quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

A Deusa sem intermediários / Deusa, Paganismo e Ecologia

Existe um estudo muito sério a respeito do Messianismo¹. Vivemos isso não só nas religiões, mas também na política. É um vício existencial terrível ficar esperando que o Messias salvador venha resolver todos os problemas. A questão desse personagem central passa justamente por essa armadilha.

No Cristianismo o caso é mais sério. Se você provar que Jesus não existiu, acabou o Cristianismo(ver o polêmico e instigante documentário Zeitgeist, no link). Todos os preceitos morais, toda a ideologia cristã depende terrivelmente dessa figura central. Para os católicos e cristãos fundamentalistas a dependência é ainda maior: Jesus morreu para salvá-los, assim qualquer alteração na história de Jesus, como as tradições que dizem que ele não morreu na cruz, que foi tirado antes e foi morar na Índia, onde tem até um túmulo que alegam ser dele, destrói completamente a base dessas religiões².

O Budhismo é um caso mais complexo. Como o Cristianismo, o Budhismo se desenvolveu em muitas e diferentes seitas. Temos desde escolas filosóficas como o Zen até Escolas que acreditam que basta você ficar cantando uns mantras e chamando um certo Budha ( existiram vários além do histórico Sidarta Gautama) e vc está "salvo". O Espiritismo Kardecista quando surgiu não tinha linha filosófica clara. Existem uns escritos de Madame Blavatsky nos quais ela comenta que o espiritismo é tão confuso que iria acabar adotando o Cristianismo como base religiosa... E foi o que aconteceu.

Esse papel torna Kardec um codificador, mas não o coloca numa perspectiva histórica, no mesmo patamar de Jesus ou Gautama Budha, ou Maomé, ou Krishna. Esses seres que cito foram seres semidivinos, seres cercados de uma aura que os colocava num nível muito particular. Jesus é o filho de um Deus tribal, o Deus dos judeus, que foi imposto como Deus universal. É engraçado notar esse equívoco tremendo, quando colocam um deus tribal no lugar do conceito de Divindade Cósmica e chamam esse deus tribal de deus único e consideram esse arremedo de monoteísmo uma evolução, em relação ao panteísmo que sente a divindade em todas as manifestações da natureza ou ao politeísmo que cultua várias divindades.

O Budhismo tem uma perspectiva inicial diferente: Sidarta Gautama é um homem comum, como nós, que realiza o despertar e DESPERTANDO se torna o BUDHA, que quer dizer desperto. Ele não é diferente de nenhum outro ser humano e seu caminho pode ser trilhado por qualquer um. Enquanto Jesus "morre para salvar seus fiéis", mantendo antigas práticas mágicas do "cordeiro sacrificial", Gautama ensina um caminho para que qualquer um que se dedique também desperte.

Quando nos aproximamos da Wicca não vamos encontrar nenhum conceito de "salvação por procuração" fixado em um ser humano. Se notarmos com atenção a Religião da Deusa nunca desapareceu completamente. Esteve hibernando, esperando que o inverno árido espiritual que caiu sobre esta parte do mundo passasse, com toda sua terrível perseguição, principalmente às mulheres, que se dedicavam à ARTE.

Gardner tem acesso a uma antiga linhagem que sobrevive de forma discreta e pode então lançar as bases do que vai ser um "renascimento" público da Wicca e, por tabela, de várias outras formas de Paganismo (livro no link: A Bruxaria Hoje, por Gerald Gardner).

O que mais caracteriza o Paganismo em geral? A sintonia com a Natureza, o reconhecimento da divindade em cada momento da Natureza, o reconhecimento desse elo profundo e intransferível que temos para com a Natureza e a percepção que a Divindade, a Eternidade que nos envolve é feminina. Este aspecto é muito interessante e traz de volta uma questão muito séria. Não se trata de um simbolismo, não se trata, como querem alguns, que os "primitivos" consideravam a mulher um símbolo melhor para a Divindade. Aliás, é mesmo um símbolo mais rico, pois a mulher gera, assim a Deusa "emana" a criação de si, ao contrário das divindades patriarcais que precisam "criar", "modelar em argila" e outros subterfúgios mais para quem não tem útero. Não é mero símbolo, é muito mais que isso, de fato a Eternidade que nos envolve É FEMININA.

E isso não é apenas na Wicca, não. O Xamanismo em várias versões coloca isso da mesma forma. Vivemos num universo feminino e num planeta feminino. Isso não desmerece o homem e o masculino. Até pelo contrário, explica porque ficamos nesta condição de "reis da cocada preta", pois sendo uma energia mais rara na existência ganhamos uma proeminência que podia ter sido usada de forma bem mais inteligente e criativa que o criar dessa civilização doentia de valores pseudo-patriarcais na qual estamos inseridos.

Assim sendo, na Wicca não temos "avatares" de destaque que representam "guias" no caminho. Nosso contato é direto com a Deusa e suas várias faces, nosso trabalho é direto com a Fonte. Gardner e tantos outros são "expoentes" da ARTE, pessoas sérias que ao dedicarem-se ao estudo profundo da ARTE nos auxiliam a compreender melhor sua complexa simplicidade.

A Deusa tem várias faces e também é a SEM FACE, pura essência, que está em nós e em cada fenômeno e evento com o qual interagimos. Há uma tradição interessante, hoje quase perdida, que conta que na senda iniciática o(a) aprendiz começa por conhecer as 3 faces da Deusa: A Menina, a Mulher e a Anciã. As 3 fiandeiras que tecem o destino de todos. Então, quando está pronto(a) o(a) aprendiz é levado a conhecer a face escura e secreta da Deusa, sua face negra.

