sábado, 15 de fevereiro de 2025

Alienígenas: extra-terrestres, extra-dimensionais e criptozoológicos, em documento oficial do Congresso dos EUA

13 de novembro de 2024: Subcomissão de Segurança Cibernética, Tecnologia da Informação e Governo

Audiência conjunta da Inovação e da Subcomissão de Segurança Nacional, Fronteira e Relações Exteriores intitulada “Fenômenos Anômalos Não Identificados: Expondo a Verdade”

 Pergunta (deputado Eric Burlison): “É possível que UAPs sejam extradimensionais em vez de extraterrestres? O que quero dizer com isso é — é possível que UAPs não se encaixem na narrativa tradicional de alienígenas de outro planeta, mas poderiam ser entidades de outras dimensões.”

Resposta (Luis Elizondo,  agente sênior de classificação do Advanced Aerospace Threat Identification Program (“AATIP”) dentro do Departamento de Defesa (“DoD”) ):

Sim.

Vários cientistas dentro da AATIP propuseram que o UAP pode ter origens interdimensionais ou mesmo criptozoológicas.

Aproveitando o conhecimento de ponta da física quântica e da consciência humana, alguns cientistas sugeriram que a inteligência não humana — potencialmente responsável por operar certos UAP — pode ser tão essencial ao nosso ambiente quanto outros fenômenos naturais.

No entanto, atualmente não temos as ferramentas para observá-los ou medi-los usando métodos científicos convencionais.

Outra hipótese apresentada pelos cientistas da AATIP sugere que o UAP pode se originar das profundezas dos nossos oceanos. Há uma correlação bem documentada entre grandes corpos d'água e a atividade de UAP, o que pode explicar por que a Marinha dos EUA relatou mais incidentes do que os outros Serviços. Notavelmente, em junho de 2024, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional relatou que apenas 26,1% do fundo do mar global foi mapeado com tecnologia moderna de alta resolução.

Fonte: https://content.newparadigminstitute.org/uploads/2025/02/House-Oversight-QFR-Elizondo-Dec.-2024.pdf

Material  traduzido via Google.


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

O termo "alienígena" na obra do Dr. Carlos Castaneda - 2ª parte


 

- Você deve entender de uma vez por todas que essas são coisas normais na vida de um feiticeiro. Você não está ficando louco; está simplesmente ouvindo a voz do emissário do sonhar. Depois de atravessar o primeiro ou o segundo portão do sonhar, os feiticeiros chegam a uma fronteira de energia e começam a ver coisas ou a ouvir vozes. Na verdade não são vozes, e sim uma única voz. Os feiticeiros chamam-na de voz do emissário do sonho.

- O que é o emissário do sonho?

- Energia alienígena consciente. Energia alienígena que procura ajudar os sonhadores dizendo coisas. O problema com o emissário do sonho é que ele só pode dizer o que os feiticeiros já sabem ou deveriam saber, se valessem o que comem.

- Dizer que é uma energia alienígena consciente não me ajuda em nada, Dom Juan. Que tipo de energia? Benigna, maligna, certa, errada, o quê?

- É exatamente o que eu disse: energia alienígena. Uma força impessoal que transformamos em muito pessoal, porque tem uma voz. Alguns feiticeiros têm confiança absoluta nela. Até mesmo a vêem. Ou, como aconteceu com você, simplesmente ouvem-na como voz de homem ou de mulher. E a voz pode falar com eles sobre o estado das coisas, o que na maior parte das vezes é visto como um conselho sagrado.

- Por que alguns de nós ouvimos essa energia como se fosse uma voz?

- Nós vemos ou ouvimos porque mantemos o ponto de aglutinação fixo num determinado posicionamento; quanto mais intensa a fixação, mais intensa nossa percepção do emissário. Cuidado! Você pode vê-lo e senti-lo como uma mulher nua.

Dom Juan riu do que disse, mas eu estava assustado demais para levar na brincadeira.

- Essa força é capaz de se materializar?

- Certamente. E tudo depende de como o ponto de aglutinação está fixo. Mas fique tranquilo, se você for capaz de manter um grau de desapego, nada acontece. O emissário continua sendo o que é: uma força impessoal que age em nós por causa da fixação do ponto de aglutinação.

- E o conselho dele é garantido?

- Não pode ser um conselho. Ele só diz o que é o quê, e nós tiramos as conclusões.

Contei a Dom Juan o que a voz me havia dito.

- É como eu falei - Dom Juan observou. - O emissário não disse nada de novo. Sua afirmação estava correta, mas só na aparência era uma coisa reveladora. O que o emissário fez foi meramente repetir o que você já sabia.

- Acho que não posso dizer que já sabia aquilo, Dom Juan.

- Pode sim. Agora você sabe infinitamente mais sobre o mistério do universo do que suspeitava em termos racionais. Mas esse é o mal dos seres humanos: sabemos mais sobre o mistério do universo do que suspeitaríamos. Ter experimentado sozinho esse fenômeno incrível, sem o apoio de Dom Juan, fez com que eu me sentisse exaltado. Queria mais informações sobre o emissário. Comecei a perguntar a Dom Juan se ele também ouvia a voz do emissário.

