quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

A Era da Revelação

Novo documentário prestes a ser lançado traz a baila o testemunho de altos oficiais das forças militares e de agências de inteligência do Império revelando a existência, a presença e o contato com inteligências não-humanas, com naves não-humanas e com tecnologias de origem não-humana que podem revolucionar por completo o nosso modo de vida. O documentário "A Era da Revelação" cumpre um papel semelhante ao Projeto Revelação - Disclosure Project, lançado em maio de 2001 pelo Dr. Steven Greer, pouco antes do golpe de falsa bandeira do 11 de setembro nos EUA. O Disclosure Proeject encontra-se publicado AQUI.

Uma verdadeira convergência de provas documentais, testemunhas oficiais em posições de destaque na vida pública, vídeos fidedignos, aparição crescente em nossa atmosfera de naves não-humanas e de material de todas as naturezas que vem criando uma onda avassaladora que culmina no verdadeiro significado da palavra apocalipse: revelação!



Origem da palavra: APOCALIPSE:

Do Grego APOKALYPSIS, de APOKALYPTEIN, “desvendar, descobrir, revelar”, de APO-, “sobre”, mais KALYPTEIN, “cobrir, esconder”.

Bruxaria, Magia e Xamanismo - 7ª parte - por Nuvem que Passa.

Hiranyagarbha - O Ovo Cósmico
 Escala de Valores

Anteriormente comentamos como     a  percepção de Divindade com a   qual operamos é completamente   diferente do conceito artificial que   se tem da Divindade, mesmo nos   ramos tidos por esotéricos. Para   nós, a Existência emana da   inexistência. Emana! Não ‘é  criada’. O que implica toda uma  abordagem fenomenológica   distinta daquela que vem de um   ‘deus criador’.

Se tudo emana, emanamos   também! Temos assim elos   profundos com tudo mais que é emanado. Em vez de criaturas diversas, seccionadas e à parte, somos uma teia de eventos inter-relacionados.

Para nós xamãs, bruxos e magistas telúricos somos todos(as) parte da Eternidade. Não “criaturas”! E sendo partes, somos igualmente misteriosos, complexos. E assim, da formiga à estrela, somos todos(as) complexidades existenciais distintas. Dessa forma toda vida passa a ser sagrada, toda manifestação da vida é sagrada.

O fato da atual civilização dominante ter rompido esse pacto com a vida, através da criação de uma civilização dominadora, belicista e degradadora do meio é um alerta de que algo vai muito mal com a humanidade, a qual pode estar em perigosa rota de extinção.

Para nós, nestes caminhos, a vida e a consciência são mistérios supremos e impregnam várias instâncias da realidade que nos circundam.

Não há vida ‘superior’ ou vida ‘inferior’. Há ‘VIDA’! Tão pouco consideramos o ser humano mais consciente que os animais. São diferentes, mas não superiores ou inferiores. Lógico que para os paradigmas dominantes isso não é aceito. O próprio esoterismo do senso comum vai contra isso colocando que a “pedra evolui em planta, a planta em animal e o animal em humano”. Aqui negamos isto. Cada momento da vida e da consciência são completos em si.

Hoje começa-se a questionar esses conceitos neodarwinistas de evolução que o esoterismo do senso comum se impregnou principalmente durante o século XIX. Pois no século XX pouca coisa nova foi gerada neste campo. Muito se copiou, mas apenas uma minoria apoiou-se em fontes concretas.

Principalmente o Espiritismo e a Teosofia usaram muito o paradigma de ‘evolução espiritual’ através da linha do tempo, mas hoje isto é questionado até mesmo em termos de Física quântica, através da qual fica evidente que são ilusórias as ideias ‘populares’ de passado e futuro que permeiam o ‘senso comum’, e não fatos concretos.

O Xamanismo, a Magia e a Bruxaria telúrica, enquanto caminhos, nunca entraram por estas veredas, mantiveram sempre uma abordagem bem própria da realidade, que agora, com novos instrumentais cognitivos, começam a fazer sentido mesmo para quem não é iniciado nestes campos.

Tais elaborações racionais e muito específicas, tem seu apelo, é verdade, mas isso só parece ter valor porque manifestamos tais elaborações neste contexto alienante e alienado que chamamos de realidade, esse estado de ser artificial e convencionado.

O ser humano se arroga direitos que ninguém lhe deu. Para os(as) xamãs¹, bruxos(as) e magistas a realidade é composta da somatória de suas partes, assim cada ente vivo neste planeta e no universo, como um todo, tem seu papel. Discutir superioridades de papéis é como declarar que as células de um órgão são mais importantes do que as de outros.

Cada ser vivo, enquanto espécie, está seguindo um complexo caminho existencial. No qual desempenha um papel em que só aqueles ‘irmanados’ a tais linhagens podem mesmo compreender. Não racionalizar, mas sentir.

Quando os golfinhos mergulham e ficam longo tempo desaparecidos da vista humana, quando as baleias entram em seu transe com seus mântricos cantos, sabemos mesmo o que estão fazendo?

Que tessituras de poder estão tecendo?

Que mundos visitam?

Nos tempos ancestrais as manadas de elefantes caminhavam em longas jornadas para ir acompanhar os seus anciões na última viagem, viagem até o lugar onde estes mágicos e poderosos seres haviam, por gerações, escolhido morrer. Os famosos cemitérios de elefantes, lugares sagrados, onde o poder de gerações desses seres esteve contido.

Em dado momento, determinou-se que tais lugares deveriam ser explorados, porque quem, em juízo e lucidez, vai dar valor a histórias "bobas" de nativos supersticiosos que grandes desequilíbrios viriam ao mundo se tais lugares fossem profanados?

