A energia sexual é um ponto fundamental. Não é à toa que é chamada de brilho da consciência dentro do Xamanismo Guerreiro. Mas é um assunto difícil e espinhoso para quem busca dar os primeiros passos no Caminho já que é "a única energia real que possuímos, que confere vida", pois "através da energia sexual a Águia confere a consciência".
Nesse vídeo temos dicas básicas no que tange a observação de si e da energia sexual, sobre como livrar-se da compulsão e como tornar-se mais consciente no que tange ao uso da energia criadora.
segunda-feira, 3 de março de 2025
Como canalizar a energia sexual
sábado, 1 de março de 2025
Um filme de ação inteligente: Revólver (sobre a mente do predador)
O ego deve ser conscientemente ignorado.
Uma metáfora sobre o primeiro inimigo do homem de conhecimento dentro da tradição tolteca: o medo.
Mas também uma reflexão sobre a estrutura egóica da mente ou aquilo que a tradição tolteca chama de "mente do predador". É isso que há sob o manto da ação neste interessante filme de Guy Ritchie, praticamente um contra-ponto aos filmes de ação, por ser muito inteligente e provocar a reflexão como poucos filmes de ação fizeram. Um exemplo deste tipo de filme é Matrix, Hero, Cidade das Sombras e 13º andar. A diferença de Revólver é que ele é inesperado, cria um efeito surpresa, pois segue a estética do filme de ação. Vale a pena conferir. Naturalmente que fiz aqui uma leitura pessoal e várias outras leituras são possíveis como ficará estampado no final do filme.
Link: https://solarmovieru.com/movie/revolver-12282.html
O filme também pode ser visto no YT dublado ou no Prime Vídeo legendado (para quem é assinante).
Ano de Lançamento: 2006
Gênero: Ação
obs: publicado inicialmente em 26/10/2011.
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025
Os 3 tipos
Falar em mudança de hábitos parece um paradoxo nesse momento, pois tal mudança é por definição uma ação de dentro para fora. Quando ela ocorre de fora para dentro ela é uma imposição.
A mudança de hábitos é uma atitude revolucionária, rebelde, insurgente, consciente e não reativa.
Ser forçado a mudar, mudar a contragosto, sujeitar-se a uma imposição externa não é mudar de fato, pois quando a situação se alterar, e não for mais impositiva, a tendência é retornar ao padrão comportamental anterior.
É dito que o Buda falava sobre três tipos de pessoas, comparando-as a burros, paralelo que em si mesmo já é revelador da nossa tendência a apegar-se a padrões. Então, há três tipos de burros (pessoas):
1 - aquele burro que vê a sombra do chicote e isso já basta para ele andar.
2 - o burro que só anda quando leva chicotada.
3 - e um outro que mesmo a base de chicotada não arreda pé, o empacado.
Poderia se dizer que o primeiro burro é capaz de mudar seus hábitos ao vislumbrar a necessidade para tal. O segundo só muda se for obrigado (pelo "carma", pela vida, pelo meio). E, por fim, o terceiro, que não muda nem a chicotadas.
Muita gente se acha o primeiro burro, mas se assim fosse por que estamos do jeito que estamos vivendo todo esse carma coletivo?
O que nos impede realmente de mudar a despeito de tudo e por causa de tudo?
Para concluir, caso você se ache o tal, o Buda nos revela, já de início, que todos nós somos burros, mas há uma chance de deixar de sê-lo.
obs: pelo desculpas aos burros verdadeiros pelo uso da imagem, que não espelha a nossa verdadeira burrice enquanto espécie.
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025
Meninos na esquina e homens de conhecimento
Estava fresco lá fora e havia mesas vazias, e no entanto preferi ficar dentro do hotel, onde estava mais abafado. Tinha reparado, ao chegar, que havia um grupo de engraxates sentados no meio-fio diante do restaurante e estava certo de que me perseguiriam se fosse sentar-me numa mesinha lá fora.
