caminhadas constantes e certos exercícios, hoje chamados Tensegridade e Não Fazer, dois níveis de prática fundamentais a quem busca "praticar" o conhecimento Tolteca e não apenas "ler" sobre. Pois esta é uma diferença fundamental entre os dois tipos de pessoas que acessaram a obra do nagual de três partes. Quem lê e pratica as ideias ali expressas se enche de uma energia que estará ausente de quem apenas lê, e portanto, é óbvio que a abordagem de quem pratica permite entender conceitos nas obras mais recentes, que escapam completamente, parecendo até absurdas a quem apenas lê. 


A prática produz um nível de energia que torna possível acessar certos níveis de consciência necessários à compreensão do que está expresso em obras mais recentes. Nesse mais alto nível de energia as propostas mais amplas do caminho dos Guerreiros Toltecas, "Los Nuevos Videntes" se tornam compreensíveis. Cada ser humano é uma bola*, uma bola ovoidal como uma bexiga na qual se tivesse dado o nó e este ficasse de lado, no umbigo da forma humana dentro da bexiga. A bexiga está cheia de fibras, cheia de camadas como se fossem de fibra ótica. Nem todas as camadas de fibras estão acesas. Na realidade quase a totalidade dorme. Apenas alguns feixes estão acesos, ativados por um halo brilhante que pulsa forte ao redor de um ponto do tamanho de uma bola de tênis localizado ordinariamente a distância de um braço em relação a nossa omoplata direita.

 

Esse ponto é o ente percebedor. Nesse ponto a percepção é aglutinada. Pelo corpo passam as infinitas cordas em todas as direções.  Mas apenas as que atravessam o ponto luminoso são aglutinadas em níveis que as fibras captam e elaboram. A energia que o ponto aglutina cria uma realidade. Há uma ressonância com o primeiro anel de poder e a primeira atenção faz a leitura da energia que entra plena. Ela, a primeira atenção, seleciona o que deve e o que não deve ser percebido. D. Juan Matus chama isso de desnate e coloca como a maior realização dos seres humanos: a precisão de seus desnates. Esta é também sua maior armadilha. Quando vemos uma montanha, uma árvore, um ser humano, fazemos desnates, separamos camadas da energia e selecionamos só o que "queremos" ver. O problema é que tal seleção é fruto de automatismo e apenas restringe nosso perceber aos moldes do sistema.


O mundo que conhecemos como real é uma descrição e nós somos sócios dela. D. Juan Matus propôs a seu relutante aprendiz que formassem uma nova sociedade. Ele, D. Juan, lhe mostraria uma nova descrição do mundo e ele Castañeda aprenderia essa nova descrição. E assim, D. Juan auxilia C.C. a compreender a "descrição" dos feiticeiros. Ele aprende sobre a possibilidade de ser um animal, aprende sobre os diferentes tipos de mundos que circundam este. Alguns mundos reais, isto é, geradores de energia, alguns mundos espectros criados por videntes solitários, grupos e até povos inteiros, mundos que capturam pessoas para ali ficarem energizando este mundo com o poder de sua atenção alimentada também pelo Tonal.

 

C.C. aprende que só vale a pena visitar mundos geradores de energia, onde a simples presença leva a nos energizar, já os mundos espectro nos desgastam. C.C. é levado por D. Juan Matus a partilhar todo seu saber de feiticeiro para ganhar "sociedade" nessa nova visão. Encontrou-se com os videntes que se enterram e transferem sua totalidade para o mundo dos seres inorgânicos na esperança de uma sobrevida, (constata, percebe) sua perplexidade ao alcançarem uma semi-imortalidade só para avaliarem como se equivocaram na compreensão da realidade(?)


Encontrou-se com o vidente que tem mais de 4000 anos de vida, o guardião da linhagem², um encontro que determina uma mudança na história desse vidente e segundo D. Juan Matus, a chance dele também alcançar a liberdade. 


C.C. conhece Genaro nos dois estados de Consciência, mas os outros e outras só na consciência intensificada, um estado sofisticado de percepção que os Toltecas usam como apoio para seu sistema de ensino. Parte substancial dos conhecimentos, especialmente as que representam maior poder e necessitam de maior foco, são ensinadas em nível intensificado de consciência, aqui a capacidade de focar e aprender é muito maior, mas a capacidade de esquecer também, pois quando voltamos a consciência usual sequer lembramos que tal estado é possível. 


Após anos de trabalho com a disciplina do "Caminho do Guerreiro" um conjunto de estilos comportamentais gerados para produzir sobriedade, implacabilidade, paciência, astúcia e gentileza, o(a) praticante absorve uma focalização real e pode então entrar incólume nos reinos onde estes poderes apreendidos levam, deixando de correr o risco de ser usado por outras consciências a partir de medos ou carências básicas que não houvesse resolvido. 


Por isto os Novos Videntes dão tanta ênfase a "arrumar a ilha do Tonal, chamado também de "organizar a bolha da percepção." Para os Videntes Toltecas quando um ser humano nasce ele é uma essência perceptiva plena de possibilidades. Então, ao seu redor, os condicionamentos vão impondo uma bolha até que essa bolha se fecha. Agora a essência perceptiva sente o mundo através da bolha. Algo toca a bolha, mas a decodificação é com as imagens que ficaram no interior da bolha, para as quais a essência olha. Os novos videntes recomendam dividir a bolha em duas. Deixar uma parte totalmente vazia e agrupar na outra parte todos os estilos de ser, agir, pensar e sentir que temos e que sabemos serem plenos em nós. Isto só pode surgir da auto-observação, para percebermos de fato, sem racionalizações estéreis, que estilos de agir nos levam ao acordar e que estilos nos levam a dormir. 


Quando a "bolha do tonal" está arrumada a percepção migra para a parte vazia da bolha, a metade que foi esvaziada, sem conceitos, sem medos, sem ansiedades e neste vazio abre sua bolha para o infinito a sua volta. Vislumbrar a eternidade é um verdadeiro impacto ao nada que somos. Assim, se o Tonal estiver bem equilibrado nossa volta ao mesmo será um local de descanso, como o porto é ao marinheiro o lugar onde ele se reabastece. 


Tonal e nagual. As duas partes da existência. O tonal existe do nascer até o morrer. O nagual sempre existe e sempre existiu. Os(as) Novos(as) Videntes buscam desenvolver um tonal forte e sóbrio, então usam desse tonal para singularizar uma parte do nagual, que sem nunca perder sua conexão com a Totalidade na qual está imerso e faz parte, é também agora um ente singular. Aqui começa a viagem para o infinito.


Para os (as) Novos(as) videntes estamos num rodamoinho que interrompeu nossa viagem pelo mar escuro da consciência. Este rodamoinho faz parte da condição predadora do universo e ele nos conduz a um fim em seu afunilar. O caminho Tolteca é uma forma de voltar a navegar pelo mar escuro da consciência, escapando desse rodamoinho. A morte pode não ser o fim da viagem, pode ser apenas o começo de uma nova realidade. Mas a forma pela qual os Toltecas abordam essa possibilidade nada tem a ver com o que vemos na maior parte do espiritualismo ou religiões. 


Para quem nunca se trabalhou durante a vida, nunca teve um momento de continuidade a morte não pode ser nada mais que (uma) "volta ao pó de onde viestes", o Tonal se vai, se desfaz e o nagual não foi singularizado, voltando para a imensidão. Como os feiticeiros veem o ser humano como fibras dentro de um casulo, quando o casulo se fende, com o golpe do "Derrubador"³, a estrutura é invadida por tal energia que as fibras, nunca preparadas para tanta energia escapam, saem do casulo e voltam a fluir pelo infinito. Quando um novo ser nasce aquelas fibras vão compô-lo. Ele é singular, como um tapete é singular, mesmo tendo em sua trama fios de um tapete mais antigo que foi desmanchado. A busca de continuar, de prosseguir na aventura da descoberta é algo que permeia como base o caminho Tolteca. 


A liberdade total é uma das metáforas usadas para essa busca. Arder no fogo da consciência é outra. Este é um aspecto interessante nesta linhagem. Os "desafiadores da morte" vão buscando saídas diferentes para evitar se diluir ao fim de um certo tempo, destino que veem como irrevogável. Para os Toltecas, a Fonte, o GRANDE MAR ESCURO DA CONSCIÊNCIA, dava a consciência para existirmos (da mesma forma) como o mar dá à nuvem seu corpo quando evapora. A nuvem existe se projetando no seu corpo de água densificando-se. Então quando atinge certo grau de densidade ela se desfaz, "chove", voltando direta ou indiretamente ao mar. Os Xamãs Toltecas sabiam que quer voltassem diretamente ao grande mar, quer retivessem aspectos de sua totalidade através de Eras, ainda assim, havia um dissipar final que os incomodava.

 

D. Juan Matus e o grupo que inicia C.C. e suas companheiras são herdeiros diretos dessa tradição. Os seres humanos são bolhas de energia. Bolhas ovaladas, algo oblongas, mas bolhas cheias de fibras de energia consciente. Só algumas estão acesas, ativadas pelo ponto de aglutinação. Se movemos o ponto de aglutinação movemos nossa realidade.  Essa é uma das abordagens originais nesta linhagem. A percepção do ponto de aglutinação. Mente, emoções, corpo, tudo isso é uma coisa só para os Videntes Toltecas. O dualismo que queremos ver no ser humano existe, apenas está mal colocado. Não há dualismo mente e corpo. A dualidade do ser humano é o corpo físico e o corpo de energia. Tonal e nagual.

 

O corpo formado pela matéria, energia nos estados mais densos que chamamos físico(Tonal) e o outro corpo formado com Energia, matéria radiante(Nagual). Essa é uma das bases de trabalho dos Toltecas. O Corpo de Sonhar como chamavam, ou "O outro", ou ainda, "O Sósia" é uma concepção bem diferente do "corpo astral" do ocultismo moderno e "agir em corpo sonhador " é algo mais amplo que a viagem astral como ela é descrita hoje. Para os Toltecas o corpo sonhador tem que ser forjado, tem que ser criado. Em linguagem algo religiosa podemos dizer que o corpo de energia é a "alma" que para os Toltecas é construída, não algo "natural". Construir o corpo de energia é permitir a construção de um segundo veículo que acumule as vivências tidas em outros estados de consciência. 