Todo povo ancestral evitava locais que eram declarados como vam (proibidos?): “não é área para humanos”. Montanhas, cavernas, locais em deserto ou florestas, áreas sagradas onde a presença humana não deveria ocorrer. Quem respeita isso hoje?

Lidar com Xamanismo, Magia e Bruxaria é muito mais complexo do que brincar com alguns símbolos, algumas vestimentas, memorizar meia dúzia de termos em alguma língua antiga, induzir transe por alguma prática repetitiva e chamar o agito da luz astral, o deslocamento superficial da consciência de ‘transe’.

Tais Artes vem de um tempo em que a forma de existir e ser era outra e assim tudo era diferente. Implica reconectar outra abordagem da realidade, muito, muito distante da hoje dominante.

É preciso uma profunda abertura de nossa percepção para irmos além dos limites conceituais aos quais esta civilização nos prende. Para de fato mergulharmos no domínio no qual o ser humano, plantas, animais e entes de outras esferas vivem em contato íntimo entre si.

Nuvem que Passa

Notas

¹ “...um guerreiro, ciente dos mistérios insondáveis que o cercam e ciente do seu dever de tentar desvendá-los, ocupa seu lugar certo entre os mistérios e vê a si mesmo como um deles. Consequentemente, para um guerreiro o mistério de ser não tem fim, seja ser uma pedra, uma formiga ou ele próprio. Essa é a humildade de um guerreiro. Uma pessoa é igual a tudo" - O Presente da Águia, de Carlos Castaneda.


quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Filmagem de resgate de nave alienígena por um ex-militar.

A interação entre OVNIs e capacidades paranormais são reveladas pelo ex-militar Jacob Barber em entrevista recente ao canal News Nations. Nessa mesma entrevista é apresentado um vídeo envolvendo o resgate de uma nave alienígena em forma de ovo, do tamanho de uma SUV. O testemunho de Jacob Barber é corroborado por seus parceiros de equipe, que envolvem soldados treinados em capacidades extra-sensoriais, conhecidos como "psionics", mostrando que a realidade pode ser mais incrível que a própria ficção. Vídeo original em inglês:


segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Bruxaria, Magia e Xamanismo - parte 6 - por Nuvem que Passa.

Xamanismo Urbano

Xamanismo Urbano é um ramo contemporâneo da ancestral árvore do Xamanismo, que é um conhecimento ancestral. Ao contrário de cultos de povos que já foram completamente exterminados, o Xamanismo ainda tem linhagens vivas em todos os continentes que vem transmitindo o conhecimento de boca para ouvido desde antes da aurora do tempo, e, portanto, é um conhecimento vivo que possui uma energia fluindo através da transmissão.

Tradições que foram geradas dentro do espaço-tempo moderno possuem uma energia característica deste momento. Outras tradições vem de antes do tempo e trazem consigo uma energia de fora, um algo diferente que não pertence a esta realidade.

É este poder, esta baraka, esta graça que uma TRADIÇÃO transmite a quem nela se inicia. Uma energia que não é desta realidade, a qual vem de antes de tudo que temos por realidade surgir.

Xamanismo, embora este termo seja hoje também utilizado por pessoas que copiam a forma, mas pouco compreendem o conteúdo, é um caminho que propõe um estado de viver muito mais abrangente do que o apenas sobreviver ao qual estamos expostos.

É natural que o Xamanismo sempre busque se adaptar ao tempo e ao lugar onde está, mas esta adaptação não é abandonar sua essência, não é se adulterar, não é se fantasiar ou travestir-se.

Todo Caminho Verdadeiro está sempre em sincronia com o aqui e agora, isto caracteriza um caminho profundo. Ele flui pelo Espaço-Tempo com naturalidade. Leva a essência do conhecimento e não a forma. Assim, hoje em dia, é muito mais provável que xamãs estejam trajando terno e gravata¹ em vez de penas e cocares, sem que isto, no entanto, lhes façam menos unos à Fonte de onde tudo nos vem.

O Xamanismo tem formas inteligentes, estratégicas e mágicas de nos permitir viver nas cidades de maneira harmônica. Minimizando os efeitos nefastos que a vida urbana está sempre a infringir sobre nossos organismos.

Ondas de celular, rádio e TV. Alimentos sem energia vital contaminados por verdadeiros venenos e substâncias agressoras. Fumaça, barulho. Tudo isto a cidade nos oferece. A violência urbana, a neurose das pessoas, as atmosferas psíquicas desequilibradas que a maior parte dos lugares urbanos insiste em desenvolver. Todos estes são fatores que podem constituir uma agressão ao nosso bem-estar.

A vida em prédios! Quantas famílias e pessoas ‘vivem’ no espaço como o de um prédio? Auras se interpenetrando, energias se misturando.

A tudo isso a cidade nos expõe. Porém não nos ensinaram a lidar com tais desafios de forma satisfatória. O consumo de remédios e drogas —- do álcool às religiões fanáticas - passando por coisas ‘pesadas’ mesmo. A infelicidade das pessoas, doenças constantes e a violência, são sinais da falência geral do sistema social que aí está. A questão é bem profunda.

Nós mesmos, tidos como civilizados, o somos, enquanto espécie, há tão pouco tempo. Essa vida de cativeiro nos é recente. Nossas células carregam em si uma saudade imensa de tempos em que os ritmos do sol e da lua lhes eram mais fortes do que a imposição de um escravizador moderno chamado relógio.

Nossa ancestralidade selvagem é muito mais ampla e forte que os poucos milhares de anos transitando para esta sociedade, que como nós, ninguém conheceu: — artificial, programada, dominada de tal forma que os povos livres nem em seus medos mais profundos imaginaram.

Como explicamos para essas forças ancestrais e selvagens que gritam em cada célula nossa que devem ser “boazinhas, educadas e cordatas”? Como explicar aos tambores que batem em nosso peito que devem se calar? Como explicar ao grito selvagem que queremos emitir que deve continuar ali, contido? Como explicar a sensualidade que viceja de tempos em tempos, como suor em nossos poros, que deve ser reprimida?

