O Ho'ponopono é uma técnica de cura espiritual efetiva, mas qualquer ferramenta xamânica depende do poder pessoal daquele que o utiliza para que se mostre eficaz. O poder pessoal nesse sentido é tudo, por isso importa cultivá-lo, e isso pode ser feito através do Ho'oponopono e dos princípios fundamentais que regem o Xamanismo dos Kahunas. Um desses princípios liga-se ao conceito de pragmatismo e funcionalidade: o que é verdadeiro é aquilo que funciona. Esse é o espírito prático dos kahunas que liga-se ao conceito de poder pessoal: para manifestar o poder é preciso ter poder. Isso parece bastante óbvio, mas é também bastante esquecido por aqueles que se utilizam pela primeira vez dessas ferramentas e buscam resultado imediato sem antes terem trabalhado em si o poder e seu exercício através de uma disciplina intensa, longa e dedicada.
O poder de tal prática é imenso, mas age em função do poder do praticante. O Xamanismo é um caminho muito exigente, mas sua exigência está em sintonia com seus desafios. Pode-se curar os outros a partir de si mesmo e pode-se mesmo curar não apenas pessoas, mas "coisas", pois tudo é vivo e tem poder. Não há limites para o nosso poder, a não ser por nós mesmos.
De maneira que apresento aqui um resumo da Filosofia Kahuna seguido de uma entrevista com dois dos representantes de tal ideologia xamânica.
- IKE: O mundo é o que você pensar que ele é.
- KALA: Não existem limites.
- MAKIA: Para onde for a atenção para lá irá a energia.
- MANAWA: O momento do Poder é agora!
- ALOHA: Amar é estar feliz com...
- MANA: Todo o poder vem do seu interior.
- PONO: A verdade é medida por sua efetividade.
COROLÁRIO – é o que se deduz de uma verdade estabelecida
1º. Ike - O mundo é o que você pensa que é.
Corolário:
- Tudo é sonho.
- Todos os sistemas são arbitrários.
- Utilização do poder do pensamento.
- Princípio do mentalismo.
- Usar a mente para transcender a mente: iluminação.
- Cor branca; pureza da mente; meditação.
Corolário:
- Tudo está interligado.
- Tudo é possível.
- Separação é apenas uma ilusão útil.
- Utilização das ligações energéticas.
- Princípio da Interdependência.
- Como não há limites podemos dizer que não há limites entre eu e Deus, aliás, como o próprio ego é uma ilusão o que há é apenas o ilimitado oceano da consciência, sendo o ego tão somente um gota que se acha distinta do Todo. Nas palavras da Santa Cristã, Catarina de Gênova, “O meu Mim é Deus, nem reconheço eu qualquer outro Mim exceto o Próprio meu Deus.
- Cor vermelha.
Corolário:
- A atenção segue o fluxo energético.
- Tudo é energia.
- Utilização do fluxo de energia.
- Cor laranja
4º. Manawa - Seu momento de poder é agora.
Corolário:
- Tudo é relativo.
- Utilização do momento presente.
- Cor amarela
5º. Aloha - Amar é compartilhar.
Corolário:
- O amor aumenta quando o julgamento diminui.
- Tudo está vivo, atento e reativo.
- Utilização do poder do amor.
- Cor verde
6º. Mana - Todo poder vem de dentro.
Corolário:
- Tudo tem poder.
- O poder vem da permissão (da criação).
- Utilização do poder da permissão (da criação).
- Cor azul
Reflexão do momento - MANA.
Aquilo que funciona é um dos critérios para a verdade sobre algo, mas é necessário compreender o porquê, a causa, pois o efeito placebo, por exemplo, funciona, não devido a coisa em si, mas devido à crença no poder da coisa, ou seja, o verdadeiro poder está na mente que crê. "A tua fé te salvou", como já foi dito. O poder dentro do ser humano é impressionante, mas fomos condicionados a crer num poder externo a nós mesmos, o que solapa o nosso poder pessoal.
7º. Pono - A efetividade é a medida da verdade.
Corolário:
- Existe sempre outra forma de se fazer algo.
- Utilização do poder da flexibilidade.
- Cor lilás
A cada princípio corresponde um atributo que representam qualidades especiais a serem desenvolvidas e são percebidos de maneira diferente do que comumente fazemos.
Reflexão do momento - PONO.
