segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Consciência -Tempo - Morte -Vida, por Nuvem que Passa.


Assunto: Consciência -Tempo- Morte-Vida 

Data: Seg Mai 1, 2000 9:29 pm - Lista Ventania

Saudações!

O que motivou esse mail foi um texto enviado pelo Sombra, que lhe foi enviado pelo Lobo do Cerrado. O saber Tolteca, ao contrário do que o senso comum e opinião corrente crê, não foi transmitido ao mundo apenas pelo Nagual de 3 pontas. Outros naguais, de outros clãs também se juntaram a mesma força que ainda se manifesta de tempos em tempos, quando uma tradição que se julga extinta subitamente floresce e dá uma bela e inspiradora flor.

Como se agitam e se incomodam os que pensaram ter derrubado todas as árvores floridas de nossas terras e deixado apenas aquelas espécies que parasitam, cultivadas em regime de plantation (monoculturas).

O povo nativo dessas terras, isto é, aqueles que em alma e/ou corpo nasceram nestas terras sempre foi explorado em função de impérios externos. Esta forma de viver existe há tanto tempo… Esse sonho foi imposto ao mundo num lento processo que se torna evidente com Júlio César queimando uma parte da biblioteca de Alexandria e importando para Roma o estilo faraônico de governar e dominar pela religião.

Religião e exército, a força ideológica e das armas se unem sob a égide dos ideais de uma sociedade escravocrata, estamental e já em decadência. O resto é história. Depois de criarem um cristianismo para seus interesses, despindo a doutrina de tudo que pudesse levar a autoconsciência, perseguiram todos os grupos que mantinham interpretações mais ligadas "ao espírito".

Cátaros, albigenses, Templários, Cristãos Celtas, esses e muitos outros grupos que se recusaram à conversão, foram trucidados. Durou séculos esta histeria e magicamente, necromanticamente, impuseram um "trauma" a alma do mundo. A consciência coletiva do mundo foi "imprimida", "traumatizada" com os ritos necromantes dos inquisidores, que atuaram no "novo mundo" tanto quanto no velho.

Depois de destruir a cultura e a tradição ancestral se organizaram em feudos poderosos, alianças instáveis foram feitas e se lançaram à conquista de outros lugares, para manter o modelo de colônias produtoras de matéria-prima a baixo custo, possessões fornecedoras de escravos. A descoberta deste continente e sua invasão, genocídio de sua população nativa e saque de suas riquezas ainda continua, mas há os que querem comemorar os "500 anos", data da qual pateticamente quiseram fazer uma data "histórica" revelando a natureza das elites dominadoras, capatazes dos verdadeiros lordes feudais, que ainda estão sobre o muro que separa mundos, viventes de sobreviventes.

Vieram, destruíram os povos e os apagaram da história. Foi tal a sentença de morte traçada aos povos nativos que falamos dos índios como se não mais existissem. Vejam as abordagens tidas por histórias: "os índios foram..." quase sempre citados no passado e como algo já destruído, ocultando o fato que as populações nativas ainda tem muitos núcleos sobreviventes, agora, neste momento, lutando tenazmente pela vida e continuidade, contra multinacionais, garimpeiros, madeireiros e fazendeiros que querem apenas um pouco mais de dinheiro para seus luxos e sacrificam culturas inteiras. Vidas, preciosas vidas perdidas para sempre.

Dos gelados polos às florestas equatoriais esse continente já era habitado. Povos dos mais diversos aqui viviam. Civilizações de uma complexidade tal que a mais simples delas tornaria muito pálida a chamada ofuscante civilização helênica ou qualquer outra que seja usada ainda como base da cultura hora dominante. Na península de Yucatã, nos contrafortes andinos, nos desertos, nas planícies nas quais hoje está os EUA, no norte gelado, no extremo sul, em muitos lugares floresceram civilizações que apenas seus monumentos de pedras, seus inquietantes sinais grafados ao solo, só passíveis de serem lidos de grande altitude, são resquícios silenciosos da outrora exuberante e sofisticada cultura que aqui vivia.

Civilizações que eram herdeiras de outro tempo, do qual é muito difícil falar. Nossa percepção de mundo é fruto de uma "leitura" que fazemos da realidade. Usamos como referencial para esta leitura informações da memória. A memória compõe nosso repertório em cima do qual fazemos associações com as experiências que já temos para garantir nossa "compreensão". Falar destes outros tempos entra numa esfera de vivências que não existe na memória fornecida por essa civilização. Essa Era tem forte a imagem cinematográfica. E criam outras épocas com vestes e cenários, maquiagem e expressões, mas esquecem que a percepção do mundo em outras épocas era diferente. 