Nós que nascemos em cidades geralmente negamos nossa selvageria. Filhos e filhas dos conquistadores. É bom que não nos esqueçamos que somos isso. Os filhos(as) dos conquistadores. Dos que vieram para cá e de forma direta ou indireta colaboraram para o genocídio quase completo das populações nativas.

E agora colaboramos de forma direta ou indireta para a continuidade desse genocídio, que ocorre enquanto escrevo e também enquanto você lê estas linhas. Por ação ou omissão continuamos cúmplices.

O Xamanismo é um caminho selvagem. Tentar transformar o Xamanismo nestas bobeiras insossas como “discos de poder animal², querer gerar um “xamanismo new age” como tantos fazem, é apenas continuar com a farsa que o sistema tem lançado sobre tudo ligado a esta tradição oriunda de povos nativos sobre os quais sabemos muito, muito pouco em termos da ciência oficial, pois não apenas ao genocídio condenaram esses povos, como sua memória foi apagada da história oficial, ignorados em suas sofisticadas civilizações.

O Xamanismo foi mantido e desenvolvido por povos nativos de vários continentes, mas não começa com eles, vem de antes. Vem dos véus além da aurora dos tempos. Isto é fundamental ficar claro para irmos às reais origens do Xamanismo. Os povos nativos são guardiães do Xamanismo, não seus geradores. Assim como uma escola de música não inventa a música, apenas aprimora e acumula técnicas e formas de ajudar novos artistas a desabrocharem com mais amplitude.

Isto é o mais importante, entender que o Xamanismo não é um conhecimento humano. É um conhecimento de outras esferas que foi ‘capturado’ quando a raça humana começou e depois foi se transformando. Não é uma verdade pronta. Não tem dogmas. É um campo de estudo em aberto, onde cada praticante é desafiado a provar por si, e em si, o que está estudando. Estudo aqui é sinônimo de prática. O Xamanismo surgiu em outra civilização que já existiu neste planeta e que se foi. A qual deixou um saber que continuou sendo ‘cultivado’ por gerações e gerações de praticantes até chegar a este tempo-espaço em que estamos.

Quando olhamos para o passado, os estudos científicos vão nos dizer que a Terra era do mesmo tamanho, mas isto é falso, a Terra era muito maior.

Existiam mais lugares para se ir na Terra do que há hoje, e os lugares não estavam sempre nas mesmas ‘coordenadas’. Existem muitos lugares que existiam e ‘foram embora da Terra’. Demorou muito para prenderem o mundo nessa descrição que temos hoje por ‘real’. O mundo já foi muito mais desconhecido e ainda o é em certos lugares e em certos momentos, embora o paradigma geral da ‘mentalidade’ dominante seja negar isso.

Essa fantástica homogeneização perceptiva que vivemos nesta idade globalizada é em si uma magia interessante e espantosa, mas realizada por e a serviço dos interesses de neo-senhores feudais e da guerra, das neo-companhias das índias ocidentais e orientais e dos neo-cleros que temos em nossa época que continuam fazendo o que sempre fizeram;: dividir o mundo entre si, provocar discórdias e acirrar disputas para obter benefícios desta divisão entre povos. Buscar mercados consumidores, fornecedores de matéria-prima, transformar tudo que seja possível em coisa a ser vendida. E converter e limitar a percepção humana aos seus estreitos padrões.

É importante notar como isso mudou. Hoje os jesuítas não são mais os campeões em obrigar outros a se converterem a seus paradigmas, a CIA tem tido muito mais sucesso.

Mas os fatos bases continuam e o Xamanismo observa tudo isso acontecendo com espanto, pois partilha da pergunta dos povos nativos:

Por que os ventos que regem os destinos humanos colocaram no poder um povo como o homem branco, que não ama a Terra, nem seus ancestrais, nem a seu irmão, irmã, pai, mãe; que trai seus amigos; que não respeita suas crianças e que condena todos nós, humanos, animais e vegetais a um fim cada vez mais evidente e próximo?

Nós, xamãs curandeiros, há muito temos como fato que a Terra está doente. Muito doente, praticamente em coma. Os absurdos e desmesurados atos da era industrial geraram uma doença profunda no Ser Terra. Por isso, encontros no mundo inteiro têm objetivado gerar energias de cura para que o Ser Terra se recupere. Sabemos que se Ele se recuperar vamos conseguir ter uma mudança verdadeira no estado de consciência coletivo.

Os povos nativos celebravam a vida e os ciclos da Natureza em seus cultos. Não eram cultos de adoração apenas, eram cultos de ‘sintonização’.

Os cultos exotéricos das religiões que foram dominando o mundo cada vez mais, destruíram esse elo do ser humano com a Terra. Passaram a cultuar egrégoras, imagens de um deus distante, fora da Terra, julgando, punindo ou ‘agraciando’ o ser humano segundo misteriosos caprichos, mas sempre necessitando ser ‘adorado’, ‘temido’, ‘idolatrado’. Assim tivemos a quebra do elo entre o ser humano com a Terra e o Sol, fontes verdadeiras de vida. Seres realmente vivos e fontes reais da nossa vida. Quebra esta que institui uma subserviência a abstrações mentais de deuses feitos à imagem e semelhança dos medos e caprichos humanos.

Os cultos que surgiram fazem com que o ser humano deixe de se harmonizar com as energias do Sol, Terra, dos Astros e outras forças cósmicas que os festivais e ritos ancestrais contemplavam e passem a adorar uma representação abstrata de um pretenso ‘princípio único’, de um pretenso ‘deus único e verdadeiro’ que torna toda pessoa que chame a divindade por outro nome, infiel ou herege.