Aquilo que funciona é um dos critérios para a verdade sobre algo, mas é necessário compreender o porquê, a causa, pois o efeito placebo, por exemplo, funciona, não devido a coisa em si, mas devido à crença no poder da coisa, ou seja, o verdadeiro poder está na mente que crê. "A tua fé te salvou", como já foi dito. O poder dentro do ser humano é impressionante, mas fomos condicionados a crer num poder externo a nós mesmos, o que solapa o nosso poder pessoal.
Os Talentos
Os princípios e seus talentos são:
1º. Ike - Visão. Princípio do Mentalismo. É uma maneira diferente de se perceber as coisas, é a visão metafísica da realidade.
A visão comum das coisas chama-se Ike Papakahi; é a visão do primeiro nível. A visão metafísica chama-se Ike Papalua; é a maneira de se perceber a realidade atuando num segundo nível, do qual se controla o primeiro.
2º. Kala - Esclarecimento. Princípio da Interdependência. É a maneira que se tem para agir fazendo com que se consiga claramente a união do seu eu com o universo, é a transformação do homem em um ser holístico. Dissolução do eu.
3º. Makia - Focalização. Princípio da Focalização. Focalizar em sua mente suas intenções, objetivos, metas e propósitos são os modos de se conseguir uma revisão permanente de suas motivações, o que lhe dá maior eficiência em suas ações e uma maior capacidade de realizações. Isso é possível quando se consegue sentir que na focalização existe uma segunda situação, que só é percebida quando a percepção TRANSCENDE O RACIONAL transformando a linguagem de analítica em intuitiva. Nessa fase não há separação: nós somos o todo.
4º. Manawa - Presença. Princípio Presencial. Sendo o presente o nosso tempo, o aqui/agora e o agora/aqui são situações das quais tiramos todo proveito para nosso entendimento e compreensão e quanto mais atentos estivermos, mais presentes nos faremos e mais frutos colheremos de nossas ações. O poder pode ser extraído em qualquer situação, no cotidiano. Tudo é treinamento, é preciso lembrar de si.
5º. Aloha - Bênção; em todas nossas intenções, atitudes e ações, se conseguirmos reforçar o bem presente ou potencial, quer pela palavra, imagem ou ação, poderemos sentir a bondade, enxergar a beleza e apreciar a perícia com que se age. Assim, estaremos abençoando. O Xamã age de maneira diferente porque é capaz de abençoar o bem potencial através de desejos de sucesso às pessoas a quem se dirige.
6º. Mana - Permissão; para que qualquer coisa tenha poder, é necessário que lhe atribuamos este poder que queremos transmitir, isto é, autorizamos que tenha este poder. Isto pode ser feito com pessoas e objetos. Só se consegue isto com a energização do que queremos atribuir poder.
Assim como podemos dar poder, também podemos tirar.
O Xamã guerreiro personifica o mal lhe dando poder, aprendendo como conquistá-lo. O Xamã destemido tira o poder do mal o despersonificando e aprendendo sobre ele, conseguindo a harmonia, fazendo assim, que o mal desapareça.
7º. Pono - Tecelão de sonhos; o Xamã tece seus próprios sonhos desenvolvendo suas habilidades e assim, poderá ajudar os outros a tecerem seus sonhos. Ele usa esta habilidade para fazer suas curas que têm um sentido diferente das curas comuns. Por exemplo, um massagista, massageando o corpo de um paciente está usando suas mãos para curar o corpo físico do paciente. O Xamã massagista, massageando, estará usando o corpo físico como ferramenta para tecer um novo sonho e curar o espírito. São duas situações em que as ações são semelhantes, mas as intenções e atitudes são diferentes.
COMPLEMENTANDO:
1º IKE - Como você se sente depende de como você pensa. Sua realidade é criada pelo que você pensa e sente.
2º KALA - Tudo ouve o que você diz e sente o que você sente. Sua realidade é criada pelo que você sente, ouve, diz e pensa!
3º MAKIA - O que você quer é mais importante do que o que você não quer. Reafirme sempre o que quer, dando força e reafirmando todo o tempo a vibração do que quer para você. Quando pensamos no que não queremos damos força e reafirmamos o que não queremos para nós mantendo a vibração próxima, não nos afastando e sim nos aproximando do que não queremos!