Os toltecas chamam isso de tonal dos tempos. O tonal coletivo de uma era. Nestes outros tempos uma civilização planetária havia existido, como essa, na qual eu, do interior de Minas, escrevo para vocês em pontos diferentes do planeta. Mas esta outra civilização planetária tinha conhecimentos que parecem mais arrojados, e a maior prova disso é a falta de vestígios dessa ancestral civilização.

Notem que há uma tendência de só conhecer um povo do passado, usando os métodos modernos, pelos vestígios que deixaram. Assim, um povo ecológico, harmônico com o meio, que desenvolveu uma tecnologia limpa e não poluente, que reintegrava tudo que gastava na natureza mantendo um equilíbrio ideal com o meio, não deixa vestígios. E os métodos oficiais de pesquisa não terão "provas palpáveis de sua existência. Mas existem outras qualidades de "vestígios". 

As lendas e tradições de todos povos deixam sobreviver os que nem rastro nem poeira na estrada da história deixaram. O caminho interior de cada povo nativo é uma certeza de vida e continuidade. Frente a efemeridade, a inconstância, a mutabilidade constante de tudo que foi criado, de tudo que "existe" os povos naturais criaram linhas de transmissão de seu saber. 

Saber para um povo natural é conseguir expressar em atos concretos o que diz conhecer.

Não tem sentido teoria separada da prática na abordagem da realidade dos povos naturais, onde cada dia é um desafio, onde não se compra comida e água em supermercado, mas depende-se completamente da habilidade e do poder pessoal para as mais básicas necessidades. Ir no mato aliviar os intestinos pode ser um risco de vida se você não sabe andar no mato ou não está em harmonia com ele. Povos dessa mentalidade criaram o que chamamos "caminhos naturais."

Naturais porque aprenderam com a própria Natureza. E a Natureza, a fonte de tudo, a sagrada Natureza que os(as) xamãs de todas as épocas têm por fonte de seu poder e de sua sustentação, era também um limite. Esse foi o primeiro paradoxo que encontraram. Sabiam que a Natureza só desenvolveu o ser humano até um certo ponto, até o ponto que lhe interessa. O ser humano é como uma enzima no organismo do ser Terra. Temos uma função, captar energias cósmicas e transmutá-las para a absorção do ser Terra que como todo organismo só pode absorver energia dentro de um espectro.

Como a celulose pode ser digerida pelos ruminantes e não por nós, há substâncias que vêm da Eternidade e são fundamentais à vida do ser Terra, como a glicose ou certos aminoácidos ao nosso organismo, mas que não podem ser absorvidos em sua forma original. Assim como as proteínas têm que ser decompostas em seus aminoácidos fundamentais para serem absorvidas nutricionalmente pelo organismo, nós, através de nossa respiração, do alimento que ingerimos, captamos e transformamos elementos.

O que os(as) xamãs sabem é que também todas as nossas vivências, tudo que nosso corpo experimenta, estão transmutando energias vindas da Eternidade. O que vemos, o que sentimos tatilmente, o que cheiramos, o que ouvimos, o que degustamos tudo isso nos "alimenta" também. A qualidade de nossa energia interior é a somatória de tudo isso. E estamos a todo instante com nossos atos, emoções e pensamentos processando substâncias de naturezas diversas e transformando-as em novas classes de substâncias que serão absorvidas pelo Ser Terra. Os(as) xamãs toltecas perceberam que os ritos eram formas sofisticadas que os antigos usavam para criar certos alinhamentos de energia que potencializavam a entrada em estados alterados de consciência. Eles usavam os ritos como mapas. Pelo rito sabiam a "trilha energética" que tinham seguido para chegar no mundo ao qual se projetavam, pelo rito podiam assegurar a volta. Por sorte muitos dos ritos que os imitadores praticam hoje estão incompletos, ou seus praticantes se veriam jogados subitamente em mundos estranhos sem terem o suficiente treinamento para lidar com isto, pois outro fato que os(as) xamãs toltecas perceberam foi a natureza predadora da Realidade. Quem já passou um tempo em florestas sabe disso, cai por terra a bobeira patética dessa crença civilizada em mundos de seres bonzinhos a nos consolar e ajudar.