A passagem do contato direto com a VIDA, com a NATUREZA, para uma religiosidade de adoração à ‘imagens’ e ‘representações’ é tida por ‘evolução’. Uma transição do ‘primitivo e pagão politeísmo’ para o avançado, progressista e evoluído ‘monoteísmo’.

E o que fizeram esses deuses? Cada um se dizendo ‘único e maior’, desde que começaram a ser adorados. Serviram de justificativa para toda guerra que houve desde então até hoje. Basta ligar a TV e ver esses deuses brigando. Há até mesmo versão ‘1’ e versão ‘2’ do mesmo deus brigando entre si, como no caso de cristãos e protestantes na Irlanda.

Sentir a Vida como divina! Logo a Natureza como divina, viva e consciente é algo fundamental ao caminho xamânico. Nas cidades isto é mais difícil, por isto é mais fácil ser praticante dessas abordagens racionais e menos sensíveis da realidade, da religiosidade.

Na cidade, com supermercados, açougues e feiras podemos esquecer que os alimentos ainda vem da Terra. Dependem do Sol, da chuva, dos ventos, pássaros e insetos polinizadores e do ciclo das estações.

Assim os natais de presentes e páscoa de ovos de chocolate são celebrações mais importantes do que a primavera que volta com a vida ou o momento da colheita.

Para nós do Xamanismo é evidente que a vida tem seus ciclos, suas formas de se manifestar. Isto celebramos, com estes ciclos nos sintonizamos. Na Terra e no Sol temos as forças fundamentais à Vida, sem elas, esta não existiria aqui. Nenhum ‘ser’ ou espectros de outras dimensões, a quem atribui-se maior valor do que a força viva da Natureza a nossa volta, pode nos sustentar enquanto ‘seres vivos e conscientes’.

A Magia telúrica e a Bruxaria telúrica são parceiras do Xamanismo nesta abordagem. Nosso corpo lê e metaboliza a energia das estrelas. Mas nossos pés precisam estar no chão e temos de estar bem alimentados e saudáveis se quisermos interpretar corretamente o que tais forças nos mostram.

O Sol é nossa fonte de vida. Mais forte que qualquer rito, que qualquer símbolo mágico, que qualquer eucaristia. Lá está ele! Sol, fonte da Vida aqui! Mesmo que nos destruamos com essa loucura de guerras e ‘economias’, ainda assim continuará lá, iluminando o céu de um planeta desolado porque os conquistadores tomaram o mundo e impuseram seu modo de ser.

O Xamanismo urbano é uma resposta.

Uma resposta da ancestral Arte do Xamanismo aos desafios que este momento está nos trazendo, pois agora estamos no tempo em que nitidamente vivemos a História como participantes atuantes ou só nos resta ‘sofrer a História’.

Agora, mais que nunca, precisamos de caminhos que nos ensinem a usar nossa mais profunda e poderosa Magia, pois loucos dominam o mundo. Esses loucos têm armas poderosas e respeito nenhum pela vida. Apenas sua insanidade e frustração existencial como guias.

Como nas antigas lendas nativas, temos de ousar sair em uma jornada mágica em busca de meios para lidarmos com esses loucos. Para que a vida ainda seja possível a nós e nossa descendência.

Nuvem que Passa

Notas

¹ Possível alusão ao encontro entre Carlos Castaneda e Don Juan Matus narrado em "Porta para o Infinito", no capítulo "Ter que Acreditar".

² Ver texto do autor: Sobre o Animal de Poder.


Sobre o animal de poder, por Nuvem que Passa


Tenho visto alguns comentários sobre animal de poder e Xamanismo em geral, e creio que seria interessante tecer alguns comentários sobre o Tema.

Primeiro é importante compreender o que é o Xamanismo, pois desde algum tempo este tema entrou para o clube dos assuntos: "da moda" que se tem um lado positivo de ser mais divulgado e conhecido, tem o lado ruim de ser abordado com muito superficialismo.

Existem dois momentos no Xamanismo. Você pode estudar o Xamanismo, participar de cursos e vivências onde o conhecimento xamânico lhe dá ferramentas para melhor viver, lhe ajuda a lidar melhor com essa instigante e complexa aventura chamada vida. É como uma pessoa fazendo um curso com um nutricionista. Vai aprender a usar melhor o alimento, a descobrir uma dieta adequada a sua realidade orgânica e aos gastos que tem com seu estilo de vida. Mas ao fazer um curso desses a pessoa não sai formada em nutrição, ela está aproveitando dos conhecimentos dessa área para viver melhor. Da mesma forma ninguém se torna xamã porque fez um curso.

Não existem cursos de formação de xamãs, se você fez algum ou foi convidado para fazer muito provavelmente está sendo grosseiramente enganado.

O Xamanismo é um caminho e como todo caminho não pode ser plenamente definido e compreendido a menos que seja trilhado. E tornar alguém xamã é trazer essa pessoa para dentro de uma egrégora, uma egrégora milenar , pois o xamanismo é uma tradição milenar que de forma direta e ininterrupta veio até nossos dias. Assim o trabalho árduo de tornar-se um xamã é algo que exige anos de dedicação, só possível por um contato pessoal e constante com a tradição e seus guardiães.

Menos de 30 anos direto de estudo e práticas não criam a mudança necessária para um xamã pleno. Por isso sempre digo que sou um aprendiz de Xamanismo, não um xamã pleno, que é outro estágio bem mais complexo. Pois há uma diferença muito grande entre estudar um caminho, conhecer um caminho e trilhar um caminho. Existem dois ramos do xamanismo quanto a iniciação de novos membros da linhagem. Em um deles o iniciador escolhe ou aceita quem lhe procura por seus próprios critérios. Noutro, do qual faço parte, só é aceito um nova aprendiz se "sinais", "augúrios" confirmam que a pessoa está de fato pronta para trilhar o árduo caminho do Xamanismo.