Para os(as) Toltecas lembramos de nossa identidade todas as manhãs porque ela está impressa em nossas células. Para os (as) Toltecas o cérebro é um transdutor, ele lê e transduz mensagens, mas as lembranças estão no corpo, nas células do corpo, tanto que há exercícios de recapitulação que usam martelinhos para tocar certas partes do corpo e ativar lembranças. Assim, enquanto não temos um corpo de energia formado, vamos ter sempre um conjunto de lembranças meio turvas dos deslocamentos de nossa consciência timidamente usando o outro anel de poder, a segunda atenção. Mas quando o corpo de energia está completo as vivências noutros mundos vão sendo nele acumuladas, em suas "células energéticas" e isso gera uma "continuidade" existencial reveladora. 


Quando vamos ao mundo dos sonhos somos um "ente" ali, mas ainda nos estágios embrionários. Grande parte de nossos sonhos são apenas reverberações imaginativas de coisas que nos aconteceram durante o dia ou de neuroses e ansiedades não resolvidas. Mas todos temos sonhos nos quais sabemos que algo estava diferente, que havia uma "textura" de realidade que nos impressiona. 


Entretanto são fugidios e logo nos esquecemos, pois não temos onde acumular aquelas lembranças. Amadurecer um corpo sonhador, levá-lo a atravessar os sete portais de energia que existem para os sonhadores, os sete níveis de eficiência que devem ser alcançados para o corpo energético estar totalmente desperto e operacional é um trabalho árduo, mas os resultados são estupendos. Os videntes dizem que neste momento passamos a ter duas vidas, aprendemos o segredo de estar Aqui e AQUI, e começamos, de fato, a entender que tanto nós sonhamos o sonhado, como o sonhado sonha a nós, os sonhadores. 


O que os Videntes propõe então é após um treino completo das habilidades fundamentais do corpo de energia fundir os dois estados de consciência, isto é, operar com total plenitude mesmo aqui e agora. Assim, além de olhar para as coisas, podemos "ver" que é um atributo do corpo de energia. É um marco esse momento de fundir as duas atenções e só a partir daí o(a) feiticeiro(a) é um(a) Tolteca, aquele (a) que tem duas faces e sabe entrar e sair dos mundos. D. Juan conduz com Maestria C.C. por estes desafios. Para os Toltecas, existem portas de energias, orbitais diríamos hoje, que precisam ser atingidos e ultrapassados. Assim, sonhar se torna um trabalho focado e cada vez mais consciente de encontrar esses "obstáculos energéticos", entender sua natureza e ultrapássa-los. 


É aqui que C. C. tem de enfrentar grandes desafios. Descobre a natureza predatória do mundo no qual estamos inseridos e em outros mundos também. Descobre que consciência e energia são matéria prima em todos os mundos, itens buscados por todas as criaturas vivas, daí que estar sempre em alerta é o mínimo que um viajante pode estar se não deseja cair prisioneiro de inteligências mais antigas e espertas que nós. Viajar entre mundos, para os (as) Toltecas é algo delicado e que exige energia, foco e disciplina. Sobriedade é um dos escudos de todos(as) os(as) praticantes. Ser implacável, paciente, astuto e gentil são os estilos fundamentais de agir nos quais se expressa um equilíbrio harmônico desses estilos comportamentais. 


Entende-se por ser implacável estar no ato com plenitude, como se fosse o último da vida. 


Entende-se ser astuto como a habilidade de aproveitar de forma estratégica e favorecedora cada mínimo evento e elemento no contexto. 


Paciência é a capacidade de saber esperar, de relaxar e estar atento, de respirar e descobrir o tempo da situação para que o movimento ocorra no momento propício e adequado. Paciência vem permitir o despertar do "senso de oportunidade" um senso que todos temos mas que muitas vezes fica travado frente aos outros estímulos diários. Só o silêncio da paciência permite esse senso vibrar, nos mostrando o momento mais estratégico de agir. 


Gentileza: Aqui entra a impecabilidade, ser gentil é agir sem esperar recompensa, bom karma, céu, enfim, agir o melhor possível pelo simples prazer de agir. 


Para um(a) Tolteca trabalhar estes estilos comportamentais produz poder e energia da mesma forma que um mago ocidental praticaria com atenção exercícios para aumentar seu poder via ritos dos elementos, por exemplo. 


Os (as) Toltecas compreenderam que é o tonal que determina a extensão de poder do nagual, pois a segunda atenção opera na vastidão não conhecendo limites, por isso quando o tonal se funde ao nagual o nagual traz a vastidão e o tonal leva o propósito. 


Com um propósito firme, que chamam de intento inflexível, os(as) guerreiros(as) Toltecas conseguem atravessar a vastidão infinda da segunda atenção sem nela se perder e ousam um salto mais amplo, deixar a primeira e segunda atenção para entrarem num estado que só pode ser citado, que chamam de Terceira Atenção, Liberdade Total, estado que entram os que conseguem arder no "fogo da consciência" e deixar este mundo, livres, como se nunca houvessem existido. Este é o testamento Tolteca deixado através das Eras da Dominação para ser redescoberto em nossos dias. Que tais conhecimentos estejam voltando faz parte da mesma profecia que previu a queda destas terras sob o jugo do conquistador voraz. 


Alguns adendos: 

@ A base de todo trabalho sobre si começa com a recapitulação. Desde o primeiro momento os(as) aprendizes do caminho Tolteca são levados a criar uma lista onde vão relacionar todas as pessoas que conheceu na vida. Aos poucos vai se preparando para um exercício no qual lhe será solicitado(a) que lembre-se de "todos" os eventos de sua vida até o nascimento. Isso leva anos, anos mesmo e é algo que vez por outra temos que fazer de novo, para trabalharmos partes de nossas vidas que estavam esquecidas mas que vem a tona quando lembranças outras vão embora. É um dos alicerces do Caminho Tolteca tal prática. É esta recapitulação que ajuda o(a) aprendiz em diversas situações. Primeiro lhe ajuda a ver a si mesmo como ele é , não o que lhe disseram, um aglomerado de estilos de ser, agir, sentir e pensar que nada tem de seu. 


* Seres humanos como bolhas de fibras: Quando uma "bexiga de fibras", que é como os Toltecas vêem o ser humano, explode, suas fibras vão para todos os lados. Quando nasce um ser novo ele 'encarna" fibras de diversos balões. Mas não há uma essência passando de vida para vida. Tudo começa de novo, numa nova combinação entre fibras que já estiveram em outros balões antes, que se estiverem em número suficiente podem até reproduzir aspectos da vida anterior na qual estavam inseridas como parte, como componente da estrutura. Os Toltecas sabem que usamos a consciência. Mas se nos prendermos a nos identificar com a consciência que temos ao final seremos forçados a nos dissolver, pois a consciência é sempre tomada de volta pela Fonte, pelo Mar escuro da Consciência, onde no começo de tudo a consciência emanou. Para os TOLTECAS a "Fonte" está se revelando a si mesma e cada um de nós é um container de consciência que pode ser muito trabalhada. Quando morremos a consciência volta a fonte e a Totalidade é alimentada com mais saber sobre si mesma. Mas os Toltecas descobriram que havia outro caminho. Se os desafiadores da morte haviam apenas protelado sua dissolução os Novos Videntes descobriram um caminho novo, partiram da "Visão" que somos constituídos por duas forças. A consciência e a energia vital. Ao final da vida a consciência é cobrada de volta pela fonte, mas não energia vital. 


Por isso os Toltecas descobriram meios de treinar a energia vital para que ela se torne consciente de si, para que ela aprenda com a consciência a arte da consciência, mas aprenda também a não se identificar, assim a energia vital, sem deixar de ser una e ressonante a toda vida, ganha também um aspecto "singular". Quando chegar o encontro com a Morte a consciência será devolvida ao "Mar Escuro da Consciência", como um rio vai ao mar e se dissolve, mais cedo, logo no delta, ou mais ao largo, continuando mesmo no mar, como correntezas e rios que existem no mar, como seres que sobrevivem em planos paralelos a esses, mas tal qual o rio, deixaram suas margens há tempos e sua dissolução é apenas questão de tempo. Os novos Videntes mudam esse matiz. Ao chegar o momento renunciam completamente esta consciência, deixando-a para a Fonte , mas mantém a "si mesmo" enquanto ente singular, apoiado na energia vital que sustenta o ponto de aglutinação num instante em que ele nada aglutina, num momento de transição. Então, a ousadia suprema, os Novos Videntes Toltecas ousam se incendiar com o fogo da consciência, isto é , entram noutro estado de existência, tomando uma nova "atenção" para si. Este estado do qual é impossível falar é chamado de 3ª Atenção. Chamam também de Liberdade Total é é proposta como a meta final, objetivo de vida de quem se dedica ao Xamanismo Guerreiro Tolteca. O tema é muito vasto, portanto aqui foram apenas algumas alusões que aconteceram, alusões corroboradas pela prática e pelo diálogo com outros(as) praticantes.



Notas


1 - o termo novos videntes, em oposição aos antigos videntes, definem praticantes do conhecimento Tolteca que não estavam interessados em ter poder sobre os outros, mas em ter poder sobre si mesmos. Essa diferença de atitude caracteriza o novo ciclo entre os videntes toltecas. Pode-se dizer que aqueles são guerreiros que veem enquanto esses são feiticeiros interessados na manipulação da consciência para controle. No livro Fogo Interior, o nagual Dom Juan Matus faz essa distinção entre novos videntes, guerreiros que veem, e antigos videntes, feiticeiros. O termo guerreiro tem aqui uma conotação importante, pois indica uma disciplina interior que não era exercida pelos videntes do ciclo anterior, daí o velho nagual usar o termo guerreiro que vê.