De onde eu estava sentado, via o grupo de garotos pela vidraça. Dois rapazes sentaram-se a uma das mesas e os garotos os rodearam, pedindo para engraxar os sapatos deles. Os rapazes recusaram e fiquei abismado ao ver que os garotos não insistiram, voltando a sentar no meio-fio. Depois de certo tempo, três homens de terno levantaram-se e os garotos correram para a mesa deles e começaram a comer as sobras de comida; em alguns segundos, os pratos estavam raspados, O mesmo aconteceu com os restos em todas as outras mesas.
Reparei que os garotos eram bastante cuidadosos; se derramavam água, enxugavam-na com seus próprios panos de engraxar. Notei, também, como eram meticulosos em seus métodos de limpeza. Comiam até os cubinhos de gelo deixados nos copos d'água e as fatias de limão do chá, com casca e tudo. Não desperdiçavam absolutamente nada.
Durante o tempo em que fiquei no hotel, descobri que havia um acordo entre os garotos e a gerência do restaurante: era permitido aos garotos ficarem no local para ganhar algum dinheiro dos hóspedes e também comer os restos, desde que não apoquentassem ninguém nem quebrassem nada.
Havia onze deles ao todo, de cinco a doze anos de idade; mas o mais velho era mantido a distância do resto do grupo. Os outros o ignoravam propositadamente, provocando-o com uma cantilena de que já tinha pelos púbicos e que era muito velho para estar entre eles.
Depois de passar três dias vendo-os procurarem como abutres os mais parcos restos, fiquei muito desanimado, e saí daquela cidade achando que não havia esperança para aquelas crianças, cujo mundo já era moldado por sua luta quotidiana por migalhas.
— Tem pena deles? — exclamou Dom Juan, em tom de pergunta.
— Por certo — disse eu.
— Por quê?
— Porque me preocupo com o bem-estar de meus semelhantes. São crianças e o mundo deles é feio e vulgar.
— Espere! Espere! Como pode dizer que o mundo deles é feio e vulgar? — perguntou Dom Juan, fazendo pouco de minha declaração. — Você acha que sua. sorte é melhor, não é?
Respondi que sim; e ele me perguntou por quê; disse-lhe que, em comparação com o mundo daquelas crianças, o meu era infinitamente mais variado e rico de experiências e oportunidades para a satisfação pessoal e o desenvolvimento. O riso de Dom Juan era simpático e sincero. Falou que eu não estava tendo cuidado com minhas palavras, que eu não podia saber da riqueza e oportunidade do mundo daquelas crianças.
Achei que Dora Juan estava sendo teimoso. Pensei mesmo que ele estava adotando o ponto de vista oposto só para me aborrecer. Acreditava sinceramente que aquelas crianças não tinham a menor possibilidade de desenvolvimento intelectual. Discuti meu ponto de vista mais um pouco e então Dom Juan me perguntou, abruptamente;
— Você uma vez não me disse que, em sua opinião, a maior realização da pessoa era tornar-se um homem de conhecimento?
Eu tinha dito aquilo, e repeti que, em minha opinião, ser um homem de conhecimento era uma das maiores realizações intelectuais.
— Acha que o seu mundo muito rico algum dia o ajudaria a tornar-se um homem de conhecimento? — perguntou Dom Juan, com um ligeiro sarcasmo.
Não respondi, e ele tornou a fazer a pergunta, de maneira diferente, coisa que sempre faço com ele quando acho que não está entendendo.
— Em outras palavras — disse ele, sorrindo abertamente, sabendo certamente que eu estava vendo seu artifício — a sua liberdade e oportunidades o ajudam a tomar-se um homem de conhecimento?
— Não! — respondi, enfaticamente.
— Então, como é que pôde ter pena daquelas crianças? — continuou ele, muito sério. — Qualquer delas pode tornar-se um homem de conhecimento. Todos os homens de conhecimento que conheço foram garotos como os que você viu comendo sobras e lambendo as mesas.
