sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

Ho'oponopono e a Filosofia Kahuna




O Ho'ponopono é uma técnica de cura espiritual efetiva, mas qualquer ferramenta xamânica depende do poder pessoal daquele que o utiliza para que se mostre eficaz. O poder pessoal nesse sentido é tudo, por isso importa cultivá-lo, e isso pode ser feito através do Ho'oponopono e dos princípios fundamentais que regem o Xamanismo dos Kahunas. Um desses princípios liga-se ao conceito de pragmatismo e funcionalidade: o que é verdadeiro é aquilo que funciona. Esse é o espírito prático dos kahunas que liga-se ao conceito de poder pessoal: para manifestar o poder é preciso ter poder. Isso parece bastante óbvio, mas é também bastante esquecido por aqueles que se utilizam pela primeira vez dessas ferramentas e buscam resultado imediato sem antes terem trabalhado em si o poder e seu exercício através de uma disciplina intensa, longa e dedicada.

O poder de tal prática é imenso, mas age em função do poder do praticante. O Xamanismo é um caminho muito exigente, mas sua exigência está em sintonia com seus desafios. Pode-se curar os outros a partir de si mesmo e pode-se mesmo curar não apenas pessoas, mas "coisas", pois tudo é vivo e tem poder. Não há limites para o nosso poder, a não ser por nós mesmos.

De maneira que apresento aqui um resumo da Filosofia Kahuna seguido de uma entrevista com dois dos representantes de tal ideologia xamânica.


Os Sete Princípios do Xamanismo Havaiano, seus Atributos e Talentos

  • IKE: O mundo é o que você pensar que ele é.
  • KALA: Não existem limites.
  • MAKIA: Para onde for a atenção para lá irá a energia.
  • MANAWA: O momento do Poder é agora!
  • ALOHA: Amar é estar feliz com...
  • MANA: Todo o poder vem do seu interior.
  • PONO: A verdade é medida por sua efetividade.

COROLÁRIO – é o que se deduz de uma verdade estabelecida

1º. Ike - O mundo é o que você pensa que é.

Corolário: 
  • Tudo é sonho. 
  • Todos os sistemas são arbitrários.
  • Utilização do poder do pensamento.
  • Princípio do mentalismo.
  • Usar a mente para transcender a mente: iluminação.
  • Cor branca; pureza da mente; meditação. 
Citando o Ribhu Gita, em especial o capítulo 26 tão recomendado por Ramana Maharshi:

39. Eu tenho, portanto, ó Nidagha, claramente explicado a você o estado de ser um com o Ser Supremo. Pensando constantemente que você é o Ser Supremo indiferenciado, você pode atingir esse estado e gozar de constante felicidade. Depois disso, tendo se tornado a Suprema Realidade Absoluta, você nunca experimentará a miséria que vem da identificação com o nascimento e a morte.

2º. Kala - Não há limites.

Corolário: 
  • Tudo está interligado.
  • Tudo é possível.
  • Separação é apenas uma ilusão útil.
  • Utilização das ligações energéticas.
  • Princípio da Interdependência.
  • Como não há limites podemos dizer que não há limites entre eu e Deus, aliás, como o próprio ego é uma ilusão o que há é apenas o ilimitado oceano da consciência, sendo o ego tão somente um gota que se acha distinta do Todo. Nas palavras da Santa Cristã, Catarina de Gênova, “O meu Mim é Deus, nem reconheço eu qualquer outro Mim exceto o Próprio meu Deus.
  • Cor vermelha.

3º. Makia - A energia segue o fluxo do pensamento.

Corolário: 
  • A atenção segue o fluxo energético.
  • Tudo é energia.
  • Utilização do fluxo de energia.
  • Cor laranja

4º. Manawa - Seu momento de poder é agora.

Corolário: 
  • Tudo é relativo.
  • Utilização do momento presente.
  • Cor amarela

5º. Aloha - Amar é compartilhar.

Corolário: 
  • O amor aumenta quando o julgamento diminui.
  • Tudo está vivo, atento e reativo.
  • Utilização do poder do amor.
  • Cor verde

6º. Mana - Todo poder vem de dentro.

Corolário: 
  • Tudo tem poder.
  • O poder vem da permissão (da criação).
  • Utilização do poder da permissão (da criação).
  • Cor azul
Observação sobre a origem da palavra permissão - latim PERMISSIO, de PERMITTERE, “deixar seguir, deixar passar”, de PER, “através”, mais MITTERE, “enviar, deixar ir”.

É preciso ser uma passagem para o Poder, para o Abstrato.

Reflexão do momento - MANA.

Aquilo que funciona é um dos critérios para a verdade sobre algo, mas é necessário compreender o porquê, a causa, pois o efeito placebo, por exemplo, funciona, não devido a coisa em si, mas devido à crença no poder da coisa, ou seja, o verdadeiro poder está na mente que crê. "A tua fé te salvou", como já foi dito. O poder dentro do ser humano é impressionante, mas fomos condicionados a crer num poder externo a nós mesmos, o que solapa o nosso poder pessoal.

7º. Pono - A efetividade é a medida da verdade.

Corolário: 
  • Existe sempre outra forma de se fazer algo.
  • Utilização do poder da flexibilidade.
  • Cor lilás

A cada princípio corresponde um atributo que representam qualidades especiais a serem desenvolvidas e são percebidos de maneira diferente do que comumente fazemos.

Reflexão do momento - PONO.

Aquilo que funciona é um dos critérios para a verdade sobre algo, mas é necessário compreender o porquê, a causa, pois o efeito placebo, por exemplo, funciona, não devido a coisa em si, mas devido à crença no poder da coisa, ou seja, o verdadeiro poder está na mente que crê. "A tua fé te salvou", como já foi dito. O poder dentro do ser humano é impressionante, mas fomos condicionados a crer num poder externo a nós mesmos, o que solapa o nosso poder pessoal.


Os Talentos

Os princípios e seus talentos são:

1º. Ike - Visão. Princípio do Mentalismo. É uma maneira diferente de se perceber as coisas, é a visão metafísica da realidade.

A visão comum das coisas chama-se Ike Papakahi; é a visão do primeiro nível. A visão metafísica chama-se Ike Papalua; é a maneira de se perceber a realidade atuando num segundo nível, do qual se controla o primeiro.

2º. Kala - Esclarecimento. Princípio da Interdependência. É a maneira que se tem para agir fazendo com que se consiga claramente a união do seu eu com o universo, é a transformação do homem em um ser holístico. Dissolução do eu.

3º. Makia - Focalização. Princípio da Focalização. Focalizar em sua mente suas intenções, objetivos, metas e propósitos são os modos de se conseguir uma revisão permanente de suas motivações, o que lhe dá maior eficiência em suas ações e uma maior capacidade de realizações. Isso é possível quando se consegue sentir que na focalização existe uma segunda situação, que só é percebida quando a percepção TRANSCENDE O RACIONAL transformando a linguagem de analítica em intuitiva. Nessa fase não há separação: nós somos o todo.

4º. Manawa - Presença. Princípio Presencial. Sendo o presente o nosso tempo, o aqui/agora e o agora/aqui são situações das quais tiramos todo proveito para nosso entendimento e compreensão e quanto mais atentos estivermos, mais presentes nos faremos e mais frutos colheremos de nossas ações. O poder pode ser extraído em qualquer situação, no cotidiano. Tudo é treinamento, é preciso lembrar de si.

5º. Aloha - Bênção; em todas nossas intenções, atitudes e ações, se conseguirmos reforçar o bem presente ou potencial, quer pela palavra, imagem ou ação, poderemos sentir a bondade, enxergar a beleza e apreciar a perícia com que se age. Assim, estaremos abençoando. O Xamã age de maneira diferente porque é capaz de abençoar o bem potencial através de desejos de sucesso às pessoas a quem se dirige.

6º. Mana - Permissão; para que qualquer coisa tenha poder, é necessário que lhe atribuamos este poder que queremos transmitir, isto é, autorizamos que tenha este poder. Isto pode ser feito com pessoas e objetos. Só se consegue isto com a energização do que queremos atribuir poder.

Assim como podemos dar poder, também podemos tirar.

O Xamã guerreiro personifica o mal lhe dando poder, aprendendo como conquistá-lo. O Xamã destemido tira o poder do mal o despersonificando e aprendendo sobre ele, conseguindo a harmonia, fazendo assim, que o mal desapareça.

7º. Pono - Tecelão de sonhos; o Xamã tece seus próprios sonhos desenvolvendo suas habilidades e assim, poderá ajudar os outros a tecerem seus sonhos. Ele usa esta habilidade para fazer suas curas que têm um sentido diferente das curas comuns. Por exemplo, um massagista, massageando o corpo de um paciente está usando suas mãos para curar o corpo físico do paciente. O Xamã massagista, massageando, estará usando o corpo físico como ferramenta para tecer um novo sonho e curar o espírito. São duas situações em que as ações são semelhantes, mas as intenções e atitudes são diferentes.