4º MANAWA - As coisas não acontecem ontem e elas não acontecem amanhã; elas só podem acontecer agora. Não pense no que já aconteceu, pois não há como refazer, não pense em como seria bom se tivesse, pois se usar seu presente só pensando no que seria, não construirá agora o que quer para você!
5º ALOHA - Quanto mais feliz você é, mais sorte você tem. A felicidade vibra numa freqüência que aproxima mais felicidade e mais sorte para quem a sente!
6º MANA - Sempre há alguma coisa que você pode fazer. Não há problema insolúvel, não há estrada sem saída! Tudo sempre tem uma saída, tudo sempre tem uma solução!
7º PONO - Sempre faça o que funciona. Se você fizer algo que não funcione, faça diferente! É necessário aprender a diferença entre persistência e teimosia!
O primeiro ocidental que começou a desvendar os segredos da filosofia de vida dos havaianos tenha sido o americano Max Long. O cotidiano ancestral já havia sido destruído por missionários religiosos e pela invasão de valores ocidentais há um bom tempo quando ele chegou ao Havaí, em 1917. Depois de 18 anos mergulhado em seus estudos nas áreas da psicologia e da etimologia, Long, chegou à conclusão de que havia uma filosofia psico-religiosa por traz do dia-a-dia ancestral e do simples ato de surfar.
A língua havaiana não é apenas um idioma, e sim um verdadeiro raciocínio lingüístico. Cada palavra é um "cacho" de significados, indicados pelos contextos em que se encaixam. Não existia um profano dissociado do sagrado, ou vice-versa. Um exemplo: em nossa sociedade, ora buscamos dinheiro, ora buscamos Deus, numa proporção cada vez mais descompensada.
Os havaianos buscavam os dois o tempo inteiro. "Tudo que eles faziam era com devoção.
Eles viviam na eternidade do agora, como sugeririam Eckhart Tolle, Deepak Chopra, Dalai Lama e os demais gurus de hoje. Na sabedoria havaiana, o aqui e o agora de cada tarefa do cotidiano é o único território onde a fusão entre o profano e o sagrado pode ser efetivamente realizada e perpetuada. Talvez a maior prova disso seja o fato de que na língua havaiana não há termos para o futuro ou o passado.
As atividades do cotidiano (plantar, colher, construir, surfar…), por mais diversas que aparentem ser, são unidas no plano sagrado por "segundas intenções" espirituais que todas as tarefas têm em comum. Elas são a busca de uma energia metafísica que o havaiano chama de "mana". Essa energia, ignorada pelo mundo ocidental, é cultuada pelo mundo oriental na forma de "prana" na Índia, e de "chi" na China. Cada uma dessas três tradições considera essa energia vital, o alimento primordial da alma, que também sustenta o corpo.
A Filosofia
Huna quer dizer: Segredo, não no sentido de manter algo oculto, mas sim de descobrir um sentido mais profundo da nossa existência.
Conhecimento oculto ou realidade secreta é a realidade mais difícil de ser vista. Também significa princípio feminino mais princípio masculino o que corresponde à manifestação da vida.
Leinani Melville diz que Huna é "profundidade". Serge Kahili King define Huna como “o que é oculto ou o que não é obvio; nome dado ao conhecimento dos Kahunas, filosofia de realização, utilizada em qualquer contexto pessoal, científico, religioso".
Max Freedom Long assegura que "qualquer associado da Huna não deve desistir de sua fé tradicional, pois Huna é uma ferramenta que pode ser usada por todos a qualquer hora em qualquer contexto." E esta definição é a mais correta e a que é mais aceita pelos que praticam o Kahuna!
Conceitos
1. A parte teórica nos diz que o ser humano é formado de três espíritos ou aspectos independentes entre si, mas interligados nas ações, quando um depende do outro para se desenvolverem e de um corpo físico quando reencarnados. Existe uma energia que chamamos de “mana” que é o elemento de coesão entre os três, tendo cada um sua própria mana. O corpo é uma imagem manifestada dessa coesão por meio de uma substância. Essa substância de origem divina permeia todo o universo e em consonância com a mana torna possíveis as manifestações – a qual se denomina “substância aka”. Para que isso ocorra, cada espírito possui um corpo-aka que lhe é peculiar e tem funções determinadas. Sendo a Huna uma teoria de transformações, costumamos denominar cada um desses elementos pelos seus nomes na Língua Havaiana.