O argumento de Dom Juan deixou-me com uma sensação incômoda. Eu não tinha sentido pena daquelas crianças desprivilegiadas por não terem o que comer, mas sim porque, a meu ver, o mundo delas já as condenara a serem intelectualmente inadequadas. E no entanto, para Dom Juan qualquer delas poderia conseguir o que eu acreditava ser a epítome da realização intelectual do homem, o objetivo de ser um homem de conhecimento. Meu motivo de compaixão por elas era incongruente. Dom Juan me pilhara direitinho.
— Talvez você tenha razão — disse eu. — Mas como é que se pode evitar o desejo, o desejo sincero, de ajudar a seu semelhante?
— De que modo você acha que se pode ajudá-los?
— Aliviando a carga deles. O mínimo que se pode fazer por seu semelhante é procurar modificá-lo. Você mesmo está empenhado nisso. Não está?
— Não estou, não. Não sei o que modificar nem por que modificar nada em meus semelhantes.
— E eu, Dom Juan? Não me estava ensinando para eu poder modificar-me?
— Não. Não estou tentando modificá-lo. Pode acontecer que um dia você se torne um homem de conhecimento, não há meio de se saber isso, mas tal fato não o modificará. Um dia talvez você consiga ver os homens de outro modo e então compreenderá que não há meio de modificar nada neles.
— Qual é esse outro modo de ver, Dom Juan?
— Os homens parecem diferentes quando você vê. O fuminho o ajudará a ver os homens como fibras de luz.
— Fibras de luz?
— Sim, Fibras, como teias de aranhas brancas. Fios muito finos que circulam da cabeça ao umbigo. Assim, o homem parece um ovo de fibras circundantes. E seus braços e pernas são como espinhos luminosos, espocando em todas as direções.
— É assim que todos aparecem?
— Todos. Além disso, todos os homens estão em contato com tudo o mais, não por suas mãos, mas por meio de um punhado de fibras compridas que saem do centro de seu abdômen. Essas fibras ligam o homem a seu ambiente; mantêm seu equilíbrio; dão-lhe estabilidade. Assim, como algum dia você poderá ver, o homem é um ovo luminoso, quer ele seja mendigo ou rei, e não há jeito de modificar nada, ou melhor, o que poderia ser modificado naquele ovo luminoso? O quê?
Uma Estranha Realidade, de Carlos Castaneda.
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025
Predador e ponto de aglutinação, por Nuvem que Passa
obs: carregue o vídeo enquanto lê.
Elaborando o texto sobre o "ponto de aglutinação" que em breve enviarei para a lista, pude apreciar o trabalho hercúleo que o Doutor Carlos Castañeda teve em trazer conceitos tão singulares ao alcance de nossa limitada mentalidade ocidentalizada, gerada dentro desta cultura bitolada e consumista.
Com a banalização do chamado esoterismo, quando a fantasia corre solta e o comércio desenfreado que transforma o Xamanismo em lucrativo meio de alguns ganharem dinheiro, sem a correspondente qualidade do produto apresentado, quando o estilo do povo nativo é deturpado em ideias totalmente cristianizadas e ocidentalizadas sob a capa de termos ancestrais, é um bálsamo ler as obras de Charles Spider (um dos nomes do novo nagual) e de suas companheiras.
Mas também é profundamente inquietante pois eles nos trazem de volta a questões que fazemos de tudo para fugir.
Primeiro ponto que lutamos para esquecer é que esta posição confortável que temos na vida, este estar numa casa, com comida, cercado de distrações, tudo isto, é de uma ilusão ímpar.
Para manter tudo isso temos que de alguma forma doar nossa energia a este sistema.
E dia após dia, a tal luta pela sobrevivência pode nos tirar a energia da vida, pouco a pouco, nos sugando.
Este nosso primeiro desafio, aprender a responder as demandas do meio sem nos destruirmos para isso.
Isso não é uma metáfora.
MATRIX não é mera metáfora, é descritiva da condição humana.
Apenas a realidade é pior, pois nossos dominadores, a espécie predadora que nos pastoreia é uma espécie consciente de si, com toda a complexidade que a vida consciente de si é capaz de gerar.
Eu tive acesso a esse tema muito novo, por meios que num outro momento comentarei.