Após esse momento o(a) aprendiz compreende os Quatro Cantos do Mundo e seu desafio agora é ser o Quinto ponto, o centro, após conhecer as quatro faces da Deusa é momento de ser a Quinta Essência, a quinta face, manifestar a Deusa em SI. Quando realiza este quinto momento, quando sente e "É" a Deusa em si olha para Cima e para Baixo e encontra a Deusa nos Céus e na Terra que pisa. Realizou o Sexto e o Sétimo passo em seu caminho. É então que encontra o Oito, o infinito e todas as barreiras caem, descobre que todas as imagens que usava para representar a Deusa eram ainda pálidas aproximações da realidade, caem as máscaras e podemos então SENTIR a Deusa em SI mesma, em toda a plenitude de seu poder.

Se isto é realizado, estamos prontos para entrar na nona esfera de iniciação e então conhecer o Mistério além do Tempo, além do Espaço. E então voltamos a ser unidade ao lado do Zero, 10. Nós, a unidade, fortalecidos e "potencializados pela Orubós sem fim, a Deusa que nutre de si mesma, a Existência cíclica. Na Wicca, como em outros ramos profundos do Paganismo, não precisamos acreditar em avatares dos Deuses ou da Deusa, em pessoas que criaram dogmas e regras, que tem seu papel sim, no começo do caminho, para evitar confusões, mas como aquelas rodinhas que usamos para aprender a andar de bicicleta, podem virar uma dependência limitante se não temos a coragem de quando estamos prontos, tirar tais rodinhas e andar sem as mesmas, com a certeza que se não estivermos de fato prontos, o tombo vem.

Nosso elo é direto com a DEUSA e seu Consorte, com a VIDA, e a Vida só se revela sendo vivida. Qualquer teorização excessiva é sempre sinal de fuga da vida em si, real e efetiva, para ficar justificando com elaborações racionais.

Por: Nuvem que Passa em Domingo, 04 de Agosto de 2002 - 21:17:59 (Brasília)
Notas (por F. )

¹ Um dos estudos mais sérios é o trabalho da socióloga brasileira Maria Isaura Pereira Queiroz

² ver o documentário Jesus viveu na Índia, lembrando que Jesus tinha um irmão gêmeo, Tomé, o dídimo. Dídimo tem origem grega, provém do nome Didymos, que significa literalmente “gêmeo”, “nascido do mesmo parto”, de dís, o mesmo que “duas vezes”, em português.


Deusa, Paganismo e Ecologia


Realmente este texto é uma das mais belas manifestações do espírito nativo dos povos que habitavam este continente.


Quando o pretenso civilizado aqui chegou e impôs sua cultura, impôs a ferro e fogo, com morte e dor, encontrou aqui uma cultura complexa, de valores ecológicos sofisticados como bem mostra esta carta. A sintonia com a Vida e com a Terra, vista como Mãe, é algo que nós neopagãos bem entendemos. Este é o valor mais ausente desta cultura utilitarista e consumista que se instalou no mundo: Não conseguem sentir a Vida pulsando em tudo à nossa volta, perderam o elo com a Mãe Terra, ser vivo e dinâmico, com o qual podemos criar uma relação que nos permite um grau de completude, de plenitude existencial e energética inominável.

Um dos riscos que vejo na Wicca hoje é uma adoção de um culto formal à Deusa, fazendo aquilo que tantos chamam de criar um "jeová" de saias. Sem a consciência ecológica não há ligação com a Deusa. Sem a mudança dos paradigmas fundamentais nos quais fomos criados, que não são ecológicos, não levam a uma relação direta com a divindade sem intermediários e sentindo faces da divindade em cada aspecto da existência. Sem esses pontos-base não há paganismo. Sem perceber a Deusa na natureza e na vida como um todo não há paganismo efetivo. É minha opinião que os cultos a uma "personalização" da Deusa pouca relação tem com "sentir" e "celebrar" a Deusa, que sempre foi sentir e celebrar a própria vida em seus ciclos. Uma pessoa que se diz pagã e não possuí aguda, clara e intensa consciência ecológica é alguém diletante, alguém que apenas repete formas prontas, sem entender a essência. Pois como estar em um movimento que busca ser uno com a vida sem ter essa consciência ecológica plenamente desenvolvida? Este me parece o primeiro ponto.

Segundo ponto a debater é a questão de sentir a Deusa. A percepção da Deusa sem faces, da Deusa enquanto origem e fonte sempre foi um conhecimento iniciático. Pelo que pesquisei nenhum culto "popular" tinha essa concepção. Sempre neste nível mais "exotérico" o culto era a uma das faces da divindade, da Deusa. O conceito da Fonte sem Fonte, da Deusa sem face sempre esteve associado aos trabalhos já dentro dos chamados mistérios. Estes dois níveis da religiosidade antiga nunca podem ser esquecidas quando falamos sobre os cultos ancestrais, os cultos abertos ao público e portanto os únicos que deixaram registros possíveis de serem estudados pelos historiadores tinham um outro aspecto, secreto, oculto, transmitido apenas de boca para ouvido e que sobrevive até os dias de hoje dentro destas mesmas premissas, pois me parece uma das grandes ilusões contemporâneas crer que o secreto e o sagrado estão revelados. Aliás podem até estar, já que etimologicamente revelar é velar de novo. RE-velar. Mas nunca o sagrado, o segredo, os mistérios serão revelados neste sentido que dão ao termo, pois não é o mistério que pode ser aberto à compreensão limitada de quem apenas foi condicionado pela sociedade, mas somos nós que temos que nos desenvolver, sutilizar e ampliar nossa percepção para mergulhar na vastidão onde reside o secreto e o sagrado. Como a cor só se revela a alguém quando este alguém abre os olhos, não há como falar sobre cores a quem insiste em manter os olhos fechados.