Esses conceitos chegaram até nós por intermédio dos estudos de Max Freedom Long, Serge King e outros que buscaram na antiga tradição havaiana os elementos teóricos. Essa conceituação teórica se sintetiza na prática no que se denomina “Prece Ação”.
Como todo sistema é arbitrário e relativo por ser interpretativo, a Huna também o é. Isso nos dá a liberdade de sermos ou não adeptos da Huna, conforme nossa interpretação desses ensinamentos.
2. Na parte prática, temos entre outros elementos, a Prece Ação já citada acima, com a qual obtemos bons resultados. Ela é usada principalmente, para curas e alívio de qualquer tipo de sofrimento. Obtemos resultados eficazes, pelo fato de trazer um enfoque diferente de como se deve fazer uma prece. Isso só se torna possível depois de conhecermos os conceitos da Huna. A leitura atenta e livre dos Evangelhos nos mostra que esses princípios da Huna não foram esquecidos por Jesus.
A parte prática da Huna está concentrada no xamanismo. O xamanismo ensinado pela Huna refere-se ao Xamanismo Havaiano. Tudo começou quando se reuniram grandes mestres Kahuna para sintetizarem os ensinamentos em alguns princípios que pudessem traduzir o pensamento e as atitudes que deveriam ter aqueles que se dedicassem a usar a Huna.
Princípios
O princípio básico da Psicofilosofia Huna é não ferir, isto é, não causar sofrimento a si mesmo, aos outros e à natureza.
Podemos evitar isso não nos omitindo nas situações que exigem de nós atitudes coerentes, que promovam o nosso equilíbrio e do meio em que vivemos. Não devemos nos exceder em ocasiões em que depende de nós um bom senso para que tudo transcorra serenamente. Não podemos permitir que sejamos usados para ações que causem prejuízos por exacerbação das mesmas. Qualquer ação que pratiquemos depende de uma intenção; assim, é a intenção a mãe de todos os problemas e virtudes que acontecem. Concluímos então, que é na intenção que está tudo que praticamos na vida e é nela que devemos focalizar toda nossa atenção para que não caiamos na omissão ou no excesso que nos conduzem ao desequilíbrio físico e mental, quando praticamos ações que provocam sofrimento e danos a nós mesmos e em geral.
Assim sendo, é a intenção o alvo de nosso “orai e vigiai” para que possamos crescer e evoluir na constante busca da felicidade. A Huna tem princípios e ensinamentos que nos ajudam nessa busca de uma maneira mais suave e simples, deixando de ser o sofrimento o paradigma de crescimento e evolução.
Max Freedom Long também estava convencido disso, e alegava ter recebido confirmação para sua hipótese de Stewart, que viveu entre os berberes no norte da África. Atualmente, antropologistas mantêm opinião de que os Polinésios vieram da Índia ou do sudeste da Ásia e Thor Hyerdahl acredita que a origem foi na América do Sul.
Os havaianos, no entanto, reivindicam que seu conhecimento e sua cultura são originários da região do Pacífico e que dali expandiram para o resto do mundo. Assim pensam Leinani Melville, James Churchward e Serge Kahili King.
Existem inúmeras coincidências de nomes e significados em diversos lugares da terra, que fazem os estudiosos pensarem na antiguidade e difusão dos ensinamentos polinésios.
No Antigo Testamento há muito conhecimento Huna oculto nos nomes de pessoas e lugares. Um bom exemplo é a historia do Jardim do Éden que possui uma gama de significados ocultos que descrevem o processo para se manter um elevado estado de prosperidade e alegria e os efeitos que ocorrem quando se permite que pensamentos e atitudes negativas dominem. O Jardim do Éden é um estado de consciência e não um local que existiu na terra.
Compreender a essência das filosofias ocultas requer uma completa mudança no pensar por parte do estudante e são poucos os que realmente se interessam. A maioria das pessoas é preguiçosa e deseja a lua, mas não quer se esforçar esperando milagres sem conseguir a necessária transformação interior.
A pessoa que idealizou o símbolo da Huna devia conhecer ocultismo e o modo como colocar a essência de um conhecimento secreto em um desenho com algumas frases escritas. A grande dificuldade não é descrever e explicar o conteúdo do símbolo. O difícil é apreender os princípios aí implicados e praticá-los para a melhoria pessoal e da humanidade.
O símbolo Huna tem em sua parte inferior a seguinte inscrição: “IKE AO NEI”, cujo significado é “Antigas Revelações para o Mundo”.