Ele me interrompeu e disse com um sorriso largo:

- Sim, sim. O emissário também fala comigo. Quando eu era jovem costumava vê-lo como um frade vestindo um capuz preto. Um frade falador que me deixava apavorado todas as vezes em que surgia. Depois, quando meu medo ficou mais manobrável, ele tomou-se uma voz sem corpo, que até hoje me diz coisas.

- Que tipo de coisas, Dom Juan?

- Qualquer coisa em que eu focalize meu intento; coisas que não quero ter o problema de rastrear sozinho. Como, por exemplo, detalhes sobre o comportamento de meus aprendizes. O que eles fazem quando não estou por perto. Ele me diz coisas sobre você, em particular. O emissário me diz tudo que você faz.

Naquele ponto eu realmente não me preocupava com a direção que nossa conversa tomara. Revirei freneticamente o pensamento em busca de perguntas sobre outros tópicos, enquanto ele gargalhava.

- O emissário do sonho é um ser inorgânico? - perguntei.

- Digamos que o emissário do sonho é uma força que vem das esferas dos seres inorgânicos. É por isso que os sonhadores sempre o encontram.

- Quer dizer, Dom Juan, que todo sonhador ouve ou enxerga o emissário do sonho?

- Todos ouvem o emissário; muito poucos o veem ou sentem-no.

- Você tem alguma explicação para isso?

- Não. Mas realmente não me preocupo com o emissário. Num determinado ponto de minha vida precisei decidir se me concentrava nos seres inorgânicos e seguia as pegadas dos feiticeiros antigos ou se recusava isso tudo. Meu professor, o Nagual Julian, me ajudou a decidir pela recusa. Nunca me arrependi dessa decisão.

- Você acha que eu deveria recusar os seres inorgânicos, Dom Juan?

Ele não respondeu. Em vez disso explicou que toda a esfera dos seres inorgânicos tem sempre uma postura de ensinar. Talvez porque tenham uma consciência mais profunda do que a nossa, os seres inorgânicos sentem-se compelidos a nos manter debaixo de suas asas.

- E eu não vejo nenhum sentido em virar aluno deles - acrescentou. - O preço é alto demais.

- Qual é o preço?

- Nossas vidas, nossa energia, nossa devoção a eles. Em outras palavras, nossa  liberdade. 

A Arte do Sonhar, de Carlos Castaneda, Cap. 04, Fixando o Ponto de Aglutinação.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Bruxaria, Magia e Xamanismo - parte 11 (final) - por Nuvem que Passa

Caminhos Naturais

Magia, Xamanismo e Bruxaria são caminhos amplos, caminhos que envolvem tradições ancestrais, tradições que surgiram como resultado do trabalho dedicado, de estudo sistemático do mundo por parte de gerações incontáveis de praticantes.

Existem muitas vertentes que se autodenominam com estes termos¹, o que exige do(a) buscador(a) sincero(a) muita atenção, pois existe a Tradição e existem também muitos achismos sobre o que é a TRADIÇÃO. Existem ramos deste conhecimento que vêm da mais remota ancestralidade, mas existem também ramos bem recentes destes conhecimentos nascidos do trabalho de pessoas que se interessaram pelo tema, mas em vez de manter o SABER da TRADIÇÃO, o impregnaram com seus (pre)conceitos.

Há também o(a) iniciado(a) que recebeu conhecimento e energia de uma Tradição. E existem aquelas pessoas que se arvoram em herdeiros(as) apenas para fazer desses caminhos um campo para seus egotismos, campo para suas idiossincrasias pessoais.

É fácil reconhecer pessoas assim, adotam sempre uma atitude proselitista, sempre querendo provar que ‘seu’ caminho é ‘superior’ e veem nos títulos e graus iniciáticos a justificativa para vangloriar-se e se exibir, deixando óbvio que a iniciação não resolveu nada em sua realidade existencial, apenas serviu para ampliar a autoimportância.

Muitas pessoas vão ao Poder sem trabalhar a vaidade pessoal, impérios inteiros caíram no passado devido a isso — o mergulho no além, no transcendente, sem antes resolver o imanente, o aqui e agora.

Existem muitas tradições e propostas que se apresentam sob essas denominações, e é importante frisar que as colocações que faço se referem a caminhos telúricos, caminhos cuja sintonia com a TERRA enquanto ser vivo e consciente é fundamental.

O ser humano foi se afastando da Terra enquanto ser vivo em sua caminhada através das eras. Vamos observar que com o advento da agricultura e das cidades as pessoas foram levadas a operarem em um ritmo diferente, embora ainda ligado aos ciclos da Natureza.

Entretanto, com a perseguição das tradições ancestrais pela Igreja Românica e o advento da era industrial, há um rompimento com a percepção dos ciclos naturais. Os seres humanos, em sua maioria, passam a viver em ritmos completamente artificiais cada vez mais isolados da Natureza.

Portanto, caminhos telúricos exigem todo um trabalho de ressintonia por parte de quem foi criado no ritmo da cidade e da indústria.

