“Dentro do Coração, em uma pequena cavidade, repousa o Universo” -
Mahanarayashad Upanishad.
Material extraído do canal do YT Corvo Seco |
O Coração é o núcleo de todo o Universo.
O Coração está aí, sempre aberto para você, se quiser entrar.
O Coração está sempre apoiando seus movimentos, mesmo que você não perceba.
Talvez seja mais correto dizer que o Ser é o Coração.
Na cavidade do Coração, o único Brahman, brilha diretamente na forma do Ser.
O que é chamado de Coração não é outro senão Brahman.
Por “Coração” não me refiro a nenhum órgão fisiológico, nenhum plexo de nervos ou qualquer coisa do gênero.
O Coração não é físico.
Ele não está nem dentro nem fora, nem à direita ou à esquerda.
O Coração é o centro do qual tudo surge.
Porque você vê o mundo, o corpo e assim por diante, se diz que há um centro para estes, que é chamado “Coração”.
Como uma vaca amarrada a um tronco, todo seu caminhar se centra ao redor do tronco, assim também é com o “eu”, todas as suas atividades estão sempre centradas ao redor do Coração.
Uma pessoa nunca pode se afastar dele.
O Coração é, portanto, o centro.
O Coração é o centro final.
O que você busca é a verdadeira Consciência.
Onde você pode achar isso?
Você pode alcançá-la fora de si mesmo?
Você tem que encontrá-la internamente.
Olhe para dentro.
Entre em si mesmo.
Assim como um homem mergulha para pegar algo que caiu na água, deve-se mergulhar em si mesmo, com uma mente aguçada e concentrada, controlando a fala e a respiração, e encontrar o lugar de onde surge o “eu”.
Mergulhe no Coração.
Ramana Maharshi.
“O antigo, fulgurante Ser, o Espírito que habita interiormente, sutil, profundamente oculto no lótus do Coração, é difícil de ser conhecido.
Porém, o homem sábio, que segue o caminho da meditação, conhece-o, e se torna liberto tanto do prazer como da dor”.
- Katha Upanishad.
O Coração é usado nos Vedas e nas escrituras para denotar o lugar de onde surge a noção de “eu”.
Este “eu” brota de dentro de nós, no centro do nosso Ser.
Observe em si mesmo, de onde surge o “eu”.
Rastreie o sentimento “eu”.
Concentre-se no ponto de onde surge este sentimento “eu”.
Seguindo as pegadas do “eu” de volta à sua origem, experimentamos o Coração.
Quem sou eu?
O Eu real está no Coração.
O ego deve trilhar o caminho de volta à sua fonte.
Volte ao centro de onde tudo nasce.
Retorne pelo caminho de onde você veio.
De onde eu vim?
De onde eu nasci?
De onde eu sou?
De onde surgem os pensamentos?
Onde eu experimento a sensação essencial de ser e existir?
Quem sou eu?
Investigue a natureza desse sentimento que se conhece como “eu”, e ele inevitavelmente o levará à sua fonte, o Coração, onde você perceberá inequivocamente a distinção entre o corpo insensível e a pura Consciência.
Ao mergulhar fundo na busca: “Quem sou eu - e de onde?”, os pensamentos desaparecem, e a pura Consciência brilha como o “Eu-Eu” dentro da cavidade do Coração de todo buscador.
Este é o Céu, esta é aquela Quietude, a morada da Bem-aventurança.
Permaneça firmemente estabelecido neste estado que é a fonte da mente.
Permaneça no centro, apenas.
“Eu sou” – isto é tudo.
Permaneça o firme no Coração, no Absoluto Transcendental.
Ao fixar constantemente sua atenção na fonte, o Coração, o ego se dissolve nele.
Através da prática de fundir o ego no Coração, que é toda a Consciência, as tendências da mente serão subjugadas.
Quando é dito que você deve fundir-se ao Coração, não significa que isso deve ser realizado por meio do “fazer”.
“Fazer” é usar a mente ou permitir que ela funcione, ou seja, é incentivá-la a se afastar do Coração.
Você não precisa tentar ajudar a mente a alcançar o Coração.
Qualquer coisa que você tente fazer para facilitar que a mente afunde no Coração, apenas afastará a mente do Coração.
Só existe uma maneira de alcançar verdadeiramente o Coração, que é a renúnciaao reino do fazer, de uma vez por todas.
Abandone a tentativa de fazer qualquer coisa com a mente. Mantenha a mente perfeitamente desperta e alerta, mas perfeitamente imóvel e quieta.
Somente a quietude pode extinguir o pensamento.
Somente a diminuição ou a cessação da atividade mental pode revelar o Coração.
Se a mente é mantida indefinidamente em quietude, ela automaticamente afunda no Coração e é dissolvida lá de uma vez por todas, como uma boneca de sal que é jogada no oceano.
Quando esta experiência se torna permanente através da prática constante, diz-se que a tão desejada Auto-Realização ou Moksha foi finalmente alcançada – a ilusão “eu sou o corpo” foi quebrada para sempre.
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