2 - Neste parágrafo e no anterior faz-se alusão aos chamados desafiantes da morte. O citado guardião é um desafiante da morte que alterou o curso da linhagem de Dom Juan Matus, mas distinto daqueles quatro antigos videntes que são descritos pelo nagual Carlos Castaneda no capítulo 15 do Fogo Interior, pois aquele possuía a capacidade de estender sua vida através do processo de abrir e fechar sua fenda (uma característica de nossos ovos ou casulos luminosos, uma “falha” pela qual a morte adentra) à vontade tendo estabelecido uma simbiose de energia e troca de poderes com os naguais subsequentes ao seu aparecimento por volta do século XVI, mais precisamente em 1723, tendo feito inicialmente contato com o nagual Sebastian.


3 - O derrubador ou a força rolante é umas emanações da Águia ou do Mar Escuro da Consciência, apresenta-se como uma linha de bolas de fogo que nos golpeia na altura do umbigo ou da fenda luminosa nos levando à morte.


quinta-feira, 19 de outubro de 2023

A Tarefa do Nagual

 "A tarefa que meu mestre me encomendou e minha missão como nagual para a era que começa, é mover o ponto de aglutinação da Terra" - Carlos Castaneda.


A Tarefa Do Nagual - do livro Encontros com o Nagual, de Armando Torres.

"Poderia me dizer qual é a tarefa que lhe deixou encomendada o nagual Juan Matus?"

Olhou-me com um ar de surpresa.

O habitual era que Carlos escondesse suas respostas entre palavras, ou que nos fosse dando, pouco a pouco, nas conversas dele. Mas desta vez mudou de tática.

Falou que minha pergunta era tão extraordinária, que não lhe restava mais remédio que tomá-la como um augúrio. Mas a resposta o comprometia de um modo tão pessoal, que só poderia transmiti-la em um lugar apropriado. Por conseguinte, combinamos de nos ver no dia seguinte no Café Tacuba, um dos restaurantes favoritos de don Juan.

Depois do café da manhã, falou em tom solene que eu deveria silenciar meu diálogo interno, porque estávamos a ponto de visitar um lugar sagrado onde estava enterrado um famoso guerreiro da antiguidade. Acrescentou que o dia era perfeito para isto, porque desde o amanhecer tinha caído sobre a cidade uma escura névoa.

"E como tudo se tornou sinistro, hoje nossos sinais virão pela esquerda".

No princípio me causou graça o esforço dele para me impressionar. Mas, enquanto avançávamos em direção ao Zócalo, eu ia ficando mais e mais apreensivo.

Entramos pela bonita porta lateral da Catedral de México e ingressamos no gigantesco salão principal. Imediatamente, Carlos se aproximou da pia de água benta, molhou seus dedos e fez o sinal da cruz. Chamou minha atenção a familiaridade de seus movimentos, como se ele estivesse acostumado a assistir à missa.

Observando minha curiosidade, explicou que um guerreiro deve respeitar todas as convenções, particularmente a de uma instituição como a Igreja católica que durante séculos serviu como santuário para os bruxos.

Sentamos nos bancos da nave central e permanecemos durante algum tempo em silêncio. A atmosfera era muito calma, havia poucas pessoas naquele momento. Eu notei que a postura dele era muito direita e que seus olhos, nem abertos nem fechados, pareciam perdidos no emaranhado de decorações do altar principal. O suave cheiro de velas chegava até nosso banco e também o rumor de algumas vozes infantis que ensaiavam um coro; ou talvez fosse um gravador.

Pouco a pouco fui ensimesmando, até que perdi a noção do meio. A voz dele me sobressaltou:

"A tarefa que meu mestre me encomendou e minha missão como nagual para a era que começa, é mover o ponto de aglutinação da Terra".

Eu esperava qualquer coisa menos isso. Durante alguns segundos, minha mente não reagiu; simplesmente não tinha a menor ideia do que Carlos estava dizendo. Mas, de repente, a monstruosidade de sua tarefa me bateu no centro da razão e me descobri pensando que Carlos, ou estava louco, ou estava falando de algo do qual eu não tinha nem a mínima ideia.

Para aumentar minha confusão, ele parecia estar consciente de meus pensamentos, porque concordou ligeiramente com a cabeça e murmurou:

"É assim. Tem que estar louco para se deixar comprometer desse modo, e mais louco ainda para acreditar que seja possível cumprir".

Perguntei como era possível que um homem se propusesse uma semelhante façanha.

Respondeu:

"Assim como o outro mundo tem sua unidade móvel - os seres inorgânicos -, a Terra também a tem, e somos nós. Nós somos os filhos da Terra. O movimento do ponto de aglutinação de um número suficiente de guerreiros pode mover a modalidade de uma época, e isso é algo no que eu estou trabalhando agora".

Explicou que o ponto de aglutinação da Terra mudou muitas vezes no passado e o fará no futuro. Nos últimos tempos tem derivado de um modo contínuo para a área da razão.

“Isso é magnífico, porque, uma vez que se fixe lá, a humanidade terá uma oportunidade para mover-se ao outro lado e muitos homens e mulheres ficarão conscientes. O desafio para os videntes do futuro consistirá em manter esse enfoque durante o tempo que seja necessário para que se fixe, tornando-se uma posição permanente do planeta, um novo centro ao qual se poderá recorrer em qualquer momento e com inteira naturalidade”.

"O reenfoque da atenção da Terra é produto da ação combinada de muitas gerações de naguais. Os novos videntes o conceberam como uma possibilidade e descobriram que fazia parte da regra. Eles o incubaram com seu intento e determinaram que já chegou o momento".

"Qual é o resultado desse movimento?”.

“Mover a fixação do planeta é a única saída ao dramático estado de escravidão ao qual fomos reduzidos. O leito de nossa civilização não tem saída, porque estamos isolados em um ponto remoto do Cosmos. Se não aprendermos a viajar pelas avenidas da consciência, chegaremos a um estado tal de frustração e desespero que a humanidade terminará destruindo-se a si mesma. Nossa opção atual é o caminho do guerreiro ou a extinção”.

“Porém, eu mesmo não posso atestar os efeitos totais de minha tarefa. O ponto de aglutinação da Terra é muito grande, tem uma inércia enorme. Minha missão é acender o pavio, mas levará seu tempo para armar a fogueira. Na realidade, essa tarefa não é só minha, mas da totalidade dos videntes que chegarão”.

O conhecimento do ponto de aglutinação é um presente maravilhoso que o espírito deu ao homem moderno, e é o catalisador para a mudança da modalidade desta época. Não é uma utopia, mas uma possibilidade real que espera ali, ao dobrar da esquina”.

"Não quero especular sobre as possibilidades que tenho de sair vitorioso em minha tarefa, mas insisto, porque isso é tudo o que me resta fazer. No íntimo, não tenho dúvidas.

Considero que o futuro é luminoso, porque pertence à consciência; o que, para os bruxos, significa que pertence ao nagualismo".

sexta-feira, 2 de junho de 2023

NASA, OVNIs, UAPs e esféricas metálicas por todo o planeta.

NASA fez anteontem, 31 de maio de 2023, reunião pública histórica sobre a questão OVNI, atualmente chamada de UAPs - fenômenos aéreos anômalos - e tenta assumir o controle oficial da narrativa sobre o assunto, mas enfrenta oposição ferrenha virtual de cidadãos que acham que o tema não é relevante, apesar do avistamento de esferas metálicas de origem desconhecida por todo o planeta.



segunda-feira, 11 de julho de 2022

O problema da proteína spike do corona e de algumas vacinas

O problema deste vírus projetado - corona - não é apenas o vírus em si, mas alguns segmentos do vírus que produzem efeitos deletérios de longa duração devido aos efeitos tóxicos de alguns de seus elementos, mesmo depois do vírus ter sido destruído pelo sistema imune. Além do mais alguns desse elementos são sinteticamente produzidos e fazem parte do projeto das 'vacinas' baseadas em rna mensageiro. Saiba como prevenir-se e tratar-se dos efeitos dessa arma biológica travestida de vírus e de vacina.


segunda-feira, 30 de maio de 2022

Sobre a Presença

 



Podemos nos ligar profunda_mente à Presença de um Mestre Espiritual pela via da meditação. 


Não é necessário que seja um Mestre físico ou encarnado, pois não há tantos disponíveis ou acessíveis, mas se tal for possível e houver afinidade espiritual é bom que se faça. Em geral, o Poder determina isso. 


Contudo, não é absolutamente necessário. E não é absolutamente necessário pois a Presença de um Mestre é a própria Presença presente em cada um


Entenda-se aqui PRESENÇA como o Ser, que é presente, existente em cada um de nós, eis o princípio divinal, brilhante, autoiluminado ‘Eu Sou’, que é comum a todos. 


Sendo comum a todos permite que através da Presença de um Mestre autorrealizado acessemos a nossa própria Presença. 


Um Mestre é assim uma ‘ponte’ espiritual para que atravessemos a ilusão egoica na direção da Presença, da Unidade. 


Na verdade, após a ‘travessia’ veremos que nunca houve ‘ponte’, pois teremos realizado a unidade fundamental do Ser. 


A chave aqui é a lembrança de Si. 


Lembrar de Si é lembrar da própria Presença Eu Sou, o Observador, a Testemunha Silenciosa. 


Tal conceito do Trabalho Esotérico ou do Trabalho sobre si liga-se a outro conceito: a Observação de si. 


Lembrar de Si é lembrar do Observador, pois é Ele que observa o si, o ego. O ego é o observado, mas quem observa é o Ser.


Por isso é que Gurdjieff diz que no início a observação de si é muito difícil, pois não temos acesso ao Ser, ao Observador, já que estamos identificados com o ego, o observado, os pensamentos, as reações mecânicas, o condicionado. 