A figura utilizada pelos desenhistas do símbolo foi o círculo. Segundo Jung, “o círculo é uma das grandes imagens primordiais da humanidade e ao nos determos nesse símbolo estamos analisando o próprio eu. As imagens circulares refletem a psique – relação entre essa forma geométrica e a real estruturação de nossas funções espirituais”.
O círculo representa a totalidade. Tudo dentro do círculo é uma coisa só, limitada e circundada – é o aspecto espacial.
A Huna é plena de símbolos em sua mitologia e também na parte psicofilosófica. Os seus primórdios remontam à época dos primeiros habitantes de Mu, no Pacifico. Os primeiros espíritos vieram do Criador e adquiriram a veste corporal humana em Mu também chamado de Ta Rua, Havai’i-ti-Havai’i, Tahiti. Desenvolveram um sistema de vida, uma linguagem bastante aprimorada para conter os ensinamentos e prepararam indivíduos para a propagação dos conhecimentos por ele praticados (os naacals).
O povo de Mu era definido pelos kahuna como predecessores, pessoas pequenas que formaram a primeira civilização do mundo; pessoas silenciosas que se moviam tranqüilamente e trabalhavam sem barulho, pessoas reservadas que preservaram seu conhecimento em silêncio. Referem-se a eles como pessoas lendárias, que viveram no Havai’i há muito tempo.
Após o desaparecimento de Mu em um terrível cataclismo, restaram os mestres do sistema em outros continentes e nas ilhas Polinésias.
Esse conhecimento não se perdeu porque transmitiram oralmente a muitos seguidores toda a mitologia, lendas e conhecimentos sobre a psique humana.
Teria sido essa a forma que as divindades encontraram para transmitir os ensinamentos psicofilosóficos?
Apesar de ser uma tradição oral, de ter ocorrido grandes mudanças de ordem política e religiosa, a história e a mitologia ainda nos proporcionam muitas áreas de estudo.
Como no círculo simbólico a Huna caminhou bastante e voltou aos princípios básicos existentes na tradição secreta, na mitologia e no conhecimento da mente com explicações psicológicas que só foram desenvolvidas no século XX.
As grandes revelações muito antigas deixadas para o mundo foram: a mitologia havaiana, o Tumuripo ou Cântico da Criação (embora faça parte da mitologia deve ser estudado separadamente, devido à importância do conteúdo para esclarecimento na história da humanidade) e a tradição secreta.
Mitologia
Todos os mitos são verdadeiros em diferentes sentidos. Toda mitologia tem a ver com a sabedoria da vida, relacionada com uma cultura específica, numa época específica. Integra o individuo na sociedade e a sociedade no campo da natureza. Une o campo da natureza à natureza individual. É uma força harmonizadora.
A mitologia havaiana se integra perfeitamente dentro desse conceito.
O Criador Supremo era a figura mais importante da mitologia havaiana e seu símbolo era um círculo com um ponto no centro. O panteão da mitologia havaiana possuía doze divindades principais.
No plano celestial mais elevado encontra-se o Supremo, Teave ou Ra que tinha em seu pensamento a essência da futura polaridade (Eri Eri e Uri Uri).
Tu, Deus das colheitas e da agricultura e também membro da justiça do tribunal divino. É o guardião dos mistérios da natureza.
Rono é o Deus do sol terrestre e o Tumuripo foi composto em homenagem a ele. Rono é também o Deus da medicina, responsável pelas plantas que irão curar as crianças de Tane quando adoeceram. Responsável pelas crianças do arco-íris no período diurno.
Tane e Na’Vahine tiveram mais três filhas Rata, Tapo e Hina. Formavam a terceira trindade celestial. Rata tornou-se a companheira de Rono e a principal senhora do sol dessa Terra. Tapo tornou-se a esposa de Tanaroa e a deusa do Pacífico Sul. Hina casou-se com Tu, tornando-se a deusa da agricultura e chefe da justiça do tribunal das leis do céu.
A outra trindade era formada por Vatea, Papa e Miru.
Vatea era o rei de Nu’umearani, o reino dos deuses e deusas da natureza. A deusa Papa, esposa de Vatea e regente feminina do quinto céu. Papa era conhecida por Haumea e às vezes mencionada como Ta Ruahine (senhora da cratera) era a mãe terra, a mãe da natureza dessa Terra.