COMPLEMENTANDO:

1º IKE - Como você se sente depende de como você pensa. Sua realidade é criada pelo que você pensa e sente.

2º KALA - Tudo ouve o que você diz e sente o que você sente. Sua realidade é criada pelo que você sente, ouve, diz e pensa!

3º MAKIA - O que você quer é mais importante do que o que você não quer. Reafirme sempre o que quer, dando força e reafirmando todo o tempo a vibração do que quer para você. Quando pensamos no que não queremos damos força e reafirmamos o que não queremos para nós mantendo a vibração próxima, não nos afastando e sim nos aproximando do que não queremos!

4º MANAWA - As coisas não acontecem ontem e elas não acontecem amanhã; elas só podem acontecer agora. Não pense no que já aconteceu, pois não há como refazer, não pense em como seria bom se tivesse, pois se usar seu presente só pensando no que seria, não construirá agora o que quer para você!

5º ALOHA - Quanto mais feliz você é, mais sorte você tem. A felicidade vibra numa freqüência que aproxima mais felicidade e mais sorte para quem a sente!

6º MANA - Sempre há alguma coisa que você pode fazer. Não há problema insolúvel, não há estrada sem saída! Tudo sempre tem uma saída, tudo sempre tem uma solução!

7º PONO - Sempre faça o que funciona. Se você fizer algo que não funcione, faça diferente! É necessário aprender a diferença entre persistência e teimosia!

Sebastião de Melo

O primeiro ocidental que começou a desvendar os segredos da filosofia de vida dos havaianos tenha sido o americano Max Long. O cotidiano ancestral já havia sido destruído por missionários religiosos e pela invasão de valores ocidentais há um bom tempo quando ele chegou ao Havaí, em 1917. Depois de 18 anos mergulhado em seus estudos nas áreas da psicologia e da etimologia, Long, chegou à conclusão de que havia uma filosofia psico-religiosa por traz do dia-a-dia ancestral e do simples ato de surfar.

A língua havaiana não é apenas um idioma, e sim um verdadeiro raciocínio lingüístico. Cada palavra é um "cacho" de significados, indicados pelos contextos em que se encaixam. Não existia um profano dissociado do sagrado, ou vice-versa. Um exemplo: em nossa sociedade, ora buscamos dinheiro, ora buscamos Deus, numa proporção cada vez mais descompensada.

Os havaianos buscavam os dois o tempo inteiro. "Tudo que eles faziam era com devoção.


Eles viviam na eternidade do agora, como sugeririam Eckhart Tolle, Deepak Chopra, Dalai Lama e os demais gurus de hoje. Na sabedoria havaiana, o aqui e o agora de cada tarefa do cotidiano é o único território onde a fusão entre o profano e o sagrado pode ser efetivamente realizada e perpetuada. Talvez a maior prova disso seja o fato de que na língua havaiana não há termos para o futuro ou o passado.

As atividades do cotidiano (plantar, colher, construir, surfar…), por mais diversas que aparentem ser, são unidas no plano sagrado por "segundas intenções" espirituais que todas as tarefas têm em comum. Elas são a busca de uma energia metafísica que o havaiano chama de "mana". Essa energia, ignorada pelo mundo ocidental, é cultuada pelo mundo oriental na forma de "prana" na Índia, e de "chi" na China. Cada uma dessas três tradições considera essa energia vital, o alimento primordial da alma, que também sustenta o corpo.

A Filosofia

Huna quer dizer: Segredo, não no sentido de manter algo oculto, mas sim de descobrir um sentido mais profundo da nossa existência.

Conhecimento oculto ou realidade secreta é a realidade mais difícil de ser vista. Também significa princípio feminino mais princípio masculino o que corresponde à manifestação da vida.

Leinani Melville diz que Huna é "profundidade". Serge Kahili King define Huna como “o que é oculto ou o que não é obvio; nome dado ao conhecimento dos Kahunas, filosofia de realização, utilizada em qualquer contexto pessoal, científico, religioso".

Max Freedom Long assegura que "qualquer associado da Huna não deve desistir de sua fé tradicional, pois Huna é uma ferramenta que pode ser usada por todos a qualquer hora em qualquer contexto." E esta definição é a mais correta e a que é mais aceita pelos que praticam o Kahuna!

Conceitos

1. A parte teórica nos diz que o ser humano é formado de três espíritos ou aspectos independentes entre si, mas interligados nas ações, quando um depende do outro para se desenvolverem e de um corpo físico quando reencarnados. Existe uma energia que chamamos de “mana” que é o elemento de coesão entre os três, tendo cada um sua própria mana. O corpo é uma imagem manifestada dessa coesão por meio de uma substância. Essa substância de origem divina permeia todo o universo e em consonância com a mana torna possíveis as manifestações – a qual se denomina “substância aka”. Para que isso ocorra, cada espírito possui um corpo-aka que lhe é peculiar e tem funções determinadas. Sendo a Huna uma teoria de transformações, costumamos denominar cada um desses elementos pelos seus nomes na Língua Havaiana.

Esses conceitos chegaram até nós por intermédio dos estudos de Max Freedom Long, Serge King e outros que buscaram na antiga tradição havaiana os elementos teóricos. Essa conceituação teórica se sintetiza na prática no que se denomina “Prece Ação”.

Como todo sistema é arbitrário e relativo por ser interpretativo, a Huna também o é. Isso nos dá a liberdade de sermos ou não adeptos da Huna, conforme nossa interpretação desses ensinamentos.

2. Na parte prática, temos entre outros elementos, a Prece Ação já citada acima, com a qual obtemos bons resultados. Ela é usada principalmente, para curas e alívio de qualquer tipo de sofrimento. Obtemos resultados eficazes, pelo fato de trazer um enfoque diferente de como se deve fazer uma prece. Isso só se torna possível depois de conhecermos os conceitos da Huna. A leitura atenta e livre dos Evangelhos nos mostra que esses princípios da Huna não foram esquecidos por Jesus.

A parte prática da Huna está concentrada no xamanismo. O xamanismo ensinado pela Huna refere-se ao Xamanismo Havaiano. Tudo começou quando se reuniram grandes mestres Kahuna para sintetizarem os ensinamentos em alguns princípios que pudessem traduzir o pensamento e as atitudes que deveriam ter aqueles que se dedicassem a usar a Huna.

Princípios

O princípio básico da Psicofilosofia Huna é não ferir, isto é, não causar sofrimento a si mesmo, aos outros e à natureza.

Podemos evitar isso não nos omitindo nas situações que exigem de nós atitudes coerentes, que promovam o nosso equilíbrio e do meio em que vivemos. Não devemos nos exceder em ocasiões em que depende de nós um bom senso para que tudo transcorra serenamente. Não podemos permitir que sejamos usados para ações que causem prejuízos por exacerbação das mesmas. Qualquer ação que pratiquemos depende de uma intenção; assim, é a intenção a mãe de todos os problemas e virtudes que acontecem. Concluímos então, que é na intenção que está tudo que praticamos na vida e é nela que devemos focalizar toda nossa atenção para que não caiamos na omissão ou no excesso que nos conduzem ao desequilíbrio físico e mental, quando praticamos ações que provocam sofrimento e danos a nós mesmos e em geral.

Assim sendo, é a intenção o alvo de nosso “orai e vigiai” para que possamos crescer e evoluir na constante busca da felicidade. A Huna tem princípios e ensinamentos que nos ajudam nessa busca de uma maneira mais suave e simples, deixando de ser o sofrimento o paradigma de crescimento e evolução.

“O mistério da vida está além de toda concepção humana. Tudo o que conhecemos é limitado pela terminologia dos conceitos de ser e não ser, plural e singular, verdadeiro e falso. Sempre pensamos em termos de opostos, mas Deus, o Supremo, está além dos pares de opostos, já contém tudo em Si”.
Joseph Campbell

Abraham Fornander, que morava no Havaí no Século XIX, fez extensos estudos da cultura e da lingüística desse povo na tentativa de provar que o berço da civilização Polinésia foi o Oriente Próximo.

Max Freedom Long também estava convencido disso, e alegava ter recebido confirmação para sua hipótese de Stewart, que viveu entre os berberes no norte da África. Atualmente, antropologistas mantêm opinião de que os Polinésios vieram da Índia ou do sudeste da Ásia e Thor Hyerdahl acredita que a origem foi na América do Sul.

Os havaianos, no entanto, reivindicam que seu conhecimento e sua cultura são originários da região do Pacífico e que dali expandiram para o resto do mundo. Assim pensam Leinani Melville, James Churchward e Serge Kahili King.

Existem inúmeras coincidências de nomes e significados em diversos lugares da terra, que fazem os estudiosos pensarem na antiguidade e difusão dos ensinamentos polinésios.

No Antigo Testamento há muito conhecimento Huna oculto nos nomes de pessoas e lugares. Um bom exemplo é a historia do Jardim do Éden que possui uma gama de significados ocultos que descrevem o processo para se manter um elevado estado de prosperidade e alegria e os efeitos que ocorrem quando se permite que pensamentos e atitudes negativas dominem. O Jardim do Éden é um estado de consciência e não um local que existiu na terra.