É engraçado o civilizado julgar os índios "ingênuos" e "crianças". É interessante observar como o civilizado vive apenas numa camada da cebola, trancafiado em suas celas conceituais e ignorando o incontável número de realidades alternativas que o bordejam a cada instante. E este civilizado tem uma alta performance de domínio desta realidade. O civilizado é ultra especializado em sua cultura, mas como a cultura dominante é alienada da realidade natural, como a cultura dominante é escravizadora e limitante perceptualmente, uma cegueira produzida pelo excesso de luz que existe ao tentar se super especializar, ser um expert desta cultura não nos prepara para a verdadeira viagem à ETernidade que nos cerca, a outras ilhas de realidade tonal na vastidão do Nagual.

Foi aí que os povos nativos tiveram parte de sua derrota. Os povos nativos tinham sua magia em FM. Os conquistadores, desde os primeiros aos facínoras e assassinos cruéis vindos de além mar, eles funcionavam em AM, apenas. Quando os xamãs vieram usar sua magia para defender seus povos dos invasores, (estes) não viram os jaguares mágicos, não viram as criaturas mágicas evocadas, não perceberam os ataques energéticos dos xamãs. O poder dos invasores era sua visão limitada de mundo. Assim, desde o começo do contato o civilizado tira o nativo de sua multivisão e o restringe. Exemplo claro: "Esqueçam seus Deuses e Deusas. Só existe um: "O nosso", só uma verdade: "A nossa".

E é pela imposição de sua cultura com a aculturação quase total do nativo que os conquistadores têm conseguido criar um só estado de consciência padrão em todo o mundo. Com uma banda ampla de variação, mas o mundo está preso. Na antiga Bagdá tapetes voadores não voam mais. As bruxas ainda temem voar a luz da lua. Aos românticos sonhadores que me responderam que ainda voam pergunto quantas viu, concretamente, nesta sua vida? 

O mundo está dominado por um estado de consciência implantado. Junto com suas armas e suas doenças os conquistadores trouxeram seus credos de culpa, medo, insegurança e ausência de si mesmo. Doutrinaram nossos antepassados e implantaram um condicionamento que tem algo de atávico, por isso complexo de se livrar. Assim, compreender o caminho do Xamanismo Tolteca, especialmente dos clãs guerreiros, exige uma mudança de paradigmas. E esta mudança não é apenas conceitual. A mudança que os guerreiros e guerreiras Toltecas buscam é a mudança mais radical, mais profunda possível. Buscam mudar todo seu SER no mundo.

Se voltarmos a nossa analogia de enzimas, todos os seres humanos fazem parte de um organismo. Vivemos nossas vidas, nos emocionamos, aprendemos, enfim acreditamos que temos um "EU" que criamos nossa vida e estamos sempre fazendo algo. Os(as) espreitadores(as) Toltecas mirando os seres humanos em seu dia a dia concluíram exatamente o oposto. Para os(as) espreitadores(as) os seres humanos agem como agem dentro de um esquema pré-montado. Não há agir, há reagir. Tudo mecânico e cheio de hábitos. Tudo dentro de um esquema. Um esquema vasto é verdade, que permite muitas combinações e permutas entre seus elementos, criando uma ilusão de criatividade e inovação, mas um sistema fechado.

Isto chocou os(as) miradores(as) espreitadores(as). Levou-os(as) a profundas considerações. E perceberam que a consciência é dada ao ser humano para ser enriquecida pelo processo de existir, mas depois é tomada. Como um rio que deságua no mar. Como uma nuvem que atinge seu nível limite de densidade e se desfaz em chuva. Pode voltar diretamente para o mar, ou atravessar terras, plantas, seres e ventos, mas voltará ao mar. Como tantos seres sobrevivem após o fim do tonal, porém espectros, não mais totalidades e ainda assim no final, entregam a consciência ao mar escuro de onde ela veio. Os(as) videntes perceberam que existia outro aspecto no ser humano. A energia vital. Esta energia vital era a que animava a célula-ovo. Esta energia vital surgia como resultante de "n" vetores. A energia dos genes no óvulo e esperma, a energia da relação sexual que geraria aquele novo ser, as conjunções astrológicas daquele momento, a energia telúrica presente no local e tantas outras forças que agiriam sobre aquele ser nascente.