A proposta do Xamanismo, da Magia e da Bruxaria, no contexto telúrico, difere um pouco daquelas tradições voltadas a seguir preceitos prontos. Estes caminhos telúricos valorizam a prática. Estão ligados a uma sintonia efetiva entre quem os pratica e os ciclos e forças da natureza, sem que, no entanto, haja adoração de forças ou seres.

Aqui não há projeção de um ‘pai-mãe’ psicológicos, mas sim uma clara proposta de compreender entes e poderes como forças impessoais, sem projetar nossos medos (quando transformamos esses seres em ‘demônios’), nem projetar nossas carências (quando transformamos esses seres em ‘anjos’). A proposta é perceber que tais entes são o que são. Energia consciente alienígena com as quais podemos entrar em contato, desde que saibamos o que estamos fazendo.

Nestes caminhos, ritualizar em um Solstício e trabalhar com o Sol não é adorar forças, mas elaborar uma teia de ressonância com estas forças que passam por estes momentos de poder como o Solstício. É saber que somos parte do Sol e que ritualizar é reatualizar o mito em nós.

Uma xamã que conheço insiste sempre que quando praticantes destes caminhos se ajoelham na Terra, estão se aninhando no seio de sua mãe, nunca implorando ou se subjugando para adorar uma força externa.

Trabalhamos a partir da sensibilidade das pessoas neste enfoque. Cada rito, cada celebração acontece em sintonia com as forças da Natureza e suas manifestações.

Somos parte da Natureza, a Natureza nos criou para desempenharmos um papel muito específico em um amplo contexto. Como enzimas em um organismo cósmico, nosso existir está em harmonia com o existir da Terra, da Vida e de seus ciclos.

O que chamamos de emoção e raciocínio, estas duas formas que temos de reagir a realidade circundante, não nasce em nós. Pois para estes caminhos fica claro, após as práticas de auto-observação, que as emoções e as racionalizações acontecem em nosso campo emocional e mental, mas não ‘nascem’ em nós.

Assim como nosso código genético, assim como os carmas, as emoções e raciocínios que reproduzimos vem sendo elaborados pelos organismos há eras, com finalidades que vão além de nossa compreensão racional.

Este é o primeiro trabalho que uma escola iniciática propõe ao(à) neófito(a): aprender sobre si mesmo(a)². Diferenciar o que fizeram de nós, daquilo que somos em essência, uma essência perceptiva que pode ir além das programações recebidas e originar um ser livre. Que nasce de si, para si, em um contexto distinto daquele que originalmente nascemos.

Podemos ir além do mero emocionar e aprender a SENTIR. Podemos ir além do mero raciocinar e aprender a PENSAR. Podemos ir além do mero reagir e aprender a AGIR. Mas isto exige dedicação, disciplina e um trabalho árduo, pois não temos ‘tendência’ a isto e sim a nos acomodarmos.

Por isso percebemos que todo trabalho iniciático, quando profundo e não apenas formal, implica uma fase de morte para a antiga vida e do renascimento para um novo ciclo.

O ser que nasceu dentro deste contexto que chamamos realidade, tem um script pronto, um papel a desempenhar na realidade da vida.

Energias que vêm dos planetas e de outras realidades passam por nós e as elaboramos para que sejam absorvidas pela Terra, por isso considero perfeita a analogia com enzimas para nossa condição.

Somos metabolizadores de energias diversas na direção da Eternidade para a TERRA e também da TERRA para a ETERNIDADE. Essa me parece a origem dos ritos telúricos, momentos nos quais praticamos de forma consciente este nosso papel de transformadores de energias diversas.

Mas quando queremos ir além disso, quando queremos ir além dessa vida ‘programada’ então surge o caminho iniciático, que nos leva ao confronto com realidades que muitas vezes deixamos de lado. Este aspecto é bem sutil. Há diferenças entre as práticas da Magia, da Bruxaria e do Xamanismo que colocam o ser humano em sintonia com a realidade a sua volta e possibilitam a função transformadora acontecer. Ritos de harmonização com a mudança das estações, com as fases da Lua e muitos outros que podem ser praticados sem que isto implique uma mudança profunda de consciência.

Gurdjieff diz que temos amortecedores, crenças e posturas existenciais que atenuam ou mesmo afastam nossa percepção de certas realidades existenciais. São as abordagens que herdamos das religiões e de certas filosofias de vida, que servem para ‘apaziguar a percepção da realidade’, as abordagens consoladoras.

Assim vamos encontrar muitos caminhos que se denominam ‘xamânicos’, ‘bruxos’, ‘mágicos’ mas que estão totalmente dentro dos paradigmas dos cultos oficiais, onde as mesmas ideias de “pai do céu”, “pecado”, “culpa” e outros conceitos que são a base das religiões oficiais, são adotados apenas com nomes diferentes, mas expressam as mesmas crenças.