Compreender a essência das filosofias ocultas requer uma completa mudança no pensar por parte do estudante
 e são poucos os que realmente se interessam. A maioria das pessoas é preguiçosa e deseja a lua, mas não quer se esforçar esperando milagres sem conseguir a necessária transformação interior.

A pessoa que idealizou o símbolo da Huna devia conhecer ocultismo e o modo como colocar a essência de um conhecimento secreto em um desenho com algumas frases escritas. A grande dificuldade não é descrever e explicar o conteúdo do símbolo. O difícil é apreender os princípios aí implicados e praticá-los para a melhoria pessoal e da humanidade.

O símbolo Huna tem em sua parte inferior a seguinte inscrição“IKE AO NEI”, cujo significado é “Antigas Revelações para o Mundo”.

A figura utilizada pelos desenhistas do símbolo foi o círculo. Segundo Jung“o círculo é uma das grandes imagens primordiais da humanidade e ao nos determos nesse símbolo estamos analisando o próprio eu. As imagens circulares refletem a psique – relação entre essa forma geométrica e a real estruturação de nossas funções espirituais”.

O círculo representa a totalidade. Tudo dentro do círculo é uma coisa só, limitada e circundada – é o aspecto espacial.

O aspecto atemporal refere-se à parte que vai a algum lugar e volta sempre.

A Huna é plena de símbolos em sua mitologia e também na parte psicofilosófica. Os seus primórdios remontam à época dos primeiros habitantes de Mu, no Pacifico. Os primeiros espíritos vieram do Criador e adquiriram a veste corporal humana em Mu também chamado de Ta Rua, Havai’i-ti-Havai’i, Tahiti. Desenvolveram um sistema de vida, uma linguagem bastante aprimorada para conter os ensinamentos e prepararam indivíduos para a propagação dos conhecimentos por ele praticados (os naacals).

O povo de Mu era definido pelos kahuna como predecessores, pessoas pequenas que formaram a primeira civilização do mundo; pessoas silenciosas que se moviam tranqüilamente e trabalhavam sem barulho, pessoas reservadas que preservaram seu conhecimento em silêncio. Referem-se a eles como pessoas lendárias, que viveram no Havai’i há muito tempo.

Após o desaparecimento de Mu em um terrível cataclismo, restaram os mestres do sistema em outros continentes e nas ilhas Polinésias.

Esse conhecimento não se perdeu porque transmitiram oralmente a muitos seguidores toda a mitologia, lendas e conhecimentos sobre a psique humana.

Teria sido essa a forma que as divindades encontraram para transmitir os ensinamentos psicofilosóficos?

Se assim foi, muitos pesquisadores das civilizações da Polinésia estavam certos, pois acreditavam que a maioria dos preceitos existente provinha das lendas e narrativas transmitidas pelos Deuses. As ilhas do Havaí não poderiam fugir à regra, pois os kahuna sabiam muito sobre a mente humana, talvez mais do que possamos imaginar.

Apesar de ser uma tradição oral, de ter ocorrido grandes mudanças de ordem política e religiosa, a história e a mitologia ainda nos proporcionam muitas áreas de estudo.

Como no círculo simbólico a Huna caminhou bastante e voltou aos princípios básicos existentes na tradição secreta, na mitologia e no conhecimento da mente com explicações psicológicas que só foram desenvolvidas no século XX.

As grandes revelações muito antigas deixadas para o mundo foram: a mitologia havaiana, o Tumuripo ou Cântico da Criação (embora faça parte da mitologia deve ser estudado separadamente, devido à importância do conteúdo para esclarecimento na história da humanidade) e a tradição secreta.

Mitologia

Todos os mitos são verdadeiros em diferentes sentidos. Toda mitologia tem a ver com a sabedoria da vida, relacionada com uma cultura específica, numa época específica. Integra o individuo na sociedade e a sociedade no campo da natureza. Une o campo da natureza à natureza individual. É uma força harmonizadora.

A mitologia havaiana se integra perfeitamente dentro desse conceito.

O Criador Supremo era a figura mais importante da mitologia havaiana e seu símbolo era um círculo com um ponto no centro. O panteão da mitologia havaiana possuía doze divindades principais.

No plano celestial mais elevado encontra-se o SupremoTeave ou Ra que tinha em seu pensamento a essência da futura polaridade (Eri Eri e Uri Uri).
Teave Eri Eri e Uri Uri formam a Trindade Suprema. A seguir Tane e Na’Vahine que são manifestações dos filhos diletos de Teave (Eri Eri e Uri Uri) deram origem à primeira trindade manifestada TeaveTane e Na’Vahine. As manifestações seguintes são as dos filhos de Tane e Na’Vahine, os príncipes TanaroaTu e RonoTanaroa é o regente do Pacífico Sul onde reina sobre as águas; é também o Deus da noite que zela pelas crianças do arco-íris depois que o sol se põe.

TuDeus das colheitas e da agricultura e também membro da justiça do tribunal divino. É o guardião dos mistérios da natureza.

Rono é o Deus do sol terrestre e o Tumuripo foi composto em homenagem a ele. Rono é também o Deus da medicina, responsável pelas plantas que irão curar as crianças de Tane quando adoeceram. Responsável pelas crianças do arco-íris no período diurno.

Tane e Na’Vahine tiveram mais três filhas Rata, Tapo e Hina. Formavam a terceira trindade celestial. Rata tornou-se a companheira de Rono e a principal senhora do sol dessa Terra. Tapo tornou-se a esposa de Tanaroa e a deusa do Pacífico Sul. Hina casou-se com Tu, tornando-se a deusa da agricultura e chefe da justiça do tribunal das leis do céu.

A outra trindade era formada por VateaPapa e Miru.

Vatea era o rei de Nu’umearani, o reino dos deuses e deusas da natureza. A deusa Papa, esposa de Vatea e regente feminina do quinto céu. Papa era conhecida por Haumea e às vezes mencionada como Ta Ruahine (senhora da cratera) era a mãe terra, a mãe da natureza dessa Terra.

Miru foi designado como o “Senhor do Mundo dos Espíritos”, onde vivem as almas dos homens após a morte física e tornou-se conhecido como o “Rei do Mundo dos Mortos”.

Na religião popular do Havaí havia muitos deuses, deusas, fantasmas, gnomos, duendes e espíritos que mudavam de forma de acordo com suas vontades e que poderiam ser amigos ou inimigos dos homens. No entanto, esse aspecto era apenas uma distorção do verdadeiro conhecimento Huna.

Deus para a população e os missionários era akua. A verdade para a compreensão da psicofilosofia é de que akua significa “idéia pronta, totalmente em ação”.

Uma idéia totalmente ativa que provoca efeitos. A deusa Pele, por exemplo, é um akua.

O Tumuripo (Kumulipo no vernáculo moderno).

Muito da filosofia dos Kahuna, está contida no chamado cântico da Criação – Tumuripo, que está mais próximo de uma bíblia kahuna do que qualquer outra coisa. Originalmente era parte de uma tradição oral transmitida por kahunaS treinados em memorização e foi compilada na forma atual, em 1700 pelo Kahuna Keaulumoku. Todas as traduções que foram feitas, são de um manuscrito que era propriedade do Rei Kalakaua, muito interessado na origem divina dos reis do Havaí, na preservação das tradições havaianas, inclusive nos segredos da Huna e o papel dos kahuna como curandeiros.

Na filosofia kahuna tanto o mundo espiritual quanto o material adquirem forma, como resultado de uma interação entre forças relativas, frequentemente representada por um macho e uma fêmea. Para cada Deus no panteão havaiano com pouquíssimas exceções, há uma complementação feminina para ajudar na criação. Muitos são nomeados nas primeiras sete seções do Tumuripo, juntamente com versos que falam sobre a formação das plantas e da vida animal na Terra. O oitavo e o nono cântico relatam o nascimento do homem com percepção consciente e sua multiplicação sobre a face da terra. As outras dezesseis seções na versão Kalakaua tratam das principais genealogias, com exceção de uma narrativa sobre um herói cultural Mauí.

Muitos estudiosos não concordam com a forma que foi traduzido. Em uma tradição oral, numa língua como a havaiana, é difícil traduzir fielmente o sentido das coisas ensinadas, pois há muitas sutilezas na pronúncia o que dificulta a transmissão do contexto para a palavra escrita.

Há no Tumuripo uma descrição muito bonita sobre o aparecimento do primeiro Ser. Isso aconteceu depois dos sete primeiros cânticos, chamados de “A Noite da Criação Espiritual”, que é o significado oculto do Tumuripo.

Na aurora do primeiro dia, quando os raios do sol dissiparam a longa noite, o primeiro Ser pousou na terra no Jardim do Sol Brilhante, Rarovaia. Era a deusa Ra’i Ra’i filha de Eri e Uri. Era o antepassado de Mu. Suas crianças foram concebidas imaculadamente porque o pai delas era o Rei que veio do Céu, o Deus Tane.