O fato é que comecei a escrever um livro, que estou para lançar agora, onde chamo tais seres de "Sombrios". Isso começou há 16 anos, quando comecei o livro.
Sempre considerei esse tema o mais difícil de colocar em qualquer lugar que ia ser facilitador de alguma vivência, dar palestras ou mesmo escrever sobre o tema Xamanismo. Sempre considerei esse tema impossível de falar com as pessoas.
E ao mesmo tempo me sentia culpado de não falar sobre algo tão sério, tão fundamental.
Quando há coisa de ano e meio li as indicações sobre isso na obra do Novo Nagual um novo horizonte se abriu, um peso enorme saiu de minha consciência.
Não era culpa, era um senso de responsabilidade.
Em vários momentos da minha jornada a obra dos naguais toltecas forneceu subsídio para que eu desse crédito, entendesse ou mesmo não perdesse a sanidade mental, devido a resultantes do caminho que trilhando ainda estou.
Mas a única coisa que eu mesmo não sabia como transmitir, por ser inacreditável, era a tal ideia de sermos mero rebanho de uma espécie alienígena que nos pastoreia ativamente, consumindo nossa energia de forma completa, que nada sobra para requisitarmos nossas reais conexões com a realidade que nos cerca, com a Eternidade.
Este texto coloca uma coisa muito importante.
A mente que usamos no nosso cotidiano é a prisão.
Esta mente não é nossa.
É uma instalação alienígena no mais puro sentido dessa palavra.
E é através dela que nossos pastores nos mantém em seu rebanho aguardando a tosquia sazonal e ao final a degola.
Portanto é claro que uma parte de nosso ser vai gritar que isso é viagem pura.
Tolice sem par, coisa sem sentido e quando menos percebermos já vamos estar pensando em outra coisa, querendo ir a algum lugar, uma ansiedade brota no peito e nos dissipamos, deixamos de ter foco na principal questão.
A mente que usamos normalmente é uma instalação.
O segredo é que podemos ir além dela e então vamos nos libertar, ganhando como bônus tal instalação.
Essa mente gera uma relação com a realidade estática, temos uma realidade apenas, um mundo no qual ficamos fixos.
Agora podemos entrar num tema amplo.
A forma que certos povos compreendem a realidade.
Para alguns povos a realidade é composta em essência de infinitas linhas de energia se estendendo ao infinito em todas as direções mas sem nunca se cruzarem.
Percebam que essa imagem é inacessível a mente usual.
Não temos experiência em perceber um cenário assim. Linhas em todas as direções mas que nunca se cruzam.
Nós seres humanos somos aglomerados de pedaços dessas linhas.
Dizer pedaços seria uma aproximação.
O fato é que somos igual uma bexiga cheia de fios de fibra ótica.
Mas a quase totalidade dos fios está apagada, está adormecida.
Nesta bola toda, só um feixe de fios está aceso.
Um feixe de fios que ocupa um posição central na bola, no sentido longitudinal e na altura de 2/3 da bola há um ponto de brilho intenso.
Esse ponto tem ao seu redor um halo, um brilho.
É esse brilho que ativa esse feixe único que está aceso.
Esse feixe está em ressonância com um feixe externo, com um dos grandes feixes que existem.
Os feixes, internos e externos, em ressonância assim estão porque dos incontáveis fios de energia que passam por esta bola de fibras óticas, apenas um pequeno feixe passa por esse ponto, esse ponto que "aglutina" a percepção.
É o brilho ao redor do ponto que estimula a "consciência" nas fibras que estão dentro da bola.
Assim as fibras selecionadas pelo ponto que aglutina a percepção acendem fibras iguais no interior do casulo, com o brilho da consciência. E nos tornamos conscientes de um mundo.
Como emitir um som numa corda de violão e outra afinada no mesmo tom, ressonar.
Enquanto o ponto continuar aglutinando as mesmas fibras vamos viver na mesma realidade.
O que chamamos educação quer formal quer informal, é uma tática para forçar o ponto de aglutinação a se fixar numa freqüência, isto é, num conjunto de fibras que é o "campo comum" onde foi criada essa civilização dominante.