O Ser trabalha desde ‘dentro’ através de inquietudes espirituais que estimulam a Busca. Dessa forma o buscador busca na verdade a Si mesmo (ou como diria a música de Milton Nascimento: Eu, caçador de mim) em meio aos escombros do ego. 


Um Mestre realizado é um espelho, um modelo, uma referência daquilo mesmo que podemos ser, e que somos.


terça-feira, 24 de maio de 2022

Sobre a Presença, estar na própria Presença ou o sentido do 'Eu Sou'

1

O ‘eu sou’ veio primeiro, está sempre presente, sempre disponível, recuse todos os pensamentos, exceto ‘eu sou’ e fique lá.

Nisargadatta Maharaj



Comentários

Compreender o ‘eu sou’, o seu sentido de ‘ser’ ou apenas ‘presença’ é extremamente importante, em que repousa o resultado completo do ensino.

Em primeiro lugar, você está totalmente consciente do seu ‘Ser’ ou do fato de que ‘você é’? Você tem que ‘ser’ antes de qualquer outra coisa possa ser, seu senso de ‘presença’ ou a sensação ‘eu sou’ é realmente fundamental para qualquer coisa que tem que seguir.

Em segundo lugar, este sentimento de ‘ser’ ou a sensação de ‘eu sou’, não foi o primeiro evento ou acontecimento antes que qualquer experiência de sua vida pudesse começar?

Aplique sua mente para voltar no tempo no momento em que ficou claro para você que ‘você é’ ou ‘eu sou’. Este ‘eu sou’ ainda está lá com você, sempre presente, sempre disponível, ele foi e ainda é o primeiro pensamento, recuse todos os outros pensamentos e volte para lá e fique lá. Assim tente entender e agarrar este ‘sentido de eu existo’ ou ‘o sentido de eu sou’ que é ligado de forma inseparável a você. Quanto mais preciso e claro você fizer, o mais rápido será seu progresso.

Extraído do livro 'O Nisargadatta Gita'

Download do livro AQUI.

quarta-feira, 18 de maio de 2022

A Conspiração do Bórax, Big Pharma, cura da artrite (e de outras 'ites')

Todas as substâncias são venenos, não existe nada que não seja veneno. Somente a dose correta diferencia o veneno do remédio - Paracelso.

 

A Conspiração do Bórax - como se impediu a cura da artrite. 



É possível que não consiga imaginar que o bórax, esse humilde inseticida e detergente da roupa, tenha o potencial para derrubar, sozinho, todo o nosso sistema econômico. Mas não tem de se preocupar, o perigo foi reconhecido e já estão a ser tomadas as medidas necessárias para resolver a situação. Vou começar pelos fatos básicos e você irá perceber o que quero dizer a medida em que a história se desenrola.

O bórax é um sal mineral natural extraído de depósitos e é a fonte de outros compostos de boro fabricados. Os principais depósitos encontram-se na Turquia e na Califórnia. Os nomes químicos são tetraborato de sódio decahidratado, tetraborato dissódico decahidratado ou, simplesmente, borato de sódio. Isso significa que contém quatro átomos de boro como característica central combinados com dois átomos de sódio e dez moléculas (ou por vezes menos) de água de cristalização. Todo o bórax é extraído de depósitos naturais, não existe bórax sintético, a diferença reside apenas na quantidade de água de cristalização que contém – decahidratado significa 10 moléculas de água, pentahidratado significa 5 e anidro significa 0 de água; quimicamente é tudo igual.

Por conseguinte, o bórax é o sal de sódio do ácido bórico fraco. Uma vez que o sódio é mais fortemente alcalino, isto faz com que uma solução de bórax seja fortemente alcalina com um pH entre 9 e 10 (o pH 7 é neutro). Quando ingerido, reage com o ácido clorídrico no estômago para formar ácido bórico e cloreto de sódio. O teor de boro do bórax é de 11,3% enquanto o do ácido bórico é de 17,5% ou cerca de 50% mais elevado. Os compostos de boro ingeridos são rapidamente e quase completamente excretados com a urina. Antigamente, o ácido bórico era muito utilizado como conservante nos alimentos, mas atualmente é proibido para este efeito na maioria dos países e a sua venda ao público é também proibida na Austrália.

Segundo a medicina convencional, desconhece-se se o boro é essencial para os seres humanos, mas a investigação mostra que precisamos dele. A razão que tem dificultado a resposta a esta pergunta é a presença de boro em todas as plantas e alimentos não transformados. As dietas com uma quantidade razoável de fruta e legumes fornecem cerca de 2 a 5 mg de boro por dia, mas isto também depende da região onde os alimentos foram cultivados e da forma como foram cultivados.

Na realidade, a ingestão média nos países desenvolvidos é de 1 a 2 mg de boro por dia. Os doentes institucionalizados podem receber apenas 0,25 mg de boro por dia. Os fertilizantes químicos inibem a captação de boro do solo: uma maçã orgânica cultivada num bom solo pode ter 20 mg de boro, mas se for cultivada com fertilizantes pode ter apenas 1 mg de boro. Os fertilizantes aliados a más opções alimentares reduziram imenso a nossa ingestão de boro em comparação com o que acontecia há 50 ou 100 anos.

Além disso, os métodos de cozinhar pouco saudáveis reduzem muito a disponibilidade do boro nos alimentos. A água de cozedura dos legumes que contém a maioria dos minerais muitas vezes deita-se fora quando se cozinha em casa ou durante a transformação comercial; o ácido fítico existente nos produtos de padaria, cereais e legumes cozinhados pode reduzir muito a disponibilidade, enquanto a sensibilidade ao glúten e o crescimento excessivo de Cândida inibem a absorção de minerais. Tudo isto faz com que os problemas de saúde devidos à deficiência de boro sejam atualmente muito frequentes.

Efeitos do boro na saúde

Devido ao seu teor de boro, o bórax e o ácido bórico têm basicamente os mesmos efeitos na saúde, com boas propriedades antissépticas, antifúngicas e antivirais, mas apenas uma ligeira ação antibacteriana. Nas plantas e também nos animais, o boro é essencial para a integridade e o funcionamento das paredes das células e para a forma como os sinais são transmitidos através das membranas.

O boro é distribuído por todo o organismo com a concentração mais elevada nas glândulas paratireoides, seguindo-se os ossos e o esmalte dentário. É essencial para um funcionamento saudável dos ossos e das articulações, regulando a absorção e o metabolismo do cálcio, do magnésio e do fósforo através da sua influência nas glândulas paratireoides. O boro está assim para as paratireoides como o iodo está para a tireoide.

A deficiência de boro faz com que as paratireoides fiquem hiperativas, libertando demasiada hormona paratireoide que aumenta o nível de cálcio no sangue ao libertar cálcio dos ossos e dos dentes. Isto conduz depois a osteoartrite e outras formas de artrite, osteoporose e cáries dentárias. Com o avançar da idade, os níveis elevados de cálcio no sangue conduzem à calcificação dos tecidos moles provocando rigidez e contrações musculares; calcificação das glândulas endócrinas, especialmente a glândula pineal e os ovários; arteriosclerose, pedras nos rins e calcificação dos rins que acabam por provocar insuficiência renal. A deficiência de boro aliada à deficiência de magnésio é especialmente prejudicial para os ossos e os dentes.

O boro afeta o metabolismo das hormonas esteroides e, especialmente, das hormonas sexuais. Aumenta os baixos níveis de testosterona nos homens e os níveis de estrogénios nas mulheres na menopausa. Desempenha também uma função na conversão da vitamina D na sua forma ativa, aumentando assim a captação de cálcio e a deposição nos ossos e nos dentes em vez de provocar a calcificação dos tecidos moles. Foram referidos também outros efeitos benéficos como, por exemplo, melhoria de problemas cardíacos, da visão, psoríase, equilíbrio, memória e cognição.

O investigador alemão do cancro, Dr. Paul-Gerhard Seeger, mostrou que o cancro começa frequentemente com a deterioração das membranas celulares. Como o boro é essencial para as membranas celulares e a deficiência de boro é vasta, isto pode ser uma causa importante do início do crescimento dos tumores. Os compostos de boro têm propriedades antitumorais e são "potentes agentes anti-osteoporóticos, anti-inflamatórios, hipolipémicos, anticoagulantes e antineoplásicos" (1).

Este resumo mostra a vasta influência do boro na nossa saúde. Em seguida irei descrever alguns destes efeitos na saúde com mais pormenor.

A cura da artrite de Rex Newnham

Na década de 1960, Rex Newnham, Ph.D., D.O., N.D, contraiu artrite. Nessa altura, trabalhava como cientista de solos e plantas em Perth, na Austrália Ocidental. Como os medicamentos convencionais não ajudavam, procurou a causa na química das plantas. Apercebeu-se que as plantas nessa zona eram bastante deficientes em minerais. Sabendo que o boro ajuda o metabolismo do cálcio nas plantas, decidiu experimentar. Começou a tomar 30 mg de bórax por dia e em três semanas todas as dores, inchaço e rigidez tinham desaparecido.

Informou as autoridades escolares médicas e de saúde pública sobre a sua descoberta, mas não se mostraram interessadas. No entanto, algumas pessoas com artrite ficaram encantadas à medida que melhoravam. Outras tinham receio de tomar uma coisa cujo recipiente apresentava um rótulo de veneno e que se destinava a matar baratas e formigas. Eventualmente, mandou fazer comprimidos com uma quantidade segura e eficaz de bórax.