O Xamanismo, a Bruxaria e a Magia são abordagens pragmáticas da realidade, não oferecem consolo, do contrário, começam o trabalho por vezes doloroso mas necessário de desmontar todos os ‘amortecedores’, as explicações que nos deram e as quais aceitamos sobre nossa própria realidade e o mundo a nossa volta.

Estes são caminhos naturais, ou seja, não valorizam em demasia a mente racional, pois consideram que a mente racional é fruto de uma série de convenções. Quando tentamos explicar e descrever a realidade, o fazemos através de palavras, e estas têm limites.

A palavra é fantástica, tem um poder tremendo, estamos nos comunicando aqui graças à palavra, mas ela tem limites. Existem fronteiras além das quais esta é ineficaz, pois a sintaxe de nossa linguagem é convencionada, vem da memória, dos códigos já apreendidos. E o novo, o além da realidade não pode ser expresso com base no já vivido.

Por isto o ‘silêncio’ é tido como o grande revelador, a forma mais sofisticada de conhecimento, que vem não da mente racional mas de um estado de insight, o qual brota a partir de práticas que conduzem a este estado ‘alterado’ de consciência que é o silêncio.

Assim o Xamanismo, a Magia e a Bruxaria tem sua base em práticas e estruturas de conhecimento que permitem uma participação efetiva do(a) aprendiz. Nestes caminhos é considerado conhecimento o que praticamos. Apenas falar teoricamente a respeito destes implica dizer muito pouco.

Esta crença exagerada na palavra é um atributo desta civilização na qual estamos. Há um “livro sagrado”, a “palavra de Deus”, rezas e orações. Em caminhos profundos como o Zen, o Taoismo e outros tem-se a mesma percepção que o Xamanismo, a Bruxaria e a Magia. Palavras aludem, mas não revelam. A experiência do transcendente precisa ser vivida diretamente, as palavras ajudam um pouco, porém a vivência direta se dá no ‘silêncio’.

No Xamanismo, na Bruxaria e na Magia a Tradição está contida em ritos, práticas e conhecimentos que restabelecem a sintonia do ser humano com a VIDA, com a NATUREZA e com a TERRA enquanto ser vivo e consciente.

Acreditamos que durante a existência da humanidade fomos contatados por diferentes tipos de seres. Muitos ramos de Magia colocaram esses seres como ‘Deuses e Deusas’, ‘anjos’ e também ‘demônios’ quando considerados ‘inimigos’.


Na Magia, Xamanismo e Bruxaria que estudamos aqui há a plena consciência que vivemos em um universo predador, um universo em que há luta pela consciência e energia. Assim procuramos evitar posturas de adoração em relação a estas forças e seres. Mesmo que alguns deles estejam para nós como uma estrela está para uma vela, ainda assim, são seres. E apesar de apresentarem ciclo de vida com enorme duração, nascem e morrem como nós.

O ser humano, vivendo na cidade e longe da natureza, pode alimentar algumas fantasias sobre a realidade que não vingariam se o mesmo estivesse em uma mata. Quando estamos a sós em uma floresta ficamos agudamente conscientes de que estamos entregues às nossas habilidades e que ninguém virá nos ‘proteger’. O mesmo acontece quando soltos na Eternidade e visitando outros mundos.

Ao deixarmos os mundos da ilusão, os mundos que não geram energia em si mas apenas foram projetados pela força de comunidades ancestrais, vamos encontrar mundos diversos, com seres diversos, com sua própria realidade, realidade que corresponde a seus próprios interesses.

Não há ‘guias protetores’, ou ‘anjos bondosos’ para a concepção do Xamanismo, da Magia e da Bruxaria que estudamos aqui. Podemos estabelecer relações de simbiose e mutualismo com seres de outras realidades, mas para isso se faz necessário foco e atenção total, do contrário correremos riscos tremendos de nos colocarmos à mercê de forças e seres que possuem sua própria agenda.

O Xamanismo, a Magia e a Bruxaria que estamos estudando aqui não colocam o ser humano como ‘ápice’ da Criação, aliás a própria ideia de criação é questionada. Trabalhamos com a noção de ‘emanação’, fomos emanados, nós e toda a existência, a partir da ‘Não-existência’. Esta emanação revela a própria ETERNIDADE assim como suas realizações.

De forma que em um trabalho iniciático mais profundo nesses caminhos não temos uma abordagem antropocêntrica da realidade, não vemos entidades apenas com forma humana, nem reduzimos a realidade aos limites da percepção humana. Mas procuramos justamente desenvolver nossa habilidade de mergulharmos no ‘não humano’, no além do humano, algo que só é possível depois de realizarmos plenamente nossa humanidade. Pois para irmos além do humano precisamos antes conhecer de fato o humano. E não estagnar nesta postura muitas vezes insossa e alienada que nos é imposta.

Expandir a consciência exige que tenhamos consciência. Operacionalizar a VONTADE é algo que exige trabalho e a capacidade de sair da mera ‘reação’ para irmos à ‘ação’. Por isto a auto-observação é fundamental para reunirmos informações sobre o que somos de fato, sobre o que fizeram de nós e então termos a coragem de abandonar o já marcado caminho que nos foi imposto para ousar o novo, o impensado. Então deixamos de ‘sobreviver’ e começamos a viver, algo raro em nossos dias de pessoas que ‘seguem’ e se alienam de si mesmas.

