segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

O horror da nossa verdadeira situação

Eles Vivem - 1988 (Resenha) | Canto dos Clássicos


Quase ninguém se dá conta da verdade pois ela é extremamente dolorosa. Dar-se conta e agir de acordo implicaria no abandono de tudo aquilo que é tido como "vida normal". Mas de qual verdade estamos falando? A verdade de que somos escravos, apenas recursos humanos, produtos de exploração, membros de um "humaneiro", tal como há galinheiros ou granjas animais. Por ser tão difícil e cruel esta verdade deve ser desvelada pela fantasia, pela ficção, pela estória, pela arte, mas a ciência pode arranhá-la.

Até hoje não encontraram o tal elo perdido, o mítico ancestral comum, mas se você levantar a hipótese de que somos um OGM derivado desse tal ancestral a coisa começa a se esclarecer e você entende que nunca achará de fato o elo perdido e que a atual espécie humana, homo sapiens sapiens, é propriedade de alguém, pois um OGM é justo isso. A Biologia Sintética é uma ciência antiga. Quem produziu o OGM  torna-se seu "proprietário".

Existe uma parábola oriental sobre um mágico rico que tinha muitas ovelhas. Ele era também muito sovina e recusava-se a contratar pastores ou pagar por uma cerca à volta da sua pastagem. Então, as ovelhas deambulavam frequentemente pela floresta e caíam pelas ravinas. E, acima de tudo, fugiam, pois sabiam que o mágico queria as suas peles e carne, e elas não gostavam disso.

Por fim, o mágico encontrou uma solução: hipnotizou as ovelhas. Primeiro, fê-las pensar que eram imortais e que nenhum mal lhes podia acontecer quando fossem esfoladas. Segundo, sugeriu que era um «Bom Senhor» que amava tanto o seu rebanho que faria qualquer coisa no mundo por ele. Em terceiro lugar, sugeriu que se alguma coisa lhes acontecesse, não seria de imediato, ou pelo menos não nesse dia, e por isso não havia razão para pensarem nisso.

Finalmente, o mágico fez as suas ovelhas pensarem que não eram de todo ovelhas. Sugeriu a algumas que eram leões ou elefantes ou águias, a outras homens, e a outras que elas eram mágicos. Depois disto, ele nunca mais teve de se preocupar com as suas ovelhas. Elas nunca fugiam, mas esperavam pacientemente pelo dia em que o mágico pedisse as suas peles e a sua carne.

Esta parábola é uma boa ilustração do posicionamento do homem. Se pudéssemos realmente ver e compreender o horror da nossa verdadeira situação, seríamos incapazes de a suportar, mesmo por um só segundo. Começaríamos imediatamente a tentar encontrar uma saída e rapidamente teríamos êxito, porque existe uma saída. A única razão porque não a vemos é porque estamos hipnotizados. «Despertar» para o homem significa "despertar da hipnose". Essa é a razão pela qual isso é possível mas, ao mesmo tempo, difícil. Não existe nenhuma razão orgânica para estarmos adormecidos. "Podemos acordar", pelo menos em teoria. Mas na prática é quase impossível. Logo que acordarmos por um momento e abrirmos os olhos, todas as forças que nos causaram o adormecimento se tornam dez vezes mais poderosas. Nós voltamos a adormecer imediatamente, "sonhando" o tempo todo que ainda estamos a acordar ou mesmo despertos" (Em Busca do Ser, Gurdjieff, pags 155 e 156).

Não é à toa que o filósofo Schopenhauer se referiu ao nosso comportamento de rebanho da seguinte maneira:

"A única alegria do rebanho é quando o lobo come a ovelha do lado".




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