A energia vital pode ser enriquecida e desenvolvida. E, então, os(as) Videntes fizeram a descoberta que é considerada por nós que os estudamos e trabalhamos com seu saber, a mais importante descoberta, se é que podemos colocar gradações quando falamos do incomensurável. 

A energia vital pode aprender a ser consciente. 

A consciência que temos usado da consciência que a Eternidade nos empresta é sempre fragmentária, é composta de multiplicidade. Mas a consciência de nós mesmos pode surgir una. Sim, ela pode brotar única, focada. Essa condição de singularidade não é a separatividade dos muitos egos que nos compõe. Estes sim tem uma postura seccionada da realidade na qual se acham inseridos. Desenvolver essa consciência de “si mesmo" é o trabalho desenvolvido pelos Toltecas sobre várias formas. O importante é enfatizar isso. Quando conseguimos nos tornarmos conscientes de nós mesmos, independente da situação vivida, quando não estamos diluídos na experiência ou no ambiente, quando estamos focados estamos funcionando a partir de uma autoconsciência que raramente, muito raramente se desenvolve naturalmente. Este desenvolvimento não é natural, no sentido de que a Natureza nunca vai produzi-lo.

A esfera onde a Natureza atua só precisa nos desenvolver até o ponto que lhe serve. E somos enzimas, outros aspectos não fazem parte do papel original. Entretanto, no passado remoto, homens e mulheres esbarraram em outras possibilidades existenciais. E as explorando corajosamente criaram esta TRADIÇÃO que resistindo a tanta destruição ainda floresce, no desértico mundo deixado pelos conquistadores. Quando criamos um corpo de energia, algo que os xamãs toltecas insistem em dizer que deve ser desenvolvido, construído mesmo, esta essência perceptiva que somos pode se apoiar não apenas na consciência que nos foi dada e será tirada, mas também nesta energia vital que aprendeu a ser consciente.

Os(as) videntes Toltecas insistem que um conjunto de comportamentos estratégicos forjam uma qualidade essencial de alto valor. 

Implacabilidade, 

Astúcia, 

Paciência e 

Gentileza são conceitos que os(as) videntes Toltecas redimensionaram para abranger o estilo de comportamento estratégico que eles apontavam como ideal para levar-nos a um estilo de agir, pensar e sentir que continuariam sendo válidos mesmo quando penetrássemos nos mundos mais distantes e bizarros. Mesmo onde nossas referências nenhum valor tem, esse conjunto de comportamentos, tendo sido trabalhado nos mínimos atos cotidianos, em cada instante, criam uma linha de agir sóbria que predomina em qualquer âmbito da vastidão da ETernidade.

Além do que, agir com foco e consciência no aqui e agora, ao invés de dissipar a energia, como os atos "comuns" fazem, pelo contrário ampliam a energia. E energia acumulada é poder pessoal. Cada ato de um(a) xamã é ritualístico. Cada palavra é um canto de poder. Não em sentidos rebuscados ou pomposos, não cerimoniosos. Um(a) xamã, se lida com o Mito gerado pelos Toltecas, sabe que a morte é sua conselheira, que seu encontro com a mesma é inevitável, que um dia terá que morrer e abandonar a consciência que lhe foi emprestada para elaborar em tramas mais complexas suas fibras constituintes. Buscamos mudar o matiz desse quadro, mas o desafio permanece. Assim não temos o dia seguinte, nem mesmo o instante seguinte. Temos apenas a plenitude do aqui e agora , onde procuramos ser tudo que somos, sem esperar nenhum "momento especial" ou "sinal prodigioso" que nos convença que o momento chegou e devemos agir com a plenitude de nosso ser e todos nossos recursos.

Num mundo onde a Morte é a caçadora, tempo para perder é algo que não temos. E precisamos morrer, só quando morrermos para o que nos condicionaram a ser poderemos renascer neste outro plano. A porta de entrada do Caminho Tolteca é a Morte. A morte e o sacrifício. Sacrificar toda a infelicidade e todo o desequilíbrio que o mundo civilizado lhe deu. Morrer para tudo que impede o encontro consigo. Acordar desse sonho. Leiam esta mensagem do xamã tolteca D. Miguel Ruiz:

Antes de nascermos, os que existiram anteriormente a nós criaram um grande sonho externo que denominamos sonho da sociedade ou sonho do planeta. Este sonho é um sonho de bilhões de sonhos pessoais menores, que juntos formam o sonho da família, da comunidade e de toda a humanidade. O sonho inclui todas as regras da sociedade, suas crenças, suas leis, suas religiões, suas culturas e formas de ser.  Quando somos crianças até os três anos, não vivemos esses sonhos. Somos livres deles, mas logo somos aprisionados por eles quando começam o processo de socialização e cobrança sobre nós. É aí que começam as regras que irão governar o nosso sonho, que é o sonho de todos. Quando crianças não temos a oportunidade de escolher nossas crenças, mas concordamos com a informação que nos foi passada sobre o sonho do planeta por intermédio de outros seres humanos. Assim, somos capturados pelos sonhos exteriores, concordamos, com tudo que dizem os adultos, e isso é chamado de fé. Ter fé é acreditar incondicionalmente. Era melhor esse processo ser chamado de domesticação do que socialização, pois é isso que ele é. E é através dessa domesticação que aprendemos como viver e sonhar. O sonho da sociedade passa então a gerar todas nossas ações, e passamos a viver por um processo de recompensa, pois quando fazemos algo que é certo para o sonho geralmente recebemos algum elogio ou presente como recompensa, se fazemos o contrário somos crucificados e chamados de rebeldes (Os Quatro Compromissos, Dom Miguel Ruiz, Ed. Best Seller).

Já quando estudamos o caminho Tolteca para a liberdade, descobrimos que eles possuem um verdadeiro mapa para libertar-se da domesticação. Eles comparam o Juiz, a Vítima e o Sistema de Crenças a um parasita que invade a nossa mente humana. Do ponto de vista Tolteca, todos os seres humanos domesticados são doentes. São doentes porque existe um parasita que controla a mente e o cérebro. A comida para os parasitas, são as emoções negativas produzidas pelo medo. Se repararmos na definição parasita, descobrimos que um parasita é um ser vivo que vive de outros seres vivos, sugando sua energia sem nenhuma contribuição útil em troca e machucando o hospedeiro pouco a pouco. O Juiz, a Vítima e o Sistema de Crenças se encaixam bem nessa descrição. Uma das funções do cérebro é transformar energia material em energia emocional. Nosso cérebro é uma fábrica de emoções. E temos dito que a função da mente é sonhar. Os toltecas acreditam que os parasitas controlam nossa mente e nosso sonho pessoal. Os parasitas sonham pela nossa mente e vivem sua vida por intermédio de seu corpo. Sobrevivem nas emoções que vêm do medo, e se alegram com o drama e o sofrimento. A liberdade que procuramos é usar nossa própria mente e corpo para viver nossa vida, em vez da vida do Sistema de Crenças. 

Quando descobrimos que a mente é controlada pelo Juiz, a Vítima, e o "nós" verdadeiro fica num canto, temos duas escolhas. Uma escolha é continuar vivendo da forma que somos, e continuar vivendo o sonho do planeta. A segunda escolha é fazer como quando éramos crianças e os pais nos tentavam domesticar. Podemos nos rebelar e dizer "Não!". Podemos declarar uma guerra contra os parasitas, uma guerra pela nossa independência, uma guerra pelo direito de usar nossa própria mente e nosso cérebro.

Por isso nas tradições xamânicas em todas as América, as pessoas chamam a si de Guerreiros, pois estão em guerra contra os parasitas em suas mentes. 

Esse é o real significado de um Guerreiro. O Guerreiro é o que se rebela contra a invasão dos parasitas. Mas sermos Guerreiros, não significa que sempre iremos ganhar a guerra; podemos ganhar ou perder, mas sempre damos o melhor de nós e temos uma chance de ser livres outra vez. Escolher esse caminho nos dá, no mínimo, a dignidade da rebelião e nos assegura que não seremos vítimas inocentes de nossas emoções frívolas ou do veneno emocional de outros.

Na melhor das hipóteses, ser Guerreiros nos fornece uma oportunidade de transcender o sonho do planeta e alterar o sonho pessoal para um sonho que chamamos céu. Assim como o inferno, o céu é um local que só existe no interior de nossa mente. É um lugar de alegria, onde podemos ficar felizes, onde somos livres para amar e ser quem realmente somos. Podemos alcançar o céu enquanto somos vivos; não precisamos esperar até morrer. O Criador está presente e o reino dos céus se encontra em toda parte, mas primeiro precisamos ter olhos e ouvidos para enxergar e escutar de verdade. 