Fixados nessas fibras, estamos com nossa consciência presa na mesma descrição da realidade de todos a nossa volta.
Se deslocarmos esse ponto que aglutina a percepção para outras fibras, ou seja, para outra área da nossa bola luminosa, da bola luminosa que somos, vamos alterar completamente a percepção temos da realidade e se mudarmos o suficiente o mundo que chamamos de real vai desaparecer e estaremos noutro mundo.
Sonhando a principio, mas se mudarmos profundamente o ponto de aglutinação de sua posição vamos entrar com toda nossa fisicalidade, integralmente, em outros mundos, vamos sumir desse mundo.
Segundo Mariano Aureliano contou a Isidoro Baltazar temos 600 mundos inteiros que podemos ir, ou seja, 600 pontos dentro da bola luminosa que somos, que ao deslocar o ponto de aglutinação para lá, vamos entrar em mundos outros.
O que surpreende nessa abordagem da realidade é sua amplitude e simplicidade.
Os físicos quando descobriram o comportamento das sub-partículas e da luz, ficaram perdidos tentando adaptar suas observações da realidade a teoria newtoniana, até que perceberam que o problema não era no comportamento do mundo que lhes era desvendado em seus ciclotrons, mas o modelo que usavam de paradigma.
Esse modelo de realidade apresentado pelo Doutor Carlos Castaneda, um cientista social que foi noutra cultura, julgada extinta, recuperar uma abordagem da realidade que está para a magia e o esoterismo convencional como a física quântica está para a física newtoniana.
No entanto pontes se constroem com física newtoniana. O homem foi a Lua usando física newtoniana nos cálculos da rota e manobras.
Por isso o chamado a este caminho é para poucos(as).
É para quem já sentiu a busca do mais que humano em nós.
Além do humano, além de nossa forma humana estão as metas desse caminho.
Ele existe em muitas tradições, os Taoístas, Andarilhos do Deserto, descendentes dos Aesires, discipulos do Tathagata, nos que usam o Arco-Íris Bifrost, enfim, em muitos ramos esses antigos conhecimentos vicejaram e amadureceram até chegar ao nosso momento, ao nosso tempo espaço.
O Xamanismo Guerreiro pretende, antes de mais nada, liberdade sobre si mesmo.
Liberdade dessa força alienígena que comentávamos linhas atrás, a qual vc já deve ter esquecido, pois é essa uma das melhores artimanhas dessa força predadora, não se fazer notar.
E assim, ficamos presos a uma condição existencial que torna permanente esse vampirizar funesto de nossa energia durante toda nossa vida.
O corpo humano metaboliza a energia telúrica e a energia do sol.
Também as energias estelares e planetárias são processadas pelo corpo, mas em doses mínimas, pois o tipo de limitação perceptual ao qual estamos presos, nos impede de perceber plenamente as energias cósmicas que incidem sobre nós, tanto quanto a luz do sol.
Físicos sabem que neutrinos passam por nós a todo instante e por vezes se surpreendem quando em seus experimentos partículas vindas do espaço, que chamam de raios cósmicos, atravessam anteparos e afetam seus experimentos.
Nós recebemos energias das mais diversas em nossos corpos.
Ao metabolizarmos estas energias inconscientemente, respondemos com emocionalismos ou pensamentos a tais estímulos.
Assim racionalismos e emocionalismos nos levam a agir e agindo acreditamos que estamos fazendo, quando na realidade está tudo acontecendo, estamos apenas respondendo ao que os astros, nossas influências genéticas, a alma coletiva da Terra, o tonal dos tempos e tantos outros fatores, 48 em nosso mundo, nos levam a fazer.
E enquanto apenas respondemos mecanicamente nossa energia é levada embora.
Sim, a energia destinada a fazer de nós navegantes da Eternidade, exploradores dos mistérios da existência, não em teoria ou "filosofações" mas na prática, numa viagem empolgante pelos mistérios da existência, esta energia é sugada e levada embora para alimentar seres de outro mundo.