Através dos versos estruturados para rimar e terem ritmo, o poeta revela uma incrível compreensão dos poderes criadores do Deus e da Deusa. O Tumuripo eleva-se a altitudes de divina magnitude e é de fato a principal obra oriunda do Havaí.

A Tradição Secreta

O primeiro homem que revelou o código Huna para o ocidente foi Max Freedom Long. Professor no Havaí durante vários anos, era fascinado pelos poderes dos kahuna. Possuíam técnicas de cura e de controle do meio ambiente que realmente funcionavam, mas não revelavam seus métodos a quem não fosse kahuna. Na busca do conhecimento dos kahuna Max Freedom Long observou três elementos: uma forma de consciência (no’ono’o), uma forma de energia (mana) e uma forma de substância (aka). No entanto, demorou muitos anos para decifrar o código oculto no radical das palavras e isso formava uma outra linguagem.

A ideia fundamental na psicofilosofia Huna é de que criamos nossa experiência pessoal de realidade, por nossas crenças, interpretações, ações e reações, pensamentos e sentimentos. Somos cocriadores com o universo.

A Filosofia kahuna e o xamanismo havaiano podem ser sintetizados em sete princípios que conduzem o homem ao ser trino.

Cada um deles é simbolizado por apenas uma palavra chave da Língua Havaiana.

1. Ike – O mundo é o que penso que ele é.

A experiência pessoal é adquirida através das crenças, expectativas, medo, julgamento, interpretação, desejos, sentimentos, intenções e pensamentos constantes ou persistentes.

2. Kala – Não há limites.

Não há fronteiras para sua individualidade, nem entre você e seu corpo, você e o mundo ou você e Deus. Divisões usadas para esclarecimentos são termos funcionais ou convenientes, pois a separação é apenas uma ilusão útil.

3. Makia – A energia segue o curso do pensamento.

Você adquire aquilo em que se concentrou. Os pensamentos e sentimentos revividos conscientemente ou não formam as imagens que trazem para a sua vida, a mais próxima experiência disponível, equivalente aos mesmos pensamentos ou sentimentos.

4. Manawa – Seu momento de poder é agora.

Você não é limitado por qualquer experiência do passado ou qualquer percepção do futuro, porque o passado é apenas uma lembrança e o futuro uma mera possibilidade.

5. Aloha – Amar é compartilhar com...

Aloha é a palavra havaiana que significa amor e este existe à medida que você é feliz com o objeto do seu amor.

6. Mana – Todo poder vem de dentro.

Não há poder fora de você porque o poder divino trabalha através de você na sua vida. Você é o canal ativo para o poder e é direcionado por suas escolhas e decisões. Ninguém tem poder sobre você e seu destino, a não ser que você dê permissão para isso. Quando esse poder é direcionado para as ações, surge a mana energia vital de onde se origina todas as formas de manifestação.

Todos e tudo têm poder e se você aprende a trabalhar respeitosamente com esses poderes, mais do que tentar impor sua vontade, eles poderão ser muito úteis.

7. Pono - A efetividade é a medida da verdade.

Em Pono os meios determinam o fim e não os fins justificam os meios. A cura é a meta e a eficácia é o critério e não a prova de um sistema particular ou método.

A flexibilidade é um dos atributos de Pono; há várias maneiras de se fazer as coisas.

Mana
Mana é o sopro divino que organizou Po e que permeia todo o universo.
A Mana Poder Divino é apanágio de Teave que em sua bondade transforma-a em mana energia vital, através de seus filhos (forças criadoras e geradoras do universo).
A manifestação de mana energia se dá pela força coesiva que forma toda substância e mantém a estrutura de todo kino, e, como fé, tem o poder de transformar uma energia em outra, fator que propicia as curas e a evolução pela permissão do talento do principio xamânico havaiano Mana.

Aka
Aka é a substância básica do universo físico e dela é formada toda manifestação. A palavra tem vários significados como sombra, espelho, reflexo, luminosidade transparência, semelhança, essência e embrião no momento da concepção.

Age como um espelho para refletir padrões de pensamentos nos níveis físico e psíquico.

Em relação ao pensamento é uma simples sombra. Os kahuna acreditam que essa substância pode ser formada e moldada pelo pensamento consciente e inconsciente(dedutivo) e que age como um continente para mana. Quanto mais mana contém, mais densa se apresenta.

Algumas formas de aka são conhecidas pelos sensitivos como matéria etérica ou astral, como em uma percepção mental quando aparece como transparente luminosidade. São as características refletivas dessa matéria que capacitam o curandeiro kahuna, como tecelão de sonhos, a mudar condições mudando o modo de sonhar.

Segundo a interpretação de embrião no momento da concepção, vemos que ai se deu uma transformação adquirindo esse futuro kino, características próprias com uma substancia aka que lhe é peculiar, formando sua própria luminosidade.

Kino – o corpo físico
De acordo com as raízes quer dizer: Uma forma-pensamento altamente energizada.

Em Huna o corpo físico é um pensamento materializado do Aumakua pessoal, modificado por hábitos e atitudes adquiridos pelo uhane e unihipili.

O corpo físico é kino, mas também o é seu mundo físico. Ou seja, seu mundo pessoal, seu ambiente particular como você o experiência, não é apenas percebido por você – é formado por você, especialmente por seus pensamentos, sentimentos, crenças, expectativas, medos e julgamentos sobre ele. Um dos mais importantes segredos sobre você ensinado na Huna é sua habilidade para formar e reformular sua experiência pessoal no mundo.

Conclui-se que sendo uma forma-pensamento possui unihipili e uhane no ser humano e unihipili em qualquer forma manifestada, tendo sempre o Aumakua como guia.

O ser trino
O ser trino na psicofilosofia Huna é um ser espiritual com três aspectos, representados por Aumakua, Uhane e Unihipili em estado de harmonia. A desunião entre Uhane e Unihipili que estão no corpo pode ocorrer e provoca a interrupção da comunicação harmônica entre eles e a perda da efetividade na vida. A descoberta interior do conhecimento da tradição Huna restabelece pela eficácia das ações a união dos três espíritos, terminando com a ilusória separação criada pela individualização do unihipili e uhane, desde o início da longa jornada, através das vidas sucessivas pela compreensão e apreensão simbólica dos sete princípios. É a volta a Po como imagem e semelhança de Tane.

Nós somos únicos. Cada um de nós experiência a vida de forma diferente e nem dois de nós expressam a mesma combinação de talentos e técnicas, a não ser no estado de um ser trino.

Maria Therezinha Mendes de Melo

Bibliografia 
Campbell, Joseph – O Poder do Mito 
Churchward, James – O Continente Perdido de Mu 
Melville, Leinani – Children of the Rainbow 
Melville, Leinani - Dictionary 
King, Serge – Kahuna Healing 
King, Serge – Urban Shaman 
Long, Max Freedom – A Ciência Secreta em Ação 
Long, Max Freedom – Milagres da Ciência Secreta 
Melo, Sebastião – Artigos diversos sobre Huna 
Pukui e Elbert – Hawaiian Dictionary






Não importa que tipo de problema, trabalhe com você mesmo -  Ihaleakala Hew Len.

“Se você quer resolver um problema, 100% de Responsabilidade"

Entrevista com Ihaleakala Hew Len Por Cat Saunders

Como demonstrar gratidão a alguém que lhe ajudou a ser livre?

Como demonstrar gratidão a um homem cuja gentileza de espírito, e agudeza nas declarações, alterou completamente o curso de sua vida?

Ihaleakala Hew Len é a pessoa que significa tudo isso para mim. Como um irmão de alma que aparece inesperadamente num momento de necessidade, Ihaleakala entrou em minha vida em março de 1985, um ano de grandes mudanças para mim. Eu o conheci durante um curso chamado Self I-Dentity Through Ho'oponopono, no qual ele era facilitador, juntamente com a nativa havaiana e kahuna (“guardiã do segredo”) Morrnah Nalamaku Simeona, já falecida. Para mim, Ihaleakala e Morrnah fazem parte do ritmo da vida. Embora eu sinta um grande amor por eles, não consigo vê-los como simples pessoas, porque a forma com que eles influenciam minha vida vem através de um vigoroso pulsar, como o som de tambores africanos na noite. Recentemente, tive a honra de ser convidada a entrevistar Ihaleakala pela Foundation of I, Inc. (Freedom of the Cosmos), organização fundada por Morrnah. Mas minha maior honra foi saber que ele estaria vindo do Havaí especialmente para encontrar-se comigo.

Dr. Ihaleakala S. Hew Len é presidente e administrador da Fundação. Juntamente com Morrnah, ele vem trabalhando com milhares de pessoas há muitos anos, inclusive com grupos das Nações Unidas, UNESCO, Conferência Internacional pela Paz Mundial, Conferência da Medicina Tradicional Indígena, Curadores pela Paz na Europa, e da Associação dos Professores do Estado do Havaí. Tem também uma larga experiência no tratamento de pessoas mentalmente enfermas, com criminosos doentes mentais e suas famílias. Todo o seu trabalho como educador é permeado e tem como suporte o processo Ho'oponopono. 