Em cinco anos e com a informação a passar apenas de boca em boca vendeu 10.000 frascos por mês. Deixou de conseguir fazer face à situação e pediu a uma empresa farmacêutica para os comercializar. Foi um erro tremendo. A empresa indicou que esses comprimidos iriam substituir medicamentos mais caros e reduzir os seus lucros. Sucedeu que a empresa tinha representantes nos comités de saúde pública e fez com que, em 1981, a Austrália criasse um regulamento em que se declarava que o boro e os respetivos compostos eram venenos em qualquer concentração. Foi multado em 1000 dólares por vender um veneno e isto veio pôr um ponto final na disseminação da sua cura para a artrite na Austrália. (2)

Subsequentemente, publicou vários artigos científicos sobre o bórax e a artrite. Um deles foi um ensaio duplamente cego realizado em meados da década de 1980, no Royal Melbourne Hospital, que revelou que 70% das pessoas que concluíram o ensaio melhoraram muito. Apenas 12% melhoraram com placebo. Não houve efeitos secundários negativos, mas algumas pessoas referiram que os seus problemas cardíacos também tinham melhorado e registravam melhorias ao nível da saúde em geral e menos cansaço. (3)

A maioria da sua investigação posterior foi dedicada à relação entre os níveis de boro no solo e a artrite. Descobriu, por exemplo, que as ilhas tradicionais da cana-de-açúcar, devido à utilização pesada de fertilizantes por períodos prolongados, têm níveis muito baixos de boro no solo. A Jamaica tem o nível mais baixo e as taxas de artrite rondam os 70%. Reparou que até a maioria dos cães coxeava. A seguir vêm as Maurícias com níveis de boro muito baixos e 50% de artrite. A ingestão diária de boro nestes países é inferior a 1 mg/dia. Uma comparação interessante é entre os indianos e os fijianos de origem. Estima-se que os indianos têm uma taxa de artrite de cerca de 40% e comem muito arroz cultivado com fertilizantes, ao passo que os fijianos de origem, com uma taxa de artrite estimada em 10%, comem principalmente raízes amiláceas cultivadas por particulares, sem fertilizantes.

Os EUA, a Inglaterra, a Austrália e a Nova Zelândia têm em geral níveis médios de boro no solo, com uma ingestão estimada de 1 a 2 mg de boro e taxas de artrite de cerca de 20%. Mas Carnarvon, na Austrália Ocidental, tem elevados níveis de boro no solo e na água e a taxa de artrite é de apenas 1%. O mesmo se passa num local chamado Ngawha Springs, na Nova Zelândia, com níveis muito elevados de boro na água termal que tem efeitos curativos na artrite. Efetivamente, todas as termas com fama de curar a artrite têm níveis muito elevados de boro. Estes são também elevados em Israel, com uma ingestão diária de boro estimada em 5 a 8 mg e apenas 0,5 a 1% de artrite.

Uma análise óssea revelou que as articulações artríticas e os ossos próximos das mesmas tinham apenas metade do teor de boro das articulações saudáveis. Igualmente, o líquido sinovial que lubrifica as articulações e fornece nutrientes à cartilagem é deficiente em boro nas articulações artríticas. Após suplementação com boro, os ossos apresentavam-se muito mais duros do que o normal e os cirurgiões tiveram mais dificuldades em os serrar. Com boro adicional, as fraturas ósseas curam em cerca de metade do tempo normal, tanto nas pessoas como nos animais. Os cavalos e os cães com pernas partidas, ou mesmo com fraturas da bacia, se recuperaram completamente.

O bórax também é eficaz com outras formas de artrite, como a artrite reumatoide, a artrite juvenil e o lúpus (lúpus eritematoso sistémico). Por exemplo, o Dr. Newnham viu uma menina de 9 meses com artrite juvenil. Conseguiu curá-la em 2 semanas.

Escreveu que é frequente as pessoas conseguirem livrar-se das dores, do inchaço e da rigidez em cerca de 1 a 3 meses. Em seguida, podem reduzir o tratamento de 3 para 1 comprimido de boro (cada um de 3 mg) por dia como dose de manutenção a fim de evitarem a artrite no futuro. Afirmou também que os doentes com artrite reumatoide tinham geralmente uma reação de Herxheimer e que isso é sempre um sinal de bom prognóstico. Devem ser perseverantes e bastam mais 2 ou 3 semanas para que as dores, o inchaço e a rigidez desapareçam. (4,5)

Achei esta declaração não só interessante mas também surpreendente. A reação de Herxheimer é um agravamento inicial dos sintomas com aumento da dor. Deve-se, frequentemente, às toxinas libertadas por Cândida e micoplasmas mortos. Isto é muito frequente com a terapia antimicrobiana e o bórax é, definitivamente, um fungicida excecionalmente bom e forte. O que me surpreende, porém, é que este efeito fungicida já se encontre presente nesta dose bastante baixa de 75 a 90 mg de bórax. Igualmente surpreendente é a descoberta de que também até 30% das pessoas com osteoartrite tiveram uma reação de Herxheimer, o que sugere que a fronteira entre osteoartrite e artrite reumatoide é bastante fluida. Creio que em casos prolongados e especialmente resistentes será aconselhável utilizar adicionalmente outros antimicrobianos. Para os co-fatores do tratamento da artrite, ver também o meu artigo Arthritis and Rheumatism ou a brochura OVERCOMING ARTHRITIS.

Osteoporose e hormonas sexuais

A deficiência de boro faz com que se percam na urina muito maiores quantidades de cálcio e magnésio. Um suplemento de bórax reduz a perda diária de cálcio em cerca de 50%. Uma vez que este cálcio vem principalmente de osso reabsorvido e dos dentes, a deficiência de boro pode ser o fator mais importante para a causa da osteoporose e das cáries dentárias.

Estima-se que 55% dos americanos com mais de 50 anos tenham osteoporose e destes cerca de 80% são mulheres. A nível mundial, 1 em 3 mulheres e 1 em 12 homens com mais de 50 anos podem ter osteoporose, sendo esta responsável por milhões de fraturas todos os anos. Durante 30 dias foi administrado um suplemento de boro a ratos com osteoporose e o resultado foi que a qualidade dos seus ossos se tornou comparável à do grupo de controlo saudável e de um grupo com um suplemento de estradiol (6).

O efeito benéfico do bórax nos ossos parece dever-se a dois efeitos inter-relacionados: um teor mais elevado de boro dos ossos que os torna mais duros e uma normalização das hormonas sexuais que estimula o crescimento de osso novo. Pensa-se que os baixos níveis de estrogénios após a menopausa são a principal razão pela qual tantas mulheres mais velhas contraem osteoporose. Nos homens, os níveis de testosterona diminuem de forma mais gradual, o que parece traduzir-se no aparecimento mais tardio de osteoporose neste grupo.

A investigação já mostrou que a suplementação de boro nas mulheres pós-menopausa duplica o nível sanguíneo da forma mais ativa de estrogénio, 17-beta estradiol, para o nível encontrado nas mulheres submetidas a terapêutica de substituição estrogênica. Igualmente, os níveis sanguíneos de testosterona mais do que duplicaram (7). Com a terapia de substituição hormonal (TSH) existe um risco mais elevado de cancro da mama ou do endométrio, o que não se constata com as hormonas produzidas pelo organismo nem com a suplementação de boro.

Algumas mulheres têm problemas pré-menstruais porque os níveis de estrogénio são demasiado elevados e a progesterona é demasiado baixa e, por conseguinte, poderão ter receio de utilizar boro. No entanto, não encontrei quaisquer provas de que o boro eleve o estrogénio acima de níveis saudáveis normais. O boro pode equilibrar os níveis de hormonas sexuais de uma forma semelhante à ação da raiz de maca (peruana) em pó. A maca atua sobre a glândula pituitária não só para aumentar mas também para equilibrar as nossas hormonas sexuais e parece estimular a nossa própria produção de progesterona conforme necessário.

Um estudo recente realizado em homens jovens (29 - 50) revelou que o nível de testosterona livre (a forma que mais interessa) subira um terço após uma suplementação diária de cerca de 100 mg de bórax durante uma semana (8). Isto reveste-se de especial interesse para os culturistas.

Contrariamente à preferência médica de castrar quimicamente os homens com cancro da próstata, a investigação com boro revelou que os níveis elevados de testosterona são benéficos ao diminuírem os tumores da próstata e os níveis de PSA, sendo o PSA um marcador para tumores e inflamação na próstata. Além disso, a melhoria significativa da memória e da cognição em indivíduos idosos pode dever-se em parte ao aumento dos níveis de hormonas sexuais e em parte à melhoria das funções das membranas das células cerebrais (9).

Foram-me feitas perguntas sobre a suplementação de boro no caso de mulheres com cancro da mama sensível aos estrogénios. O cancro da mama está relacionado com calcificações na mama. Na minha opinião, é mais importante normalizar o metabolismo do cálcio-magnésio e as funções das membranas celulares do que sentirmo-nos limitados por um conceito médico eventualmente errado, especialmente porque acredito que o cancro pode geralmente ser controlado com terapia antimicrobiana prolongada. Por conseguinte, eu utilizaria boro e maca neste caso.

Fungos e fluoreto

Sendo um ótimo fungicida, não surpreende que o bórax esteja a ser utilizado com sucesso no tratamento de Cândida. Existe informação muito interessante num fórum da Earth Clinic chamado Borax Cures (10). Nas pessoas de peso baixo a médio, utilizar 1/8 de colher de chá de bórax em pó e nas pessoas mais pesadas 1/4 de colher de chá por litro de água. Bebe-se a água a intervalos durante o dia, durante 4 ou 5 dias por semana enquanto for necessário.

Muitos participantes escreveram que este tratamento os curou ou ajudou muitíssimo. Por exemplo, este comentário: "Também tenho psoríase, por isso talvez as dores nas minhas articulações sejam a artrite psoriática a avançar. Pensei, depois de ler sobre o bórax aqui neste fórum, que ia experimentar. Oh Meu Deus! Num dia, as dores nos meus joelhos desapareceram! .... Além disso, a minha psoríase parece muito melhor ao fim de 2 dias a beber ¼ de colher de chá de bórax em 1 litro de água por dia."

Outra sobre fungos dos dedos dos pés: "Molhou os pés e depois pegou numa mão cheia (de bórax) e esfregou-a nos pés. Disse que parou imediatamente a comichão! Ficou espantado. Umas semanas mais tarde perguntei-lhe como é que estava o pé de atleta e ele respondeu: É espantoso! Não voltou! Aquela coisa curou-o totalmente!!!"