O esoterismo contemporâneo, ou, melhor dizendo, o que se convencionou chamar de esoterismo hoje, é um conjunto de idéias que remete ao transcendente, mas ir ao transcendente é algo para ser feito com plenitude, jamais apenas como conceito intelectual. Da mesma forma, o paganismo é algo que hoje precisa ser recuperado. Não está em nós, criados como civilizados, de forma "natural". Por isso gosto do termo “neopagão”, fica claro que somos pessoas com toda uma influência cultural urbana, que pouco a pouco lutam para recuperar uma abordagem mais plena e realista da vida, que inclui o perceber da Vida em sua plenitude e da natureza como ser vivo e do qual fazemos parte. Por isso, lendo esta carta do chefe Seattle a gente volta a notar como são distintos e distantes os paradigmas da cultura que fomos criados e destes povos nativos.

Nossa chance é de hibridação, de fusão entre estas culturas. Quando notamos o que aconteceu de fato aos povos nativos, como foram subjugados e quase completamente destruídos percebemos que algo falhou em termos práticos, na realidade da luta pela continuidade existencial algo não foi pleno neles, pois perderam a guerra para este modelo cultural no qual fomos também limitados. Este é um dos pontos mais fundamentais quando vamos estudar o paganismo em geral. O Paganismo, embora tenha as melhores respostas para a sobrevivência efetiva da humanidade, uma vez que os modos de vida do mundo civilizado nos levam a esta crise ecológica e social sem precedentes históricos que vivemos, não conseguiu resistir à invasão, saque e genocídio, acompanhados de destruição da cultura, subjugação e imposição de um modelo cultural estranho que aconteceu onde quer que os conquistadores chegassem com seu estilo de vida. Das legiões romanas aos navegadores cristãos católicos e protestantes dos séculos XV e XVI o fato é o mesmo: destruição de povos nativos com ricas e milenares tradições seguidas da imposição de uma cultura servil aos dominadores. Portanto, há algo que os povos nativos precisavam aprender em termos reais de sobrevivência frente a grupos outros que não os seus.

O irônico é que o grupo social vencedor, até agora, nesta guerra entre nações, não é o mais apto à sobrevivência, ao contrário, apresenta mesmo um comportamento danoso e perigoso a si e a todos os outros grupos de seres vivos da Terra, pois em sua loucura e luta pelo poder constrói armas cada vez mais nefastas, já suficientes par acabar com o mundo num nível alarmante, fora as tecnologias pesadas e poluentes que adotamos em nosso cotidiano, com um total desrespeito à vida e as próximas gerações. Daí que considero que o Paganismo é revelado antes de mais nada pela prática que pelo discurso. Discursos verborrágicos, cheios de erudição não fazem de ninguém pagão. O paganismo vem da realidade prática, que pode e deve mesmo, ser embasada por um bom conhecimento da teoria do que se faz, mas é no fazer que se revela. Paganismo é atitude.

Nuvem que passa


Mora, na Filosofia

                 

O Poder, em sua natureza impessoal, possui uma linguagem direta que se expressa através de tudo: dos eventos naturais, das relações sociais e das manifestações das próprias coisas ditas inanimadas, deixando sua marca registrada através de coincidências significativas, sincronicidades. 

Estar atento e sintonizado para essas comunicações não verbais é a tarefa do aprendiz de Xamanismo. Tais comunicações não verbais expressam a linguagem silenciosa, a linguagem sem linguagem do Poder, do Intento, do Nagual. 

O silêncio interior é a matrix deste conhecimento silencioso que exige do aprendiz uma condição física perfeita e uma mente estável para revelar os seus arcanos. 

Aqui, na verdade, estamos diante de um outro sistema cognitivo, de uma nova epistemologia, de uma práxis da fenomenologia, como disse certas vez o nagual de 3 pontas, que nos permite transpor os limites kantianos e responder de forma prática à Schopenhauer, e, assim, o Xamanismo torna-se a ponte real e perceptiva que nos leva do fenômeno para o númeno, da representação para o real, da descrição para a coisa em si.





quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Uma heresia?

A heresia das heresias era o bom senso - George Orwell.


No Absolutismo havia o chamado direito divino dos reis ao trono. E como os reis eram os representantes de Deus na Terra eles eram considerados perfeitos e não podiam errar: 

"The King can do no wrong". 

Conseguimos superar essa concepção. Mas não superamos a ideia original que deu sustentação ao absolutismo dos reis, o absolutismo divino, pois ainda encaramos Deus, o senhor supremo e rei do Universo, como perfeito e infalível, segundo a visão teísta tal como a que marca a nossa cultura. 

Perfeição é igual a Deus, eis uma concepção que precisa ser questionada, pois essa hipótese vai além do dualismo teísmo e ateísmo (algumas pessoas são ateias devido a incongruência da ideia de Deus como ser perfeito ter criado algo tão imperfeito, por exemplo, como nós), pois se Deus não é perfeito, questão que tem a marca da heresia própria do pensamento independente, se o Criador é imperfeito e sujeito ao erro, então, poderíamos entender por que no Universo e na Natureza há a marca da violência, típica de Caim, por que existe esse aspecto predatório tão marcado na existência. 

O próprio universo criado como uma distopia.