E nós nos limitamos a este mundo a este tempo, crendo que os objetivos reais da vida é ter o carro do ano, ter status, representar papéis para ser bem quisto, querido(a) e aprovado pelo meio. Com a desculpa que mais tarde teremos tempo para nós passamos a vida correndo atrás de uma das formas de prisão desse sistema.
"Dinheiro".
Dinheiro é um meio, mas quando ele se torna um fim em si mesmo, passamos a por toda a energia nele, na sua busca. Assim vive a maior parte do mundo, preocupado (a) com dinheiro, atrás de dinheiro. Mas o dinheiro é algo simbólico, não tem valor em si.
Portanto, colocamos uma energia tremenda em algo que em si não tem valor.
Para onde vai essa montanha de energia que dedicamos ao "dinheiro".
Deus, no sentido que este termo foi construído nessa cultura dominante e Dinheiro, são os dois conceitos vazios aos quais a maior parte da humanidade dedica sua energia.
E dedicando sua energia a conceitos vazios em si esta energia acaba indo para algum lugar.
Portanto, o caminho do Xamanismo Guerreiro é um caminho de liberdade.
Um dia quiçá, liberdade total, mas aqui e agora a liberdade mínima necessária para trilharmos de fato o Caminho e não apenas fantasiarmos em achismos e desculpas mil que nos levam a um semi-agir, a um mecanicismo servil.
Como na lenda da tigresa, temos que nos recordar que somos tigres criados entre ovelhas e por isso deturpados em nossa realidade.
Urge que despertemos para nossa real condição, urge que voltemos, discreta e sobriamente, a nossa realidade essencial. Esse é o começo de tudo para quem busca a Liberdade.
Deixar o rebanho e fazer isso com tal sutileza que ninguém perceba o fato.
terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
Passe do Silêncio, por Miles Reid
Miles Reid nos contou que um dia ele estava muito ocupado trabalhando com as árvores no jardim do Nagual. Ele havia lhe dado uma longa série de tarefas, e Miles estava muito preocupado com muitas ideias sobre isso. Sua mente estava tão ocupada que ele nem ouviu quando o Nagual se aproximou dele. Castaneda disse que ele tinha muito diálogo interno. Que sua mente estava cheia de ideias e que não permitiria que outras coisas acontecessem. Para que possamos perceber de uma forma diferente da usual, precisamos ganhar mais espaço em nossas mentes. Menos diálogo e mais silêncio. Não se trata de ficar em silêncio sem ouvir ruídos, mas de silenciar o diálogo interno, as preocupações constantes. Para isso, o Nagual lhe ensinou esta série.
1 - Em pé, com os braços soltos ao lado do corpo, damos a nós mesmos um comando de "relaxamento". Sentimos os músculos relaxarem.
2 - Em seguida, damos a nós mesmos um comando de "silêncio". Dizemos silêncio agora.
3 - Batemos levemente com a mão direita no lado direito, um pouco acima da cintura. Entre o osso do quadril e a última costela. 4 ou 5 vezes.
4 - incline-se ligeiramente e levante as mãos à frente do corpo, inspirando e esticando-as completamente para cima (dedos apontando para o zênite, palmas voltadas para a frente). Você começará a abaixá-los com a seguinte posição das mãos: o dedo indicador aponta para cima, esticado, o polegar flexionado, próximo ao dedo indicador, e o restante dos dedos fechados, flexionados na articulação média do dedo.
5 - Prendendo a respiração, abaixe-os lentamente até a altura do peito.
6 - Estique os braços para frente, expirando. Agora leve-o até o peito enquanto inspira (a posição dos seus dedos não mudou).
7 - Leve os braços atrás da cabeça e traga-os para frente formando um círculo acima do peito, mantendo-se próximo às axilas, prenda a respiração e comece a expirar enquanto abaixa as mãos até os centros onde você coloca as mãos paradas (nos centros, estique todos os dedos para apoiar com as palmas abertas).