Outros comentários entusiásticos eram sobre candidíase vaginal. O bórax pareceu ser mais eficaz do que outros medicamentos. Em geral, uma cápsula grande de gelatina cheia de bórax ou ácido bórico foi introduzida ao deitar durante várias noites ou até 2 semanas. Em alternativa, o pó pode ser misturado com óleo de coco solidificado frio como um bólus ou supositório.

Um estudo científico recente (11) confirma estas observações positivas com a candidíase vaginal. O ácido bórico na dose de uma cápsula cheia funcionou mesmo nos casos de Cândida resistente aos medicamentos e contra todas as bactérias patogénicas testadas. Devido à maior diluição, um duche poderá não ser suficientemente forte para as bactérias e para a Cândida resistente aos medicamentos, mas deve funcionar para a Cândida normal. O bórax, devido à sua alcalinidade, foi mais eficaz do que o ácido bórico.

Em condições saudáveis normais, a Cândida existe como células de levedura ovais inofensivas. Quando desafiada, desenvolvem-se cadeias de células alongadas chamadas pseudo-hifas e, por último, filamentos longos e estreitos semelhantes a tubos, fortemente invasivos, chamados hifas. Estes danificam a parede intestinal, causando inflamação e síndrome do intestino permeável (origem de doenças autoimunes). As pseudo-hifas e hifas podem ser observadas no sangue de indivíduos com cancro e doenças autoimunes. A Cândida pode também formar camadas resistentes de biofilme. Este mesmo estudo mostra que o ácido bórico/bórax inibe a formação de biofilmes e também a transformação de células de levedura inofensivas em forma hifal invasiva. Noutros artigos mostrei que este processo, frequentemente iniciado por antibióticos, é uma causa básica da maioria das nossas doenças modernas, e isto faz do bórax e do ácido bórico remédios para os cuidados de saúde primários. Mas este artigo mostra que existem muito mais razões para lhes atribuir uma classificação máxima.

Uma análise científica em 2011 concluiu que: "... o ácido bórico é uma opção econômica, alternativa e segura para as mulheres com sintomas recorrentes e crónicos de vaginite quando o tratamento convencional falha..." (12). Mas já que é tão melhor do que os medicamentos, por que não utilizá-lo como primeira opção ou utilizar o ainda mais eficaz bórax?

Outro estudo da Turquia (13) mostra o efeito protetor do ácido bórico em alimentos contaminados com microtoxinas, especialmente aflatoxinas fúngicas. Entre estas, a aflatoxina B1 (AFB1) causa danos extensos ao nível do ADN e é o carcinogêneo mais potente jamais testado, afetando especialmente o fígado e os pulmões, causando também defeitos de nascença, imunotoxicidade e mesmo a morte em animais de produção e nos seres humanos. O tratamento com ácido bórico foi protetor e suscitou o aumento da resistência do ADN aos danos oxidativos induzidos pela AFB1. A forte ação antifúngica do ácido bórico é, evidentemente, a razão pela qual tem sido tradicionalmente utilizado como conservante alimentar.

O bórax, à semelhança da solução de iodo de lugol igualmente em perigo, também pode ser utilizado para remover os fluoretos acumulados e os metais pesados do organismo (14). O fluoreto não só provoca a deterioração dos ossos, mas também a calcificação da glândula pineal e a hipoatividade da tireoide. O bórax reage com os iões de fluoreto para formar fluoretos de boro que são depois excretados na urina.

Num estudo chinês, utilizou-se bórax para tratar 31 doentes com fluorose esquelética. A quantidade foi gradualmente aumentada de 300 para 1100 mg/dia durante um período de três meses, com uma semana de paragem todos os meses. O tratamento foi eficaz com 50 a 80% de melhoria.

Uma participante do fórum sofria de fibromialgia/rosácea, fadiga crônica e problemas da ATM (articulação temporomandibular) durante mais de 10 anos e pensa que foram causados pelos fluoretos. Utilizou 1/8 de colher de chá de bórax e 1/8 de colher de chá de sal marinho num litro de água desclorada e bebeu-a durante 5 dias todas as semanas. Em duas semanas, a cara estava limpa, a vermelhidão regredira, a temperatura corporal normalizara, o nível de energia aumentara e ela perdera o excesso de peso de forma regular. O único efeito secundário foi um agravamento inicial dos sintomas de rosácea.

Outro comentário: "Há 7 anos cancro da tiroide, no ano seguinte fadiga adrenal, depois menopausa precoce, no ano seguinte prolapso uterino seguido de histerectomia – no ano seguinte fibromialgia e neuropatia. Na minha infância era água fluorada juntamente com comprimidos de flúor. No outono de 2008 enfrentava a incapacidade total. Mal podia andar e não conseguia dormir por causa das dores e vomitava todos os dias devido às dores nas costas. ... Depois de ler sobre o flúor, comecei a perceber de onde vinham todos os meus problemas. ... Comecei a desintoxicação com bórax, 1/8 de colher de chá num litro de água, e em 3 dias os meus sintomas praticamente desapareceram."

Metabolismo do cálcio-magnésio

Existe antagonismo e também cooperação entre o cálcio e o magnésio. Cerca de metade do magnésio total do organismo encontra-se nos ossos e a outra metade no interior das células de tecidos e órgãos. Apenas 1% se encontra no sangue e os rins tentam manter este nível constante excretando mais ou menos com a urina.

Em contrapartida, 99% do cálcio encontra-se nos ossos e o resto no líquido no exterior das células. Os músculos contraem quando o cálcio entra para as células e relaxam quando o cálcio é novamente bombeado para fora e entra o magnésio. Esta bomba celular exige muita energia para bombear o cálcio para fora e, se as células estiverem com uma baixa de energia, o cálcio pode acumular-se dentro das células. A baixa energia celular pode dever-se a Cândida, ao metabolismo deficiente dos açúcares ou das gorduras, a deficiências ou à acumulação de resíduos metabólicos e toxinas.

Isto conduz depois à relaxação apenas parcial dos músculos com rigidez, uma tendência para cãibras e má circulação sanguínea e linfática. O problema agrava-se quanto mais cálcio se move dos ossos para os tecidos moles. As células nervosas também podem acumular cálcio, conduzindo a uma transmissão nervosa deficiente, no cristalino causa cataratas, a produção hormonal é cada vez mais reduzida à medida que as glândulas endócrinas calcificam cada vez mais e todas as outras células são afetadas nas suas funções normais. Além disso, causa deficiência de magnésio intracelular. O magnésio é necessário para ativar inúmeras enzimas e a sua deficiência faz com que a produção de energia seja ineficaz e bloqueada.

Um outro problema é que o excesso de cálcio danifica a membrana celular e torna mais difícil a entrada de nutrientes e a saída de resíduos. Quando o nível de cálcio intracelular fica demasiado elevado a célula morre.

Podemos ver aqui a importância do boro como regulador das funções das membranas celulares, especialmente no que diz respeito aos movimentos do cálcio e do magnésio. Com uma deficiência de boro, entra demasiado cálcio para a célula ao passo que o magnésio não consegue entrar para o deslocar. Este é o problema da velhice e das doenças com deficiência de boro que a ela conduzem.

Enquanto se está de boa saúde e especialmente quando se é mais novo, uma proporção de cálcio-magnésio de 2:1 é normal e benéfica e fornecida com uma boa dieta. Mas à medida que a idade avança, com a deficiência de boro e os problemas de doença daí resultantes, precisamos progressivamente de menos cálcio e de mais magnésio.

Para que o boro seja totalmente eficaz a inverter a calcificação dos tecidos, é necessária uma grande quantidade de magnésio. Para as pessoas idosas, recomendo 400 a 600 mg de magnésio juntamente com a suplementação diária de boro intervalados durante o dia e, com problemas prolongados de articulações, magnésio transdérmico adicional. No entanto, o magnésio oral poderá ter de ser ajustado em função do seu efeito laxativo. Tenho dúvidas se os suplementos de cálcio são necessários e benéficos, mesmo no caso de osteoporose. Na minha opinião, essas pessoas têm muito cálcio armazenado nos tecidos moles onde não deveria estar, e os suplementos de boro e magnésio irão voltar a depositar esse cálcio deslocado nos ossos. Considero a insistência dos médicos numa elevada ingestão de cálcio como uma receita para o envelhecimento acelerado.

O que e quanto utilizar

Em certos países (por exemplo, a Austrália, a Nova Zelândia e os EUA) ainda é possível encontrar bórax nas secções de lavandaria e limpeza dos supermercados. Não está disponível nem é necessário bórax de "qualidade alimentar". Todo o bórax é igual e "natural" e, normalmente, extraído de depósitos na Califórnia ou na Turquia, independentemente de ter sido embalado na China ou em qualquer outro país. O rótulo normalmente indica que é 99% puro (ou 990 g/kg de bórax) o que é seguro de utilizar e é a norma legal para o bórax de qualidade agrícola. Permite-se até 1% de resíduos de exploração mineira e refinação. O ácido bórico, caso esteja disponível, pode ser utilizado em cerca de T da dose de bórax, mas não se encontra à venda ao público na Austrália.

Em primeiro lugar, dissolver uma colher de chá ligeiramente arredondada (5 a 6 gramas) de bórax em 1 litro de água de boa qualidade. Esta é a sua solução concentrada, mantenha-a fora do alcance das crianças.

Dose padrão = 1 colher de chá (5 ml) de concentrado. Esta tem 25 a 30 mg de bórax e fornece cerca de 3 mg de boro. Tome 1 dose por dia misturada com bebidas ou alimentos. Se se sentir bem, tome uma segunda dose com outra refeição. Se não houver nenhum problema de saúde específico ou para fins de manutenção, pode continuar indefinidamente com 1 ou 2 doses por dia.

