Falar em mudança de hábitos parece um paradoxo nesse momento, pois tal mudança é por definição uma ação de dentro para fora. Quando ela ocorre de fora para dentro ela é uma imposição.
A mudança de hábitos é uma atitude revolucionária, rebelde, insurgente, consciente e não reativa.
Ser forçado a mudar, mudar a contragosto, sujeitar-se a uma imposição externa não é mudar de fato, pois quando a situação se alterar, e não for mais impositiva, a tendência é retornar ao padrão comportamental anterior.
É dito que o Buda falava sobre três tipos de pessoas, comparando-as a burros, paralelo que em si mesmo já é revelador da nossa tendência a apegar-se a padrões. Então, há três tipos de burros (pessoas):
1 - aquele burro que vê a sombra do chicote e isso já basta para ele andar.
2 - o burro que só anda quando leva chicotada.
3 - e um outro que mesmo a base de chicotada não arreda pé, o empacado.
Poderia se dizer que o primeiro burro é capaz de mudar seus hábitos ao vislumbrar a necessidade para tal. O segundo só muda se for obrigado (pelo "carma", pela vida, pelo meio). E, por fim, o terceiro, que não muda nem a chicotadas.
Muita gente se acha o primeiro burro, mas se assim fosse por que estamos do jeito que estamos vivendo todo esse carma coletivo?
O que nos impede realmente de mudar a despeito de tudo e por causa de tudo?
Para concluir, caso você se ache o tal, o Buda nos revela, já de início, que todos nós somos burros, mas há uma chance de deixar de sê-lo.
obs: pelo desculpas aos burros verdadeiros pelo uso da imagem, que não espelha a nossa verdadeira burrice enquanto espécie.
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