Ho’oponopono significa simplesmente “acertar o passo” ou “corrigir o erro”. 

De acordo com os antigos havaianos, o erro provém de pensamentos contaminados por memórias dolorosas advindas do passado. Ho'oponopono oferece uma forma de liberar a energia desses pensamentos dolorosos, ou erros, os quais causam desequilíbrio e enfermidades. No desenrolar do processo Ho'oponopono, Morrnah foi orientada a incluir as três partes do Eu, que são a chave para a Auto-Identidade. Essas três partes, presentes em cada molécula da realidade, são chamadas de 

Unihipili (criança/subconsciente), 
Uhane (mãe/ consciente) e 
Aumakua (pai/superconsciente). 

Quando esta “família interna” encontra-se alinhada, a pessoa está em sintonia com a Divindade, acontece o equilíbrio e a vida começa a fluir. Assim, Ho'oponopono auxilia na restauração do equilíbrio, primeiramente no individuo e depois em toda a Criação.

Ao me apresentar este sistema tríplice, juntamente com o mais poderoso processo de perdão que eu conheço (Ho'oponopono), Ihaleakala e Morrnah ensinaram-me o seguinte: a melhor maneira de trazer cura para cada aspecto de minha vida, e para o universo inteiro, é assumir 100% de responsabilidade e trabalhar comigo mesma. E ainda aprendi com eles a simples sabedoria do total auto-cuidado. Como disse Ihaleakala, em sua nota de agradecimento após nossa entrevista:
 
“Cuide bem de você. Se fizer isso, todos serão beneficiados.”

Certa vez, Ihaleakala ausentou-se uma tarde inteira, bem no meio de um curso do qual eu participava, simplesmente porque sua Unihipili (criança/subconsciente) pediu para ir ao hotel e tirar uma longa soneca. É claro que ele assumiu sua responsabilidade antes de se retirar, e Morrnah estava lá para dar prosseguimento ao trabalho. Fiquei impressionada com sua atitude. Para alguém como eu, criada numa família que ensinava a sempre colocar os outros em primeiro lugar, a ação de Ihaleakala foi no mínimo surpreendente e divertida. Ele tirou sua soneca e deu uma lição inesquecível de auto-cuidado.
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Cat: Ihaleakala, quando conheci você, em 1985, eu havia recém começado a trabalhar com consultas individuais, depois de ter sido conselheira em agências durante quatro anos. Lembro-me de você dizer: “Toda terapia é uma forma de manipulação.” E eu pensei: “Cruzes! O que é que vou fazer agora?” Eu sabia que você tinha razão, e quase desisti da idéia! É claro que continuei, mas aquela sua colocação mudou completamente minha forma de trabalhar com as pessoas.

Ihaleakala: A manipulação acontece quando eu (o terapeuta) chego com a ideia de que você está doente e eu vou trabalhar em você.

Coisa muito diferente é quando acredito que você veio até mim para me trazer uma oportunidade de olhar o que está acontecendo comigo. 

Nesse caso não acontece a manipulação. Se a terapia for baseada em sua crença de que você está ali para salvar o outro, curar o outro ou orientar o outro, a informação que você traz emerge do intelecto, da mente consciente. Mas o intelecto não é habilitado para entender e abordar problemas. O intelecto não tem a menor condição de solucionar problemas! Ele é incapaz de compreender que, quando uma situação problemática é solucionada por transmutação (como no caso de Ho'oponopono e outros processos semelhantes), não só a situação fica resolvida, mas tudo o que estiver relacionado com ela, atingindo níveis microscópicos e estendendo-se até o início dos tempos.

Sendo assim, penso que a pergunta mais importante a ser feita é: “O que é um problema?” Se você faz uma pergunta como esta, não há clareza. E como não há clareza, eles inventam uma forma de resolver o problema...

Cat: ... como se o problema estivesse “lá fora”.

Ihaleakala: Sim. Por exemplo, outro dia recebi um telefonema de uma mulher, cuja mãe estava com 92 anos. Ela disse: “Minha mãe está com uma horrível dor nos quadris já faz muitas semanas.” Enquanto a mulher falava comigo, eu fazia a seguinte pergunta à Divindade: “O que está acontecendo comigo para ter causado a dor nesta senhora? Como posso resolver este problema dentro de mim?” As respostas vieram e eu fiz o que me foi solicitado.

Pode ser que uma semana depois a mulher me ligue para dizer que sua mãe está melhor. Isto não significa que não haverá reincidência do problema, porque pode haver causas variadas para aquilo que parece ser o mesmo problema.

Cat: Tenho acompanhado muitos casos de doenças crônicas e dores recorrentes. Trabalho com elas o tempo todo, usando Ho'oponopono e outros processos de clarificação, a fim de reparar toda dor que causei, desde o início dos tempos.
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Ihaleakala: Sim. A idéia é que pessoas como nós estão justamente trabalhando em profissões de cura porque já causaram muita dor por aí.

Cat: Que coisa!

Ihaleakala: Não é maravilhoso a gente saber disso? E ainda atendermos pessoas que nos pagam por lhes ter causado problemas!
Eu disse isso a uma mulher em Nova York, e ela exclamou: “Meu Deus, se pelo menos eles soubessem!” Mas, como você vê, ninguém sabe. Psicólogos, psiquiatras continuam acreditando que a função deles é ajudar a curar o outro.

Vamos supor que você veio me consultar. Eu peço à Divindade: “Por favor, o que quer que esteja acontecendo dentro de mim que causou esta dor na Cat, diga-me como posso corrigir.” E então vou ficar continuamente aplicando a orientação recebida, até que a sua dor vá embora, ou até você me pedir que eu pare. O importante não é propriamente o efeito, mas chegar ao problema. Essa é a chave.

Cat: Você não focaliza no resultado porque isto não é de nossa competência.
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Ihaleakala: Certo. Nós só podemos fazer o pedido.

Cat: E nós também não sabemos quando uma determinada dor ou doença vai se alterar.
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Ihaleakala: Pois é. Digamos que se recomendou a uma mulher o tratamento com certa erva, a qual não está surtindo efeito. Novamente a questão: “O que acontece dentro de mim que faz com que esta mulher não receba os benefícios da erva?” E eu vou trabalhar com isso. Vou limpar e ficar de boca fechada, permitindo que o processo de transmutação se opere. Quando acontece de você se apegar a seu intelecto, o processo é interrompido. A coisa mais importante a ser lembrada, no caso de um trabalho de cura não surtir efeito, é aceitar a possibilidade da causa do problema estar em erros múltiplos, em múltiplas questões e memórias dolorosas. Nós não sabemos nada! Só a Divindade sabe o que está acontecendo.

No mês passado, fiz uma apresentação em Dallas. Na conversa com uma mestra em Reiki, perguntei-lhe: “Quando alguém lhe vem com um problema, onde você vai encontrá-lo?” Ela me olhou intrigada. E eu disse: “Em você. Porque foi você quem causou o problema, e o seu cliente vai lhe pagar pela cura de um problema que é seu!”
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Cat: 100% de responsabilidade.

Ihaleakala: 100% de consciência de que foi você quem causou o problema. 100% de consciência de que é sua a responsabilidade corrigir o erro. Imagine o dia em que todos nós formos 100% responsáveis!

Como vou convencer as pessoas de que nós somos 100% responsáveis pelos problemas? Se você quer resolver uma situação problemática, trabalhe-a em si próprio. Se a questão está ligada a outra pessoa, pergunte a si mesmo: “O que há de errado comigo que está levando esta pessoa a me incomodar?” Aliás, pessoas só aparecem na sua vida para lhe incomodar! Quando você sabe disso, pode superar qualquer situação e se libertar. É simples: “Sinto muito por tudo que está acontecendo. Por favor, perdoe-me.”

Cat: Na verdade, você não precisa lhes dizer isto em voz alta, e nem mesmo precisa entender o problema.

Ihaleakala: Aí está a beleza de tudo. Você não tem que entender. É como a Internet. Você não entende nada de como funciona! Você apenas chega até a Divindade e diz: “Vamos dar um download?” A Divindade então proporciona o download e você recebe toda a informação. Mas, como nós não sabemos quem somos, nunca damos o download direto da Luz. Vamos buscar fora.

. Sempre me lembro do que Morrnah dizia: “É um trabalho interno.” Se você quer ter sucesso, trabalhe internamente. Trabalhe em você mesmo!

Cat: Reconheço que a única coisa que funciona é ser 100% responsável. Mas houve um tempo em que questionei isto, porque eu era uma pessoa do tipo super responsável, que cuidava de muita gente. Quando lhe ouvi falar sobre os 100% de responsabilidade, não apenas por mim mesma, mas por todas as situações e problemas, pensei: “Parado lá! Isso é pura loucura! Não preciso que ninguém venha me dizer para ser ainda mais responsável!” O que aconteceu foi que, quanto mais eu refletia sobre isso, mais fui descobrindo que há uma grande diferença entre um super responsável cuidado com o outro e um total cuidado comigo mesma. O primeiro tem a ver com ser uma boa menina, e o segundo, com ser livre.