Antes de mais nada temos que lembrar que o xamanismo é oriundo de povos nativos, que viviam em estreita relação com a natureza, logo o primeiro passo para lidar com o xamanismo é recuperar esse elo com a Vida e com a Natureza, especialmente com a Mãe Terra, elo esse que está enferrujado, atrofiado na maioria dos seres urbanos de nosso tempo. Existem muito meios de se iniciar a senda do xamanismo. Existem visões fortes ou acontecimentos incomuns que marcam alguém e revelam a um xamã já iniciado que a Fonte de Tudo está apontando aquela pessoa para ser um aprendiz. Este método é considerado o mais adequado pois evita que preferências pessoais interfiram no processo e garantem que a continuidade do conhecimento está sendo determinada por um estância de força superior, que vai portanto "cuidar" e " auxiliar " o aprendiz.

Outra forma comum de se aproximar do caminho xamânico é chamado de "doença do xamã". Sem nenhuma causa detectável uma pessoa adoece ou cai em depressão profunda, perde a vontade de viver. Então descobre-se que ela tem a doença do xamã. Ela encontra um xamã e então este tem algum sinal que deve, não apenas curar, mas também fazer daquela pessoa herdeira e continuadora de seus conhecimentos. Um processo inciático tem início então e um ser humano vai começar a fascinante aventura de abandonar os limites da condição humana e partilhar com entes e deuses, com seres de outras linhagens de evolução vivências que o levarão a ser de fato "além do humano". Um xamã pode ser um curador, um contador de história, um guerreiro ou um caçador. Pode dançar para expressar o poder, cantar e tantos outros aspectos da arte, alguns inclusive impossíveis de serem descritos ao ocidental civilizado que desconhece a riqueza do mundo no qual os nativos viviam.

Existe uma diferença entre um curandeiro e um xamã curandeiro. Lidar com ervas por exemplo. Um curandeiro lida com ervas por ter herdado este saber de outro herbolário, ele "estudou" o saber que domina. Um xamã "fala" com o espírito das plantas, ele pode entrar em qualquer mata ou floresta e vai saber para que cada planta serve, mesmo que nunca tenha aprendido nada sobre elas, as plantas lhe contam sobre suas virtudes terapêuticas. Um xamã é um intermediário. Ele vive simultaneamente neste mundo e em mundos outros que não este. Tornar-se um xamã é ampliar de forma incompreensível ao civilizado, as capacidades perceptivas normais.

Vivemos num mundo muito vasto, como uma grande cebola, cada camada é um mundo diferente, com seres diferentes, com forças diferentes atuando. Em nosso mundo temos 3 reinos principais perceptíveis (não vou considerar aqui reinos como o monera ou fungi da biologia moderna deixando os mesmos na classificação geral de animais e plantas, mas num estudo mais profundo precisaríamos estudar o vírus, inclusive porque alguns xamãs atribuem um papel importante no desequilíbrio da raça humana pelo contato e domínio desses seres, para alguns xamãs nos tornamos vetores de vírus e nosso comportamento é virótico e não de mamíferos, isto foi brilhantemente colocado no filme Matrix, mas é tema para outro momento).

O reino mineral é para nós, em nosso estado "normal" de consciência inerte e chega-se a dizer que não está vivo.

Dentro do conceito orgânico de vida deveríamos dizer, mas o fato é que pedras, minerais tem seu nível de consciência próprio e podem ser "acessados" pelo xamã em seu trabalho.

As plantas tem outro nível de consciência e é interessante como o fato de tal nível de consciência não ser tão perceptivo aos seres humanos encontramos certas linhas que defendem um vegetarianismo como algo "superior" ao regime carnívoro. O fato de não ouvirmos os lamentos de uma planta ao ter sua vida ceifada apenas permite que não percebamos que o fato de que sempre há uma vida sendo sacrificada para que outra continue.

Fosse uma alface ou um boi, ambos sonhavam em ter mais um por do sol, mais uma chuva, mais um céu estrelado e a forma de honrar a vida que se foi para que a nossa fosse alimentada é usando nosso dom da vida de forma plena e recompensadora.

Assim um(a) xamã tem aliados na natureza, pois ele (a) é parte da natureza e tem em si todas as forças, está ligado(a) a todas as forças circundantes.

Um (a) xamã tem um mineral ou pedra de poder, um tipo de pedra ou mineral que serve de "base" para seu trabalho, que o energiza, onde seu poder se "assenta".

Tem também uma planta de poder, uma planta que é sua "companheira e apoio" no mundo da magia.

Um xamã que tenha um eucalipto como planta de poder, por exemplo, vai poder sempre restaurar a energia gasta em seus trabalhos ou ampliar a sua ainda mais quando dormir encostado ou dependurado numa árvore dessa. Se tiver seu poder bem desenvolvido quando chegar numa região receberá informações que precisar sobre a mesma, dos seus "aliados" eucaliptos.

Se se perder num lugar, precisar passar a noite num ponto desconhecido, basta encontrar uma árvore da mesma espécie da sua de poder e ela o guardará e protegerá.

E então chegamos no animal de poder.

Este tema é muito importante, mas mais importante é entender que numa iniciação xamânica completa o (a) aprendiz começa descobrindo seu mineral ou pedra de poder, que lhe dá base, depois sua planta de poder, que vai lhe "religar " a Terra, vai ajudar a nós, seres móveis, encontrar um enraizamento não estático em relação a mãe Terra e só então poderá encontrar plenamente seu animal de poder.

Encontros fortuitos podem ocorrer antes por diversas razões, mas apenas ver e saber qual é seu animal de poder não quer dizer que ele esteja integrado a sua realidade existencial plena.