Miru foi designado como o “Senhor do Mundo dos Espíritos”, onde vivem as almas dos homens após a morte física e tornou-se conhecido como o “Rei do Mundo dos Mortos”.
Na religião popular do Havaí havia muitos deuses, deusas, fantasmas, gnomos, duendes e espíritos que mudavam de forma de acordo com suas vontades e que poderiam ser amigos ou inimigos dos homens. No entanto, esse aspecto era apenas uma distorção do verdadeiro conhecimento Huna.
Deus para a população e os missionários era akua. A verdade para a compreensão da psicofilosofia é de que akua significa “idéia pronta, totalmente em ação”.
O Tumuripo (Kumulipo no vernáculo moderno).
Muito da filosofia dos Kahuna, está contida no chamado cântico da Criação – Tumuripo, que está mais próximo de uma bíblia kahuna do que qualquer outra coisa. Originalmente era parte de uma tradição oral transmitida por kahunaS treinados em memorização e foi compilada na forma atual, em 1700 pelo Kahuna Keaulumoku. Todas as traduções que foram feitas, são de um manuscrito que era propriedade do Rei Kalakaua, muito interessado na origem divina dos reis do Havaí, na preservação das tradições havaianas, inclusive nos segredos da Huna e o papel dos kahuna como curandeiros.
Na filosofia kahuna tanto o mundo espiritual quanto o material adquirem forma, como resultado de uma interação entre forças relativas, frequentemente representada por um macho e uma fêmea. Para cada Deus no panteão havaiano com pouquíssimas exceções, há uma complementação feminina para ajudar na criação. Muitos são nomeados nas primeiras sete seções do Tumuripo, juntamente com versos que falam sobre a formação das plantas e da vida animal na Terra. O oitavo e o nono cântico relatam o nascimento do homem com percepção consciente e sua multiplicação sobre a face da terra. As outras dezesseis seções na versão Kalakaua tratam das principais genealogias, com exceção de uma narrativa sobre um herói cultural Mauí.
Muitos estudiosos não concordam com a forma que foi traduzido. Em uma tradição oral, numa língua como a havaiana, é difícil traduzir fielmente o sentido das coisas ensinadas, pois há muitas sutilezas na pronúncia o que dificulta a transmissão do contexto para a palavra escrita.
Há no Tumuripo uma descrição muito bonita sobre o aparecimento do primeiro Ser. Isso aconteceu depois dos sete primeiros cânticos, chamados de “A Noite da Criação Espiritual”, que é o significado oculto do Tumuripo.
Na aurora do primeiro dia, quando os raios do sol dissiparam a longa noite, o primeiro Ser pousou na terra no Jardim do Sol Brilhante, Rarovaia. Era a deusa Ra’i Ra’i filha de Eri e Uri. Era o antepassado de Mu. Suas crianças foram concebidas imaculadamente porque o pai delas era o Rei que veio do Céu, o Deus Tane.
Através dos versos estruturados para rimar e terem ritmo, o poeta revela uma incrível compreensão dos poderes criadores do Deus e da Deusa. O Tumuripo eleva-se a altitudes de divina magnitude e é de fato a principal obra oriunda do Havaí.
A Tradição Secreta
O primeiro homem que revelou o código Huna para o ocidente foi Max Freedom Long. Professor no Havaí durante vários anos, era fascinado pelos poderes dos kahuna. Possuíam técnicas de cura e de controle do meio ambiente que realmente funcionavam, mas não revelavam seus métodos a quem não fosse kahuna. Na busca do conhecimento dos kahuna Max Freedom Long observou três elementos: uma forma de consciência (no’ono’o), uma forma de energia (mana) e uma forma de substância (aka). No entanto, demorou muitos anos para decifrar o código oculto no radical das palavras e isso formava uma outra linguagem.
A ideia fundamental na psicofilosofia Huna é de que criamos nossa experiência pessoal de realidade, por nossas crenças, interpretações, ações e reações, pensamentos e sentimentos. Somos cocriadores com o universo.
A Filosofia kahuna e o xamanismo havaiano podem ser sintetizados em sete princípios que conduzem o homem ao ser trino.
Cada um deles é simbolizado por apenas uma palavra chave da Língua Havaiana.
1. Ike – O mundo é o que penso que ele é.
Mana
Aka
Kino – o corpo físico
O ser trino
Bibliografia