Se o Criador é imperfeito pode-se entender perfeitamente a expressão contida em Gênesis de que nós fomos feitos à imagem e à semelhança do Criador, afinal diz o ditado popular: Filho de peixe, peixinho é. 

Vejo o brilho da navalha de Ockham. 

Sinto o ardor das fogueiras inquisitoriais.

Em algumas mitologias (em certas linhagens gnósticas, por exemplo) é indicado que a criação tem problemas por que o Criador é imperfeito, tido até como maligno. Em todas as mitologias vemos os Deuses com um comportamento tipicamente humano e justificamos isso como uma projeção. Mas e se não for uma projeção? E se os Deuses forem imperfeitos como bem vemos pelo comportamento deles narrado em tantas mitologias? E se não conseguimos simplesmente perceber isso por estarmos presos ao paradigma do absolutismo divino no qual o Criador não erra? 

Isso jogaria sobre nós uma grande responsabilidade, pois não estaríamos aqui para sermos salvos por Deus, mas para salvá-lo através de nosso próprio aperfeiçoamento como seres humanos.

Nosso amor teria que ser tão grande que isto nos tornaria quem sabe divinos, pois o nosso perdão se estenderia até aos deuses.

Mas talvez isso não passe de mais uma heresia...



terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Por que vivemos numa sociedade de idiotas? Escuta, Zé Ninguém! Por John Nada.

"Tomei a resolução de fazer a minha tarefa resoluta e honestamente. Deve ser duro e difícil viver no mundo. Em primeiro lugar, resolvi ser cortês e sincero como todo o mundo. “Ninguém deve esperar mais do que isso, de mim. Talvez aqui também me olhem como uma criança; não faz mal.” Todo o mundo me toma por um idiota e isso também pela mesma
razão. Outrora estive tão doente que realmente parecia um idiota. Mas posso eu ser idiota, agora, se me sinto apto a ver, por mim próprio, que todo o mundo me toma por um idiota? Quando cheguei, pensei: “Bem sei que
me tomam por um idiota; todavia tenho discernimento e eles não se dão conta disso!…” - O Idiota, de Dostoievski.

Não, não quero ofender a ninguém, até pelo fato mesmo de me incluir em tal condição como participante de tal sociedade.

E como idiota que sou recorro ao dicionário, o pai dos burros, para descobrir-me, para revelar-me, para entender a minha origem e vejo que idiota vem do grego idios, que significa pessoal, privado, particular, como em idiossincrasia, a maneira própria de uma pessoa reagir a um evento qualquer.

Assim idiota não tem nada de mais, não é ofensivo, é até comum, comum a todos, é um comunismo comportamental a idiotia. E talvez seja aí que a porca torce o rabo, e talvez esteja justamente aí o problema, afinal, quem quer ser comum, quem quer ser medíocre, mediano, morno, aquele que não fede e nem cheira? Ninguém. Ninguém quer ser ninguém. Todos querem ser algo nesta vida de meu Deus (em grego Dios, curioso não?).

Assim a palavra idiota vai do particular - idios - ao comum - medíocre. E isso é uma evolução no entendimento da palavra, o que nos mostra uma aparente contradição, algo próprio dos idiotas.

E é comum a todos nós aquele desejo de se destacar, aparecer, ter aqueles 15 minutos de fama, todos querem ser reconhecidos, o zé ninguém (de Wilhem Reich ou ainda o John Nada, de Eles Vivem) quer ser algo, e para tal é necessário que o idiota, seguindo aquilo que é valorizado pela sociedade (de idiotas), adquira certos bens, obtenha certas coisas ou manifeste determinados valores ou atitudes. Ou seja, o idiota quer ser valorizado pela sociedade de idiotas e aí está o paradoxo. O idiota quer ser um idiota especialmente valorizado pelos outros idiotas, quer ser popular, quer ser eleito, quer se reverenciado, quer chamar a atenção a todo custo, mesmo que isso custe a sua vida ou a sua liberdade.

Eis uma das marcas distintivas do idiota, querer ser especialmente reconhecido como tal pela sociedade: reconhecimento social. 

Por isso as redes sociais se tornaram o espaço de predileção para tal tipo de manifestação, que abunda como erva daninha a esparramar-se por todo o canto. Todos dias nos jornais, nas redes, nas mídias vemos flagrantes disso. Alguns escabrosos. Como o que vi hoje: um jovem que assaltava apartamentos de luxo no litoral paulista e que ao fazê-lo tirava selfies de si mesmo, ostentando os produtos de seu roubo, enquanto era filmado pelas câmeras de segurança. Verdadeiro narciso larápio, adorador de si, mais preocupado em aparecer do que em furtar, um autêntico meliante carente, inclusive de inteligência.

Não há como não nos ver em tal marginal, nesta sociedade nos espelhamos, difícil é ver-se no outro, já que a revelação beira ao grotesco e auto-revelação pode ser chocante, pois tudo o que se quer, tudo o que um idiota deseja é roubar a atenção de alguém, alguns likes, alguns cliques para poder dizer a si próprio: sou reconhecido, logo existo. 

Vultus ergo sum.  

O idiota, sobretudo, não percebe que a única forma real de valorizar-se é deixando de ser o que é, mas o preço a se pagar é alto demais, é como naquela história que vi certa vez no filme Serpico (1973), com Al Pacino, um filme que fala de um policial honesto que trabalhava disfarçado para departamento de entorpecentes em NY. A namorada de Serpico deitada na cama contou uma lenda que resumia a história do próprio Serpico:

"Certa vez um homem santo recebeu uma revelação de um anjo que o Diabo iria envenenar todas as águas do mundo de uma tal maneira que os humanos se esqueceriam de quem eram. O homem santo fez uma reserva de água para si mesmo e evitou beber das águas do mundo dali por diante. Com o esquecimento generalizado o homem santo tentou revelar aos outros humanos quem eles eram de fato, mas acabou sendo perseguido como louco, afinal, só ele afirmava aquele absurdo de que os humanos estavam alienados de si mesmos. Perseguido e a beira de ser assassinado o homem santo disse para a multidão que o acossava: - Esperem! Eu sei como me curar! - E bebeu das águas do mundo".