É um desafio que vale a pena entretanto.

Nuvem que Passa


Notas

¹ Nas obras do Dr. Carlos Castaneda vemos que o termo "feitiçaria" é usado para tentar definir o conhecimento transmitido por Don Juan Matus, e conforme o próprio entendimento de seu aprendiz outras definições iam sendo dadas, por exemplo: 

"Em várias ocasiões Don Juan tentou, para o meu proveito, dar nome ao seu conhecimento. Ele sentia que o nome mais apropriado era nagualismo, mas que o termo era obscuro demais. Chamá-lo simplesmente “conhecimento” tornava-o vago, e chamá-lo “bruxaria” seria rebaixá-lo. “A mestria do intento” era muito abstrata, e “a busca da liberdade total” longa demais e metafórica. Finalmente, por ser incapaz de encontrar um nome mais apropriado, chamou-o “feitiçaria”, embora admitisse não ser realmente adequado" - O Poder do Silêncio, de Carlos Castaneda.

² Recomendamos o texto "O Trabalho", do mesmo autor.

Primeiro foi a brisa, por Nuvem que Passa


03/04/2000 - Ventania: lista voltada aos temas do Xamanismo Guerreiro. Mensagem de boas-vindas.

Recomenda-se ler os textos de forma a entrar numa outra sintonia: o intento dos xamãs-guerreiros(as).

***

Primeiro foi a brisa. 

Leve pela tarde, errante, como quem tem em si foco e objetivo, trilhando os caminhos apenas pelo prazer de trilhar. 

Brisa leve, fresca, era o fim de tarde que nela cavalgava, chegando com seu poder e revelando que os quatro cantos do mundo, os quatro elementos, os quatro totens que guardam e sustentam esse céu, tem em cada ser humano, em cada mulher e homem vivente uma expressão de seus próprios poderes. 

A grande aranha dourada teceu sua teia da vida de tal forma que tudo se interliga, tudo está inter-relacionado, somos uma teia viva e dinâmica de eventos, há algo que anima tudo isso, chamamos, sem entender do que falamos, essa força animadora de VIDA. 

A brisa se intensifica, deixando aquela agradável sensação que temos quando o perfume da mata profunda, que tal brisa nos traz, entra com a respiração, magia, respiração, em nós. 

Quando inspiramos partilhamos o sentido do mundo, nos enchemos com o AR, o vento é seu cavalo, em seu dorso cavalga o AR com seu poder, com sua magia.

Inspire e esteja aí, onde o ar entrou, dentro de si mesmo. 

Sim, em si mesmo está a fonte, a magia, tudo que você pode precisar. 

Segure o ar, sinta seu corpo absorvendo o ar,  ele entrando nos pulmões, entrando na corrente sanguínea, fluindo por todo seu corpo. 

Expire e deixe o ar ir embora, fique vazio. 

Vazio, pare um pouco, fique sem ar, veja quanto tempo aguenta, treine, não seja só um leitor. 

A magia do Arco-Íris, de Bifrost, não convidou apenas tua mente lendo essa mensagem. 

Sua mente vai embora um dia, você precisa de algo mais amplo. 

Precisa existir em si. EI ! (imagine um grito!) Lembre de você! 

A brisa sopra mais forte e agora é vento. 

O vento é intenso, a brisa da tarde se tornou um vento forte que cada vez mais intenso sopra na mata. 

Folhas dançam, sol brilha forte, os rios correm, as pedras continuam seu caminho, lento, sábio. 

O vento é ainda mais forte é VENTANIA! 

Vento forte em uma trilha de poder, uma clareira com sua fogueira ao redor da qual aqueles e aquelas que trilham o caminho guerreiro do Xamanismo possam se encontrar. 

Com foco, plenitude, fazendo de cada linha escrita um exercício de implacabilidade, astúcia, paciência e gentileza. 

Com sobriedade partilhar os profundos questionamentos que tomam nosso ser quando nos vislumbramos mistérios entre mistérios. 

Quando de fato nos tornamos cientes do que somos e do que podemos ser, quando percebemos nossa efemeridade, efemeridades que incidem neste plano da realidade para um brilho rápido, que em extensão é tão curto mas que pode ganhar uma intensidade inenarrável. 

Intensidade, esta é a chave da diferença entre a Brisa que soprava à tarde e a VENTANIA. 

Quando cai a tempestade e tem VENTANIA, o caçador raio, seu irmão trovão, irmã mais velha chuva, jogam um jogo de poder. 

A tempestade apaga o fogo mas o Raio continua firme. 

E é ele que pode cair novamente na Terra para reacender o fogo que foi apagado, o fogo do conselho onde antes trocávamos nosso saber. 

Raio, Fohática força. 

Por bites, por combinações de 0 e 1, de Silêncio e Existência nos comunicamos na dimensão virtual. 

Nossa casa não tinha teto, hoje não tem paredes. 