Precisamos estar livres dos parasitas. O parasita pode ser encarado com um monstro de mil cabeças. Cada cabeça do parasita é um dos medos que temos. Se queremos ser livres, temos de destruir o parasita. Uma das soluções é atacar o parasita de frente, o que significa enfrentarmos cada um dos nossos medos um por um. Esse é um processo lento, mas funciona. Uma segunda abordagem é parar de alimentar o parasita. Se não dermos comida a ele, podemos matá-lo de fome. Para fazer isso temos que controlar nossas emoções, precisamos nos abster de alimentar as emoções que derivam do medo. Isso é muito fácil de falar, mas difícil de realizar. É difícil porque o Juiz e a Vítima controlam nossa mente. Uma terceira solução é chamada de Iniciação dos Mortos. Essa iniciação é encontrada em muitas escolas esotéricas e tradições xamânicas ao redor do mundo, como no Egito, Índia, na Grécia e nas Américas. Trata-se de uma morte simbólica, que mata o parasita sem magoar nosso corpo físico. Quando morremos simbolicamente, o parasita tem de morrer. É uma solução mais rápida do que as duas primeiras, porém muito mais difícil de executar. Precisamos de muita coragem para enfrentar a morte. Precisamos ser fortes. E sinceramente, espero que todos Nós consigamos enfrentá-la de frente.

Sempre me sinto tocado pela urgência quando leio estas palavras. Notem que me refiro a uma urgência não ansiosa, falo de um estado de foco onde não resta nenhuma dúvida que tudo o que está contido aí, nestas palavras, são realidades que busco trabalhar a cada instante para que sejam realidades efetivas em minha vida.

O tempo é agora, o lugar é onde você está. Não racionalize, sinta, pense de verdade. Entre em sintonia, flua. O momento traz em si o infinito. Basta começar a sair do sonho do mundo. Basta começar a sonhar outro sonho. Na realidade de sua vida. Comece a deixar sua condição de escravidão e subjugação. Há outros sonhadores que já fizeram isso. Sinta a trilha e venha. Há um mundo novo aqui, acontecendo, fora da "Matrix" onde vc é pilha e engrenagem, Ele já começou. Não é um "estado abstrato e fugidio". É uma realidade vivenciada e manifesta. A ponte do Arco-Íris já está plena. Ela conduz a este novo estado de consciência. Os que sabem atravessá-la já estão vivendo neste novo mundo. O novo sol está desabrochando. Sacrifique o arcaico e ultrapassado, o condicionado e limitado, o medo e a culpa, os limites e a tristeza em seu interior. A vaidade e a importância pessoal são seus maiores inimigos, não perca tempo criando falsos fantasmas e se assombrando com eles. Não jogue seu Tempo fora. Você não tem a ETernidade, não tem vidas ou algo assim. Somos efêmeros seres, os Toltecas sabem que vão morrer e criam nesse saber uma das fontes de sua força ao invés de fugir desta constatação com teorias consoladoras. 

Tempo. Um mistério.

Tempo

Time



Ticking away the moments that make up a dull day. You fritter and waste the hours in an off hand way. Kicking around on a piece of ground in your home town.

Waiting for someone or something to show you the way.

Tired of lying in the sunshine stayng home the watch the rain. You are young and life is long and there is time to kill today. And then one day you find ten years have got behind you. No one told you when to run, you missed the starting gun.

And you run and you run to catch up with the sun , but it's sinking. And racing around to come up behind you again.The sun is the same in the relative way , but you're older.

And shorter of breath and one day closer to death. Every year is getting shorter , never seem to find the time. Plans that either come to naught or half a page of scribbled lines.

Hanging on in quiet desperation is the English way.The times is gone the song is over, thought I'd something more to say. 

Vale meditarmos um pouco no sentido e intensidade que damos ao Tempo mágico de nossa estadia sobre este mundo mágico e maravilhoso.


Ps - O texto em destaque no meio da mensagem é de D. Miguel Ruiz, xamã Tolteca e um dos reveladores deste ciclo. A música "Time", Pink Floyd.


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Consciência -Tempo - Morte -Vida, por Nuvem que Passa.

Assunto: Consciência -Tempo- Morte-Vida  Data: Seg Mai 1, 2000 9:29 pm - Lista Ventania Saudações! O que motivou esse mail foi um texto envi...