8 - cruze as mãos na frente do peito - palmas abertas -, e descruze-as fazendo um pequeno círculo na frente, para continuar esticando os braços para os lados, inspirando o tempo todo, com as palmas voltadas para os lados. Quando terminar de alongar e inspirar, traga com tensão expirando, como se as palmas fossem se juntar, mas elas "continuam" e permanecem cruzadas no pulso em frente ao esterno. Dobramos o tronco para frente enquanto cruzamos os pulsos no final do passe (a palma direita fica voltada para o lado esquerdo e a palma esquerda fica voltada para o direito).
Variação
Fizemos uma repetição usando apenas os olhos. Após bater palmas no lado direito, abaixamos os braços e "trazemos" os olhos, inclinando a cabeça para seguir para onde o olhar vai. No ponto -8-, ao esticar os braços para os lados, devemos tentar que cada olho olhe para fora, para o lado. Ou seja, o olho direito deve olhar para a direita, enquanto o olho esquerdo tenta olhar para a esquerda simultaneamente.
Não tenho certeza, mas sei que houve conversas sobre enganchar filamentos de energia de baixo, de cima, da frente e de trás da cabeça (dependendo da posição que as mãos alcançassem).
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025
Silêncio Interno, por Taisha Abelar (não-fazer)
- Sente-se com as pernas cruzadas e incline-se para o lado enquanto inspira, primeiro para a direita e depois para a esquerda, sentindo uma linha horizontal puxando você para fora do buraco em seus ouvidos.
"Ela disse que, surpreendentemente, a linha não oscilava com o movimento do corpo, mas permanecia em uma posição perfeitamente horizontal; esse foi um dos mistérios descobertos por ela e seus companheiros.
- Inclinar-se dessa maneira - ele explicou - desloca nossa consciência - normalmente sempre direcionada para a frente - para os lados.
Ele me ordenou que relaxasse os músculos da mandíbula mastigando e engolindo três vezes.
-E para que serve isso? - perguntei, engolindo em seco.
- Mastigar e engolir saliva reduz parte da energia armazenada na cabeça para o estômago, reduzindo a carga no cérebro - disse ele com uma risada.
- A voz do espírito surge do nada - continuou ele. Ela emerge das profundezas do silêncio, do reino do não-ser. Essa voz só é ouvida quando estamos completamente quietos e equilibrados.
(...)
Como ele explicou, as duas forças opostas que nos governam, masculino e feminino, positivo e negativo, luz e escuridão, devem ser mantidas em equilíbrio para criar uma abertura na energia ao nosso redor: uma abertura pela qual nossa consciência possa deslizar. É através dessa abertura na energia que nos cerca que o espírito se manifesta.
-O que buscamos é o equilíbrio -continuou-. Mas equilíbrio não significa apenas ter uma parcela igual de cada força. Isso também significa que, à medida que as partes se tornam iguais, a nova combinação equilibrada ganha impulso e começa a se mover por conta própria.
...
-Não somos tão inteligentes assim, somos?
...
- Para ser inteligente no meu mundo - explicou Clara - você tem que ser capaz de se concentrar, de focar sua atenção em qualquer objeto concreto e também em qualquer manifestação abstrata.
...
-Uma abertura no campo energético ao nosso redor é uma manifestação abstrata - disse ele. Mas não espere sentir ou ver da mesma forma que você sente e vê o mundo concreto. Algo mais está acontecendo lá.
...
-Agora que está escuro, tente andar sem olhar para o chão - disse ela. Não como um exercício consciente, mas como o não-fazer da Bruxaria.
...
- Não-fazer é um termo transmitido pela nossa própria tradição de Bruxaria - continuou Clara -... Refere-se a tudo o que não está incluído no inventário que nos é imposto. Ao ocupar qualquer item em nosso inventário imposto, nos dedicamos a fazer; Tudo o que não faz parte desse inventário é não-fazer.
"Onde os bruxos se cruzam." Taisha Abelar. Edições Gaia. Coleção Nagual. 4º. Edição, de 1996, página 99.
Sinal de Fumaça
Citações do livro "Encontros com o Nagual", de Armando Torres
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