Aqueles que ainda voam e conhecem o segredo de se deslocar entre os mundos saberão se encontrar. 

Os que sabem que a era da Máscara de Jade se foi. Assim como tudo que teve começo teve seu fim. 

Antes o Fogo, um dos níveis de Kundala era nosso elo de contato. 

Agora Fohat, eletricidade nos põe em sintonia. 

Atentem para essa peculiaridade dessa nova forma de contato, ela é Fohática. 

Canalizamos o Raio, para que o Fogo se acenda novamente. 

Para que os Quatro Totens sejam de novo plenos em seu poder. 

A lista está aberta para os que desejam restaurar Bifrost, para que os Deuses e Deusas voltem a viver entre nós. 

Quiçá descubramos que somos nós mesmos tais divindades e deixemos a vida de escravos e robôs. 

Liberdade é o que buscamos, no mais profundo e pleno sentido deste termo. 

Um sentido que só é compreendido a quem já traz essa chama em seu peito. Que já tem esse brilho em seus olhos. 

Por isso o nosso toque de tambor tem um tom e embora todos sejam bem-vindos há uma nação a quem esta lista é dirigida, para ela foi criada e em seu benefício pretende agir. A nação Arco Íris, cumprindo antiga profecia das culturas nativas: 

"Quando o rio e o ar estiverem sujos, quando o ser humano houver se perdido completamente da linha da vida, quando os animais estiverem ameaçados, as ancestrais árvores cruelmente abatidas, quando a doença e a tristeza estiverem dizimando o povo vermelho virá uma nova nação, uma nova tribo. 

Serão em grande número, surgiram de onde não se espera. 

Virão em muitas montarias, sua magia diferente, terão artes que desafiarão a compreensão. 

Serão de muitas cores, por isto essa Tribo será conhecida como Tribo do Arco Íris, eles virão quando o fim parecer certo, eles virão e curarão a Terra." 

Uma lista, uma térmica ascendente onde os urubus possam nos ensinar a ir mais e mais ao alto em nosso voo, em nossa Orubós. 

Boas vindas! 

Que os quatro ventos do mundo se unam aos quatro ventos cibernéticos. 

Convido a soltarem suas pipas virtuais, para que os ventos com elas brinquem. 

Que a Ventania seja sempre forte em seu caminho apoiando seu voo, rumo a seus próprios e auto-definidos objetivos. 

Nuvem que Passa.

 

domingo, 9 de fevereiro de 2025

Descartes e Nagualismo

                                                                   
Eu penso, logo existo - Descartes                          Silencio, logo sou - Nagualismo. 



sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Bilionários do Vale do Silício investem em pesquisa alienígena (vídeo-entrevista)

Muita gente não quer acreditar mas tem gente muito pragmática pagando para ver.

Por que razão investidores bilionários estão formando uma equipe de ex-militares treinados psiquicamente e tecnicamente para estabelecer contato com inteligências alienígenas?

Por que caras com muita grana estão pagando para ver? 


Primeiro, eles podem. 

Segundo, vislumbram a possibilidade de ganho com o salto tecnológico que isso poderia implicar. 

Mas me pergunto: será que eles calcularam o risco de lidar com inteligências que sendo mais avançadas, antigas e experientes também não estariam alimentando expectativas de ganhos com esse tipo de contato? Não estariam lidando com uma espécie de cavalo de Tróia devido ao desejo de lucros?

Que surpresas aguardam por  tais investidores no campo da pesquisa alienígena? Estão brincando com fogo movidos pelo seu desejo de poder? Qual o limite da ambição humana?

Mas podemos perguntar:

O que é consciência?

Quais os limites da consciência?

Perguntas feitas na entrevista em vídeo acima por um agente público envolvido num programa de desenvolvimento de habilidades psíquicas para contato com inteligências alienígenas. O nome do programa: PROGRAMA DE EXPLORAÇÃO PSIÔNICA. Tal programa deriva de outros programas que envolvem, por exemplo, espionagem psíquica e visão remota onde militares treinavam pessoas desde a infância para desenvolver tais habilidades dentro de um protocolo específico, remunerando as famílias em função do uso do potencial psíquico dessas crianças.

 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Sobre os escritos do xamã Nuvem que Passa

Saudações aos quatro ventos!

Ao ler estes textos, textos que estão impregnados do intento dos xamãs do Antigo México, que estão prenhes do poder da consciência intensificada, recomenda-se uma atitude condizente, que opere na mesma frequência vibratória, que faça ressoar a consciência dentro do estado pelo qual tais textos foram concebidos. Tais textos foram concebidos como um ato de poder, dessa maneira a leitura também deve ser um ato de poder, um ato de sintonia com o intento ancestral, pois assim poderemos compreender esses textos verdadeiramente, assim poderemos nos deixar envolver pela magia que deles faz parte. 

Não podemos ler tais textos como se fossem textos comuns, não devemos lê-los em nosso estado ordinário de consciência. Devemos, para verdadeiramente ler e compreender tais textos, mover o nosso ponto de aglutinação, o próprio ato de ler deve ser um ato de poder, de consciência e de presença. 