Eis a história do "novo normal".

Das águas do mundo quase todos acabam por beber, mas se não queres fazê-lo evita de querer fazer como o homem santo, segue por outro caminho, "o caminho do homem astuto", como diria Gurdjieff, uma das possibilidades, dizem, de deixar de ser um idiota. Algo muito difícil, mas não tanto quanto fazer parte da sociedade da idiotia. Mas, talvez, pior ainda é ficar no meio do caminho, num limbo, onde não se é nem uma coisa e nem outra.



Jesus tá voltando!

Certa vez andava pela rua e um crente me disse de cima de sua bicicleta: 

Jesus tá voltando!

Muita gente boa acredita nisso.

Tem os que acham até que essa vinda vai coincidir com a apresentação oficial dos extraterrestres em naves para toda a humanidade no contexto da chamada transição planetária.

Mas eu me pergunto se eles leram a Bíblia, pois lá está escrito que a 2ª vinda já ocorreu!

Isto está em Mateus 24:34, Marcos 13:30 e Lucas 21:32, conforme:

Jesus disse: "Em verdade vos digo que não passará ESTA GERAÇÃO sem que todas essas coisas se cumpram."

O pronome "esta" e a palavra "geração" não permitem interpretação para além do que está escrito. 

Mas há sempre aqueles que forçam a mão hermenêutica para sustentar a moeda de troca da esperança, sem a qual não se apascenta o rebanho. E já o fazem há dois mil anos, mostrando assim a elasticidade infinita da ilusão.

Ora, por esta leitura a 2ª vinda já se deu, e eu diria até que foi quando ele entregou os Evangelhos Apócrifos: de Tomé, Secreto de João,  de Maria Madalena, Pistis Sophia, dentre outros.

A palavra foi cumprida, mas não foi entendida, ou foi entendida, porém foi mal interpretada. E até mesmo negada no caso dos Evangelhos Apócrifos. Estes marcam uma outra ressurreição do ensino crístico.

Assim não foram só os judeus que não reconheceram Jesus como messias, mas os cristãos não aceitaram Jesus em sua 2ª vinda, a ponto de terem renegado, perseguido e matado os gnósticos que foram responsáveis pelo legado de Jesus ressurrecto, legado que ressurgiu em 1945 através da biblioteca de Nag Hammadi, de onde se extrai o seguinte aforismo 39 do Evangelho de Tomé:

Jesus disse: "Os fariseus e os escribas tomaram as chaves da gnosis. Eles não entraram nem deixaram entrar aqueles que queriam entrar. Vós, no entanto, sede sábios como as serpentes e mansos como as pombas."

Mas para além da 2ª vinda o que realmente importa é se seremos capazes de compreender e praticar os seus ensinos e assim realizar um verdadeiro natal em nossos corações e em nossas mentes, pois como já disse o professor Hermógenes:

Na verdadeira religião

o templo é o corpo

o altar, o coração;

o silêncio, a prece;

a oferenda nós mesmos

e o Natal cada segundo de nossas vidas.





domingo, 24 de dezembro de 2023

A verdadeira história do Natal

A humanidade comemora essa data desde bem antes do nascimento de Jesus. Conheça o bolo de tradições que deram origem à Noite Feliz - por Thiago Minami e Alexandre Versignassi na Revista Superinteressante.

Roma, século 2, dia 25 de dezembro. A população está em festa, em homenagem ao nascimento daquele que veio para trazer benevolência, sabedoria e solidariedade aos homens. Cultos religiosos celebram o ícone, nessa que é a data mais sagrada do ano. Enquanto isso, as famílias apreciam os presentes trocados dias antes e se recuperam de uma longa comilança.

Mas não. Essa comemoração não é o Natal. Trata-se de uma homenagem à data de "nascimento" do deus persa Mitra, que representa a luz e, ao longo do século 2, tornou-se uma das divindades mais respeitadas entre os romanos. Qualquer semelhança com o feriado cristão, no entanto, não é mera coincidência.

A história do Natal começa, na verdade, pelo menos 7 mil anos antes do nascimento de Jesus. É tão antiga quanto a civilização e tem um motivo bem prático: celebrar o solstício de inverno, a noite mais longa do ano no hemisfério norte, que acontece no final de dezembro. Dessa madrugada em diante, o sol fica cada vez mais tempo no céu, até o auge do verão. É o ponto de virada das trevas para luz: o "renascimento" do Sol. Num tempo em que o homem deixava de ser um caçador errante e começava a dominar a agricultura, a volta dos dias mais longos significava a certeza de colheitas no ano seguinte. E então era só festa. Na Mesopotâmia, a celebração durava 12 dias. Já os gregos aproveitavam o solstício para cultuar Dionísio, o deus do vinho e da vida mansa, enquanto os egípcios relembravam a passagem do deus Osíris para o mundo dos mortos. Na China, as homenagens eram (e ainda são) para o símbolo do yin-yang, que representa a harmonia da natureza. Até povos antigos da Grã-Bretanha, mais primitivos que seus contemporâneos do Oriente, comemoravam: o forrobodó era em volta de Stonehenge, monumento que começou a ser erguido em 3100 a.C. para marcar a trajetória do Sol ao longo do ano.