Caso tenha um problema, como por exemplo artrite, osteoporose e doenças associadas, cãibras ou espasmos, rigidez devida à idade, menopausa, e também para melhorar a baixa produção de hormonas sexuais, aumente a ingestão para 3 ou mais doses padrão intervaladas, durante vários meses ou mais tempo, até sentir que o seu problema melhorou suficientemente. Em seguida, volte a reduzir para 1 ou 2 doses por dia.

Para o tratamento de Cândida, outros fungos e micoplasmas, ou para a remoção de fluoretos do organismo – utilizando o seu frasco de solução concentrada:

  1. Dose menor para peso baixo a normal - 100 ml (= 1/8 de colher de chá de bórax em pó ou 500 mg); beber intervalado durante o dia.
  2. Dose maior para pessoas mais pesadas - 200 ml (= 1/4 de colher de chá de bórax em pó ou 1000 mg); beber intervalado durante o dia.

Começar sempre com uma dose menor e aumentar gradualmente para o máximo pretendido. Tomar as quantidades máximas durante 4 ou 5 dias por semana durante o tempo que for necessário ou, em alternativa, alternar periodicamente entre uma dose baixa e a sua dose máxima.

Para a candidíase vaginal, encher uma cápsula de gelatina grande com bórax e introduzi-la ao deitar durante uma a duas semanas. Com os fungos dos dedos dos pés ou pé de atleta, molhe os pés e esfregue-os com bórax em pó.

Pode tomar bórax misturado com alimentos ou bebidas. É bastante alcalino e, em concentrações mais elevadas, sabe a sabão. Pode disfarçar o sabor com sumo de limão, vinagre ou ácido ascórbico.

Na Europa, o bórax e o ácido bórico foram classificados como venenos para a reprodução e, desde dezembro de 2010, já não estão disponíveis ao público na UE. Presentemente, o bórax ainda está disponível na Suíça (15), mas o seu envio para a Alemanha não é permitido. Na Alemanha, é possível encomendar uma pequena quantidade (20 a 50 gramas) através de uma farmácia como veneno para as formigas, ficando o pedido registado.

É possível comprar comprimidos de boro nas lojas de produtos dietéticos ou na Internet, frequentemente com 3 mg de boro. Estes contêm boro firmemente ligado não presente em forma iónica, como sucede com o bórax ou o ácido bórico. Embora sejam adequados como um suplemento geral de boro, não espero que funcionem contra a Cândida e os micoplasmas, nem como uma cura rápida para a artrite, a osteoporose ou a menopausa. A maioria dos estudos científicos e das experiências individuais foram com bórax ou ácido bórico. Para melhorar a eficácia, recomendo 3 ou mais comprimidos de boro intervalados por dia, durante um período prolongado, combinados com magnésio em quantidade suficiente e um programa antimicrobiano adequado (16).

Efeitos secundários possíveis

Enquanto os efeitos secundários dos medicamentos farmacêuticos tendem a ser negativos e muitas vezes perigosos, com a medicina natural como, por exemplo, a terapia com bórax, estes efeitos são geralmente reações de cura com efeitos benéficos a longo prazo. O mais frequente é a reação de Herxheimer resultante da eliminação de Cândida.

Nalguns dos comentários do fórum acima referido, são relatadas melhorias rápidas ao fim de alguns dias. Esta é sempre uma resposta funcional. Os níveis elevados de cálcio nas células provocam contrações musculares com cãibras ou espasmos como uma causa frequente de dor. O boro, especialmente em conjunto com o magnésio, consegue relaxar rapidamente esses músculos e afastar a dor.

No entanto, com calcificações severas prolongadas não é possível redistribuir uma grande quantidade de cálcio em pouco tempo. Isto suscita o aumento dos níveis de cálcio na zona afetada, especialmente as ancas e os ombros, e pode causar problemas durante bastante tempo, como, por exemplo, a tendência para cãibras e dores severas, ou problemas ao nível da circulação sanguínea ou da transmissão nervosa. Os efeitos relacionados com os nervos nas mãos e nos pés podem ser dormência ou sensibilidade reduzida na pele. A passagem pelos rins de quantidades mais elevadas de cálcio e fluoreto pode causar dores temporárias nos rins. Estas reações de cura não podem ser evitadas quando se pretende um nível mais elevado de saúde.

Sempre que tiver um efeito desagradável, reduza ou suspenda temporariamente a ingestão de bórax até o problema desaparecer. Em seguida, comece a aumentar gradualmente outra vez. Outras medidas úteis são o aumento substancial da ingestão de líquidos, a utilização de mais ácidos orgânicos como sumo de limão, ácido ascórbico ou vinagre, e a melhoria do fluxo linfático como sucede ao saltar, andar a pé ou fazendo posições invertidas.

Problemas de toxicidade

As agências de saúde governamentais estão preocupadas com a toxicidade do boro. É possível que também se preocupe se ler o seguinte que diz respeito ao cloreto de sódio ou sal de mesa (17): “Toxicidade oral aguda (LD50 – a dose à qual metade dos animais testados morre): 3000 mg/kg [rato]. Efeitos crónicos nos seres humanos: mutagênico para as células somáticas dos mamíferos. Ligeiramente perigoso em caso de contacto com a pele, ingestão ou inalação. Menor dose oral letal no homem publicada: 1000 mg/kg. Causa efeitos adversos sobre a reprodução nos seres humanos (toxicidade fetal, aborto) por via intraplacentária, pode aumentar o risco de toxemia da gravidez em mulheres suscetíveis. Pode causar efeitos adversos sobre a reprodução e defeitos de nascença em animais, em especial em ratos e ratinhos - toxicidade fetal, aborto, anomalias musculosqueléticas e efeitos maternos (nos ovários, trompas de Falópio). Pode afetar o material genético (mutagênico). A ingestão de grandes quantidades pode irritar o estômago com náuseas e vómitos. Pode afetar o comportamento (espasticidade/contração muscular, sonolência), os órgãos dos sentidos, o metabolismo e o sistema cardiovascular. A exposição contínua pode produzir desidratação, congestão dos órgãos internos e coma.”

Agora compare a toxicidade do cloreto de sódio com a ficha de dados de segurança dos materiais ou FDSM do bórax (18): “Baixa toxicidade oral aguda; LD50 em ratos 4500 a 6000 mg/kg de peso corporal. Toxicidade para a reprodução/desenvolvimento: Estudos de alimentação animal no rato, ratinho e cão, com doses elevadas, demonstraram efeitos sobre a fertilidade e os testículos. Estudos com ácido bórico no rato, ratinho e coelho, com doses elevadas, demonstraram efeitos sobre o comportamento no feto, incluindo perda de peso do feto e variações esqueléticas menores. As doses administradas foram muitas vezes superiores àquelas a que os seres humanos seriam normalmente expostos. Não foram encontradas provas de carcinogenicidade nos ratinhos. Não foi observada atividade mutagênica num conjunto de ensaios sobre mutagenicidade de curta duração. Estudos epidemiológicos em seres humanos não revelam aumento de doença pulmonar em populações ocupacionais com exposições crónicas a poeiras de borato nem efeitos sobre a fertilidade.”

Aqui vê-se que o sal de mesa é 50 a 100% mais tóxico do que o bórax, altera o material genético e é mutagênico, ao passo que o bórax é inofensivo a este respeito. Os bebes são os que correm maior risco com a elevada ingestão de bórax. Estima-se que 5 a 10 gramas possam causar vómitos severos, diarreia, choque e mesmo a morte, mas também diz que as doses letais não estão bem documentadas na literatura.

Os dados de toxicidade seguintes foram retirados de documentos da Agência de Proteção do Ambiente dos EUA e dos Centros de Controlo das Doenças (19, 20).

Numa análise de 784 envenenamentos acidentais de seres humanos com 10 a 88 gramas de ácido bórico não foram notificadas fatalidades, com 88% dos casos a serem assintomáticos, o que significa que não se notou nada. No entanto, foram observados efeitos gastrointestinais, cardiovasculares, hepáticos, renais e no sistema nervoso central, dermatite, eritema e morte em algumas crianças e adultos expostos a mais de 84 mg de boro/kg, o que corresponde a mais de 40 gramas de bórax por 60 kg de peso corporal.

Estudos em animais identificaram a toxicidade reprodutiva como sendo o efeito mais sensível da ingestão de boro. A exposição de ratos, ratinhos e cães durante várias semanas revelou alguns danos ao nível dos testículos e do esperma com doses superiores a 26 mg de boro/kg, o que corresponde a 15 gramas de bórax/dia por 60 kg de peso corporal.

Quem corre maior risco é o feto em desenvolvimento e, nos animais estudados, os ratos foram os mais afetados. Num estudo, foram encontradas ligeiras reduções do peso corporal fetal com 13,7 mg de boro/kg/dia utilizado durante a gravidez. A dose sem efeitos foi estabelecida como sendo inferior a 13,7 mg/kg/dia, o que corresponde a cerca de 7 gramas de bórax por dia por 60 kg de peso corporal. Com um fator de segurança acrescentado, foi calculado um valor sem efeitos de 9,6 mg de boro/kg/dia, o que corresponde a 5 gramas de bórax por 60 kg.

No entanto, num estudo com ratos que se prolongou por 3 gerações não foram detectados efeitos nem toxicidade reprodutiva nos progenitores nem nas crias com 30 mg de boro/kg/dia. Esta dose corresponde a 17 gramas de bórax por 60 kg ingeridos para 3 gerações! Noutro estudo envolvendo 3 gerações, não foram detetados problemas com 17,5 mg de boro/kg/dia, o que corresponde a 9 gramas de bórax/60 kg, ao passo que a dose seguinte mais elevada testada de 58,5 mg/kg/dia, correspondente a 30 gramas de bórax/60 kg, resultou em infertilidade. Assim, podemos admitir que a dose segura para a reprodução é até cerca de 20 gramas/60 kg/dia.