O vento mágico que gerou tais textos foi uma verdadeira Ventania, varrendo de nossas mentes e corpos a mediocridade para instaurar o inusitado, o mágico, o milagroso. Tal vento continua a percorrer mundos, tal vento continua mesmo aqui e agora, basta abrir-se para ele através da atitude adequada, impecável. Tal vento é como Nuvem que Passa, tal vento é o próprio Espírito em suas infinitas e misteriosas manifestações. “E o vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” - João 3:8. 

Ou como diria o poeta Kiko Zambianchi: 

“Meu caminho é cada manhã
Não procure saber onde vou
Meu destino não é de ninguém
Eu não deixo os meus passos no chão
Se você não entende, não vê
Se não me vê, não entende
Não procure saber onde estou 
Se o meu jeito te surpreende”

O Espírito não tem tempo ou lugar, está no tempo e além dele, está aqui e logo já não está mais, depende de você, de seu intento, pois o espírito é o próprio intento, indefinível, inescrutável, misterioso e tão real para aqueles que se tornaram seres humanos reais devido ao trabalho sobre si mesmo.

O espírito se manifesta mesmo aqui, em bytes e bits, numa lista, no mundo virtual, permeia tudo e nada é. Apresenta-se como Nuvem, como Júlio, como Nagual, é simples e, ao mesmo tempo, original. 

Podemos acessá-lo aqui e agora através do rito, rito que atualiza o mito, rito do cocar, rito que usávamos na antiga lista Ventania, na qual tais escritos se apresentaram e que surgiu no vento outonal de abril de 2000, rito através do qual podemos navegar nossas consciências até a caverna de cristal de nossos ancestrais xamânicos e, ali, nos deixar envolver pela magia do cocar que escolheremos ou que nos escolherá para, então, podermos ler esses textos, frutos dessa fogueira virtual, sorvendo as vibrações que nos levarão para oitavas mais altas de compreensão e realização. De forma relaxada, focada, conscientes da respiração e com a mente silenciosa, usando a nossa imaginação consciente, nos desgrudamos dos afazeres diários e entramos numa outra sintonia através do rito, assim, poderemos ler tais textos no “mindset” adequado.

Na época recebíamos cada texto como se fosse um presente ou uma novidade inesperada ou, ainda, como na primeira cena de Neo em Matrix: toc, toc, toc, uma chamada para o despertar. Siga o coelho branco! Sim, tínhamos ânsias de despertar, sonhávamos de alguma forma com a possibilidade de nos deparar com o nagual, com o desconhecido, com o além da realidade ordinária. A pergunta nos consumia, pois sabíamos, sentíamos que havia alguma coisa de profundamente errada com o mundo: o que é a Matrix?

Época incrível aquela (tal como esta na qual alcançamos um ponto crítico, uma nova crise dos mísseis se desenha, agora no Oriente Médio, e o fantasma da guerra nuclear se levanta ao mesmo tempo que revelações extraordinárias ocorrem), as listas de discussão na internet fervilhavam, os chats do UOL se agitavam, a internet se revelava cada vez mais poderosa para através de sua teia virtual entrecruzar destinos fazendo o virtual transbordar para o real. O bug do milênio "bugou" e continuamos a operar em bits e  bytes cada vez mais intensamente na teia virtual da internet.

Na época usava um nick, Lanceloth do Lago, me interessava por Magia, Bruxaria, Ocultismo, ritos diversos, já tinha passado pela Umbanda e pela Gnose, caminhos que trilhava desde a adolescência, sempre ansiando por saber mais, conhecer mais, e naquela época, virada do milênio, estava muito em voga os temas do Sagrado Feminino, do culto à Deusa, algo bem no espírito dos livros “As Brumas de Avalon” ou do filme de John Boorman, Excalibur. Havia uma explosão cultural. Nos cinemas tínhamos filmes como Matrix (1999) e seus correlatos como 13º andar (1999), Equilibrium (2002) e Cidade das Sombras (Dark City - 1998). O Senhor dos Anéis (2001) estava para ser lançado nos cinemas. Parecia que do cinema vinha uma onda reveladora sobre o estado prisional em que vivemos neste mundo. O contexto cultural expressava um desejo de revelação, de arcano 20 do Tarô. E o mundo se molda (moldou) de acordo com o nosso intento. Logo estava participando de uma série de listas de Magia, Bruxaria, Wicca, Paganismo e conhecendo gente. Não demorou para irmos além das listas de discussão e nos encontrarmos na real, fazendo trilhas pela floresta da Tijuca, formando grupos de estudo e interagindo a partir das afinidades criadas nos mais diferentes níveis.

Como o tema Paganismo era muito vasto, nosso grupo de estudos resolveu dar um tema específico para  cada um apresentar e eu fui sorteado com o tema Xamanismo. Na adolescência tinha lido os livros do novo nagual Carlos Castaneda, tinha ficado fascinado com os temas de “O Presente da Águia” e de “O Segundo Círculo de Poder” e, apesar de não ter entendido quase nada, sabia num nível profundo que aquilo era real e que tinha a ver comigo. O tempo passou e a maldição da humanidade recaiu sobre mim: o esquecimento. 