A comemoração em Roma, então, era só mais um reflexo de tudo isso. Cultuar Mitra, o deus da luz, no 25 de dezembro era nada mais do que festejar o velho solstício de inverno - pelo calendário atual, diferente daquele dos romanos, o fenômeno na verdade acontece no dia 20 ou 21, dependendo do ano. Seja como for, esse culto é o que daria origem ao nosso Natal. Ele chegou à Europa lá pelo século 4 a.C., quando Alexandre, o Grande, conquistou o Oriente Médio. Centenas de anos depois, soldados romanos viraram devotos da divindade. E ela foi parar no centro do Império.

Mitra, então, ganhou uma celebração exclusiva: o Festival do Sol Invicto. Esse evento passou a fechar outra farra dedicada ao solstício. Era a Saturnália, que durava uma semana e servia para homenagear Saturno, senhor da agricultura. "O ponto inicial dessa comemoração eram os sacrifícios ao deus. Enquanto isso, dentro das casas, todos se felicitavam, comiam e trocavam presentes", dizem os historiadores Mary Beard e John North no livro Religions of Rome ("Religiões de Roma", sem tradução para o português). Os mais animados se entregavam a orgias - mas isso os romanos faziam o tempo todo. Bom, enquanto isso, uma religião nanica que não dava bola para essas coisas crescia em Roma: o cristianismo.

Solstício cristão

As datas religiosas mais importantes para os primeiros seguidores de Jesus só tinham a ver com o martírio dele: a Sexta-Feira Santa (crucificação) e a Páscoa (ressurreição). O costume, afinal, era lembrar apenas a morte de personagens importantes. Líderes da Igreja achavam que não fazia sentido comemorar o nascimento de um santo ou de um mártir - já que ele só se torna uma coisa ou outra depois de morrer. Sem falar que ninguém fazia ideia da data em que Cristo veio ao mundo - o Novo Testamento não diz nada a respeito. Só que tinha uma coisa: os fiéis de Roma queriam arranjar algo para fazer frente às comemorações pelo solstício. E colocar uma celebração cristã bem nessa época viria a calhar - principalmente para os chefes da Igreja, que teriam mais facilidade em amealhar novos fiéis.

Aí, em 221 d.C., o historiador cristão Sextus Julius Africanus teve a sacada: cravou o aniversário de Jesus no dia 25 de dezembro, nascimento de Mitra. A Igreja aceitou a proposta e, a partir do século 4, quando o cristianismo virou a religião oficial do Império, o Festival do Sol Invicto começou a mudar de homenageado. "Associado ao deus-sol, Jesus assumiu a forma da luz que traria a salvação para a humanidade", diz o historiador Pedro Paulo Funari, da Unicamp.

Assim, a invenção católica herdava tradições anteriores. "Ao contrário do que se pensa, os cristãos nem sempre destruíam as outras percepções de mundo como rolos compressores. Nesse caso, o que ocorreu foi uma troca cultural", afirma outro historiador especialista em Antiguidade, André Chevitarese, da UFRJ.

Não dá para dizer ao certo como eram os primeiros Natais cristãos, mas é fato que hábitos como a troca de presentes e as refeições suntuosas permaneceram. E a coisa não parou por aí. Ao longo da Idade Média, enquanto missionários espalhavam o cristianismo pela Europa, costumes de outros povos foram entrando para a tradição natalina. A que deixou um legado mais forte foi o Yule, a festa que os nórdicos faziam em homenagem ao solstício. O presunto da ceia, a decoração toda colorida das casas e a árvore de Natal vêm de lá. Só isso.

Outra contribuição do norte foi a ideia de um ser sobrenatural que dá presentes para as criancinhas durante o Yule. Em algumas tradições escandinavas, era (e ainda é) um gnomo quem cumpre esse papel. Mas essa figura logo ganharia traços mais humanos.

Nasce o Papai Noel

Ásia Menor, século 4. Três moças da cidade de Myra (onde hoje fica a Turquia) estavam na pior. O pai delas não tinha um gato para puxar pelo rabo, e as garotas só viam um jeito de sair da miséria: entrar para o ramo da prostituição. Foi então que, numa noite de inverno, um homem misterioso jogou um saquinho cheio de ouro pela janela (alguns dizem que foi pela chaminé) e sumiu. Na noite seguinte, atirou outro; depois, mais outro. Um para cada moça. Aí as meninas usaram o ouro como dotes de casamento - não dava para arranjar um bom marido na época sem pagar por isso. E viveram felizes para sempre, sem o fantasma de entrar para a vida, digamos, "profissional". Tudo graças ao sujeito dos saquinhos. O nome dele? Papai Noel.

Bom, mais ou menos. O tal benfeitor era um homem de carne e osso conhecido como Nicolau de Myra, o bispo da cidade. Não existem registros históricos sobre a vida dele, mas lenda é o que não falta. Nicolau seria um ricaço que passou a vida dando presentes para os pobres. Histórias sobre a generosidade do bispo, como essa das moças que escaparam do bordel, ganharam status de mito. Logo atribuíram toda sorte de milagres a ele. E um século após sua morte, o bispo foi canonizado pela Igreja Católica. Virou são Nicolau.