Sabemos intelectualmente de tantas potencialidades nossas e no entanto isso não quer dizer que as tenhamos plenamente manifestas em nossas vidas e atuantes.

Hoje é moda ir a uma jornada xamânica de fim de semana ou menos que isso e ter "viagens" onde o animal de poder se apresenta.

Eu vejo que nisso pode existir fantasia sem fim se não for corretamente desenvolvido.

O trabalho de aproximação do animal de poder exige um rito, pois não é a mente que vai atrair o animal de poder e a mente aqui pode fantasiar, não captar a realidade.

Vejam que tais práticas vem de um povo com outros paradigmas culturais, assim temos que ter cuidado para compreender o que é realmente um animal de poder.

Um animal de poder é a expressão da força de um xamã dentro de outro reino.

Assim como nós "temos " um animal de poder ele nos "têm" .

É uma troca justa, há um equilíbrio de poder aqui e a partir do momento que nós despertamos este elo ambas as partes passam a ter um grande responsabilidade.

Pois assim como podemos evocar nosso animal de poder para certas "ajudas" ele também pode nos chamar para auxiliá-lo em sua esfera.

O ocidental civilizado se aproxima da ideia de animal de poder com sentimento de posse e uso como faz com tudo.

Pensa que o animal de poder é mais um item, mais um acessório que ele tem para usar, que ele pode comprar como tenta comprar tudo a sua volta.

Mas não tem nada disso nessa relação é outro caminho outra abordagem que leva ao reino do animal de poder.

Um animal de poder é um batedor e um guia do (a) xamã em outros mundos, é uma fonte de força constante para o (a) xamã.

A relação entre um xamã e um animal de poder é muito complexa para ser descrita em palavras e deve ser abordada com todo cuidado e discernimento, pois muitos xamãs chegam a morrer quando seu animal de poder é ferido ou morto.

O mais importante, nada mais tolo que revelar aos quatro ventos seu animal de poder. Entre os xamãs isso é um segredo muito bem guardado só partilhado dentro de seu clã.

O Xamanismo é um campo feroz, onde verdadeiros combates podem ser travados e assim como um homem pode prender e escravizar outro homem um xamã deturpado pode também capturar o animal de poder de outro resultando em desequilíbrio e doença para a vítima.

Aí vem a questão: pessoas não xamãs tem animais de poder?

Sim, e podem aprender a se sintonizar com os mesmos e usufruir de todo poder que isto representa, principalmente em termos de saúde e força de decisão.

O importante é que a abordagem seja feita de forma sensata e dentro de uma prática efetiva para evitar fantasias que só atrapalham o processo.

Só pode ajudar alguém a achar seu animal de poder quem tem o seu bem estabelecido e forte.

Pode-se chegar sozinho ao animal de poder?

Sim, é possível.

O animal de poder pode inclusive te procurar antes de vc procurá-lo, o que é considerado um presságio forte para quem isso ocorre, (pois indica) que a condição de xamã lhe é acessível.

Todos(as) podem ser xamãs?

Eu respondo perguntando:

Todos podem ser artistas?

Todos podem estudar violão, piano, canto, pintura, mas uns tem as habilidades e outros não o que não impede que todos usufruam da arte, para o Xamanismo vale o mesmo.

Assim o tema animal de poder é vasto e está ligado a outros correlatos dentro desse campo vasto e complexo que é o Xamanismo.

Espero ter deixado alguns temas para meditação.

Nuvem que passa

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Bruxaria, Magia e Xamanismo - parte 5 - por Nuvem que Passa.




"O Tao que pode ser dito não é o Tao eterno.
 O nome que pode ser nomeado não é o Nome eterno. 
O inominável é o eternamente real. 
Nomear é a origem de todas as coisas particulares. 
Livre do desejo, você percebe o mistério" 
 Tao Te Ching, primeiro verso.

O conceito de Divindade

Agora abordaremos um dos aspectos mais importantes, uma diferença fundamental entre ‘o caminho’ e tantas outras vertentes do chamado misticismo. É muito importante percebermos como o conceito que temos de divindade interfere na forma de sentirmos e percebermos o mundo.

Geralmente recebemos uma educação religiosa vinda do meio onde fomos criados, isso acontece em uma fase bem imatura da percepção. É comum aprendermos a identificar conceitos complexos como origem, criadores, poderes primordiais com projeções de nossas carências e medos.

Entre a maioria de nós, os conceitos religiosos vieram através de nossos pais e da igreja a qual estavam ligados. Mas esses conceitos têm uma historicidade, foram gerados por situações diversas, por grupos que, em sua luta pelo poder, não tiveram receio em alterar e deturpar conhecimentos, a fim de se manterem no poder.

Estes dados são importantes para melhor compreendermos o deus único, que é considerado resultado de uma evolução que ocorreu quando o gênero homo deixou de ser politeísta e ‘progrediu’ para o sistema monoteísta. Será verdade isto? Os povos ancestrais sentiam a divindade em tudo, suas várias faces, na chuva, no vento, no trovão, na Terra que dá o alimento, no Sol, na Lua. O Uno manifesto no múltiplo.

É muito importante compreender isso. Através de investigações e contatos com tradições nativas percebi que o saber ancestral se manifesta em matrizes com muitas dimensões. Certos povos têm um conhecimento que, quando comparado ao nosso, pode parecer menos sofisticado em alguns aspectos, como os Maias que não usaram a roda, mas que em outros níveis podem extrapolar muitos nossos padrões, como o calendário meso-americano.

O conceito de divindade para os povos ancestrais é bem amplo e variado. Não podemos nos limitar às crenças que algumas parcelas da população adotam, senão corremos o risco de generalizar a forma de lidar com a totalidade de todo um povo. O cidadão simples, o comerciante, o homem e a mulher do povo egípcio, com certeza, tinham uma concepção da divindade bem diferente dos sacerdotes e sacerdotisas dos templos e das escolas iniciáticas que ali existiam.