Estudos em seres humanos sobre a possível associação entre problemas de infertilidade e elevados níveis de boro na água, no solo e no pó numa população turca e em trabalhadores do setor de extração e transformação de boro, não detectaram efeitos. Um estudo chegou mesmo a relatar taxas de fertilidade elevadas em trabalhadores envolvidos na produção de bórax em comparação com a média nacional dos EUA.

Tudo isto é importante porque a possível toxicidade reprodutiva é a razão oficial para o atual ataque ao bórax. A FDSM do cloreto de sódio acima referida indica também: "Embora o cloreto de sódio tenha sido utilizado como controlo negativo nalguns estudos de reprodução, também tem sido utilizado como exemplo de que praticamente todos os produtos químicos podem causar defeitos de nascença em animais experimentais se forem estudados nas condições certas." Lembre-se disto quando ler o que se segue.

O ataque ao bórax

A artrite nas suas várias formas e o seu parente próximo, a osteoporose, afetam cerca de 30% da população dos países desenvolvidos. A osteoporose é responsável por mais cuidados hospitalares prolongados do que qualquer outra doença individual. Tal deve-se à incidência muito elevada de fraturas e, especialmente, à natureza prolongada das fraturas da anca. Trata-se de uma das principais fontes de rendimento para o sistema médico-farmacêutico. Se a cura destas doenças com boro-magnésio se tornasse muito conhecida, esta corrente de rendimento vital secaria e o sistema ruiria. Como esta é a indústria maior e mais lucrativa do mundo, não se pode deixar que isso aconteça.

Quando o Dr. Newnham descobriu a cura da artrite com boro, isto não constituiu um grande problema para as empresas farmacêuticas porque as notícias espalhavam-se lentamente e eram facilmente suprimidas. Agora é tudo muito diferente com a comunicação através da Internet. A maioria dos financiamentos para a investigação vem da indústria farmacêutica e nada foi apresentado para duplicar as descobertas do Dr. Newnham e de outros estudos positivos sobre a osteoporose. Em vez disso, os financiamentos vão para o desenvolvimento de medicamentos à base de boro patenteáveis para aplicação limitada, como na quimioterapia, ou mesmo para desacreditar o boro. Numa experiência em tubo de ensaio descobriu-se que uma dose relativamente baixa de cerca de 4 gramas de bórax pode danificar os linfócitos, da mesma forma que um estudo anterior em tubo de ensaio revelou que os suplementos de vitamina C são tóxicos. A maioria dos estudos positivos sobre o bórax vem atualmente da China, do Japão e da Turquia.

Além disso, a PubMed é uma ferramenta de pesquisa com financiamento público, para publicações de investigação biomédica. Enquanto outros artigos relativos a Newnham R.E. e Zhou L.Y. continuam listados, as duas importantes publicações sobre o bórax anteriormente referidas – sobre o ensaio da artrite no Royal Melbourne Hospital e o tratamento de fluorose esquelética na China – já não estão listadas, mas é aí que pertencem e, obviamente, estiveram aí originalmente. Suspeito que tenham sido removidas deliberadamente para impedir que sejam citadas noutros estudos de investigação.

Além disso, cada vez se fazem mais esforços para demonizar publicamente o bórax pela sua alegada toxicidade para a reprodução e para os bebês. A título de exemplo, li recentemente um artigo de um “cientista sénior” do supostamente “verde” Grupo de Trabalho Ambiental. Nesse artigo, os perigos atribuídos ao bórax eram tão exagerados que a maioria dos comentários efetivamente dizia: "Obrigado por me abrir os olhos. Não sabia que o bórax era tão venenoso e perigoso, de certeza que não o vou utilizar mais para lavagem de roupa ou para limpeza da casa de banho e da cozinha".

Trata-se, obviamente, de uma campanha deliberada para fazer com que as pessoas se sintam gratas pela proibição da venda de bórax ao público. Para fins de lavagem de roupa e de limpeza, um Substituto do Bórax substitui agora o produto anteriormente vendido como Bórax. A UE encabeçou esta campanha. Em junho de 2010, o bórax e o ácido bórico foram reclassificados como “tóxicos para a reprodução de categoria 2“, o que sugere que podem ser nocivos para as funções reprodutivas dos seres humanos em doses elevadas, devendo a embalagem do produto apresentar o símbolo da caveira e dos ossos cruzados. A partir de dezembro de 2010, estes produtos deixaram de estar disponíveis para venda ao público na UE. Embora esta classificação se aplique atualmente a toda a Europa, os países não pertencentes à UE ainda têm alguma margem de manobra no que diz respeito às vendas ao público. Esta iniciativa faz parte de um Sistema Mundial Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS) que irá ser implementado logo que possível. A Austrália está bem avançada na preparação de regulamentos para implementação do GHS para os produtos químicos industriais, estando previstos novos regulamentos em 2012 (21).

A Agência Europeia dos Produtos Químicos apresentou como motivo para a reclassificação dos produtos de boro (parafraseado):

“Os dados disponíveis não indicam grandes diferenças entre os animais de laboratório e os seres humanos, pelo que se deve admitir que os efeitos observados nos animais podem ocorrer nos seres humanos uma vez que os estudos epidemiológicos em seres humanos são insuficientes para demonstrar a ausência de um efeito adverso dos boratos inorgânicos na fertilidade. Foi determinado o valor de 17,5 mg de boro/kg/dia como um NOAEL (nível sem efeitos adversos observados) relativamente à fertilidade masculina e feminina. Para o rato, a diminuição do peso fetal ocorreu com 13,7 mg de boro/kg/dia e foi determinado um limite seguro de 9,6 mg/kg/dia.” (22)

O que eles estão de facto a dizer é o seguinte: “Embora não tenhamos dados sobre os seres humanos, os estudos em animais sugerem que, para as funções reprodutivas adultas, é segura uma ingestão diária de cerca de 2 colheres de chá de bórax. Mas para ter a certeza absoluta de que ninguém é afetado, vamos proibi-lo totalmente.” O que é importante é que esta decisão não está relacionada com o bórax nos alimentos ou suplementos onde já é proibido, mas apenas para uso geral como em produtos de lavandaria ou de limpeza ou como inseticidas. Uma vez que o bórax não é imediatamente inalado ou absorvido através da pele intacta, é difícil ver como é que mesmo alguns miligramas por dia poderiam entrar para o organismo com a utilização convencional. Se o mesmo padrão fosse aplicado a outros produtos químicos, não ficaria nenhum de fora.

O estudo principal desta avaliação foi publicado em 1972. Por que é que este estudo está agora a ser desenterrado para justificar a proibição do bórax quando não interessou durante os últimos 40 anos? Não faz qualquer sentido científico, especialmente se considerarmos que o principal produto químico existente no novo substituto do bórax, o percarbonato de sódio, é cerca de três vezes mais tóxico do que o bórax. Os valores orais agudos (LD50) para os animais vão de 1034 a 2200 mg/kg/dia (23). Mesmo o vulgarmente utilizado bicarbonato de sódio, com uma LD50 nos animais de 3360 mg/kg, é quase duas vezes mais tóxico do que o bórax (24). Ambos estes produtos químicos não foram testados relativamente à toxicidade reprodutiva a longo prazo com as doses elevadas que causaram problemas de fertilidade nos ratos e ratinhos.

O mesmo se aplica aos pós de lavar, foi indicado que não é de prever toxicidade se forem utilizados da forma aprovada ou que não foram realizados testes de reprodução. Os componentes destes produtos são mais tóxicos do que o bórax, por que motivo podem ser utilizados da forma aprovada mas o bórax não? E quanto aos produtos verdadeiramente tóxicos como a soda cáustica e o ácido clorídrico? Por que motivo se mantêm à disposição do público quando um dos produtos químicos de uso doméstico mais seguros é proibido apesar de ser absolutamente impossível que cause qualquer dano na reprodução com a utilização aprovada?

Independentemente da falta de qualquer credibilidade científica, estão criadas as condições para remover globalmente o bórax e o ácido bórico da venda ao público a curto prazo ou sem aviso. Mesmo os comprimidos de boro de baixo nível e menos eficazes são agora rigorosamente controlados pela indústria farmacêutica e poderão ser restringidos em qualquer altura através dos regulamentos do Codex Alimentarius. Com isto, o sistema médico-farmacêutico neutralizou de forma segura qualquer situação de perigo potencial que o bórax representasse para a sua rentabilidade e sobrevivência.

REFERÊNCIAS

(1) http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9638606

(2) http://www.whale.to/w/boron.html

(3) http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1566627/pdf/envhper00403-0084.pdf

(4) http://nah.sagepub.com/content/7/2/89.full.pdf

(5) http://www.arthritistrust.org/Articles/Boron and Arthritis.pdf

(6) http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/172591209

(7) http://www.ithyroid.com/boron.htm

(8) http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21129941

(9) http://www.lef.org/magazine/mag2006/aug2006_aas_01.htm

(10) http://www.earthclinic.com/Remedies/borax.html

(11) http://jac.oxfordjournals.org/content/63/2/325.long

(12) http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21774671

(13) http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2873987/

(14) http://www.earthclinic.com/CURES/fluoride.html

(15) http://www.supergenial.ch/pi1/pd2.html

(16) http://www.health-science-spirit.com/ultimatecleanse.html

(17) http:/www.sciencelab.com/msds.php?msdsId=9927593

(18) http://www.hillbrothers.com/msds/pdf/n/borax-decahydrate.pdf

(19) http://www.atsdr.cdc.gov/toxprofiles/tp26-c2.pdf

(20) http://www.regulations.gov/#!documentDetail;D=EPA-HQ-OPP-2005-0062-0004

(21) http://en.wikipedia.org/wiki/Globally_Harmonized_System_of_Classification_and_Labelling_of_Chemicals

(22) http://echa.europa.eu/documents/10162/17230/supdoc_boric_acid_20100609_en.pdf

(23) http://www.inchem.org/documents/sids/sids/15630894.pdf

(24) http://www.sciencelab.com/msds.php?msdsId=9927258

Autor: Walter Last

http://www.health-science-spirit.com/borax.htm 

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