Um santo multiuso: padroeiro das crianças, dos mercadores e dos marinheiros, que levaram sua fama de bonzinho para todos os cantos do Velho Continente. Na Rússia e na Grécia Nicolau virou o santo nº1, a Nossa Senhora Aparecida deles. No resto da Europa, a imagem benevolente do bispo de Myra se fundiu com as tradições do Natal. E ele virou o presenteador oficial da data. Na Grã-Bretanha, passaram a chamá-lo de Father Christmas (Papai Natal). Os franceses cunharam Pére Nöel, que quer dizer a mesma coisa e deu origem ao nome que usamos aqui. Na Holanda, o santo Nicolau teve o nome encurtado para Sinterklaas. E o povo dos Países Baixos levou essa versão para a colônia holandesa de Nova Amsterdã (atual Nova York) no século 17 - daí o Santa Claus que os ianques adotariam depois. Assim o Natal que a gente conhece ia ganhando o mundo, mas nem todos gostaram da idéia.

Natal fora-da-lei

Inglaterra, década de 1640. Em meio a uma sangrenta guerra civil, o rei Charles 1º digladiava com os cristãos puritanos - os filhotes mais radicais da Reforma Protestante, que dividiu o cristianismo em várias facções no século 16.

Os puritanos queriam quebrar todos os laços que outras igrejas protestantes, como a anglicana, dos nobres ingleses, ainda mantinham com o catolicismo. A ideia de comemorar o Natal, veja só, era um desses laços. Então precisava ser extirpada.

Primeiro, eles tentaram mudar o nome da data de "Christmas" (Christ's mass, ou Missa de Cristo) para Christide (Tempo de Cristo) - já que "missa" é um termo católico. Não satisfeitos, decidiram extinguir o Natal numa canetada: em 1645, o Parlamento, de maioria puritana, proibiu as comemorações pelo nascimento de Cristo. As justificativas eram que, além de não estar mencionada na Bíblia, a festa ainda dava início a 12 dias de gula, preguiça e mais um punhado de outros pecados.

A população não quis nem saber e continuou a cair na gandaia às escondidas. Em 1649, Charles 1º foi executado e o líder do exército puritano Oliver Cromwell assumiu o poder. As intrigas sobre a comemoração se acirraram, e chegaram a pancadaria e repressões violentas. A situação, no entanto, durou pouco. Em 1658 Cronwell morreu e a restauração da monarquia trouxe a festa de volta. Mas o Natal não estava completamente a salvo. Alguns puritanos do outro lado do oceano logo proibiriam a comemoração em suas bandas. Foi na então colônia inglesa de Boston, onde festejar o 25 de dezembro virou uma prática ilegal entre 1659 e 1681. O lugar que se tornaria os EUA, afinal, tinha sido colonizado por puritanos ainda mais linha-dura que os seguidores de Cronwell. Tanto que o Natal só virou feriado nacional por lá em 1870, quando uma nova realidade já falava mais alto que cismas religiosas.

Tio Patinhas

Londres, 1846, auge da Revolução Industrial. O rico Ebenezer Scrooge passa seus Natais sozinho e quer que os pobres se explodam "para acabar com o crescimento da população", dizia. Mas aí ele recebe a visita de 3 espíritos que representam o Natal. Eles lhe ensinam que essa é a data para esquecer diferenças sociais, abrir o coração, compartilhar riquezas. E o pão-duro se transforma num homem generoso.

Eis o enredo de Um Conto de Natal, do britânico Charles Dickens. O escritor vivia em uma Londres caótica, suja e superpopulada - o número de habitantes tinha saltado de 1 milhão para 2,3 milhões na 1ª metade do século 19. Dickens, então, carregou nas tintas para evocar o Natal como um momento de redenção contra esse estresse todo, um intervalo de fraternidade em meio à competição do capitalismo industrial. Depois, inúmeros escritores seguiram a mesma linha - o nome original do Tio Patinhas, por exemplo, é Uncle Scrooge, e a primeira história do pato avarento, feita em 1947, faz paródia a Um Conto de Natal. Tudo isso, no fim das contas, consolidou a imagem do "espírito natalino" que hoje retumba na mídia. Quer dizer: quando começar o próximo especial de Natal da Xuxa, pode ter certeza de que o fantasma de Dickens vai estar ali.

Outra contribuição da Revolução Industrial, bem mais óbvia, foi a produção em massa. Ela turbinou a indústria dos presentes, fez nascer a publicidade natalina e acabou transformando o bispo Nicolau no garoto-propaganda mais requisitado do planeta. Até meados do século 19, a imagem mais comum dele era a de um bispo mesmo, com manto vermelho e mitra - aquele chapéu comprido que as autoridades católicas usam. Para se enquadrar nos novos tempos, então, o homem passou por uma plástica. O cirurgião foi o desenhista americano Thomas Nast, que em 1862, tirou as referências religiosas, adicionou uns quilinhos a mais, remodelou o figurino vermelho e estabeleceu a residência dele no Pólo Norte - para que o velhinho não pertencesse a país nenhum. Nascia o Papai Noel de hoje. Mas a figura do bom velhinho só bombaria mesmo no mundo todo depois de 1931, quando ele virou estrela de uma série de anúncios da Coca-Cola. A campanha foi sucesso imediato. Tão grande que, nas décadas seguintes, o gorducho se tornou a coisa mais associada ao Natal. Mais até que o verdadeiro homenageado da comemoração. Ele mesmo: o Sol.

Quem são os vossos deuses?

Assim como vocês descobriram a verdade sobre o Coelhinho da Páscoa, Papai Noel e a Fadinha do Dente de Lei­te, vão descobrir que existe um cenário, uma história, uma versão idealizada em torno de muitas destas energias que têm vindo a cultuar como deuses.

A energia predominante neste planeta sifona (drena) os vossos sistemas religiosos segundo a sua própria vontade. Ela extrai fluxos de energia incríveis, e esta energia está viva.