Da mesma forma, entre todos os povos vamos ter o exoterismo religioso, as crenças e cultos de domínio público, e o esoterismo, reservado a quem fosse iniciado nos mistérios. Os povos ancestrais lidavam com as várias faces da Eternidade, em suas múltiplas manifestações. Mas elencar um deus tribal de um povo¹ e promovê-lo a deus único é evolução? Um deus único exógeno à Terra, que a rege à distância, pelo lado de fora, não inspira nenhuma atitude ecológica ou equilibrada. Coisa que não acontece com os povos nativos e suas superstições. O conceito de deus é algo muito complexo. Quando falamos de um deus criador, ecoamos um paradigma. Em minhas investigações sobre estes caminhos que estamos tratando aqui, encontrei um conceito diferente, uma forma de falar da ETERNIDADE sem limitá-la a padrões antropomórficos ou fazer da mesma uma tela onde projetamos carências e medos.

Em vez de um deus que cria de fora e depois aplica testes além da capacidade dos testados para por fim os castigar e os deixar confusos. Em vez de uma família primordial onde o homem é um fraco, o filho um assassino e na qual a mulher vai atrás da primeira serpente que aparece. Uma família em que tudo dá errado, acarretando um cataclisma que gera a necessidade de se começar o mundo novamente. Em vez desta narrativa existem outras histórias de como o mundo veio a ser o que é.

Existem cosmogonias, antropogêneses e cosmogêneses que abordam outras possibilidades. Um universo que emana, que surge de uma outra realidade pré-existente e em um ciclo infindável. Quanto mais avança a Astrofísica e a Física de partículas, mais as visões de realidade, que surgem dos experimentos realizados, são similares às visões das antigas tradições dos povos ancestrais, e cada vez menos com as histórias moralistas que ensinam nas ‘religiões oficiais’. Um só deus, uma só verdade, um só rei, foram argumentos sempre usados pelos tiranos de várias épocas.

Perceber isto é perceber que a abordagem religiosa da realidade, tal qual a concebemos hoje, é destinada a alienação e controle. Basta ver o fervor com que vários homens e mulheres matam outros em vários países no mundo em nome de suas crenças². A intolerância religiosa não admite a diversidade, todos devem se reduzir a uma nauseante homogeneidade. Como se as células do fígado resolvessem converter as células do coração para que fossem como estas. Depois de cumprida a missão teríamos um corpo com dois fígados, o qual morreria por não ter um coração para fazer circular o sangue.

Esse é o perigo da conversão que é promovida por povos gananciosos que ignoram o fato de que a diversidade sempre foi necessária à vida. Somos seres que fazem parte de um vasto esquema cósmico. Estamos na periferia da galáxia, somos novos e imaturos se comparados às formas de vida que se desenvolveram bilhões de anos antes de nós. Mas mesmo assim temos nosso papel.

O que um indivíduo julga errado e fora de propósito, pode muito bem ser justamente o papel que outra pessoa deve desempenhar. Este é um perigo dos agrupamentos pseudo-iniciáticos. Quando a vontade caprichosa de um(a) líder é seguida. Isso falseia tudo. O trabalho de um grupo é para que cada indivíduo desperte sua essência e este se torne a somatória daquilo que cada um traz em seu interior. Quem auxilia nisso deve agir como um jardineiro: ajudar a desabrochar, mas nunca impor seus próprios modos.

Essa diferença sutil nos leva ao cerne deste trabalho, a concepção de divindade. Se impormos uma forma de perceber o transcendente, que de fato existe, o limitaremos a um conceito, a um dado informacional. Mas se criarmos situações para que quem aprende o vivencie por si mesmo, então teremos outro tipo de aprendizado. Por isso é equivocado tentar colocar em palavras o que está além do falar. Formas-pensamento pertencem ao campo mental, ao inventário do já estabelecido. E o novo é não vivido, tem que surgir pela experiência. Cientes da limitação das palavras, da sintaxe, vamos abordar o fato de que o reconhecimento da divindade e da vida por parte dos caminhos naturais, dos caminhos pagãos e dos caminhos mágicos parte de outra esfera, a da percepção.

Quando crianças, temos sempre a presença de um adulto por perto. Diante do sinal de qualquer perigo um adulto virá nos proteger, nos salvar. Ao crescermos, descobrimos que tal salvamento é relativo, e que papai e mamãe são também crianças. Isso muda tudo! Então surge uma carência, a qual muitas pessoas em vez de superarem, extrapolam e criam um papai do céu e uma mamãe do céu. Os messianismos diversos se utilizam disso como principal engodo, a promessa de que alguém lá fora virá para nos salvar.

Para grande parte das pessoas isso é a divindade. Uma transferência dos sentimentos confusos da relação com pai e mãe para uma pretensa entidade cósmica que nos criou e pode nos julgar, ajudar ou castigar. Esta relação imatura com a realidade é ampla e notável nas religiões seculares, as quais justificam seus atos em vista de uma divindade fora do mundo e temível. A qual cria os humanos a sua imagem e semelhança. Não seria mais correto dizer que os seres humanos criaram um deus a sua imagem e semelhança?

A Bruxaria, a Magia e o Xamanismo aos quais me refiro não pertencem a essa linha. Pois têm a noção de seres, de forças, de entes e poderes que vivem neste mundo e nos mundos além deste, e mesmo os mais poderosos, ainda que possam parecer deusas e deuses, continuam sendo nitidamente entes. Mesmo que estando na proporção similar à de uma estrela para uma vela não precisamos adorá-los, ou crer que os servindo tudo será resolvido.