Lembro-me de quando você contou sobre a época em que trabalhou como psicólogo na ala para loucos criminais no Hospital Estatal do Havaí. Disse que quando começou a trabalhar lá, havia muita violência entre os internos e que, depois de quatro anos, tudo ficou em paz.

Ihaleakala: Basicamente, assumi 100% de responsabilidade. Só trabalhei comigo mesmo.
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Cat: É verdade que, durante todo aquele tempo, você não teve contato com nenhum dos internos?

Ihaleakala: É verdade. Eu só entrava no pavilhão para verificar os resultados. Se eles ainda apresentavam problemas, eu ia trabalhar mais um pouco comigo mesmo.
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Cat: Você poderia contar uma história sobre a utilização do Ho'oponopono nos, assim chamados, objetos inanimados?

Ihaleakala: Certa vez, eu estava num auditório, preparando-me para dar uma palestra, e eu conversava com as cadeiras. Então, perguntei: “Há alguém aí que eu tenha esquecido? Alguém entre vocês gostaria de expor algum problema que exija cuidado de minha parte?” Uma das cadeiras respondeu: “Sabe, hoje num seminário anterior, havia um rapaz sentado em mim, o qual sofria com problemas financeiros, e agora estou me sentindo péssima!” Tratei de limpar aquele problema e logo pude ver a cadeira se endireitando e dizendo: “Ok! Estou prontinha para acomodar o próximo!” Na verdade, o que eu tento fazer é ensinar a sala. Costumo dizer para a sala, e tudo o que há nela: “Vocês querem aprender o Ho'oponopono? Afinal, breve irei embora, e não seria ótimo se todos vocês pudessem dar continuidade a este trabalho?” Alguns respondem sim, outros respondem não, e há aqueles que dizem: “Estou muito cansado!” Então, pergunto à Divindade: “Para aqueles que dizem que querem aprender, como posso ensiná-los?” Na maioria das vezes, a resposta é: “Deixe o livro azul (Self I-Dentity Through Ho'oponopono) com eles.” E é o que faço. Enquanto estou falando, deixo o livro azul em cima de alguma cadeira ou mesa. Não costumamos acreditar que as mesas ficam ali, quietas e atentas a tudo o que está ocorrendo ao seu redor!

Ho'oponopono é muito simples. Para os antigos havaianos, todos os problemas começam com o pensamento. Mas o problema não está no simples pensar. O problema ocorre quando nossos pensamentos estão impregnados de memórias dolorosas a respeito de pessoas, lugares ou coisas.

. O trabalho intelectual por si só não é capaz de resolver estes problemas, porque a função do intelecto é de apenas administrar. E não é administrando as coisas que se resolvem problemas. Você quer é se livrar deles! Quando você faz Ho'oponopono, o que acontece é que a Divindade pega os pensamentos dolorosos e os neutraliza ou os purifica. Não se trata de neutralizar ou purificar a pessoa, o lugar ou a coisa. O que fica neutralizada é a energia que está associada a pessoa, lugar ou coisa. Portanto, o primeiro estágio de Ho'oponopono é a purificação da energia.

. Então, eis que algo maravilhoso acontece. A energia não é apenas neutralizada; ela é também liberada, e tudo fica limpo. Os budistas chamam de Vazio. O último passo é permitir que a Divindade entre e preencha o vazio com luz.

Para fazer Ho'oponopono, você não precisa saber qual é propriamente o problema ou o erro. Você só tem que se dar conta de que está tendo um problema, seja ele físico, mental, emocional ou qualquer outro. Tão logo você o perceba, é sua responsabilidade começar imediatamente a limpeza, dizendo: “Sinto muito. Perdoe-me, por favor.”

Cat: Quer dizer que a verdadeira função do intelecto não é resolver problemas, mas pedir perdão.

Ihaleakala: Sim. Eu tenho duas tarefas neste mundo. A primeira é, antes qualquer outra coisa, cuidar da limpeza. E a segunda é despertar as pessoas que estão adormecidas. Quase todo mundo está adormecido! Mas a única maneira de fazê-las despertar é trabalhando comigo mesmo! Esta nossa entrevista serve de exemplo. Durante as semanas que precederam nosso encontro, estive fazendo o trabalho de clarificação, de modo que, quando nos encontrássemos, fôssemos como dois lagos juntando suas águas. Eles se unem e vão em frente. Só isso.

Cat: Nesses dez anos que faço entrevistas, esta foi a primeira vez que não me preparei. Toda vez que tentava fazê-lo, minha Unihipili dizia que eu devia apenas vir e estar com você. Meu intelecto fez de tudo para me convencer de que eu tinha que me preparar, mas eu não dei ouvidos.

Ihaleakala: Melhor pra você! A Unihipili, às vezes, é muito engraçada. Certo dia, eu ia descendo por uma estrada no Havaí. Quando me preparava para pegar um declive à direita, por onde eu sempre passava, ouvi a voz melodiosa de minha Unihipili: “Se eu fosse você, eu não descia por aí.” E eu pensei: “Mas a gente sempre vai por aí.” E continuei o meu caminho. Uns cinqüenta metros adiante, ouvi de novo: “Ei! Se eu fosse você, eu não descia por aí!” Segunda chance. “Mas a gente sempre vai por aí!”

Nessa hora, a nossa conversa já era em voz alta e as pessoas nos carros próximos me olhavam achando que eu era um louco. Andei mais 25 metros, e ouvi um estrondoso: “Se eu fosse você, eu não descia por aí!” E eu fui por lá. E lá acabei ficando parado por duas horas e meia. Por causa de um enorme acidente, estava tudo congestionado. Não se podia ir nem para frente nem para trás. Ai, ouvi minha Unihipili dizer: “Não falei?!” E ela ficou sem conversar comigo um tempão. E com razão. Por que falar comigo se eu não a ouvia?

Lembro-me uma vez, quando me preparava para ir à televisão falar sobre Ho'oponopono. Meus filhos olharam para mim e disseram: “Pai, ficamos sabendo que você vai aparecer na TV. Vê lá se põe umas meias que combinam!” Eles não se preocuparam com o que eu ia falar. Eles só estavam preocupados com as minhas meias. Você vê como as crianças sabem o que é realmente importante na vida?

* * *Esta entrevista foi originalmente publicada por The New Times, em setembro de 1997. Para mais informações sobre Ho'oponopono e contato com Ihaleakala Hew Len, Ph.D, visite o site http://www.hooponopono.org/.

Cat Saunders, Ph.D é autora do livro Dr. Cat’s Helping Book. Para mais informações, visite http://www.drcat.org/.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Nossa Senhora

A morte sorri para todos, numa eterna alegria, consolo dos miseráveis, terror dos ricos, mas para todos ela se mostra equânime. 

A única questão que fica é a de sempre: todos querem ir para o céu, mas ninguém quer morrer.

Os ricos se apegam a sua riqueza, elegeram seus bens o seu deus, a morte para eles é a verdade comunista da existência.

Os pobres também se apegam, mas nem tanto, pois a morte é para eles a chance de riqueza que aqui não tiveram, julgam ter sofrido o suficiente para o merecido prêmio celeste.

A classe média vive no purgatório de sempre: a invejar os ricos e a temer os pobres e, talvez, mesmo na morte ainda devem invejar os santos ou iluminados, esses ricos espirituais, e temem os quiumbas, os miseráveis do outro mundo.

Muda e sorridente, com olhos profundos de negro buraco a todos Ela aguarda paciente, pois a Morte espera a vida inteira, sem nenhuma necessidade de apocalipse ou fim de mundo.

Essa questão de fim do mundo, aliás, é sempre algo muito particular, pessoal e intransferível. A maioria nem se dá conta.

Ela, Nossa Senhora Morte, percebe que todo esse agito humano, essa luta ansiosa pelo viver não faz o menor sentido. E, tranquila, sorri.



Na morte

Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe exponho e realço a minha mediocridade; advirto que a franqueza é a primeira virtude de um defunto. 

Na vida, o olhar da opinião, o contraste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência; e o melhor da obrigação é quando, à força de embaçar os outros, embaça-se um homem a si mesmo, porque em tal caso poupa-se o vexame, que é uma sensação penosa, e a hipocrisia, que é um vício hediondo. Mas, na morte, que diferença! Que desabafo! Que liberdade! Como a gente pode sacudir fora a capa, deitar ao fosso as lantejoulas, despregar-se, despintar-se, desafeitar-se, confessar lisamente o que foi e o que deixou de ser! Porque, em suma, já não há vizinhos, nem amigos, nem inimigos, nem conhecidos, nem estranhos; não há plateia. 

O olhar da opinião, esse olhar agudo e judicial, perde a virtude, logo que pisamos o território da morte; não digo que ele se não estenda para cá, e nos não examine e julgue; mas a nós é que não se nos dá do exame nem do julgamento. Senhores vivos, não há nada tão incomensurável como o desdém dos finados.                          

Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ciranda Cultural, 2018. p. 49.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Açúcar vicia tanto ou mais que cocaína - estudo científico



A verdadeira porta de entrada das drogas: 

Açúcar.

Segue link com estudo científico sobre o assunto.

https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0000698

Nossas descobertas demonstram claramente que a doçura intensa pode superar a recompensa da cocaína, mesmo em indivíduos sensibilizados e viciados em drogas. Especulamos que o potencial aditivo da doçura intensa resulta de uma hipersensibilidade inata a saborizantes doces. Na maioria dos mamíferos, incluindo ratos e humanos, os receptores de doces evoluíram em ambientes ancestrais pobres em açúcares e, portanto, não estão adaptados a altas concentrações de saborizantes doces. A estimulação supranormal desses receptores por dietas ricas em açúcar, como as agora amplamente disponíveis nas sociedades modernas, geraria um sinal de recompensa supranormal no cérebro, com o potencial de substituir os mecanismos de autocontrole e, assim, levar ao vício.

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

A 2ª Joia do Dragão Amarelo: Ham Sah e o Vazio Iluminador

24 [1]. A Shakti suprema se revela quando a inspiração e a expiração nascem e morrem nos dois pontos extremos, superior e inferior. Assim, entre duas respirações, experimente o espaço infinito.

25 [2]. Entre a inspiração e a expiração, entre parar e seguir, quando a respiração fica imóvel nos dois pontos extremos, coração interno e coração externo, dois espaços vazios serão revelados a você: Bhairava e Bhairavî.

26 [3]. Com o corpo relaxado ao expirar e inalar, perca a sua mente e perceba o seu coração, o centro de energia onde a essência absoluta de Bhairava flui. 

27 [4]. Quando você inspirou ou expirou totalmente, quando o movimento da respiração para por conta própria, nessa calmaria universal, o pensamento de "eu" desaparece e a Shakti se revela.


ENERGIA VITAL ACUMULADA E TRANSMUTADA MAIS SILÊNCIO INTERIOR = ÊXTASE.

Amigos (as), faz algum tempo eu procurava por essa prática ou técnica na própria fonte onde a aprendi, em tempos idos, e que me é de muita valia. Agradeço ao Mestre Samael Aun Weor por tão valiosa técnica, pois seus efeitos meditativos e redistribuidores da energia são extremamente eficazes. É assim que a compartilho com vocês. Ela é uma técnica auxiliar no processo de transmutação de nossa energia criadora. 


A 2ª Jóia do Dragão Amarelo, por Samael Aun Weor





Faz-se urgente e improrrogável dominar a mente. Devemos dialogar com ela, recriminá-la, açoitá-la com o látego da vontade e fazê-la obedecer. Esta didática pertence à Segunda Joia do Dragão Amarelo. Meu real Ser, Samael Aun Weor, esteve reencarnado na antiga China e chamou-se Chou-Li.

Fui iniciado na Ordem do Dragão Amarelo e tenho ordens de entregar as Sete Joias do Dragão Amarelo a quem despertar a consciência, vivendo a Revolução da Dialética e conseguindo a Revolução Integral.

Antes de tudo, não devemos nos identificar com a mente, se é que queremos tirar o melhor partido da segunda joia. Se continuamos nos sentido mente, se dizemos ‘estou raciocinando, estou pensando’, estamos afirmando um despropósito e não estamos de acordo com a doutrina do Dragão Amarelo porque o Ser não precisa pensar e não precisa raciocinar. Quem raciocina é a mente

O Ser é o Ser e a razão de ser do Ser é o próprio Ser. 

Ele é o que é, o que sempre foi e o que sempre será. O Ser é a vida que palpita em cada sol. O que pensa não é o Ser. Quem raciocina não é o Ser. Nós não temos encarnado todo o Ser, mas temos uma parte do Ser encarnada, que é a Essência, ou budhatta, isso que há de alma em nós, o anímico, o material psíquico. É necessário que esta essência vivente se imponha sobre a mente. Aquilo que analisa em nós são os eus. 

Os eus nada mais são do que formas da mente, formas mentais que têm de ser desintegradas e reduzidas a poeira cósmica. 

Estudemos neste momento algo muito especial. Poderia se dar o caso de que alguém dissolvesse os eus, os eliminasse. Poderia também se dar o caso de que esse alguém, além de dissolver os eus, fabricasse um corpo mental. Obviamente, teria adquirido individualidade intelectual. Mas teria que se libertar até mesmo desse corpo mental, porque por mais perfeito que ele fosse, também raciocinaria, também pensaria, 

e a forma mais elevada de pensar é não pensar. 

Quando pensamos, não estamos na forma mais elevada de pensar. O Ser não precisa pensar. Ele é o que sempre foi e o que sempre será. 

Assim, em síntese, temos de submeter a mente, interrogá-la... 

Não precisamos submeter as mentes alheias porque isso é magia negra

Não precisamos dominar a mente de ninguém porque isso é bruxaria da pior espécie. O que precisamos é submeter a nossa própria mente, dominá-la... Durante a meditação, repito, surgem duas partes: a que está atenta e a que está desatenta.

Precisamos nos tornar conscientes do que há de desatento em nós. Ao nos fazermos conscientes, poderemos evidenciar que o desatento tem muitos fatores. Dúvida, há muitas dúvidas. São muitas as dúvidas que existem na mente humana. De onde vêm essas dúvidas?

É urgente compreender a fundo as técnicas da meditação. Hoje explicaremos sobre o Vazio Iluminador. Ao iniciar este tema me vejo obrigado a narrar por mim mesmo e de forma direta, o que sobre o tema eu pude verificar diretamente. 

Creio que os que escutem esta fita, estão informados sobre a maravilhosa Lei da Reencarnação, pois é ela o fundamento do seguinte relato: Quando a Segunda Sub-Raça de nossa atual grande Raça Ária florescia, na China antiga, eu estava reencarnado ali, então me chamava Chou-Li. Obviamente, fui membro da dinastia Chou. E naquela existência, eu era membro ativo da ordem do Dragão Amarelo, é e claro que em tal ordem pude aprender claramente a ciência da meditação. Todavia vem a minha memória aquele instrumento maravilhoso denominado Aya Atapán, que tem 49 notas. Bem sabemos que é a sagrada lei do eterno Heptaparaparshinock, ou seja, a Lei do Sete. Indubitavelmente, sete são as notas da escala musical, mas se multiplicamos o sete por sete, obteremos quarenta e nove notas colocadas em sete oitavas. Os irmãos nos reuníamos na sala de meditação, juntávamos nossas pernas, nos sentávamos em estilo oriental, com as pernas cruzadas, colocávamos as palmas das mãos de tal forma que a direita caía sobre a esquerda, sentávamos em círculo no centro da sala, cerrávamos os olhos e em seguida colocávamos muita atenção na música que certo irmão tocava no cosmo e em nós. Quando o artista fazia vibrar a primeira nota, estava em Dó. Todos nos concentrávamos. Quando fazia vibrar a seguinte nota, em Ré, a concentração se fazia mais profunda, lutávamos com os diversos elementos subjetivos que em nosso interior carregávamos; podíamos recriminá-los, podíamos ver a necessidade de guardar um silêncio absoluto, não está demais recordar a vocês, queridos irmãos, que os elementos indesejáveis, constituem o ego, o eu, o mim mesmo, são um todo de entidades diversas, personificando erros. Quando vibrava a nota Mi, penetrávamos em nossa terceira zona do subconsciente e nos enfrentávamos com a multiplicidade, pois, destes diversos agregados psíquicos, que em desordem brigam dentro de nosso interior, que impedem a quietude e o silêncio da mente, nos recriminávamos, tratávamos de compreende-los, quando o conseguíamos penetrávamos um pouco mais fundo, em lá nota Fá. É óbvio que novas lutas nos esperam com tal nota. Amordaçar a todos esses demônios do desejo que nos levamos dentro, não é tão fácil, obrigar-lhes a guardar silêncio e quietude não é coisa fácil, mas com paciência nos lográvamos, e assim prosseguíamos com cada um das notas da escala musical, em um oitava mais elevada, prosseguíamos com o mesmo esforço e assim pouco a pouco, enfrentando-nos aos diversos elementos inumanos que em nosso interior carregamos, lográvamos por fim amordaça-los a todos nos quarenta e nove níveis do subconsciente e então a mente ficava quieta e é no mais profundo silêncio. Este era o instante em que a Essência, a alma, o mais pura que dentro temos, se escapava, para experimentar real, assim penetrávamos no Vazio Iluminador. Assim o Vazio Iluminador havia irrompido em nós; movíamos no Vazio Iluminador lográvamos conhecer as Leis da natureza em si mesmas, tal qual são e não como aparentemente são. Neste mundo tridimensional de Euclides, só se conhece causas e efeitos mecânicos, mas não as Leis Naturais em si mesmas; mas no Vazio Iluminador elas são ante nos como realmente são, podíamos perceber este estado com a consciência, com os sentidos superlativos do Ser, as coisas em si; no mundo dos fenômenos físicos somente percebemos a realidade da aparência das coisas, ângulos, superfícies, mas nunca um corpo inteiro, de forma integral. Assim o pouco que percebemos se esfumaça, não podia perceber que quantidade de átomos, por exemplo, tem uma mesa ou uma sala, etc., mas no Vazio Iluminador percebemos as coisas em si, tal qual são integralmente, no momento que nos achamos assim submergidos dentro do grande Vazio Iluminador podemos escutar a voz do Pai que está em secreto

Indubitavelmente neste estado nos achamos no que poderia denominar arrebatamento, o êxtase, a personalidade cai num estado passivo, sentada lá na sala de meditação. Os centros emocional e motor se integram com o centro intelectual formando um todo único receptivo, de maneira que as ondas de tudo aquilo que vivenciamos do Vazio, circulando pelo Cordão de Prata, eram recebidas pelos três centros: intelectual, emocional e motor. Repito: quando o Shamadi concluía, regressávamos ao interior do corpo, conservando a recordação de tudo aquilo que havíamos visto e ouvido. 