Mas então, graças ao “acaso”, eis que me preparo para dar uma palestra no grupo Paganismo sobre Xamanismo Guerreiro. Não queria dar uma palestra meramente teórica, então, me dediquei a aprender os chamados Passes Mágicos ou Tensegridade e usei para tal o penúltimo livro do novo nagual. Fui envolvido pela energia daqueles movimentos e me tornei um praticante tenaz, obsessivo mesmo, a energia gerada pelos Passes Mágicos era, para mim, “viciante”, especialmente, devido ao estado de bem-estar e de percepção clara e aguçada que ela proporciona,  o que me fez querer aprender todos os passes mágicos possíveis e me juntei a dois praticantes, Carlitos e Laerte. Praticávamos em todos os locais possíveis: praças, parques, em casa, em estúdios mas tínhamos um lugar preferido para a prática: o Parque Lage, no Jardim Botânico, zona sul do Rio de Janeiro, no costado da montanha que dava no Cristo Redentor, cartão postal da cidade maravilhosa.

A prática dos Passes Mágicos transformou meu corpo e mente, tornei-me mais centrado, eficiente no viver, mais sintonizado com a existência e os problemas pareciam não importar tanto, o que me fez lidar com eles melhor, nitidamente percebia meu poder pessoal aumentado, minha percepção intensificada, cheguei a aprender no sonhar um dos passes mágicos que foi apresentado depois no primeiro seminário de Tensegridade feito no Brasil: “rastreando a energia”. Quantos tesouros de conhecimento não temos guardados dentro de nós, em nosso lado esquerdo, no nagual? Conheci outros praticantes do Caminho do Guerreiro. O grupo de praticantes de Tensegridade cresceu e sentíamos o poder do trabalho em grupo, com todos os desafios próprios das relações humanas.

Ao mesmo tempo nos deparamos com o surgimento nas listas de discussão da internet com a avassaladora profusão de textos de alguém que se identificava como Nuvem que Passa. Estranhamente uma contradição se estabeleceu em mim, uma espécie de dualismo, algo em mim apreciava demais os textos do Nuvem, mas outra parte questionava se tudo não passava de uma tremenda viagem na “Hellmann’s Airlines”, havia, como ainda há, muita “esquisoterice” no assim chamado Xamanismo Urbano, afinal, estávamos diante de alguém que poderia ser simplesmente o integrante de uma outra linhagem xamânica diversa da linhagem de Carlos Castaneda, ou seja, uma outra linhagem vinha à público surfando nas ondas do conhecimento aberto à humanidade pelo novo nagual. 

A explosão de energia gerada pela exposição do Nagualismo estava sendo reforçada e incrementada por novos atores que usavam a internet como forma de propagar tal saber e gerar uma massa crítica de praticantes que pudessem sustentar um novo sonho, a revolução da percepção ou o “sonho dos mil gatos”. Correndo em paralelo, os agentes da Matrix também atuavam numa forte campanha de difamação e contra-informação com relação ao novo nagual e seu grupo, uma reação previsível do sistema contra um conhecimento tão revolucionário que expunha não só a natureza predadora da realidade, mas que revelava que nós humanos, somos repasto de inteligências alienígenas ancestrais que criaram nosso sistema religioso, nossa cultura e modo de vida escravo.

Agora uma coisa é ter contato com qualquer obra ligada ao Nagualismo e ficar na posição cômoda dos amantes de desconhecido, meros diletantes do saber, outra coisa é ter contato com o conhecimento vivo, expresso, encarnado, manifestado na energia do Nagual que vai necessariamente balançar as estruturas carcomidas de nosso ego e nos fazer ir contra o sistema de crenças estabelecido. Pílula vermelha (ser) ou pílula azul (não-ser), eis a questão.

Distinguir aquilo que é real do falso era e é o desafio, desafio que só se resolve pela prática e pelo caminhar com o coração. E o caminho tinha coração, corpo, voz e presença. Tinha sabedoria, nós o chamávamos de forma brincalhona, parafraseando o nagual Julian que se referia ao seu mestre Elias como nagual tonelagem, de xamã gigabyte, devidos aos longos textos… E tem, mas só pode ser percebido, de fato, quando entendemos que “há uma diferença entre conhecer o caminho e percorrê-lo”. Temos aqui o nosso centímetro cúbico de oportunidade, nos cabe aproveitá-lo. Intentamos que a apresentação desses textos escritos como um verdadeiro ato de poder pelo nosso querido amigo Nuvem que Passa possa retribuir aquele aceno que foi feito pelo mítico pássaro da Liberdade, através da lista Ventania, na qual o vento do Espírito se fez soprar, para além dessa realidade ordinária, em vastas realidades.

Desde as Terras Altas da Mantiqueira, onde a chuva e o sol compõem uma luz toda própria neste momento, e ao olhar pela janela, à tarde, vejo as cores de Bifrost, a ponte do Arco-Íris, A Kuria Matte.

26/10/2023

F.



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