Os deuses e deusas são entes amplos. Podemos fazer parte deles, podemos ser como células das vastas realidades que eles e elas compõem, mas, em todos os níveis, são seres com começo e fim, entes que também brotaram em um certo momento da existência e, cedo ou tarde, também vão chegar a um fim como nós.

A DIVINDADE em seu sentido mais amplo é algo que extrapola a compreensão, é para ser sentida diretamente. Através da experiência direta com o numinoso, do que vai além do conceitual.

Por isso, ao sentir a força de uma árvore, de uma montanha, de um rio ou do vento e expressar isso como divindades, cada qual com suas particularidades, não pode ser confundido com uma abordagem supersticiosa da realidade.

Rezar atemorizado para deuses e deusas durante uma tempestade é diferente da postura pagã de reconhecer nestas forças facetas da Amplitude se manifestando e buscar encantar tais poderes.

A relação que temos conosco mesmo, a relação que temos com as outras pessoas, a relação que temos com o mundo circundante, tudo isso está envolto em nosso conceito de divindade. É interessante refletir sobre isso e buscar perceber se ainda temos uma relação de pai psicológico ou mãe psicológica com a ETERNIDADE. Se continuamos apenas projetando carências ou se estamos mesmo começando a ir além dos medos que plantaram em nós, ousando sentir a ETERNIDADE em toda sua incompreensível vastidão.

Para mergulhar mais a fundo no âmbito da Bruxaria, Magia e Xamanismo precisamos compreender que estes caminhos abordam a questão da vida, da Divindade e da possibilidade de nos eternizarmos a partir de outra ótica. Senão poderemos cair no equívoco da moda esotérica em voga, que prega os mesmos temas já gastos e nitidamente ineficazes, fantasiados com outras roupagens. Pecado se tornou carma. Reencarnação em outras vidas substitui o céu e o inferno. E os ascensionados são agora os novos santos e ministros de deus.

Se ficarmos presos aos conceitos estereotipados nascidos durante esta era de dominação, sempre nos escapará o sentido profundo dos caminhos que estamos tratando. Temos que ir além da sintaxe imposta pelo mundo atual. Isto não é fácil nem simples, mas pode ser feito.

A pior prisão, das muitas que nos deram neste mundo, é a perceptiva, somos instigados a concordar e participar de um só tipo de realidade, e que, mesmo sujeita a variadas interpretações subjetivas, é normatizada e linearizada em várias instâncias.

Então, questionar profundamente os pretensos dogmas, mesmo dos esoterismos de plantão, é não só um hábito saudável como necessário. Questionar! Questionar tudo e buscar uma nova resposta.

O Xamanismo, a Magia e a Bruxaria não te dão respostas prontas, mas te ensinam a fazer melhores perguntas.

Notas

¹  Faz-se referência do deus tribal Javé, entidade judaica que permeia todo o Antigo Testamento. Há uma excelente história sobre tal entidade, história que se passa num campo de concentração nazista na segunda grande guerra onde judeus condenados à morte colocam seu deus em julgamento. Pode-se vê-la no excelente filme God on trial ou Deus no banco dos réus: https://vimeo.com/284244930 . Há também muita discussão acadêmica sobre a origem de Javé e como um deus menor que fazia parte de um panteão mais rico (politeísta) veio a tornar-se único por razões de natureza política e religiosa.

²  Ver o excelente texto "A Psicopatia Bíblica de Israel", que fala sobre a psicopatia do deus tribal de Israel e como isso é relevante para entender a natureza de certas ideologias baseadas na ideia de povo escolhido, raça-mestra, os eleitos e similares: https://www.unz.com/article/israels-biblical-psychopathy/




quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

OVNIs e Bruxaria

Um famoso jornalista, Tucker Carlson, fez uma revelação inusitada sobre o resgate de naves alienígenas, que teriam não sofrido um acidente, como muitos acreditam, o que para ele não faria sentido, já que se trata de uma tecnologia muito avançada em relação a nossa para que tal ocorresse. A informação que ele traz torna um assunto controverso e complexo, ainda mais surpreendente, pois adentra no reino da Bruxaria, da Magia e do Xamanismo, já que ele fala, até onde sabe, que o resgate de certas naves teria ocorrido através de um processo de evocação mágica(!).

A relação entre Magia e tecnologia nos remete aos relatos mitológicos e míticos, mas ver, ouvir através de um jornalista moderno conhecido chega a ser disruptivo. Não estamos citando antigas histórias da Atlântida, onde havia uma forte relação entre tecnologia e Magia; não estamos nos referindo aos relatos míticos do Mahabharata envolvendo a evocação de armas poderosas, como a Brahmastra; não estamos falando de nazistas e sua obsessão pelo ocultismo ou de magistas como Aleister Crowley e sua associação com uma entidade alienígena, mas tudo isso se entrelaça de uma estranha maneira para os paradigmas vigentes da dita civilização moderna.

O que seria a nossa tecnologia atual para a humanidade do século X? Magia.

Então uma tecnologia muito mais avançada que a nossa não nos pareceria mágica?

A diferença entre magia e tecnologia não seria uma questão temporal?

No passado não tivemos contato como civilizações de outros mundos que os xamãs e pajés de diferentes povos nativos chamaram de povo das estrelas?

Os dogons que conheciam as órbitas de Sírius A e B muito antes de nossa ciência moderna não disseram que a sua origem era estelar?

Não seria então a Magia a tecnologia dos iniciados?

Não seria a Magia o resgaste de velhas tecnologias já conhecidas de diversos povos nativos que tiveram interação com povos estelares no passado?

São questões que nos surgem diante dessa entrevista em vídeo apresentada pelo canal do ufólogo Rony Vernet:


Bruxaria, Magia e Xamanismo - parte 10 - por Nuvem que Passa

Prática Até aqui vimos uma abordagem histórica e epistemológica destes temas. Agora vamos entrar em uma parte prática. Como trabalhar com Ma...