Foi dito a vocês que todos os vossos pensamentos criam mundos: eles são reais - eles vão para algum lugar.

Existem cinco bilhões e meio de pessoas (o texto foi escrito nos anos 90 do século XX) pensando neste instante. Toda esta energia está viva na Terra.

Qual é o sentimento predominante dentro dessa energia e o que pode convencer ou coagir a sua exibição? Não estamos aqui para dizer quem está certo ou erra­do, ou quem é quem dentro da hierarquia. Queremos sim­plesmente desfazer as vossas ilusões, alertá-los para aquilo que foram induzidos a acreditar.

A nossa intenção é sugerir que pensem maior. Sintam a importância da perda que ocorrerá dentro desta energia predominante, quando um número cada vez maior de vocês deixar de vibrar de acordo com este plano. Pensem o que podem fazer quando vencerem esta modulação de frequência ou a insistência da vossa mente lógica e, impe­cavelmente, permanecerem límpidos como Portadores de Frequência.

Lembrem-se que identidade como frequência é a soma total da irradiação como pulsações eletromagnéticas dos vossos corpos físico, mental, emocional e espiritual. Todas as vezes que possuírem o que alguém estava sifonando (drenando) e culti­varem isso de acordo com a vossa vontade própria, vocês mudam a vibração do planeta. Como destruidores de sistemas, esta é uma das tarefas que desempenham com mais habilidade. Nós não queremos depreciar ou desprezar o que usaram até agora como instru­mentos, queremos apenas que se desfaçam de seus velhos ins­trumentos.

Vocês estão dedicando reverência e lealdade a sistemas de crenças que já não lhes servem mais, da mesma forma que vai chegar o dia em que cada um de vocês terá ultrapassado os ensinamentos que estamos ministrando ago­ra. Outra energia será capaz de dizer: "Bem, quando os Pleiadianos estavam lhes mostrando isto, era muito bom. Eles dirigiram vocês até aqui. Deixem-nos levá-los adiante. A evo­lução não para, nem há nada que tenha sido ensinado neste planeta que represente a verdade suprema. Na medida em que forem recuperando a história de vos­so passado reptiliano, perceberão que muitas características que influenciaram o sistema patriarcal da história faziam, na verdade, parte da família dos répteis (predadores, reptilianos, raça alienígena que num passado remoto assenhorou-se da raça humana. Tal raça é descrita por diversos autores a partir dos anos 90. São eles: Carlos Castaneda, Miguel Ruiz, Bárbara Marciniak, William Bramley, Alex Collier, David Icke, Credo Mutuwa, dentre outros).

Assim, como os humanos não são maus, o mesmo ocorre com os répteis. Eles não contêm menos parte do Criador Primordial que vocês, nem sua aparência ou fisiologia são inferiores. Os mestres geneticistas são capazes de ocupar muitas formas diferentes. É compreensível que parte da dificuldade de se trabalhar com uma espécie isolada seja o choque que pode ocorrer com a revelação completa da verdade. Existiram e existem muitos outros deuses criadores, mas apenas alguns possuem a forma humana. Atualmente, a inquie­tação e o desconforto que vocês sentem em relação à aparência dos répteis advém de sua forma, que lhes é muito estranha.

Os deuses criadores estão voltando para a Terra, é por isso que o planeta está passando por perturbações tão gran­des. Conforme forem aprendendo a sustentar as frequências vindas dos raios cósmicos criativos, vocês estarão, cada vez mais, preparados para encontrar estes deuses. Como já disse­mos, alguns deles já estão aqui. Andam pelas ruas, vão a suas academias, participam do vosso governo e dos vossos locais de trabalho. Estão aqui para observar e para dirigir energia. Alguns deles vieram para os ajudar, outros estão aqui para aprender e evoluir. Existem ainda outros que não possuem intenções tão elevadas.

Precisam aprender como discernir entre as energias ex­traterrestres. Este é um universo de livre-arbítrio, portanto todas as formas de vida são permitidas aqui. Se uma energia procura amedrontá-los, manipulá-los, controlá-los, não é uma energia interessante para se trabalhar com ela. Vocês esco­lhem com quem trabalhar. 

O fato de uma entidade ter desen­volvido capacidades fantásticas e aparentemente mágicas, não significa necessariamente que ela seja desenvolvida espiri­tualmente.

Aprendam a discernir. 

Vocês estão vivendo uma época importantíssima em que a energia está chegando viva. Tudo o que estão sentindo é o resultado de estarem despertando os vossos potenciais ador­mecidos. Um vendaval está soprando, mostrando-lhes que há muita agitação rolando no ar.

Os deuses estão aqui. Vocês são estes deuses.

À medida que forem despertando para a vossa história, os vossos olhos da antiguidade abrir-se-ão. São os olhos de Hórus, que enxergam através dos olhos do ser humano, mas da perspectiva de um deus. Eles veem a conexão e o pro­pósito de todas as coisas, pois são capazes de enxergar diver­sas realidades e unificá-las num quadro global revelando a história inteira. Quando forem abertos dentro de vocês os olhos da antiguidade, serão capazes de conectar-se com a história pessoal de cada um, com a história planetária, a história galáctica e a história universal. Aí, então, vocês vão descobrir quem são os vossos deuses.

Bárbara Marciniak - Mensageiros do Amanhecer - baixe o livro AQUI!

Sinal de Fumaça

A Chave Secreta para o Empoderamento

Saúdo a Fonte Eterna em mim e em tudo. Estou atuando a partir do centro da verdade. Que todos os impedimentos sejam removidos. Imagem gerada...