Sem perda de tempo, quero lhes dizer, o primeiro que há de deixar para poder submergir-se, por muito tempo, no Vazio Iluminador é o medo, o eu do temor deve ser compreendido, já sabemos que sua desintegração se faz possível suplicando a Divina Mãe Kundalini, em forma veemente, ela eliminará tal eu. 

Um dia qualquer, não importa qual, estando-me no Vazio Iluminador, mais além da personalidade, do eu, e da individualidade, submergido nisso que poderíamos chamar o “Tao” senti que era tudo o que é, tem sido e será, experimentei a unidade da vida, livre de seu movimento: então era a flor, era o rio que corre cristalino, entre seu leito de rocha, cantando em sua linguagem deliciosa, era o ar, que se precipita nos fundos insondáveis, era o peixe que navega deliciosamente entra as águas, era a lua, era os mundos, era tudo o que é, tem sido e será. Os sentimentos do mim mesmo, do eu, se pude deter em si, senti que me aniquilava, que deixava de existir como indivíduo, que era tudo menos um indivíduo, o mim mesmo tendia a morrer para sempre. Obviamente me lembro do indizível terror eu voltei a forma. 

Novos esforços me permitiram então a irrompimento do Vazio Iluminador, outra vez eu voltei a sentir-me confundido com tudo, uma pessoa como eu, como indivíduo, havia deixado de existir. Este estado de consciência se fazia cada vez mais e mais profundo, de tal forma que qualquer possibilidade para a existência se acabava, para a existência individual, sentia definitivamente que irá a desaparecer; não pude resistir mais, voltei a forma; num terceiro intento tampouco o pude resistir, voltei a forma; desde então sei que para experimentar o Vazio Iluminador e para sentir o Tao, em si mesmo se necessita eliminar o eu do temor, isso é indubitável. 

Entre os irmãos da ordem sagrada do Dragão Amarelo, o que mais se distinguia foi meu amigo Chang, ele vive nesses planetas do Cristo, onde a natureza não é perecedora e jamais muda, pois há duas naturezas, a perecedora e cambiante, mutável, e a imperecedora, que jamais muda, e esta é imutável. Nos Planetas do Cristo existe a natureza eterna, imperecedora e imutável. Ela vive em unidade com esses Mundos do Senhor, o Cristo resplandece nela. Se liberar tem várias idades, meu amigo Chang vive ali naquele distante planeta com um grupo de irmãos que como ele também se liberaram. Conheci então os Sete Segredos da Ordem do Dragão Amarelo. Quisera ensinar-vos, porém com grande dor me dói quando os irmãos de todas as latitudes não estão preparados para poder recebê-las, e isto é lamentável; também sei que olho por olho não é possível utilizar os 49 sons do Aya Atapán, porque esse instrumento musical já não existe, muitas involuções desse instrumento existem, porém são diferentes, não têm as sete oitavas. Involuções desse instrumento são todos os instrumentos de corda, como o violino, a guitarra, e também o piano. Assim, é possível chegar à experiência do Vazio Iluminador.

Um sistema prático e simples que todos os irmãos podem praticar. Vou ditar-lhes agora mesmo a técnica, ponham atenção: Sentem-se no estilo oriental, com as pernas cruzadas, mas sem serem obrigados porque sois ocidentais. Esta posição resulta para vocês muito cansativa, então sentais comodamente num cômodo confortável no estilo ocidental, colocando a palma da mão esquerda aberta, a direita sobre a esquerda, quero dizer o dorso da palma da mão direita sobre a palma da mão esquerda, relaxem o corpo o máximo possível e logo inalem profundamente, muito devagar , ao inalar imaginem que a energia criadora sobe pelos canais espermáticos até o cérebro, exale curto e rápido, ao inalar pronunciem o mantra HAAAAAMMMM, ao exalar pronunciem o mantra SAAHH. Indubitavelmente, inala-se pelo nariz, se exala pela boca; ao inalar há de se mantralizar a sílaba sagrada HAAMM, mentalmente pois se está inalando pelo nariz, mas ao exalar-se poderá articular a sílaba SAAAHHH em forma sonora; Ham se escrevem com as letras H-A-M. Sah se escreve com as letras S-A-H... A inalação se faz lenta; a exalação, curta e rápida. Motivos: Obviamente a energia criadora flui em todo sujeito desde dentro para fora, quer dizer , de maneira centrífuga; mas nós devemos inverter esta ordem com fim de superação espiritual; deve nossa energia fluir de forma centrípeta, quero dizer, de fora para dentro. Indubitavelmente se inalamos devagar, lento, fluirá a energia criadora de forma centrípeta, de fora para dentro. Se exalarmos curto e rápido, então se fará cada vez mais centrípeta esta energia. Durante a prática não se deve pensar absolutamente em nada, os olhos devem estar cerrados profundamente, só vibrará em nossa mente o HAAAMMM, SAAAHHH e nada mais. À medida que se pratique a inalação, se vai fazendo mais longa e a exalação muito curta e rápida. 

Grandes Mestres da Meditação chegam a tornar a respiração pura inalação, então a colocam em suspensão; impossível isto para os indivíduos, porém real para os místicos e em tal estado o Mestre participa do Nirvi-Kalpa-Shamadi, ou no Maha-Shamadi, vem o irrompimento do Vazio Iluminador, se precipitam nesse grande vazio, onde nada vive e onde somente se escuta a palavra do Pai que está em secreto. Com esta prática se consegue o irrompimento do Vazio Iluminador, na condição de não pensar em absolutamente em nada, não deve admitir na mente nenhum pensamento, nenhum desejo, nenhuma recordação, a mente ficar completamente quieta por dentro, por fora e no centro.

Qualquer pensamento, por insignificante que seja, é óbice para o Shamadi, para isto em si mesmo, esta ciência da meditação, combinada com a respiração produz efeitos extraordinários.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Arcano 11


A força que percorre o universo

Percorre o teu corpo.

Não pode ser diferente.

Teu corpo não é em verdade teu.

É o corpo do universo.

A manifestação do poder.

Perfeito, brilhante, pleno de saúde e luz.

A força do universo que percorre teu corpo

Te faz compreender que és um com a força

tornando-te então nenhum.

Sendo tudo não és nada.

No pináculo do poder desabrocha a flor sutil da humildade.

A plenitude que se manifesta em ti,

É apenas plenitude, presente em tudo, em todos.

Essa consciência da plenitude não pode ser contida em nenhuma palavra criada pelo homem: deus, amor, espírito, nada significam sem a consciência dessa força em si. É um imbecil aquele que olha o dedo que aponta para o céu sem olhar para o céu.

Assim não podes reverenciar ou adorar deus ou deuses, pois tal força está presente em ti, aqui e agora, não és algo distinto ou distante de tal poder. Reverencia o Poder em si através da impecabilidade.

Eu Sou. Tu És. Unos com o Poder. Sê consciente e isso é suficiente.

Se perguntam se acredito em deus digo que não, pois como posso acreditar se o vejo no sol brilhante, no céu azul, no vento suave, nas árvores frondosas, no mar revolto, nos pássaros e aves, na música vibrante, no belo sorriso da mulher amada, no olhar deslumbrado da criança, na força de vida que percorre meu corpo?

Acreditar em deuses ou deus é alienar-se da força em si para alimentar vampiros que manipulam as multidões para se fazerem o que não são.

Não preciso acreditar no que vejo e sinto presente e pulsante em tudo.

A crença é para cegos e insensíveis. A consciência dispensa a crença. A crença oblitera a mente e o coração.

Destrói a crença e deixa brilhar o sol da verdade em tua mente. Destrói toda forma de autopiedade. Destrói os ídolos, as religiões e as igrejas e bebe direto da água da vida. Já foi dito: Não há religião superior à Verdade.

Silencia e procura sentir a força em si.

DR

Sinal de Fumaça

Como canalizar a energia sexual

A energia sexual é um ponto fundamental. Não é à toa que é chamada de brilho da consciência dentro do Xamanismo Guerreiro. Mas é um assunto ...